Sobreviver escrita por Angélica Sena


Capítulo 10
Tragédias (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Eu acho que esse capítulo está faltando algo, mas enfim.
Boa leitura.



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Tragédias (Parte 2)

Steve me beijava com tanto carinho que eu me sentia no céu. Sentir os lábios dele nos meus era muito bom. Ele segurava minha nuca e me beijava com mais fervor ainda. Coloquei minha mão esquerda em sua nuca e o puxei para mais perto. Eu queria que aquele beijo durasse para sempre, mas ouvimos algo bater na janela do carro e nos separamos.

Olhei assustada para ver o que era, tinha três zumbis cercando o carro. Mas que droga! Eu não posso ter um minuto de paz.

- Vamos sair daqui antes que venham mais. – ele ligou o carro e voltou para a estrada. A única iluminação que tínhamos eram os faróis do veículo.

Meus lábios ainda estavam formigando por causa do beijo. Algo dentro de mim pedia por mais, pedia que Steve tocasse cada parte do meu corpo, mas isso não pode acontecer, porque temos que voltar e pegar minha família. Não tenho tempo para besteiras como namorar.

Steve me olhou e ficou me encarando. Acho que por causa da minha expressão de raiva.

- O que foi Liz? – perguntou ele.

- Você não deveria ter me beijado. Temos muita coisa á fazer, não temos tempo para isso. – falei irritada.

- O que!? Você também me beijou!

- Não mesmo, você me agarrou á força.  Nunca mais faça isso. – porque diabos eu estava falando aquilo enquanto o que eu mais queria era receber mais um beijo dele?

- Então você não gostou?

- Não, e não quero mais falar sobre isso. – quando terminei de falar Steve parou o carro inesperadamente.  – O que você está fazendo!? – gritei.

- Vou provar como você também me quer.  – ele me puxou pela cintura e me beijou novamente. Tentei empurrá-lo, mas não consegui. Até que eu não consegui mais resistir e o beijei de volta. Quando o beijo estava ficando mais intenso, Steve se afastou.

- Não. – eu disse relutante. Tentei puxar ele de volta para mim, mas ele riu e disse:

- Ai esta á prova de que você também me quer. Não finja que não quer, porque eu sei que me deseja assim como eu te desejo.  – disse ele acariciando minha bochecha.

Dei um tapa na mão dele e me afastei.

- Não sei o que você ganha provando isso. Você é muito babaca.

- Eu ganho satisfação por saber que você também gosta de mim.

- Que seja. – eu disse me virando para a janela do meu lado.

- Você não sabe o quanto me diverte Elizabeth. – ele ligou o carro e eu esperava que a próxima parada fosse o mercado. Porque eu não queria mais ficar no mesmo carro que esse imbecil. Ou queria!?

                                          ***

Depois de meia hora já estávamos voltando para o abrigo. Já tínhamos todos os materiais necessários. Eu estava com saudade do Charlie e não parava de pensar na droga do beijo. Steve dirigia tranqüilo até o abrigo. Quando chegamos à rua da casa e vimos muitos zumbis em frente da residência, senti que alguma coisa deu errado.

- Meu Deus, o que aconteceu aqui? – falei abismada.

- Como todos esses zumbis vieram parar aqui? – perguntou Steve.

- Não vai dar tempo de matar todos sem que eles entrem na casa. Você tem que distraí-los com o carro. Eu desço aqui e você os distrai para que eu possa entrar lá. Mas volte rápido, vou precisar da sua ajuda.

- Ok, entende. – disse ele. – Liz, tenha cuidado.

- Eu sempre tenho. – desci e me escondi atrás de um latão de lixo. Esperei até que Steve fizesse a parte dele. Fiquei com minha pistola na mão caso precisasse.

Não se passou nem dois minutos direito e ouvi as buzinas do carro, me levantei um pouco para ver se estava tudo indo certo. E estava, os zumbis estavam seguindo o carro, esperei até que todos estivessem fora do meu alcance. Corri para a casa, quando cheguei perto fui lentamente para a porta e a abri. Eu não sabia se esperava o Steve chegar ou se entrava logo. Então resolvi chamar por minha mãe.

- Mãe! – chamei alto. – Sou eu, vocês estão bem?

- Filha! Estamos aqui! Sua avó precisa de ajuda. – quando ela terminou de falar isso, Steve chega de carro. As ruas estavam muito escuras e a casa também.

Steve desceu do carro e veio correndo em minha direção.

- O que houve? – perguntou ele.

- Vamos entrar. Minha mãe disse que minha avó precisa de ajuda.

Entremos de vagar  ligamos as lanternas. Eu ouvia barulhos de vozes vindo da cozinha. Estava muito preocupada para ter cautela, então corri para cozinha. E me deparei com dois rostos estranho e minha avó deitada em uma poça de sangue.

- O que aconteceu!? – perguntei assustada. – Quem são vocês? – perguntei para uma mulher de cabelos ruivos e um cara com pinta de policial.

- Sua avó foi mordida. – disse a ruiva.

- Não pode ser. – eu disse chorando. Steve veio ao meu lado e disse que precisamos fazer algo antes que ela se transformasse.

- Belo abdômen. – ouvi a ruiva falar para o Steve. Eu mal consegui ouvir direito o que ela falou, mas que se dane. Minha avó estava morta.

- Mãe, como isso aconteceu? – perguntei olhando para ela.

- Ela tentou sair da casa porque estava se sentindo mal, mas eu não estava do lado dela. Só vi quando esses dois tentaram salva-la, mas era tarde de mais. Charlie está muito preocupado com ela. – disse ela chorando.

- Mas, eu avisei para ninguém sair. Que merda!  - gritei com raiva.

- Liz, precisamos fazer agora. – disse Steve. Quando olhei para minha avó, ela já estava se levantando. Seus olhos já estavam vermelhos como de todos os outros zumbis. Aquilo parecia com um dos meus pesadelos.

- Afastem-se. – eu disse para todos. Mirei na cabeça da avó e atirei. Vê-la cair no chão me fez chorar mais. -  Precisamos sair daqui.

- Vamos deixar sua avó aqui? – perguntou minha mãe.

- Sim, mas eu vou queimá-la. Tire Charlie daqui, Steve coloque tudo no carro. E Quanto á vocês dois. Vão embora. – eu disse olhando para aqueles dois estranhos.

- Não temos como sair daqui, nosso carro esta sem gasolina. – disse o cara.

- Problema de vocês, agora saiam.

Eu estava esperando que todos saíssem da casa, peguei um garrafão de álcool e despejei m cima de minha avó e um pouco ao seu redor.

- Adeus vovó. Desculpe minha falha. – acendi um fósforo e joguei em cima dela. As chamas começaram e eu corri para foram da casa.

Os dois estranhos ainda estavam lá.

- Liz, sua mãe disse que é bom os dois virem conosco. Ela deu um galão de gasolina para eles nos acompanharem. – disse Steve, que já estava com uma camisa nova.

- Que seja. Só quero sair daqui.

Entrei no carro e puxei Charlie para meu colo. Ele estava chorando muito e me abraçava forte.

- Desculpe Charlie, eu falhei. – eu disse chorando.

Steve entrou no carro e deu partida, minha mãe estava olhando para a casa e chorando também.

Essa morte foi muito rápida, a vida nos apronta cada peça. Eu me sentia fora de mim mesma, desde á hora em que atirei na cabeça de minha avó e na hora em que ateei fogo nela. Tudo parecia estar passando como pequenos flashes. Eu me senti inútil e fraca. Mas a vida continua, tem que continuar.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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