Quando Mais Precisava escrita por AnaMM


Capítulo 7
Recomeço


Notas iniciais do capítulo

Enfim! Essa semana andei bolando várias coisas pra fic, mas todas acontecerão daqui a um tempinho ainda, então, infelizmente, teremos todos que esperar hahaha enfim, aqui vai o maior capítulo da fic, se não me engano, já que resolvi adicionar um momento lidinho do seguinte nesse pra não ficar muito "mais do mesmo e nada mais". Quer dizer, eu adorei zoar o Vitinhu, como sempre, espero que vocês gostem desse capítulo, embora mais dialogado que realmente com tensão e sal e afins (em breve, em breve ;) )



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Adriano mal tinha se recuperado do choque de saber que Lia havia sido sequestrada. Descobrir que Marcela estava morta era mais do que ele esperava, não sabia nem como reagir. Mathias e Paulina respeitaram o silêncio do ex-aluno da loira, tinha sido difícil para todos. O aventureiro não esperava que seu retorno fosse fácil, tranquilo, mas tampouco esperava que o Rio de Janeiro reservasse tantos baques. Quando pensava ter sido jogado ao fundo do poço com as notícias bombásticas, uma depois da outra, o grand finale de um show de horror: Mathias e Raquel se beijando.

-Hã? – Foi o mais perto de uma palavra que Dinho conseguiu pronunciar.

Paulina riu da expressão de nojo de Adriano e balançou a cabeça, divertida.

-Ok, eu entendi, vocês querem me traumatizar, pra que eu não perturbe mais a Lia, é isso? – Dinho perguntou para Paulina no balcão da cozinha, enquanto Raquel levava Mathias para ver sua filha.

-Tu não sabes nem metade da história. Isso aí é coisa das gurias, elas que armaram pra juntar a Raquel e o Mathias.

-A Lia enlouqueceu? Juntar a mãe com o diretor do colégio e namorar o one direction eu realmente não esperava dela! – Dinho riu ácido, ignorando o incômodo em citar o namorado de sua ex.

O silêncio predominou na sala por alguns minutos, enquanto Paulina fuzilava Adriano com os olhos.

-Ok, foi culpa minha, eu sei. – Dinho respondeu resignado.

-Que bom que tu reconheces, Adriano. – Paulina respondeu seca.

-x-

-Lia, você passou por um momento traumático e eu vou respeitar seu tempo. Quando você achar que pode voltar ao colégio, eu e os outros professores estaremos à sua espera. – Mathias acalmou a roqueira.

-Valeu, Mathias. – Lia agradeceu com um sorriso fraco, porém verdadeiro. Em seguida, começou a rir.

-O que foi, Lia? – Raquel perguntou, surpresa pela mudança de comportamento da filha.

A roqueira tentou se controlar.

-Nada, não, mãe. É que eu tava imaginando a reação do Dinho quando descobrir que você está namorando o diretor Mathias! – Lia gargalhou, o que chamou a atenção de Adriano e de Paulina na sala.

-Lia! Olha o respeito com o Mathias, ele é teu diretor e meu namorado!

O protesto de Raquel apenas serviu para que a roqueira risse mais ainda.

-x-

Na sala, Dinho sorriu ao ouvir o som de Lia rindo.

-Eu senti falta disso. Muita falta.

-A gente também. – Paulina comentou.

Interrompendo um silêncio incômodo, Adriano questionou.

-Eu pensei que ela estivesse feliz com o namorado. – Dinho tentou. A verdade era que não esperava que estivesse. Analisando o pouco que tinha visto de Vitor, ele não chegava nem perto do tipo de Lia. Não que ela tivesse um tipo, Adriano bem sabia que, se tivesse, também ele estaria fora dos padrões da roqueira, mas Vitor parecia... Errado. Fora dos padrões demais. Era o tipo de cara que Lia normalmente nem perceberia, ou zoaria pelo jeito afeminado.

-Não é da sua conta, nem da minha, mas... Não é a mesma coisa. Eu não lembro de ter visto a minha neta realmente sorrir com o Vitor. Não como sorria contigo, pelo menos. Eu não estou querendo dizer que prefiro que ela fique contigo, é apenas uma constatação. Não vejo a Lia muito empolgada com o namoro. Ela parece desconectada, eu diria. E pode parar de sorrir, que o senhor não tem nada a ver com isso, apenas colaborou pra Lia andar mais na defensiva do que antes.

Dinho tentou se controlar, em respeito à situação. Sentia vontade de pular, de correr, de gritar que ela não amava o almofadinha. Era um alívio, depois de tantas notícias ruins (ou estranhas). Paulina riu da felicidade de Adriano, que definitivamente não conseguia se conter.

-x-

No hostel, Vitor pedia conselhos a Fatinha sobre Lia e a volta de Dinho.

-Eu não entendo, eles ficaram lá, grudados, como se nada tivesse acontecido!

-Ah, ninguém entende eles, Anjo, relaxa! Eu estive aqui desde antes deles aceitarem o que sentiam e, meu amor, haja coração! Em minha defesa, eu sabia desde o início que ia rolar. – Fatinha sorriu orgulhosa, voltando a ficar séria ao lembrar de Vitor à sua frente. – Tudo que eu posso dizer é: investe. Eles vivem no mundinho deles, é confuso até pra mim, e olha que eu sou meio doidinha naturalmente! – Fatinha riu. – Enfim, eu não vou tomar partido, porque eu amo muito o Dinho, ele é como um irmão pra mim.

-Então, se você sabia desde o começo que eles se gostavam, talvez possa me dizer se eles ainda...?

Fatinha respirou fundo, pensando no que falar. Não queria complicar as coisas pra nenhum dos dois.

-Sim, eles ainda se olham como antes, daquele jeito “eu te amo, mas te odeio” que só eles têm. – Vendo a expressão decepcionada de Vitor, Fatinha completou: - Mas eu também sei que a Lia é muito orgulhosa e que, provavelmente, não volte a confiar no Dinho. Eu diria que está mais fácil ser você do que ser ele.

-Mas quem está grudado nela agora é ele! – Vitor reclamou, frustrado.

-Eu tinha me esquecido desse detalhe... Daí, meu amor, fica realmente difícil pra você... Mas calma, o que tiver que ser, vai ser! Já dizia Clarice Lispector!

-Clarice Lispector nunca disse isso, Fatinha. – Vitor corrigiu. – Isso é injusto! – O motoqueiro chutou uma lata de lixo em seu caminho. – Eu fiz tudo certo, ele fez tudo errado, e eu que fico de fora, vendo os dois abraçadinhos? Eu respeitei a Lia e o tempo dela, respeitei a família dela, o histórico de rejeição... Esse Dinho só fez ela sofrer e, quando volta, não leva nem um centésimo do que eu precisei fazer pra ficar daquele jeito com ela!

-Vitor... Você já pensou que talvez o problema seja você ser respeitoso demais? A Lia está acostumada com o Dinho, que é desbocado, apaixonado, aventureiro... Daí chega você todo principezinho... Poxa, é calmaria demais pra quem namorava Dinho, o pegador! – Fatinha riu, sem intenção de ofender o amigo. – Talvez se você der uma apimentada na relação, tenha mais chances. Assim, só uma dica. Funciona super bem comigo e com o Moreno!

Vitor se desconsertou com a dica da amiga.

-Fatinha, eu e a Lia não somos assim. O nosso namoro é calmo, romântico, mesmo...

A funkeira fingiu bocejar.

-A gente não precisa dessas coisas mais carnais... A gente só fez amor uma vez, pra você ter uma ideia! A gente prefere dormir abraçado, acho melhor.

-O QUE? Em primeiro lugar, “fazer amor” é muito brega, Vitinho, me desculpe. Em segundo... Vocês só transaram uma vez??! – Fatinha perguntou chocada.

-Sim, por que? Amor não é só sexo, Fatinha. – O motoqueiro respondeu categoricamente.

-Coitada da Lia... Deve estar doendo! Depois você não sabe porque ela fica dando mole pro Dinho, né? Meu amor, você vai ter muito trabalho pela frente...

-x-

Lia estava fingindo tocar uma guitarra de plástico quando Adriano entrou em seu quarto.

-Qual o problema com a sua guitarra de verdade? – Dinho questionou, sentando ao lado de Lia na cama.

-Ela tá em casa. – Lia respondeu, tentando ignorar sua presença.

-Ah, sim... A sua vó me contou que vocês agora moram na casa da... No Misturama. – Dinho corrigiu prontamente, tentando não trazer Marcela para a conversa.

-Então você já sabe? – A roqueira interrogou com a voz fraca.

-Também. Tá sendo difícil de aceitar, mas com vocês eu aposto que é bem pior.

Lia deu espaço para Dinho sentar de forma mais confortável. Era a primeira vez desde a volta do garoto que a loira lhe dava abertura por iniciativa própria.

-Ela era como uma mãe pra mim... –Lia respondeu pensativa, lembrando-se de alguns momentos com a professora. - Parece que todo mundo que eu amo vai embora, sabe?

-Eu sei. Me desculpa? – Dinho olhou nos olhos de Lia, procurando algum sinal de perdão. Diante do silêncio incomodado da roqueira, beijou sua mão de forma calma e hesitante, respeitando o espaço da loira.

Lia soltou sua mão das mãos de Dinho com menos agressividade do que ele esperava e mexeu em seus cachos.

-Não. – Lia respondeu com cuidado, mas deixando claro que ainda não estava perto de dar uma chance a Dinho.

Adriano se sentiu mal com a resposta, ainda que fosse esperada. Para sua surpresa, Lia deitou a cabeça em seu ombro.

-Não vai se acostumando. Eu só preciso de colo, ok? – Dinho sorriu em resposta.

-Você é maluca, sabia?

-Eu sei. – Lia respondeu no mesmo tom de Dinho, rindo em seguida.

-É bom te ver rir de novo.

-Então fica quieto e não estraga. – Lia respondeu seca. Os dois riram juntos. Nada estava resolvido, mas já era um começo.


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Notas finais do capítulo

Meus agradecimentos a todos que comentam, favoritam, leem e me incentivam a seguir postando ;) Bjos a todinhos! Espero que tenham gostado. Vem coisa boa pela frente, aguardem!