Acordei com uma dor de cabeça insuportável, tão insuportável que nem meus olhos eu tive coragem de abrir. Apenas fiquei ouvindo o que estava acontecendo ao meu redor e pra falar a verdade eu não conseguia ouvir nada, nem um sinal de barulho ou de pessoa. Continuei mais alguns minutos com meus olhos fechados e o meu corpo imóvel, a dor que eu sentia estava realmente insuportavelmente detestável e de nada eu podia fazer a não ser esperar que ela passasse, mas ela não passou... Foi então que pensei que poderia ir até a cozinha tomar um remédio ou algo do tipo, por mais que meu quarto fosse distante da cozinha eu teria que fazer isso para ver se aquela dor que tanto me aporrinhava passasse. Abri meu olhos e assim que os abri tive uma visão totalmente diferente da que era do teto da minha casa mais precisamente do meu quarto, no teto havia um lustre gigantesco que iluminava praticamente toda a minha casa (que diga-se de passagem não era muito grande), além do lustre o teto estava pintado de uma cor que não condizia com nenhum cômodo da minha casa, a cor era um vermelho escuro um vermelho tão forte que lembrava a cor de vinho em uma taça pronto para ser degustado. Resolvi me levantar para ver o que havia no local e me arrependo profundamente de ter tomado essa atitude, sem duvidas aquele lugar não era minha casa, ele era coberto por moveis caros e de altíssima qualidade mas não, não foi isso o que mais me chocou e sim o fato de ter vários corpos jogados no chão do cômodo, apenas com os meus olhos eu podia jurar que havia mais de 50. Aquilo me deixou em um total pânico, o que havia acontecido naquele cômodo não era pra ter acontecido, ou talvez sim. Talvez foi um assassinato em massa sendo planejado a meses, mas isso não me importava agora e tudo o que eu queria era a minha casa. De repente olhei para o lado e avistei Elisa, uma das minhas melhores amigas se não a melhor, com seu corpo coberto de sangue. Ela tinha um corte profundo na garganta que fazia ficar visível a sua parte interior dela o que era nojento e triste ao mesmo tempo. Naquele momento não tive reação, a não ser procurar um telefone o mais rápido possível. Que foi aí que eu ouvi uma batida muito forte na porta, como se estivesse sido arrombada e resolvi me levantar e me precaver. Meu corpo devido aos corpos de todas aquelas pessoas também estava coberto de sangue e o que mais me assustava naquela situação era que aquele sangue todo não era meu e sim de outras pessoas, conhecidos e até amigos que também estavam ali. Me levantei e fui atrás de uma faca na cozinha, que foi o pensamento mais rápido que eu tive na hora. Assim que a peguei me virei para trás e vi vários homens armados olhando para mim, olhei seu uniformes e pude ver que eram da policia, agradeci internamente e fui de encontro a eles já soltando a faca e tudo que eu recebi foi um “parada aí” parei no mesmo instante e um dos policias colocou algemas no meu pulso.

- O que vocês estão fazendo? Eu sou inocente, eu sou inocente!

Comecei a falar repetidamente porque era aquilo que minha mente gritava e imaginava já que eu não conseguia lembrar de nada do que havia acontecido.