Lado A Lado - O Amor E O Tempo escrita por Márcia Pelosi


Capítulo 37
Capítulo 37 - Isso é um absurdo


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, tudo bem?

Desculpem a demora em escrever...falta de tempo! Espero que não queiram me matar! Achei interessante abordar isso aqui!! Grande beijo!



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Capítulo 37 – Isso é um absurdo!

Edgar foi empurrando o corpo de Laura com uma voracidade tamanha até o quarto de banho. O desejo dele pela esposa estava incontrolável! Ele beijava o pescoço da moça e logo seguia até seus lábios! Talvez por saber que dentro dela a semente do amor dos dois finalmente estava crescendo! Quando ele já estava tomando-a nos braços, parou bruscamente!

Edgar: Será que podemos fazer isso?

A moça se espantou.

Laura: Isso o que Edgar? Nós já somos...

Ele abre um grande sorriso. Ele a instiga para terminar a frase!

Edgar: Nós já somos o que? Fala, meu amor! Por favor!

Ela levanta os braços em sinal de rendição.

Laura: ...Casados...divorciados...namorados.....agora, vai deixar uma mulher no meu estado assim?

Ele dá um selinho nela e pergunta com meio sorriso nos lábios.

Edgar: Você só pergunta, não responde?

Ela dá uma batidinha de leve no ombro do rapaz, e fala reticente.

Laura: Edgar... é claro que podemos, estou grávida! Gravidez não é doença e as mulheres nesta época ficam mais acesas, entende?

Ele puxa o corpo da moça para mais perto de si.

Edgar: Hum...quer dizer que minha namorada está acesa?? Vem cá vem...

Depois disso os dois não resistem mais um ao outro. Edgar vai beijando e levando Laura até o quarto de casal! Mais especificamente até a beirada da cama de casal! Os dois deitam-se e se amam de forma profunda. Depois de se amarem, ela recosta a cabeça no peito desnudo do rapaz e comenta sorridente.

Laura: Edgar... e a minha surpresa? Você sabe muito bem o quanto sou curiosa! Não vai me contar?

Ele sorri, beija os cabelos desalinhados da moça e responde.

Edgar: Surpresa é surpresa....Venha... Vamos nos banhar! Coloque uma roupa bem bonita! Vamos sair!

Ela dá uma de suas gargalhadas que foi uma coisa que conquistou de vez o rapaz.

Laura: Sair? Mas pra onde?

Edgar: Experimente, mais uma vez, confiar em mim!

Os dois saem novamente em direção ao quarto de banho! Desta vez, entre brincadeiras, conseguem banhar-se e vão juntos até o quarto. Laura escolhe um vestido vermelho que marca sua cintura e que Edgar sempre elogia! Ele coloca um terno bem recortado pelo alfaiate! Estão formando um belo casal! Quando descem as escadas, Maria, que estava tirando o pó da mesinha de centro, desvia sua atenção para eles e comenta satisfeita.

Maria: Meu Deus! Como vocês estão lindos!

Edgar pega a mão suave de Laura e a beija. Ele concorda.

Edgar: A nossa menina não está linda, Maria? Ela conseguiu ficar ainda mais linda agora com a gravidez!

Ela fica toda feliz e agradece.

Laura: Muito obrigada, meu amor! Mas não é para tanto...

Ele vira-se em direção a ela e segura em seu queixo.

Edgar: Não é para tanto? Você está a mulher mais linda que já vi, meu amor! Aliás, faço questão de registrar esse seu momento.

Ela se afasta um pouco e protesta.

Laura: Ah não! Essa história de fotografia de novo não!

Edgar fica admirado com a negação da moça. Ele tenta uma aliada em Maria.

Edgar: Mas meu amor! Como pode uma mulher linda como você não querer ser fotografada? Não concorda comigo, Maria?

A empregada sorri.

Maria: Claro que sim, doutor! Laura, minha menina, por Deus! Seu marido tem razão! Vocês precisam ter fotografias para mostrar ao seu bebê! Ele tem o direito de ver como a mãe ficou linda na gravidez dele!

Laura, percebendo que sua opinião estava em desvantagem, resolveu sair da conversa.

Laura: Bom... prometo que vou pensar, mas... aonde vamos, Edgar? Não vai me contar?

O rapaz parece que desperta de um transe.

Edgar: É verdade! Estamos atrasados! Vamos?

Ele oferece seu braço para a moça e após um breve cumprimento com Maria, os dois saem sorridentes da casa. Edgar ajuda a professora a entrar no carro e depois de acomodarem-se, o rapaz dá a partida e os dois seguem ao local desconhecido pela moça. Depois de algum tempo, eles chegam em frente a um restaurante bastante aconchegante ao pé de uma serra. Laura está encantada com o local. As mesas estão arrumadas com esmero.

Edgar desce do carro e se dirige à ao lado do carro onde Laura está! Ele a ajuda a descer e ambos dirigem-se, de braços dados, à porta do restaurante. Um senhor calvo os recepciona. Ele olha o jovem casal entrando no restaurante e logo dirige sua atenção ao advogado. O homem encara o rapaz dos pés a cabeça.

Maitre: Boa noite, Senhor!

O advogado retribui a gentileza e indica a entrada à sua acompanhante.

Edgar: Boa noite! Mesa para dois, por gentileza!

Quando ele fala isso, o maitre acompanha com o olhar, o gesto do rapaz e fica indignado ao perceber uma coisa! Aquele homem estava trazendo uma mulher que não era sua esposa a um restaurante de família. Ele franze o rosto e discretamente despista, encarando as mãos de Edgar a mostra com uma aliança reluzente de ouro, no dedo anular esquerdo.

Maitre: Sinto muito senhor! Mas nosso restaurante não dispõe de mesa disponível para vocês!

Edgar fica confuso! Ele percebe que diversas mesas estão finamente decoradas... e vazias. Laura abaixa a cabeça e dá um sorriso debochado. O rapaz insiste.

Edgar: O senhor não entendeu! Viemos comemorar e VAMOS comemorar! O salão deste restaurante está repleto de mesas vazias...

A professora puxa o rapaz mais discretamente para perto de si. Ela fala baixinho.

Laura: Edgar, vamos embora! Ele viu a sua aliança, e eu não uso...

Só então o rapaz entende a afronta! Ele se aproxima do homem e fala irritado!

Edgar: Sou advogado e conheço perfeitamente meus direitos! Espero que o senhor não tenha reparado nas mesas vazias deste restaurante, não é?

O velho senhor pigarreia e acaba percebendo que sua atitude pode prejudicar seu emprego. Ele mostra uma mesa ao casal! Quando os dois adentram o restaurante logo chamam a atenção! Num primeiro momento, a beleza daquele jovem casal faz com que as moças suspirem e os rapazes deixem de tratar de assuntos relacionados à política e ao football, para arriscarem um olhar mais atento! Mas logo em seguida alguns burburinhos são percebidos pelos dois. Uma mulher de seus sessenta anos de idade, acompanhada daquele que parece ser seu esposo, fala em um tom de voz mais alto, na intenção de se fazer escutar.

Mulher: Mas isso é um absurdo... Uma pouca vergonha...

Laura olha na direção de Edgar. Ele balança a cabeça negativamente e passa os dedos de suas mãos sobre seus cabelos. Ele está visivelmente nervoso com a situação! O rapaz sabe que não deve satisfação de sua vida pessoal com Laura a ninguém, mas isso é ridículo! Afinal, para os dois, ainda se amam, são um casal e o fato de Laura não estar usando uma aliança em seu dedo não faz dela menos do que sua esposa, a mulher que ama! Ela olha-o com ternura, acaricia sua mão, que está apoiada na mesa e desabafa.

Laura: Já estou acostumada com isso meu amor! Olhares inquisidores, cochichos...

O rapaz pega a mão da moça, beija suavemente e comenta desanimado.

Edgar: Eu sinto muito meu amor! Minha intenção era comemorarmos a novidade! Vamos ter um filho e para essas pessoas, estou traindo a minha esposa com a minha própria esposa! Isso sim é um absurdo! Não vou me acostumar nunca com esse preconceito, Laura... meu amor... você não precisa passar por isso! Vamos voltar pra casa? Para o Rio de janeiro?

A moça coça um pouco o pescoço e Edgar logo percebe que ela está nervosa. Ela tenta argumentar.

Laura: Edgar... não posso deixar a escola...as crianças precisam de mim! Nós já conversamos sobre isso...

Neste momento, o garçom chega com algumas entradas. Ele as coloca na mesa e os dois se calam para novamente discorrerem sobre o assunto.

Laura: Olha...estamos tão felizes com a noticia de que seremos pais... Vamos deixar para falar sobre isso mais tarde? Em casa?

Ele sorri. Laura sempre tem um jeito para contornar as coisas! Realmente ali não era o lugar certo para este tipo de conversa! Não com pessoas estranhas olhando e tentando escutar o que falavam durante o jantar! Jantar por sinal muito saboroso! Regado a um excelente vinho para o advogado e por um suco de laranja para a professora! Conforme o combinado, eles resolveram conversar sobre outros assuntos. Um dos assuntos que veio a baile foi sobre Isabel. Edgar queria saber se Laura havia conseguido mandar a carta para a amiga, perguntando sobre a história do filho! Laura confirmou com a cabeça e disse que certamente logo teria notícias da amiga, que agora estava em Paris. Outro nome que é citado na mesa é o nome de Guerra. Edgar comenta que, há um tempo atrás, o dono do jornal comentou mais uma vez com o amigo sobre a D. Celia de forma muito respeitosa, mas ao mesmo tempo com um ar de interesse. Os dois riem e Laura exclama.

Laura: Ah! Tia Celinha! Gosto tanto dela, Edgar! Sinto muito a sua falta! Quando sai do Rio de Janeiro...

Ela percebe que o rapaz fica um pouco desconfortável com o seu desabafo, pois essa época trás lembranças muito duras! Ela fala.

Laura: Meu amor... desculpe, não gostou de ouvir, não é?

Ele sorri. Olha profundamente para ela.

Edgar: Ai, Laura... só de lembrar... a falta que senti de você... esses seis meses para mim foram uma tortura!

Neste momento eles são interrompidos pelo garçom que vem trazendo a sobremesa. Edgar agradece e depois de saborearem o doce em compota, voltam para casa. Em casa eles têm muito que comemorar! Afinal, os olhares de uma sociedade hipócrita não vão estragar a noite do casal!


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Notas finais do capítulo

Oieeeeeeeee,

E aí? Gostaram? Eu quis mostrar que os dois poderiam sofrer preconceito da sociedade juntos! Não achei justo a Laura segurar a barra toda sozinha! E então? Concordam comigo?? Espero que sim!!!
Grande beijo a todos!!!