Híbrido escrita por Musa, Moon and Stars


Capítulo 8
Funny James




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Depois de semanas, enfim o cansaço me venceu naquela noite, finalmente consegui dormir, embora mal, havia tido pesadelos.Vi flashes de imagens aleatórias, escuridão, árvores, eu correndo, fogo, eu no chão, um braço queimado, o meu, um grito de dor, mais fogo e pude sentir no sonho a presença de algo muito ruim, o fogo agarrou-me pelo pescoço e senti-me sufocada, acordando num salto, ensopada de suor na cama.

Fiquei assistindo TV até a segunda feira amanhecer, decidir ir correr para não ficar paranóica em casa.

Ao som de Imagine Dragons corri por dois quarteirões, sempre olhando pra tudo e todos que me olhavam, eu sabia que de alguma forma eles realmente estavam me vigiando.Tentei ignorar ao máximo a noite passada, mas as vozes sempre voltavam á minha mente "...terá um trágico fim."

Esbarrei em uma pessoa, um homem, fazendo-me quase cair no chão, se não fosse por ele ter me segurado contra seu corpo.

Dei-lhe um empurrão então pude ver quem era. Agente Calton.

"Oh, desculpe-me." falei.

Ele sorriu púbere e acenou para que eu não me importasse, sorri.

"Não foi nada. Foi bom ter te encontrado Katherine." falou. James vestia jeans, blusa social branca, um blazer e uma bolsa transversal, parecia mais jovem do que na última vez que o vira.

"Falar sobre minha mudança para o Texas?" meu coração se apertou, eu devia ter mudado totalmente de cara, pois o sorriso de Calton se desfez.

"Exato." limpou a garganta e passou as mãos pelos cabelos encaracolados até a nuca. "Bom," suspirou "podemos ir no Starbucks, assim tomamos um café e conversamos."

"Ah... estou sem..."

"No, no, no, no, no. Eu pago." ele sorriu e estendeu o braço á frente dando-me passagem "me acompanha nesse café da manhã?"

Dei um meio sorriso e assenti, pondo-me ao lado dele. Caminhamos até o Starbucks conversando, James, como disse que gostava de ser chamado, era bastante conversativo, perguntou-me como eu estava, o que tinha feito, consolou-me um pouco, e vendo que eu já estava ficando triste de novo começou á me contar piadas, algumas engraçadas outras nem tanto.

Ele sorriu envergonhado enquanto abria a porta do café para mim.

"Não sou muito bom com piadas." falou então entre seguida por ele "Fui muito vaiado no show de talentos na escola."

"Por que?" perguntei enquanto caminhávamos até a fila.

"Fiz um show de stand up..."

"Me conta uma piada que você usou..."

James me olhou meio "é sério isso?", eu assenti respondendo ao seu olhar.

Eles suspirou e passou a mão pelos cabelos.

"Você sabe porque as mulheres não podem ser eletricistas?"

"Não, porque?"

"Por que elas demoram nove meses para dar a luz."

Eu ri, enfim ri realmente de alguma coisa, ri até minha mandíbula começar a doer.James me olhava com o cenho franzido e uma sobrancelha arqueada, devia estar se questionando se eu estava tirando sarro dele.

"Sério que achou isso engraçado?"

Assenti sorrindo, e ele quis esconder, mas deu um sorriso torto meio orgulhoso.

Fizemos nossos pedidos e nos sentamos. James se sentou na mesa escorando-se no encosto da cadeira e me encarou, depois deu um breve suspiro.

"Katherine, agora temos que resolver certas coisas."

"Claro."

"Primeiro, você vai querer fazer alguma cerimônia pra sua mãe..."

"Não." respirei fundo ao sentir uma forte pontada no peito.

"Ok. Bom, para você ir pro Texas..."

"Você sabe alguma coisa sobre ela? – perguntei interrompendo-o."

"Jenna Petit era a irmã mais velha da sua mãe,mora no interior do Texas, é divorciada, tem uma filha, Ynoa Petit, um ano mais velha que você.Tem uma floricultura no centro do Texas, tira sua renda disso. O que mais quer saber?"

"Interior tipo..fazenda, vacas..."

"Sim."

"Ótimo." joguei-me no encosto da cadeira "Sabe se lá tem sinal de celular, internet..."

James sorriu.

"Sim tem. Posso prosseguir?"

"Claro."

"Para você ir para o Texas definitivamente, passará uma fase com sua tia, para ver como se relacionam e se você pode conviver com ela, se não der certo, irá voltar para cá e ir para o Abrigo."

"Ok."

"Ok." ele me avaliava "As coisas quais temos que resolver por aqui em San Diego é escola e casa.Todas as coisas que estão no seu nome, só poderá pegar depois dos vinte e um, fora isso, terá somente o necessário para se manter. Sua tia será sua Tutora, "administrará" o seu dinheiro até sua maioridade.

"Depois que eu fizer vinte, posso voltar para cá certo? Posso viajar, posso ir embora de lá?"

"Sim."

"Ok. É só?"

"Sim."

Chegou a garçonete trazendo nossos pedidos toda sorridente para James.

Avaliei-o. Rosto quadrado másculo, uma leve barbicha no queixo, olhos cor de mel vibrantes, cabelos encaracolados tom caju, tinha duas linhas de rugas nas laterais dos olhos quando sorria.Devia ter uns vinte e oito, trinta anos? Ele tomava seu café, suas mãos eram jovens, e não havia anel de casamento ou noivado,mas sim um estranho, de prata enferrujada, haviam desenhos, mas a distância a qual me encontrava, não conseguia ver. De relance seus olhos se encontraram com os meus, e ruguinhas apareceram na lateral de seus olhos.

"O que foi?" perguntou.

"Nada." falei com um sorriso torto.

"Tem certeza?"

"Você parece jovem." falei.

Ele sorriu.

"Sou jovem. Quantos anos acha que tenho?"

"Hm... trinta?"

"Trinta?" ele riu "Tenho vinte e um anos."

"Oh... é que você se porta como um cara de trinta anos."

"Meu trabalho exige isso."

"Como entrou nesse ramo?"

James me avaliou por uns segundos.

"Uma ordem á cumprir.Mas não vou te amolar com assuntos importunos, seu chocolate deve estar esfriando."

"Ah..." percebi que aquilo era uma distração para não falar sobre, devia ser algum assunto delicado,então não ousei.

Tomamos nossos cafés e conversamos mais um pouco. James me acompanhou até em casa, onde conversamos mais ainda.

Ele tinha o dom de me fazer sorrir e me sentir bem, fora aquela parte do café, em nenhum outro momento lembrei-me da minha triste e patética realidade, o que me fez lamentar quando se foi despedindo-se com um beijo em minha bochecha.

Tomei um banho rápido e liguei para Emma, que não me atendeu, mas me mandou uma mensagem.

"Estou na sala, mais tarde te ligo"

Foi quando me liguei que no meio de todo aquele caos, as coisas ainda aconteciam ao meu redor, tipo escola.

"Que tempo é esse?" Mandei

"Segundo, porque?"

Olhei para o relógio na minha bancada, eram 08:06 da manhã.

"Vou para a escola, te encontro ai."


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Notas finais do capítulo

Oie, desculpa pela demora do post do capítulo, mas espero que tenham gostado hahaha
bjs



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