Híbrido escrita por Musa, Moon and Stars


Capítulo 77
Yes, I forgot


Notas iniciais do capítulo

ALÔ ALÔ MARCIANO, aqui quem fala é da TERRA! Lá lá lá lá DOWN DOWN DOWN NA HIGH SOCIETY o/ Chegeeeei! Sentiram saudades? Eu senti, gente. Nossa, como eu senti saudade de vocês, seus cheirosos. Primeiramente, perdão pela demora, muita gente pediu, cobrou (e com razão), chorou, esperneou, essas coisas todas, mas aqui estou eu. Não os abandonei. Trago a vós, esse capítulo gostoso com mais surpresas para a reta final (chora) de Híbrido. Eu sei, é triste, eu sei, mas acontece. Enfim. Leiam o capítulo, divirtam-se, falo com vocês lá em baixo.



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A conversa com Harahel realmente tinha sido uma das mais loucas. Ele nem sequer quis dar continuidade ao assunto, apenas sorriu quando o bombardeei de perguntas e foi se deitar. No dia seguinte, ele parecia mais ativo, ágil, enquanto eu estava totalmente acabada por ter passado a noite acordada, cheia de perguntas a rodear minha mente. Harahel fingia que aquela conversa não tinha acontecido e eu percebi que seria inútil insistir naquele assunto, já que ele deixava óbvio que não estava disposto a falar mais nada. Ainda assim, eu não tirava aquilo da cabeça: Por que Jared temeria a mim? Eu achava que o afetava em alguma coisa, mas ficou muito claro que tudo não havia passado de uma mentira enorme, uma armadilha na qual eu caí. Amor, amor, amor. Foi o que Harahel dissera, mas eu duvidava. Àquela altura, aquela palavra já não me significava absolutamente nada. Grunhi de irritação, lutando contra minhas próprias indagações, que não faziam nada além de me atormentar.

"Pra quem está rosnando, querida?" perguntou Emily, enquanto se aproximava. Parou ao meu lado e tocou meu ombro.

"Ninguém, só estou pensando..." respondi, massageando uma têmpora com dois dedos.

"E no que está pensando?" ela quis saber, perguntando com doçura na voz; parecia preocupada.

Soltei um suspiro resignado.

"Ontem à noite tive uma conversa com Harahel." Comecei a falar, sem olhar para ela. Balancei a cabeça. "Ele é meio doido."

Ela me guiou até a mesa da cozinha, onde nos sentamos, e me serviu um copo de limonada.

"Sim, um pouco, eu acho." Concordou ela, com um meio sorriso. "Sugiro que não passe tanto tempo com ele."

"Por que não?" perguntei, ao perceber certo tom de reprimenda em sua voz, seus ombros de repente tensos, não combinando com o meio sorriso em seu rosto, o qual agora me parecia um tanto forçado.

"Katherine," ela começou "essas pessoas são... Essas pessoas representam problemas, como você já deve estar farta de saber. Não quero você entre eles, querida. Em breve estaremos fora daqui, longe de tudo isso, onde você estará em segurança."

Franzi o cenho.

"Jura?" indaguei. "E pra onde vamos?"

Emily deu de ombros, servindo a si mesma de limonada e sentando-se na cadeira ao meu lado.

"Sei lá, qualquer lugar."

Eu a observei enquanto ela passava requeijão em sua torrada. Ficamos em silêncio durante alguns momentos e me peguei observando a casa à minha volta. O cheiro, as cores... Eu percebi que sentiria falta daquele lugar, onde eu encontrara uma pequena parte da minha família, onde eu descobrira tanto sobre mim mesma e aprendera a usar minha magia. De repente, olhei novamente para minha mãe, que comia em silêncio, perdida em pensamentos, e cuspi as palavras antes que pudesse sequer pensar:

"Mãe, eu quero minha joia."

A pergunta me pegou tanto de surpresa, quanto a ela. Sua torrada se partiu em seus dedos e sua expressão foi de pura confusão. Ela me encarou, e por um segundo achei que ela fosse se engasgar.

"Por que, querida?" ela gaguejou, sem ter mais o que perguntar.

"Ora," prossegui como se a resposta fosse óbvia. "Eu sou uma bruxa, não sou? Uma Venéfica. Durante esse tempo todo, precisei me virar como pude para aprender a usar meus poderes e sempre fiquei muito limitada por não ter a tal joia. Quero fazer isso direito."

"Kate, meu amor..."

"Eu quero ir para a França." Eu a interrompi antes que ela concluísse e sua expressão, de confusa e complacente, foi para o extremo assombro, a palidez drenando a cor de suas faces. "Eu li na Sarcinulis que existe um abrigo para bruxas lá. Jenna também não gostou da ideia, quando falei com ela esses dias. Sei que vocês não gostavam de lá, mas eu gostaria muito de ir."

Minha mãe respirou fundo, apoiou os cotovelos com força sobre a mesa, e afundou os dedos nos próprios cabelos, balançando a cabeça repetidas vezes.

"Mas Kate, por quê?"

"Eu..." mordi meu próprio lábio, consciente do que estava prestes a revelar. Desde que chegamos, eu não havia contado isso a ninguém. "Eu meio que falei com Luna enquanto estávamos em Xibalbá."

"O quê?" ela pareceu não acreditar.

"Eu sei que é loucura, eu também achei, mas ela falou comigo enquanto eu lia as escrituras e ela disse que eu tinha que encontrar meus semelhantes." Eu estava falando rápido e sem parar. "Eu fiquei empolgada com a ideia na hora, e depois simplesmente confusa e resolvi não pensar mais nisso. Mas agora, eu não consigo tirar isso da cabeça, eu realmente quero ir."

"Quer saber?" ela ergueu os braços com impaciência. "Tudo bem, pode ir! Vá! Mas se for, saiba que não poderá sair, nem fugir, ou qualquer coisa parecida, entendeu bem Katherine Savage?"

"Por que eu quereria isso?" perguntei, franzindo o cenho.

"Você vai descobrir."

Aquilo me perturbou um pouco, e o silêncio retornou, até que alguns minutos depois, Emily tornou a falar, quebrando o silêncio:

"E quando você pretende ir?"

"Ainda não sei. Talvez, no meu aniversário, um dia depois do baile."

Nós duas nos encaramos durante algum tempo e pelo seu olhar apreensivo, notei que ela ainda estava considerando, ou talvez apenas esperando que eu reconsiderasse aquele absurdo e mudasse de ideia, desistisse... Mas eu estava decidida.

"Feito." Ela suspirou.

***

Preciso de mais corretivo, pensei enquanto me encarava no espelho, aprontando-me para o baile. Minhas olheiras haviam se aprofundado, pareciam mais escurecidas a cada dia e aquilo me irritava. Passei mais uma boa camada do corretivo nas malditas, até me dar por satisfeita. Meu cabelo já estava pronto, uma trança espinha-de-peixe, que caía sobre o meu ombro, enfeitada com minúsculas presilhas de cristal. Admirei-me em meu vestido pela milésima vez e sorri, sabendo que eu, com certeza, teria a aprovação de Nathan. Alguém bateu à porta, afastando assim meus pensamentos.

"Kate?" era a voz de Nathan.

"Já estou indo!" respondi, apressando-me com os últimos toques da maquiagem. Dei uma última olhada em minha roupa e vi que só faltava o detalhe final. Corri até a cama e peguei a máscara branca que eu havia separado. Coloquei-a e admirei o resultado final.

Quando apareci no topo da escada, Nathan se virou, aos pés da mesma, para me olhar. Não pude deixar de sorrir ao contemplar a expressão abobalhada em seu rosto. Desci as escadas e tomei a mão que Nathan havia me estendido. Emma e Fleur já estavam arrumadas e me aguardavam na varanda. Estavam simplesmente lindas, suas máscaras a combinar com os respectivos vestidos.

"Eu serei o cara mais invejado de toda a festa." Nathan comentou por alto enquanto fazíamos nosso caminho até o carro. "Estou acompanhado das garotas mais gatas do Texas."

Nós rimos e não discordamos, era a mais pura verdade: estávamos deslumbrantes.

***

Ao chegarmos à quadra da escola, a festa já havia começado. Não era uma enorme produção, mas a decoração estava linda para um trabalho amador, feito por estudantes. O falatório animado se misturava à música que preenchia o local, tornando o clima alegre e o ambiente descontraído. Nathan mantinha sua mão em minhas costas, acompanhando-me para todo canto, como um bom par, e parecia muito feliz por estar ali comigo. Eu também estava. As meninas estavam uma de cada lado, e isso de fato atraiu muitos olhares invejosos, pois Nathaniel era o único rapaz entre nós. Mas como ele era meu par, as meninas me lançaram sorrisos e se dispersaram para aproveitarem a festa à sua maneira.

Eu e Nathan caminhamos em direção à multidão, para nos misturarmos à pista de dança. Ele pôs as duas mãos em minha cintura e eu, em resposta, envolvi meus dois braços em seu pescoço enquanto dançávamos. Estávamos bem próximos um do outro e eu senti o perfume da sua loção de barba, o que me deu uma enorme vontade de beijá-lo, bem ali na pista de dança, na frente de todos. Plantei um beijo em seu pescoço e eu pude sentir seus arrepios, o que me fez sorrir. Suas mãos me apertaram e puxaram para perto, mas antes que ele pudesse fazer qualquer outro movimento, seu celular tocou. Ele tentou ignorar, mas o toque foi insistente, então o soltei e o encorajei a atender. Merda. Ele se desculpou e se afastou para atender.

Pensei em esperar ali, mas pelo visto a ligação tomaria algum tempo, então resolvi ir beber alguma coisa, talvez um ponche batizado. Eu estava me servindo, quando de repente senti algo estranho. Um forte arrepio me subindo pela espinha, um frio na barriga. Meu coração acelerou, minhas bochechas e orelhas se aqueceram e minhas mãos começaram a tremer, fazendo com que eu soltasse o copo que segurava e o deixasse cair. Por muita sorte, não sujei o vestido. Pousei a mão em minha própria barriga e tentei respirar. Mas que merda estaria acontecendo?

O que será que tem de errado comigo? Será o brigadeiro que eu comi?

"Não tem nada de errado com o brigadeiro." Respondeu a voz que fez meu corpo inteiro congelar. Eu não conseguia respirar, não conseguia pensar. Senti-me enjoada e achei que fosse desmaiar.

Com muito esforço ergui o olhar e o contemplei. Jared estava cruelmente lindo, em um terno preto, aberto, revelando uma camisa social também preta, com os dois primeiros botões abertos, sua pele branca em um contraste intenso. Ele usava uma máscara reta, escura, que acendia o fogo em seus olhos verdes.

"Se eu soubesse que trajes de gala te deixassem sem fala, eu teria me vestido assim mais vezes. Você fica linda quando está assim, caladinha..." um sorriso venenoso formou-se em seus lábios e eu fiquei tonta.

Por um instante, senti que minhas pernas iam ceder, eu não conseguia acreditar no que estava vendo. Aquilo só podia ser uma ilusão, um dos truques da minha mente. Ele deu um passo em minha direção, mas não avançou mais que isso. Mesmo àquela distância, que parecia infinita entre a gente — mas que não passava de meio metro —, eu pude sentir o calor de seu corpo, de seu olhar sobre mim.

"A não ser quando você geme," prosseguiu ele. "Isso sim é música para os meus ouvidos. E quanto grita... Ah, só de pensar eu vou à loucura."

A presença dele confundia os meus sentidos, mas aquilo não bastou para apagar tudo o que ele fez da minha memória. Todas as reações atrativas que eu sentia, logo cresceram e se tornaram algo absurdamente forte, uma raiva descontrolada, um ódio intenso que ansiava por ser liberado. Eu não queria bater nele, esmurrá-lo, eu queria matá-lo.

"O que você quer aqui?" silvei para ele, minha voz oscilando em minha garganta, sendo consumida por toda minha fúria.

Ele estreitou os olhos pra mim, sem tirar o sorriso presunçoso do rosto. Por fim, simplesmente encolheu os ombros, num gesto extremamente descontraído, embora eu tivesse certeza de que ele sabia o que se passava dentro de mim.

"Uma dança, talvez." Respondeu ele, apenas.

Ele deu mais um passo e eu me mantive firme em meus pés, embora eu desejasse ter uma faca em minha mão naquele momento. Ele parou a poucos centímetros de mim, e estendeu a mão para mim. Olhei para sua mão estendida e em seguida olhei em seus olhos, deixando claro que eu não seria estúpida de aceitar aquele convite. Balancei a cabeça e passei por ele, dando um esbarrão.

"Katherine..." ele me chamou, sua voz em um tom grave, que de alguma forma conseguiu me fazer parar. Não me virei para encará-lo, não tive coragem. Senti seu corpo atrás de mim, tão perto que eu sentia sua respiração em minha nuca, arrepiando-me inteira. Seus dedos tocaram meu ombro nu e desceram suavemente pela extensão do meu braço. "Você sabe que se eu quisesse tê-la matado, você já estaria morta. Não sabe?"

Tentei continuar andando, mas sua mão se apertou firmemente em meu braço, segurando-me no lugar. Ele me virou de frente para ele, para me desafiar.

"Eu conheço você, Jared. Você jamais me mataria por matar." Eu disse com altivez. "Você gosta de jogar. Quer brincar comigo até quanto sua vontade mandar e só então, você pensa em acabar comigo. Fez isso por um bom tempo, mas não mais."

"Dança comigo." Ele insistiu, ignorando-me completamente.

"Você não ouviu nada do que eu falei? Chega, Jared. Saia daqui agora, me deixe em paz."

"Eu não posso. Não vou sair daqui enquanto não dançar com você."

De fato, eu conhecia Jared e sabia que ele não desistiria. O melhor seria cooperar, fazer o que ele pedia e ver o que ele pretendia com aquilo. Nathan estava por perto, assim como Emma e Fleur, ele não representava uma grande ameaça com eles por perto para me proteger. Pelo menos, eu esperava. Assenti uma única vez e ele espelhou o gesto, guiando-me até o meio da pista, onde eu estava antes com Nathaniel. Controlei minha respiração quando ele envolveu minha cintura com uma mão, mas não a manteve ali: desceu um pouco até minha lombar, pouquíssimo acima da minha bunda. Meu corpo respondia ao seu toque, tão familiar quando minha própria respiração. Aquilo me incomodou profundamente e ele parecia estar se divertindo com isso. Eu esperava que ele começasse a falar, mas ele ficou em silêncio, simplesmente curtindo o momento à minha custa. Quando a música acabou, simplesmente não podia suportar mais: desvencilhei-me dele e comecei a me afastar, sem saber para onde ia, para qualquer lugar longe dele.

Ele me seguia e eu sentia isso, então simplesmente fui para algum lugar onde eu não precisasse causar uma cena, nem machucar pessoas inocentes, caso a coisa realmente ficasse feia. E se dependesse de mim, ficaria.

Quando cheguei ao lado de fora da quadra, um vento frio me atingiu violentamente, provocando arrepios. Involuntariamente, abracei meu próprio corpo.

"Eu posso te esquentar, se você quiser." Disse Jared atrás de mim. "Ouvi dizer que eu sou quente."

Eu tentei ignorá-lo, mas meus nervos estavam à mil. Eu estava irritada, nervosa, e aquele babaca ainda resolveu aparecer só para me atormentar. Eu mereço! Novamente, senti que ele se aproximava. Senti sua mão em mim antes mesmo que ele viesse a me tocar. Quando ele me tocou, virei-me para ele com toda a raiva que mantive sob controle desde que o vi pela primeira vez dentro daquele salão e sem pensar duas vezes, minha mão voou em seu pescoço, pressionando-o contra a parede. Ele arfou, o ar preso de repente. Ainda assim, ele sorriu.

"Está mais selvagem..." apertei mais firme, cortando as palavras. Ele insistiu, mesmo sufocado: "Eu gosto."

"Cale a boca!" rosnei para ele e seu sorriso se alargou, mas ele finalmente se calou. Senti em minha mão que ele tentara engolir em seco, mas como não conseguiu, acabou tossindo. "Mas que porra você veio fazer aqui?"

"Vim te fazer uma visita..." afrouxei o meu aperto só o suficiente para que ele falasse. Ele não estava preso, de fato. Ele poderia muito bem ter se soltado, mas não o fez. "Não sentiu saudades?"

Suas palavras não fizeram outra coisa além de acender minha fúria. Antes mesmo de pensar no que estava fazendo, me peguei murmurando baixinho, conjurando o feitiço Omnia. Os olhos de Jared se arregalaram de surpresa por meio segundo e eu o senti, através da palma da minha mão, engolindo em seco. A mão que o segurava se iluminou com uma aura semelhante a uma chama arroxeada e eu senti o poder de Luna invadir o meu corpo. Jared não desviava seus olhos verdes dos meus em uma intensidade que ia de dor à incredulidade.

"Você esqueceu." Ele disse, a voz ligeiramente rouca, em um tom de desapontamento. Seu rosto se contorceu de dor quando meu poder aumentou alguns graus.

"Do que você está falando?" rosnei e ele soltou um arquejo.

Quando eu estava prestes a aumentar meu poder novamente, para fazê-lo falar, Jared finalmente resolveu fazer alguma coisa, como se de repente tudo estivesse claro em sua mente. Num movimento ligeiro — rápido de mais para que eu pudesse acompanhar, mesmo depois de tanto treinamento —, ele se desvencilhou da minha mão, afastando-me, mas sem me golpear. Seus olhos ainda me avaliavam, e pareciam escurecidos com amargura e um pouco de descrença. Dentro de mim, senti o coração dele bater.

Jared deu um passo na minha direção, mas parou imediatamente quando eu recuei. Cerrou os dentes e os punhos, sentindo-se frustrado, com raiva e eu não podia estar mais confusa.

"Você prometeu!" ele gritou para mim, apontando um dedo.

Sentindo-me terrivelmente nervosa e intimidada, deixei o poder de Luna se esvair do meu corpo.

"Mas de que porra você está falando?"

"A única coisa que eu te pedi, Katherine, foi..." ele não concluiu; fora interrompido por Nathaniel que chegara sem cerimônias e de maneira extremamente abrupta.

"O que esse idiota está fazendo aqui?" ele perguntou, colocando-se entre mim e Jared, protegendo-me. "Você está bem, Kate?"

Jared o encarava com uma fúria gelada, o que vez um arrepio me subir pela espinha. Eu sabia que aquilo ia dar em merda.

"Nathan, está tudo bem." Respondi com cautela, segurando-o pelo braço. Eu senti o olhar de Jared sobre mim, mas me recusei a encará-lo de volta, sentindo-me de repente muito incomodada.

Ignorando-me, Nathan avançou até estar cara a cara com Jared e eu senti um embrulho no estômago.

"Você pode ir embora por bem ou pode ir por mal." Nathan o ameaçou entredentes, os dois trocando olhares intensos e cheios de uma força que apenas esperava por ser liberada.

"Você pode calar a boca por bem, ou..." Jared fingiu ponderar por um instante. "Não, na verdade não pode. Vai calar a boca por mal." E sem qualquer aviso, acertou o rosto de Nathan com um soco que o colocou no chão.

Gritei o nome dele e corri em sua direção, mas antes que eu chegasse até ele, Jared me agarrou pela cintura. Eu me debati, mas ele me imobilizou de forma que eu olhasse no fundo dos seus olhos, segurando meu rosto no lugar com uma mão, e a outra me mantendo bem firme junto dele. Encarou-me de cima, com um olhar altivo e cheio de desprezo.

"Você, Katherine..." começou ele a dizer. "Devia aprender a levar suas promessas à sério."

Então me soltou, sem o mínimo de delicadeza. Deu as costas para mim e começou a se afastar, deixando-me para trás com minha respiração falha. Quebrou um enorme vaso de plantas no caminho, com um chute e desapareceu na escuridão do estacionamento.

Quando recuperei meu fôlego, voltei minha atenção para Nathan, me massageava o rosto com a mão e cuspiu sangue no chão de cascalhos.

"Você está bem?" perguntei, ajoelhando-me ao seu lado.

Ele me encarou com um olhar sarcástico, e aquilo me calou.

Resolvemos voltar para casa, já que eu havia perdido completamente a vontade de continuar naquela festa. Fizemos o percurso em silêncio, pois sempre que Nathan insistia em falar naquele assunto, mesmo que fosse apenas para praguejar pelo soco que levara, eu o mandava calar a boca e pedia para que não falasse mais sobre aquilo. Eu estava esgotada, nervosa e muito confusa para querer pensar naquilo tão cedo. Infelizmente, apesar disso, eu simplesmente não consegui deixar de pensar em Jared durante toda a noite. Pensei no calor de seu corpo quando me segurou, que me afetou mesmo através de toda a raiva que eu sentia, como um ímã que me atraía para ele. Pensei também em suas palavras, que durante toda a noite me assombraram: "Você, Katherine, devia aprender a levar suas promessas a sério."

Você esqueceu... Ouvi, novamente, em minha mente.


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Notas finais do capítulo

Omg, quanto drama. Quem aí também estava com saudades desse branquelo delícia? Ai, meu neném, todo mundo te odeia. Então, galera. Espero que tenham curtido, se não quiserem dar sinal de vida (só de raiva, por causa da minha demora), eu entendo. Mas... Se tiver dó de mim e da Musa, que não tem culpa de nada, deixem um olá. O capítulo Bônus está sendo preparado, de acordo com as votações de vocês, que será divulgada nos capítulos posteriores. Talvez não exatamente no próximo, mas terá aviso prévio. Um beijared a todos e até o próximo ;*