Híbrido escrita por Musa, Moon and Stars


Capítulo 61
Fear and Fire


Notas iniciais do capítulo

Gentee, em meu nome (Monique) e em nome da Musa, peço desculpas pela demora. Digamos que a inspiração não tenha batido à porta da nossa diva autora, então a parada caiu em cima de mim. rs Bom, é isso. esse capítulo foi escrito por mim, então não me batam. Eu só fiz o que a Musa pediu u_u Está aí. Um capítulo pós-coito fresquinho pra vocês (:



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Abri os olhos com dificuldade e pisquei várias vezes tentando me localizar. Ainda estava escuro, então demorei um pouco para colocar as ideias no lugar. Senti algo se mexer em baixo de mim, algo quente. Meus dedos exploraram uma pele macia e rígida que eu logo reconheci como sendo o peito de Jared. Tentei me levantar com cuidado, mas meu corpo não parecia responder aos meus comandos como deveria. Eu estava me sentindo tonta, pesada e muito dolorida. Em todos os lugares.

Franzi o cenho e aos poucos comecei a me lembrar. Sorri. Oh, Luna. Será que eu realmente havia dormido com Jared? Por alguma razão, o arrepio em meus braços dizia que sim. As lembranças começaram a vir num turbilhão de imagens e sensações intensas. Meu coração acelerou com a memória. Passei a mão no cabelo e reparei em algo que não estava ali antes. Havia três marcas paralelas e roxas ao redor do meu pulso. Marcas de dedos. Continuei a percorrer meus braços e depois todo o meu corpo e vi que aquelas marcas estavam por todo o lugar. Marcas de dedos, mordidas e arranhões.

Engoli em seco e olhei para Jared que ainda dormia. Um calafrio me percorreu pela espinha. Olhei pela janela e vi que já estava amanhecendo, a luz do sol surgindo aos poucos. Também reparei que as copas das árvores se debatiam violentamente, mas não chovia mais. Quando olhei para Jared outra vez, me assustei, pois ele me observava com vidrados olhos verdes.

"Bom dia." Suspirei. Ele se sentou ficando de frente para mim. Meus olhos percorreram por seu corpo e só então me caiu a ficha de que Jared também estava nu. Desviei meus olhos rapidamente até que encontrei os seus. Ele sorria, entretido e orgulhoso.

"A gente precisa ir." Ele disse. Assenti.

Ficamos nos olhando por mais algum tempo e eu vi que havia sangue seco em seu nariz e também em seu pescoço e na altura da clavícula. Sem perceber, estiquei minha mão para tocá-lo, mas ele segurou meu pulso com firmeza, seus dedos se encaixando perfeitamente nas marcas que ele havia me deixado e eu o encarei. Lentamente ele soltou meu braço, abriu a porta do carro e saiu com sua calça jeans. Um vento frio me causou arrepios e eu desejei estar deitada sobre Jared outra vez.

Vestindo apenas sua calça, ele olhou para trás e tirou algo de seu bolso, jogando para mim. Era minha calcinha, rasgada. Bufei, joguei em qualquer canto do carro e comecei a procurar por meu vestido. Não o encontrei, mas achei algo melhor. A camisa de Jared. Sem pensar duas vezes, vesti-a. Se eu ia ficar sem calcinha, ele ia ficar sem camisa.

"Aqui está sem sinal e eu acho que está vindo uma tempestade por aí." Disse Jared pondo o rosto dentro do carro.

"De novo?" perguntei. Ele viu que eu estava com sua camisa, franziu o cenho por um momento, mas não disse nada.

"Não, é diferente." Balançou a cabeça. "A gente precisa ir logo. Temos que chamar um reboque ou achar um telefone que funcione. Venha." Ele bateu a porta do carro e começou a caminhar. Saí do carro, mas não o segui.

"Jared!" chamei. Ele parou e olhou pra trás. "Eu não posso ir assim!" apontei para mim mesma que além de cheia de hematomas carimbados na minha pele, eu não estava usando nada além de uma camisa masculina. Tudo o que ele fez foi me olhar de cima à baixo e esboçar um sorriso torto. Cachorro!

Apressei os passos até alcança-lo, eu estava tremendo de frio. Como ele estava aguentando? Ele caminhava despreocupadamente e não olhou para mim uma vez sequer. Ficamos andando por pelo menos quarenta minutos e por fim chegamos a uma estrada. Olhamos de um lado para o outro, mas não havia nenhum carro passando. Ao longe uma pick-up vermelha se aproximava. Jared olhou pra mim e apontou para algumas árvores.

"Fique ali." Ele disse em tom autoritário.

"O que? Por quê?" perguntei, confusa.

"Não quero que a vejam assim." Ele disse e acenou com a cabeça para que eu fosse para onde ele estava mandando. Não gostei.

"Então por que me trouxe com você?" perguntei irritada.

"Você acha mesmo que eu ia deixar você sozinha com meu carro?" perguntou ele como se fosse óbvio. "Anda, vai pra lá!"

Fiz uma careta para ele, mas fiz o que ele mandou. Eu também não gostava da ideia de ser vista daquele jeito. Escondi-me e esperei. Mesmo entra as árvores, o vento estava muito forte e por instinto apoiei as mãos em um tronco, como se eu esperasse ser carregada pela ventania barulhenta. A pick-up havia encostado e Jared estava falando com quem quer que estivesse no volante. Ele gesticulava e apontava para algumas direções e não sei se foi impressão minha, mas eu acho que o vi sorrir. Em poucos minutos ele estava com um celular na mão. Ele tagarelou ao telefone, entregou-o de volta ao motorista – ou à motorista – e acenou enquanto a pick-up se afastava.

Caminhou para onde eu estava. Seu cabelo branco esvoaçando e parou encostando-se a um tronco de braços cruzados.

"Não vamos pegar carona?" perguntei enquanto observava a pick-up ir embora.

"Não." Ele disse brevemente.

"Mas..." balbuciei. "O que vamos fazer? Ficar aqui sentados?"

"Hm..." ele bateu com um dedo nos lábios, pensando. "Até que não é uma má ideia. Embora eu prefira fazer outras coisas. Um replay de ontem à noite, quem sabe?" sorriu cafajeste.

"Jared, é sério!" o repreendi. Sem conseguir evitar, algumas cenas de nossa noite me vieram à mente, mas as afastei rapidamente. Ele revirou os olhos com impaciência.

"Eu liguei para Isaac e passei pra ele nossas coordenadas. Ele está a caminho." Disse. Senti meu corpo relaxar.

"Vamos voltar para o carro." Ele disse olhando-me de esguelha e voltou a caminhar, fazendo nosso caminho de volta.

Ficamos cerca de duas horas esperando Isaac. Ligamos o rádio, mas não conseguimos ouvir uma só música inteira por causa da interferência que o vento estava causando. Eu já estava ficando irritada. Jared ficou se distraindo tentando descobrir qual era o problema do carro e eu tentei dormir. É claro, não consegui. Toda vez que eu fechava os olhos, me pegava pensando em tudo o que aconteceu na noite passada. Eu estava me sentindo exausta, acabada, mas de alguma forma satisfeita. Olhei para Jared lá fora, lutando contra o estresse e a impaciência. Ele era o mesmo de sempre, nada havia mudado. A questão é que EU me sentia diferente. O que eu não sabia, é se isso seria uma coisa boa ou não.

Após alguns minutos, vi uma nuvem de poeira na longa estrada de terra. Atrás da densa poeira, um Saab prata. Eu não havia saído do carro até então por causa do frio, mas assim que avistei Isaac, corri até ele. Pensei em abraça-lo, mas parei a meio caminho, lembrando que apesar da camisa de Jared, eu estava nua. Enrubesci de repente. Ele olhou para mim com um sorriso e um olhar desconfiado. Abriu a boca para dizer algo, mas Jared se aproximou e o interrompeu:

"Nem pergunte." Disse ele e foi direto para o Saab.

Isaac olhou para mim e eu apenas dei de ombros. Ele riu e abriu a porta de trás do carro para mim. Agradeci e entrei. Olhei para o lado e vi que Jared estava ali. Achei que ele iria ficar no banco da frente, mas quando olhei melhor, vi que o banco do passageiro estava ocupado por uma pilha de três caixas de papelão lacradas. Acomodei-me e Isaac deu a partida, finalmente tirando-nos daquele lugar.

"Então, Jared. O que aconteceu?" perguntou Isaac em tom de conversa.

"Não sei o que há de errado com o Land Rover." Ele disse encarando as árvores lá fora.

"Hm, eu chamei um reboque. Não devem demorar muito para tirar o carro de lá." Declarou. "E quanto a você, Kate? Como está se sentindo?"

"Ah..." eu não sabia o que responder. Ele com certeza havia reparado no meu estado físico, mas eu realmente não tinha palavras pra aquilo. "Bem."Eu disse.

Corei novamente e pelo espelho retrovisor vi que ele estava sorrindo, bem humorado.

"Jared disse que tem uma tempestade se aproximando." Desconversei. Jared olhou para mim quando eu disse seu nome, depois voltou sua atenção para a paisagem lá fora.

"Na verdade, é um tornado." disse Isaac.

"Um tornado?" perguntei alarmada. Novamente pelo retrovisor, vi Isaac assentir.

"Vou levar vocês para a casa da Kate. Lá tem um abrigo." Ele disse.

"Eu quero voltar para o flat." Jared falou de repente.

"Na verdade, eu também." Eu disse. "Acho que não deixamos nenhuma roupa na casa da minha mãe. Nem suprimentos."

"Vocês não parecem muito preocupados com roupas.” Disse Isaac. Seu comentário me fez encolher de vergonha. Jared sorriu de canto e Isaac pigarreou. “Desculpe, eu não resisti. Não é seguro para vocês no flat e nós podemos comprar algumas coisas no caminho."

"Eu quero Fruit-Loops." Jared disse. Revirei os olhos e fiquei em silêncio.

Isaac nos levou direto para a casa da minha mãe. Não íamos lá há semanas. Ele disse para ajeitarmos algumas coisas no porão, que serviria de abrigo, enquanto ele ia até o centro comprar nossos suprimentos.

"Isaac!" Jared o chamou antes que ele saísse com o carro. "Trás algumas camisinhas. Hoje a noite vai ser longa..."

Ouvi Isaac rir, mas eu não sabia se eu devia achar graça. Ignorei a gracinha de Jared e fui direto para o porão. Desci as escadas e ascendi as luzes. Ao chegar lá, vi que aquele lugar realmente era um abrigo. Era quase uma quitinete. Havia um quarto, uma sala, um banheiro e uma cozinha. Tudo em proporção com a casa. O lugar estava sujo e empoeirado.

Jared desceu não muito depois de mim e se jogou no sofá de estofado preto, pondo os pés para cima e ficou ali, encarando o teto.

"Não vai me ajudar?" perguntei.

"Não." Respondeu sem olhar para mim.

"Imbecil." Murmurei e continuei limpando.

Fiz o melhor que eu pude em pouco tempo e me sentei ao lado de Jared. Ele ocupou o lugar quase inteiro, então tive que empurrar suas pernas para fora do sofá. Deixei meu corpo relaxar por um momento. Virei a cabeça para o lado e olhei para Jared. Ele mantinha os olhos fechados, a respiração lenta, mas eu sabia que não estava dormindo.

Aproveitei a oportunidade para observá-lo. Seu cabelo estava bagunçado, provavelmente pelo vento forte que enfrentamos. Observei a linha do seu nariz, as curvas dos lábios entreabertos e comecei a pensar naquela boca me beijando. Beijando-me inteira. Uma sensação estranha começou a me percorrer enquanto eu me perdia nas memórias.

"Pare de me encarar, Katherine." Ele disse ainda de olhos fechados, tirando-me do meu transe. "Agora que você abriu as pernas pra mim, não precisa mais enrolar, é só vir."

"Está falando sério?" perguntei indignada. Ele olhou para mim com a expressão firme e assentiu.

"Mais sério do que nunca." Disse.

"Você vai continuar com essa palhaçada de me chamar de puta, Jared?"

"Claro." Deu de ombros. "Por que não? É o que você é. Agora oficialmente graças a mim. Já pode ter um emprego." Sorriu e tornou a fechar os olhos.

Num ataque em defesa à minha dignidade, dei-lhe um soco no estômago. Ele arfou e tossiu e me encarou com raiva.

"Eu não sou uma prostituta, Jared." Rosnei para ele. "Por que ainda está agindo assim comigo? Tudo o que eu fiz foi me entregar pra você. Não está satisfeito?"

"É claro que eu estou satisfeito, sua idiota." Ele riu debochadamente. “Ou você acha que eu ia mudar com você depois de ontem?”

Fiquei em silêncio, então ele prosseguiu:

"Ah... Então você esperava que eu mudasse com você." Ele riu mais alto ainda, o que inflamou a irritação que eu estava sentindo. Eu estava me esforçando muito para me controlar. "O que mais você queria? Que eu te pedisse em namoro?"

Ele se levantou e ficou de frente pra mim. Olhei para cima, para o seu rosto. Estava sorrindo.

"Não seja estúpida, Katherine. Esse sou eu." Tocou o próprio peito, enfatizando suas palavras. Uma de suas mãos foi até o botão da calça e parou ali. "Você escolheu fazer o que fez. Agora seja uma boa garota e paga uma pra mim, vai."

Olhei para ele tentando esconder minha fúria. Segui o conselho do próprio Jared e não agi por impulso. Pus-me de pé e esbocei um sorriso malicioso que pareceu agradá-lo. Abri seu zíper e coloquei a mão em sua calça enquanto sua boca avançava em meu pescoço. Massageei-o e sem dó cravei minhas unhas em seus testículos enquanto ele soltava um urro de dor. Curvou-se sobre mim, mas não o soltei. Ele mordeu meu ombro e eu gritei, soltando-o por fim. Recuei alguns passos quando me afastei de seus dentes. Dei-lhe um chute, mirando o mini Jared. E pensar que ele me havia feito tão feliz na noite passada.

"Vadia!" gritou ele ajoelhado no chão. Fui para cima, pegando uma cadeira que estava próxima e joguei sobre ele.

Ele agarrou os pés da cadeira e a puxou fazendo com que eu caísse brutalmente em cima dele. Sentei-me sobre ele, que me segurou firmemente pela cintura. Soquei-lhe o rosto com as mãos livres e ele grunhiu dando-me um soco na barriga e fiquei sem ar. Jogou-me para o lado e se pôs sobre mim. Abriu minhas pernas, pondo-se entre elas.

Rapidamente nos conectei em mente, enviando-lhe lembranças, atacando seu ponto fraco. Misturei as memórias do passado com alguns momentos de ontem à noite, quando seu nariz havia sangrado. Não demorou muito para que ele caísse sobre mim, contorcendo-se em dor. Seu sangue logo umedeceu minha blusa, mas não parei, até que senti uma sensação estranha de calor. Um calor sufocante e abafado. Seu corpo estava fervendo em contato com a minha pele, uma febre abrasadora.

Com desespero, tirei-o de cima de mim, querendo gritar. Eu estava assustada. Tentei fugir, mas ele me segurou pelo punho com sua mão em chamas. Gritei. Gritei mais alto do que eu jamais pensei que fosse capaz. Por mais medo que eu tivesse sentido na minha vida, nada se comparava ao que senti naquele momento. Não havia só medo e fogo correndo em minhas veias. Havia também a certeza de que eu iria morrer nas mãos de Jared.


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Notas finais do capítulo

UUII, ta ficando quente aqui, né? É ISSO AÍ, GALERA. Queremos Reviews! Reviews tão gostosos quanto Jaredemônio ;9 Um Beijared a todos e até o próximo capítulo.