Híbrido escrita por Musa, Moon and Stars


Capítulo 55
Pain, Blood and Memories


Notas iniciais do capítulo

Agradecendo desde já aos que seguiram lá no tumblr. Ainda está recente, mas espero ver atividades e movimentação de vocês, leitores. Agora falando desse capítulo aqui. GENTE, nem preciso dizer que eu ADOREI esse capítulo. Cara, sério, eu to me recuperando até agora. Ai, Deus. Então. Leiam, amem e sofram. ~Monique



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Isaac havia nos levado para casa, e durante todo o percurso Jared ficou me encarando.

Fiquei um bom tempo na banheira, procurando relaxar e esquecer aquela noite. Quando saí, todas as luzes já estavam apagadas, passei pelo quarto de Jared que já estava dormido, como sempre, jogado de barriga para baixo, a bochecha grudada no travesseiro e os lábios entreabertos. Seus cabelos caiam em seus olhos, meus dedos coçaram, então me aproximei dele, e os tirei, dando-lhe um inesperado beijo na testa.

Fui para meu quarto e tentei dormir, mas eu só conseguia enxergar Ray, morto em meu colo, olhando-me nos olhos, com surpresa e mágoa. O sol estava recém nascido e brilhando lindamente, levantei-me com dor nas têmporas e fui ao banheiro para lavar o rosto. Ouvi uns grunhidos vindos do quarto de Jared e fui ver o que estava acontecendo. Ele estava com a barriga para cima, o cenho franzido e os dentes trincados, realçando sua mandíbula. Gotas pesadas escorriam de seu rosto, e outras brotavam por seu peitoral.

O sacudi para que acordasse, despertou ofegante e com o olhar confuso. Tentei acariciar seu rosto para acalmá-lo, mas ele afastou minha mão.

"Ei, o que houve?" perguntei.

Ele abaixou a cabeça e tentou controlar a respiração. Levantou-se me pondo de lado e correu para o banheiro, trancando-se lá. O vapor que saia pela brecha na porta, dominava o corredor com um nevoeiro. Toquei a porta, estava quente, e quase queimei minha mão quando toquei a maçaneta. Aquela sensação de estar sendo sufocada, de estar presa em um lugar abafado havia voltado. Afastei-me da porta e havia melhorado.

Preparei meu café da manhã, e servi fruit loops em um pote para Jared, ele gostava, e fazer aquilo parecia que eu estava servindo um cachorro. Bom, de certa forma eu estava. Ele se sentou na cadeira da bancada, os cabelos molhados jogados para trás, sem camisa, apenas vestindo um jeans claro, o que era quase um milagre. Puxou o pote para si, sem me olhar nos olhos.

"Bom dia Katherine." murmurei revirando os olhos. Olhou-me sob os cílios, e voltou a comer. "Pesadelos?" perguntei.

Pegou o pote, bebendo ali diretamente o leite final, uma gota escorrera por todo seu corpo, parecia que a pele de Jared estava derretendo.

"Por que não fica na sua e me deixa em paz?" perguntou mal humorado.

"Iiih, com o que você sonhou?" insisti, e ele me lançou um olhar de raiva.

Levantou-se e foi até o sofá, onde se jogou, fui até ele.

"Vai, pode conversar comigo. Conta pra mim."

"Kate, para!" rosnou pra mim e foi para o quarto. Fiquei atônita com aquele comportamento, mas corri atrás dele, entrando antes que fechasse a porta. Ele estava sentado na cama, encarando a janela.

"Não vai desistir né?" perguntou secamente.

"Não." falei enquanto engatinhava na cama para chegar ao outro lado. Deitei-me ao seu lado, olhou-me por cima e suspirou.

"Quando eu era criança," disse "conheci uma garotinha, um pouco mais nova do que eu." seu olhar estava distante e um pouco atordoado.

Minha garganta havia secado .Oh Luna, ele se lembrava, lembrava de mim!

"Foi a pior época da minha vida." falou, e meus olhos arderam, pois não havia deboche nem em seus olhos, e nem em seu tom de voz. Ele estava sendo sincero e estava dizendo que eu havia sido a pior época de sua vida. "Ela era chata, falava muito e sem parar, lembro-me de às vezes querer tapar a boca dela, ou mandá-la se calar, mas era a única criança que se aproximava de mim. No início, eu a detestei, mas algo nela me fez mudar esse sentimento." grunhiu e contorceu-se um pouco. "Não me lembro de seu rosto ou olhos, mas lembro do que sentia quando estava perto dela, lembro-me das emoções que me transmitia. Era esperança e afeto. Lembro-me da sensação... Arg!” contorceu-se mais e tentava controlar a respiração "da emoção, da alegria dela de quando estava comigo, e de repente eu não a odiava, eu a...” seu rosto formou uma careta de dor. “Amava"

Fiquei em silêncio observando-a com preocupação e total descrença. Eu mal conseguia realizar tudo aquilo que eu estava ouvindo e não sabia o que pensar. Até que ele prosseguiu:

"Mas eu não podia gostar dela. Harahel me disse: amor ou força. Eu não podia ter os dois ao mesmo tempo. Antes que eu precisasse escolher ela foi embora, então tudo se tornou tão mais fácil, mas também doloroso. A saudade literalmente me matava, pensar nela me enfraquecia, então a matei em minha mente, a enterrei nas minhas mais profundas memórias. Demorou, mas aprendi. Eu consegui tirar ela da minha cabeça.”

De repente ele gritou assustando-me. Ele estava se contorcendo de dor. Dor de verdade. Dor física. Eu nunca vi Jared reagir a nada daquela maneira, mesmo em suas sessões com Astaroth. Fiquei seriamente preocupada, mas eu não sabia o que fazer! Começara a escorrer sangue de seu nariz, ele fechou os olhos como se a dor fosse insuportável.

"São essas lembranças que me atormentam toda noite." Ele lutou para fazer as palavras saírem de sua boca trêmula. Em alguns momentos ele cerrava os olhos assim como enrijecia o resto do corpo e tentava respirar.

“Jared...” comecei a falar, mas eu não tinha palavras. O avaliei assustada enquanto ele tentava se recuperar. Aos poucos eu vi seu corpo já suado começar a relaxar. Sua respiração estava voltando ao normal, embora ainda estivesse intensa. Ainda escorria sangue de seu nariz, então tive uma ideia. Corri até o meu quarto, pegando dois absorventes internos, e quando voltei, os coloquei no nariz de Jared. O encarei por um tempo, ele me olhava sério e confuso. Depois de alguns segundos, minha preocupação pareceu evaporar e não aguentei. Cai na gargalhada.

Seu olhar desorientado mudou para um olhar bravo, como se quisesse me intimidar, mas só me fez rir mais.

"Se divertindo ás minhas custas Katherine?" perguntou irritado.

Eu ri mais alto ainda, meus olhos lacrimejavam. Ele arrancou os tampões com raiva.

"Jared! Seu nariz vai ficar sangrando?"

"Foda-se." deitou-se na cama com o nariz ainda despejando sangue que passava por seus lábios fazendo uma goteira em seu queixo.

Fui ao banheiro e umedeci uma toalha. O nariz de Jared sangrava muito. Arrastei-me pela cama, sentando em seu colo, as pernas sob meus joelhos nas laterais de seu quadril. Ele ficou sob os próprios cotovelos encarando-me receoso com o cenho franzido. Peguei a toalha para começar a limpá-lo, mas jogou a cabeça para trás.

"O que está tentando fazer?" perguntou virando o rosto.

"Eu estou te ajudando. Deixa-me limpar isso, está sangrando muito" tentei outra vez, mas virou o rosto. Bufei. "Porque está sangrando?"

"Por que essas lembranças fazem isso comigo." havia raiva em seus olhos.

"Mas já não devia ter se curado?" tentei limpá-lo de novo, mas Jared parecia uma criança que não queria comer legumes.

"Devia, mas não estou. A vida é assim. Agora pare com isso!" lutou.

Segurei-o pelo rosto com uma mão encarando-o furtivamente nos olhos, como se isso fosse fazê-lo ficar quieto.

"Jared,” falei com doçura. “Relaxa..."

Olhou-me desconfiado, como uma criança que está sendo induzido a acreditar que giló é bom. Levei o lenço calmamente até seu nariz e desta vez ele não se moveu. O limpei com cuidado sob sua direta observação. Ele me encarava. De repente percebi que suas mãos estavam em minhas coxas, as quais ele apertava sob seus dedos. Percebi também que estavam um tanto trêmulas e inseguras, assim como seu olhar vidrado em mim. Olhei-o nos olhos, mas voltei minha concentração para o que eu estava fazendo.

Depois de um tempo, não sei dizer quanto, terminei e levantei cuidadosamente seu queixo, observando-o e avaliando com satisfação meu trabalho. Fitei seus olhos verdes, atordoados, desconfiados e atentos, mas meus olhos rolaram até seus lábios. Inclinei-me e chupei seu lábio inferior e superior afastando-me apenas para olhá-lo nos olhos. Puxei o lábrio inferior com os dentes e ele gemeu sob minha boca. Suas mãos, ainda trêmulas, me apartaram mais e desta vez, o gemido foi meu.

O olhei nos olhos, e dei-lhe um selinho, ainda estava com os olhos abertos, dei-lhe um breve beijo de língua, e ele espremeu os olhos. O beijei com volúpia, deslizando minha mão até sua nuca, onde puxei seus cabelos, e ele arfou, sorri satisfeita comigo mesma, mas Jared mordeu meu lábio, machucando-me.

"Ei." protestei.

Olhou-me com o cenho ainda franzido por um tempo, e num segundo, sentou-se me agarrando pela parte de trás da minha cabeça, puxando meu cabelo e sua língua se misturou à minha. Beijou-me com uma vontade que nunca havia sentido antes, mas havia mais que isso, havia uma confissão naquele beijo. Um segredo.

Tirou rapidamente a minha blusa. Se em algum momento chegamos a separar nossas bocas, não fui capaz de perceber. Estávamos vorazes e posso dizer que éramos nós dois. Senti a batida do meu coração em meus ouvidos, e as de Jared conta meus seios. Deitou-me ficando em cima de mim. Suas mãos deslizavam firmemente fazendo o contorno de todo meu corpo. Seus beijos desceram por meu pescoço, mordidas e beijos molhados. Agarrei seu cabelo aproveitando a boa sensação de ter seu corpo roçando junto ao meu.

Voltou a me beijar enquanto suas mãos se ocupavam habilmente em tirar meu short. Virei-me, ficando em seu colo de novo. Minhas unhas cravadas em suas costas, arranhando-o para machucá-lo e aliviar a tensão que havia em mim. Sentou-se novamente e desceu os beijos por meu pescoço. Fiquei ajoelhada na cama, enquanto sentia seu rosto roçar em meus seios, tentou tirar meu sutiã, mas o detive. Ainda sim, chupou a superfície da minha pele, e voltou a me beijar.

Deitou-me de novo, e seus dedos foram como ganchos nas laterais da minha calcinha. Oh, Luna! Gemi enquanto minhas costas se arqueavam de prazer. Ouvi algo tocando, mas Jared continuava a me despir como se não escutasse.

Era meu celular, tentei afastá-lo, mas ele se manteve. Parei o beijo.

"Jared, meu celular está tocando." falei ofegante, com a voz arrastada e falha.

"Agora não." Voltou a me beijar e por um instante deixei. Então eu o parei.

"Não, pode ser minha mãe. Por favor." Pedi sem ter certeza de eu queria mesmo parar. Se ele não parasse, talvez eu me deixasse levar.

Mas ele parou. Encarou-me e se jogou para o lado bufando e murmurando alguns palavrões. Respirei fundo para me recompor e corri até meu quarto. Olhei a tela do celular e vi que não era minha mãe, era Emma.

"Alô." Atendi com a voz rouca. Tomei fôlego.

"Kate? Eu conheço essa voz... Ai, Deus. Atrapalhei alguma coisa?" perguntou. Eu ri.

"Talvez." Sorri para mim mesma e olhei para trás como se fosse ver Jared ali, mas ele ainda estava no quarto dele.

"Desculpa! Mas foi por uma boa causa." Falou e pude imaginar seu sorriso.

"O que? Diga."

"Venha me buscar aqui no aeroporto. Estou aqui em Dallas."


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Notas finais do capítulo

E ai, gente? Valeu a pena a interrupção da Emma? É, eu também acho que não. Mas o que vocês acham que vai vir a seguir? E o que acham desse comportamento estranho do Jared? Opiniões, teorias, sugestões, palavrões! REVIEWS! Beijared ;*



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