Pov. Ethan

Assim que vi a garota caindo levantei voo, mas por alguma razão, Colin foi mais rápido.

– Exponentia supernatet!

Em segundos a garota flutuava a centímetros do chão, ilesa.

A garota abriu lentamente os olhos, que se revelaram negros. Ela abriu um pequeno sorriso e Colin se aproximou.

– Hey, qual é o seu nome? –disse o filho de Hécate, com um sorriso, enquanto ajudava a garota a se levantar

– Sou Giovanna, Giovanna Backes, e você?

– Colin Stoun.

– Com conseguiu fazer aquilo!? Achei que eu fosse morrer!

– Não foi nada, só um feitiço simples de flutuação. – Colin deu de ombros, só então percebi que ainda estava voando.

– Você não acha melhor deixar se amigo descer? – Giovanna deu um risinho e todas as garotas acompanharam, pousei.

– Não, sou filho de Zeus, tenho o dom natural de voar. – eu disse

– Legal, também sou filha dos três grandes, para ser exata, Hades. – a filha dos deus dos mortos sorriu

– Ah! Que droga, não me apresentei! Sou Ethan Lorean. – apertei sua mão e ela virou o olhar para as garotas

– Quais são seus nomes?

– Sou Felícia, estas são Charlotte, Milene, Corallyn, Mary, Rachel, Alana e... – a filha de Tique falava os nomes enquanto apontava para as garotas

– Samantha. – disse a filha de Quione, ríspida.

Nunca fui com a cara daquela garota, sabe, eu odeio neve, se não fosse por ela minha irmã ainda estaria viva.

– Legal conhecer vocês. Vocês conhecem a Narcysa? – pude ver Mary ficando vermelha de raiva

– Sim a conhecemos.

– Legal! Sabem onde ela está? – neste segundo Narcysa pousou ao meu lado e apoiou o cotovelo no meu ombro – Cys!

–Como vai Gi? – Narcysa caminhou até Giovanna e abraçou

– Ótima, demorou hein?

– Desculpa, tive uns problemas no caminho.

– Peraí, para tudo! – Alana gritou – Vocês se conhecem?

– Ahã, éramos amigas há muito tempo, mas quando me mudei para Washington, aos nove anos, nunca mais tive notícias. – a filha de Hades deu de ombros

– Quantos anos vocês tem? – Milena perguntou

– Quatorze.

– Legal! – ótimo, agora minha irmã tem outra garota para ajudar a me encher

– Desculpe, mas temos que seguir viajem! Giovanna, se quiser nos acompanhar pode ficar com o cavalo que sobrou. – disse Corallyn, secamente – Vamos nos separar em grupos de três, assim atrairemos menos a atenção dos monstros, Giovanna e Narcysa, vocês vem comigo.

Todos montaram nos cavalos, o meu tinha olhos azuis e parecia prestes a me derrubar o tempo inteiro, só era melhor do que o do Harry, que não parava de empinar e tentar derrubar o garoto.

Então eu vi, Milene ria da situação, mas tinha algo mais, parecia que ela estava, se divertindo? Não, era outra coisa...

– Ethan, a Corallyn disse que vamos ser o segundo grupo, assim que ela levantar voo devemos começar a contar dez minutos, ok? – Miguel pousou ao meu lado, afastando meus pensamentos (N/Felícia: Olha o plágio aí!)(N/Narradora: Desculpa gente, não encontrei nenhuma outra palavra para expressar o que eu queria :P). As garotas prenderam um tipo de bolsa nas costas do cavalos e colocaram seus animais de estimação, a coruja de Colin ia voando mesmo.

********************Uma hora depois ***************

Pov. Miguel

Percebi de cara que tinha algo de errado com o Ethan. O cara ficou calado a viajem inteira com cara de azulejo (N/Narradora: Eu sei, ninguém mais fala “cara de azulejo”, só eu mesmo...). Como combinado, havíamos saído dez minutos depois da Corallyn e estávamos a mais de quinhentos metros do chão, eu voando e Ethan naquele cavalo de Nyx.

– Cara, você tá bem? – perguntei ao filho de Zeus

– Se quer saber, não. Você viu a Milene antes de sairmos?

– Vi, ela tava rindo da cara do Harry, algum problema? – é claro que tinha algum problema

– Você acha que ela gosta dele?

– De quem? Do Harry? Ah deixa disso Ethan! Ela pode ser sua irmã, mas não acho que você seja OBRIGADO a se meter na vida dela desse jeito, e ainda, vocês só se conhecem há uns dois dias, e o Harry já é seu amigo há anos! – comecei a voar de costas e olhei para Ethan, ele parecia absorto em pensamentos.

– Sei lá cara, acho que você tá até certo, mas ela é minha irmã sabe...

– Correção: meia-irmã por parte de pai

– Certo, meia-irmã por parte de pai, para mim isso não faz diferença.

– Mas para mim faz, olha, se eu prestasse tanta atenção no parentesco que eu tenho com as pessoas chamaria a Corallyn de tia!

– Tia?

– Ahãm, meu pai é filho da mãe dela, Nyx.

O resto da viajem foi tediante, de vez quando eu podia ver alguns pássaros voando a centímetros de nós, no máximo, o resto, nem sinal de vida.

– Tem certeza que estamos no caminho certo? – Ethan perguntou, o cavalo, já cansado de galopar, já andava fazia algum tempo.

– Sei lá, não sou uma bússola.

– UHHUUUUUU!!! – do nada Alana passou galopando pela gente, detalhe, estávamos em pleno ar.

– Mas o que? – perguntei, assim que Milene passou galopando atrás da amiga

– Tchau Ethan!

– Esperem por mim! – essa foi Charlotte

– Como os cavalos delas conseguem correr!? – Felícia passou voando (no sentido figurado, ok?) em seu cavalo com olhos verde-esmeralda.

– Salvem-se quem puder! – Rachel parecia que ia ter um ataque, ela dividia um cavalo com olhos rosa com Mary e Samantha

Daí eu olhei para trás, pelo menos seis grifos estavam nos perseguindo. Aumentei a velocidade, os cavalos de Samantha (de olhos azuis gélidos) e de Mary (olhos roxos) tentavam correr dos grifos, mas os monstros eram rápidos. Logo Ethan passou ao meu lado, usando os ventos para voar, pelo jeito seu cavalo cansara. Aí eu pensei, cadê o resto do pessoal? Uma bola de fogo azul passou zunindo pela minha orelha, em resposta. Colin devia estar usando algum feitiço de ocultamento, Harry, Josh e Peter deviam estar se aproveitando do feitiço porque duas flechas feitas de raios solares e duas normais atingiram um dos grifos logo em seguida, este se desfez em pó assim que atingido.

Peraí, certo, aqui tem 14, cadê o Thomas?

­- FREEEEEEEEK! – um dos grifos perdeu o controle e começou a cair em espiral, nas suas costas, Thomas tentava se equilibrar.

Balancei a cabeça e mergulhei, agarrando o bico do monstro, consegui fazê-lo parar de gritar e ganhar um pouco de estabilidade.

– Eu pensava que você era o ajuizado do grupo, sabia?

– É, eu sei surpreender quando quero.

­- Cadê seu cavalo? – perguntei, o grifo se sacudia tentando se livrar das minhas mãos

– Fugiu.

De repente, uma dor excruciante me atingiu, o grifo bicara em cheio minha mão. Me soltei e usei a minha mão boa para agarrar (sem malícia, por favor) a mão esquerda de Thomas, bem no momento em que uma flecha de raio solar atingir o monstro, desintegrando-o.

Comecei a voar, desviando das flechas e raios amigos (Ethan e Milene deviam ter entrado na luta também) e tentando fugir dos hipogrifos. Por azar, um deles me avistou e se pois a me perseguir. Grifo maldito! Não me bastava teu irmão quase arrancar minha mão fora (N/Rachel: Deja vù)(N/Mary: Cala boca Rachel.)!? Tentar fugir do grifo era difícil, muuito difícil, primeiro por que minha mão estava doendo demais, segundo por que o Thomas pesa quase uma tonelada (N/Thomas: Ei!)(N/Rachel H.: Desculpa irmãozinho, mas é verdade, você pode não ser gordo, mas pesa uma tonelada)!

Fui surpreendido quando um segundo grifo veio de sei-lá-onde e picou minha asa, por sorte, ele logo foi morto com uma flechada, mas isso não curou a dor. Vi o último grifo sendo derrubado, por acaso era justamente o que estava me perseguindo.

– Meus deuses! Miguel! Sua asa! – Rachel deu um grito – Pessoal, temos que pousar.

– E a Corallyn? – perguntou Colin, já com o feitiço de ocultamento desfeito dava para ver que tinha um corte feio no braço.

– E a Corallyn que se foda! Temos que descer! – respondeu a filha de Afrodite e todos assentiram. A descida foi rápida e pousamos á beira da estrada. Caí de exaustão assim que cheguei ao chão.

Pov. Ethan

Assim que Miguel desmaiou eu soube que ele não estava bem. Colin havia conseguido me esconder com seu feitiço, assim como a todos os outros semideuses, para que fosse mais fácil matar os monstros. Como Miguel e Thomas estavam muito longe, o feitiço perdeu o alcance e tornou eles os únicos alvos visíveis dos grifos. Se os monstros não tivessem tentado atacar os “arqueiros” invisíveis, com certeza Miguel e Thomas estariam mortos.

Rachel parecia bem preocupada com o estado do filho de Thanatos, o tempo todo ela trocava as ataduras que Colin havia conjurado por novas e ainda tentava ajudar Josh e Peter a estancar o sangue. Ela fazia o possível, a mão de Miguel tinha um corte bem feio e eu tinha uma breve impressão que aquilo ia deixar uma bela cicatriz, pelo menos.

– O que aconteceu aqui!? – Narcysa apareceu do nada e pousou na estrada com Corallyn e Giovanna logo atrás dela.

– Vimos os raios e tentamos alcançar vocês o mais rápido possível. O que aconteceu com ele? – perguntou Corallyn

– Hipogrifos, pelo menos seis deles. O feitiço de ocultamento não tem longo alcance, nós não conseguimos esconde-lo. – Felícia disse, dando ênfase no “nós”, talvez para aliviar a culpa de Colin

– Isso com certeza vai atrasar nossa viajem... – a filha de Nyx olhou em volta e gesticulou com se estivesse fazendo contas de matemática – Aqui só tem doze cavalos, onde estão os outros três?

– O meu fugiu. – Thomas deu de ombros

– O meu estava cansado e ficou para trás. – respondeu Mary

– O mesmo que ela – esta foi Samantha

Corallyn disse algumas palavras em grego, os cavalos apareceram e “pousaram” ao seu lado.

– Da próxima eles não vão voltar.

Todos nos sentamos na relva, a estrada só ficava a uns três metros de onde estávamos. Os cavalos começaram a pastar e o silêncio predominou, a não ser pelo barulho de seus cascos na terra macia.

– Qual foi a situação mais estranha que vocês já estiveram? – perguntou Felícia, cortando o silêncio

– Acho que foi quando roubei a carteira de um palhaço, no final acabei ficando presa dentro de um barril. – respondeu Charlotte, depois de pensar um pouco – Ou talvez tenha sido quando o Travis e o Connor chegaram no chalé maquiados depois da pegadinha da manga dourada, eu ri tanto que eles me prenderam num barril, de novo.

– O que você tanto tem com barris hein Char? – Perguntou Alana, com um sorriso travesso

– Fala nada Alana! Foi você que deu a ideia! – todos caíram na gargalhada, com exceção de Corallyn e Samantha, que permaneceram sérias.

– Eu acho que foi quando troquei todas as calças do diretor da minha antiga escola por kilts, eu e o Dan tivemos que aguentar lavar o ginásio por uma semana. – falou Felícia, sorridente

– Quem é Dan? – Corallyn parecia começar interessada na conversa

– Um amigo que eu tinha aos dez anos, ele só passou um ano em Dublin, depois nunca mais o vi.

– Ah, bom.

– E você? Qual foi a sua situação estranha? – Alana perguntou a filha de Nyx, com um sorriso no rosto. Antes que Corallyn pudesse responder, Miguel gemeu (não pensem em malícia, de novo) de dor chamando a atenção de todos.

– O que aconteceu? – perguntou ele enquanto se sentava

– Você desmaiou assim que chegou em terra. A Rachel ajudou a gente a cuidar da sua asa e da mão, mas tá feio pro seu lado, se eu fosse você não me mexia muito. – respondeu Josh

– Deixa disso. Dá pra levantar, minhas pernas estão ilesas. – Miguel se apoiou com a mão boa e ficou de pé, cambaleando.

Todos levantamos, Corallyn ainda não parecia convencida.

– Acho melhor que tentemos pedir carona, Rachel, tem como conseguir essa?

– Tudo bem, só vou precisar da ajuda da Mary.

– Ótimo, Josh, vá com elas.

– Por quê? Você não manda em mim. – disse Josh, dando uma de infantil – Pelo que parece, desde que entrou para a missão você age como se fosse a chefe daqui, como se mandasse em todos nós. Pois eu discordo. – Corallyn ficou vermelha de raiva e colocou o dedo na cara de Josh, que simplesmente cruzou os braços

– Olha aqui, você não sabe nada de mim, não sabe o que eu passei, sequer sabe quantos anos tenho, você não sabe o que vai acontecer ao meu irmão se nós não nos apressarmos, nem sabe o que vai acontecer COMIGO! – Corallyn começou a chorar, deu meia volta e colocou seu capuz, desaparecendo completamente

– Ótimo, a única garota que sabia com o que estávamos lidando foi embora, ponto para o Josh! – disse Mary, sarcástica – Vamos logo, não temos tempo.

Pov. Miguel

Sim, eu estava feliz pela Rachel estar ali. Conseguimos pegar uma carona com um caminhoneiro enquanto o resto do pessoal ia nos cavalos, ali só estava eu, Ethan, Rachel, Mary e Peter. A estrada devia ser esburacada, pois de vez em quando o caminhão “saltava” e nós batíamos a cabeça no teto. Minha mão ainda doía, mas minha asa não, não sei se era por que a dor havia realmente parado ou se era porque Rachel dormia encostada no meu ombro, fazendo-me esquecer a dor.

Mary mexia no IPhone o que não era certo, mas pelo que disse Colin estava usando um feitiço de ocultamento no caminhão que também ocultava o sinal.

– Quanto acha que a viagem ainda vai demorar? – perguntou a filha de Afrodite a Peter

– Não sei, acho que no máximo mais uma hora ou duas... – o filho de Apolo respondeu, depois de consultar seu relógio de pulso.

De repente, o caminhão inteiro tremeu, e Rachel acordou assustada.

– Temos que sair daqui, agora. – disse a filha de Afrodite