The Lost Demigod - Fic Interativa escrita por Bia Valdez, Nicky Somerhalder


Capítulo 18
Presos


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas rosquinhaaas!! Eu sei que eu disse que este seria o último cap, mas ele ficou muito grande e eu tive de partir em dois, por isso, esse é o penúltimo cap na verdade. Espero que vocês gostem, demorou para caramba para eu fazer! Posto a segunda parte logo!



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Pov. Harry

Silêncio. Eu não ouvia nada faziam o quê? Minutos? Horas? Dias? Eu não tinha ideia, por isso, quando a porta da masmorra se abriu novamente dei um salto e fiquei de pé.

– Ei... Calminha... Não sou inimiga... – uma voz desconhecida sussurrou às minhas costas e quase morri de susto quando vi que realmente tinha alguém bem atrás de mim.

Era uma garota, tinha mais ou menos a altura de Milene, talvez um pouco mais baixa. Seus olhos eram azuis de um modo que por um momento achei que fosse filha de Zeus, mas mudei de ideia na hora quando percebi que estava totalmente desarmada e que ela não estava ali segundos antes.

– Quem é você? – perguntei

– Sou Layla Jean Trout e não me venha falar do meu sobrenome. – a garota respondeu, ela não parecia realmente irritada, parecia que aquela apresentação já tinha sido feita tantas vezes que a garota já se cansara dela – E não, não sou filha de nenhum dos Três Grandes.

Fiquei encarando a garota com sobrenome de peixe tentando imaginar como ela entrara na minha cela sem que eu tivesse visto.

– Prazer, Harry Strovyle.– falei por fim e a garota revirou os olhos

– Você realmente achava que eu não sabia disso? Nossa, você é lento. – Layla deu um pequeno sorriso – Sei onde estão seus amigos, Harry Strovyle, mas devo avisar que estão com sérios problemas. Principalmente a sua namorada.

– Ela não é minha namorada.

– Correção: Ela ainda não é sua namorada. – é sério, aquela garota estava começando a me irritar – Fala sério, vocês se amam!

– Tá, tá. Legal. Agora pode me mostrar a saída? – a cortei, Layla pareceu ficar um pouco chateada, mas por fim de ombros e empurrou a porta da cela, abrindo-a.

– Meus deuses, você é muito lento.

– A quanto tempo essa porta tava aberta?? – exclamei

– Sei lá. Desde que eu abri ela, talvez? – Layla revirou os olhos como se aquilo fosse completamente óbvio. Bem, era. Mas como eu ia saber que a maldita da porta tava aberta?? – Vamos logo.

Saí da cela logo atrás da garota, Layla parecia bem a vontade para uma semideusa que estava na masmorra de um cara que quer acabar com os deuses.

– Você é filha de quem? – perguntei por curiosidade

– Aristeu. Com certeza nunca deve ter ouvido falar dele. Afinal, quem é que liga para o deus idiota da apicultura? – Layla pareceu irritada – Vamos logo, se as dracaenas virem que eu libertei você...

– Peraí, libertou? Como assim libertou? Você não estava presa também? – parei, me recusando a continuar andando. O corredor onde estávamos terminava em uma porta de ferro e Layla já estava girando a maçaneta quando me respondeu com uma voz um pouco vacilante:

– Todos fazem escolhas ruins. Eu tive a má sorte de fazer uma das piores.

Pov. Miguel

Graças aos deuses as mariposas haviam ido embora. O problema era que tinham dado lugar a uma coisa beem pior...

– Droga de maticore! Não dava para aparecer em outra hora!? – gritou Charlotte enquanto desviava de um espinho que passou zunindo por cima de sua cabeça.

Peguei minha katana novamente e saltei sobre as costas do manticore, porém, não fui rápido o bastante.

O monstro me acertou com sua pata dianteira e atirou um espinho contra Charlotte, atingindo o ombro da filha de Hermes.

Eu estava tonto e tudo em volta de mim ficou turvo. Eu devo ter batido a cabeça de uma pedra quando fui arremessado, pensei.

Tentei me levantar, mas o manticore me derrubou usando a cauda e eu caí novamente no chão.

Bom trabalho sargento. Nós assssumimos daqui. Esssses semideusessss já foram longe demaisss. – ouvi uma voz reptiliana antes de algo pesado me atingir na nuca e eu apagar completamente.

Pov. Angelina

Eu estava completamente irritada por termos que nos render daquele jeito. Rapidamente mais de duas dúzias de monstros invadiram a sala vindo de todos os lados, inclusive do teto, onde se abriam buracos por onde harpias e outros monstros voadores entravam na sala.

Encarar Milene daquele jeito me dava um aperto no coração. Sua panturrilha estava sangrando e um tipo de substância esverdeada saía do ferimento. Era grave, se Milene não fosse curada rápido, a filha de Zeus podia morrer.

Acabamos por ter de seguir aquele grupo fedorento pelos corredores. Eu não conseguia ver nada em um raio de um metro, pois logo a sala estava repleta de monstros. Eles evitavam se aproximar demais, mas de vez em quando uma harpia, um grifo ou um ciclope maligno tentavam me acertar, mas eu desviava antes que eles pudessem causar qualquer estrago.

Andamos por um bom tempo antes de pararmos. Minha coruja, irritada e ansiosa como era, não parava de piar enquanto estava empoleirada em meu ombro e eu podia ouvir, sobre os ruídos horrorosos dos monstros, o pio fraco de coruja de Colin que vinha em resposta.

A gata de Alexei sumira. Eu torcia para que tivesse penetrado a horda de monstros e encontrado seu dono, mas era bastante improvável. O tigre de Jenna também parecia irritado, já que eu o ouvia rugir a cada três segundos. De vez em quando eu percebi alguma movimentação há alguns metros e então algo queimava, obviamente a fênix de Logan estava tentando incendiar os monstros e voltar a vida várias vezes, mas não parecia adiantar muito.

Abram o portão, idiotas! Nós temos visitas! – ouvi a voz do irmão de Corallyn, que bem... Não era e era o irmão da Corallyn ao mesmo tempo e... Tá, isso já está dandonós na minha cabeça.

Ouvi ao longe o barulho de pesadas portas de pedra e os monstro recomeçaram a andar, me empurrando para frente.

Espero que gostem do meu mais novo palácio! – a voz de Minos/Danniel ecoava e logo passei por as portas de ferro estígio. Olhei para o teto, diferente do teto do corredor, este era abobadado, muito alto e feito de pedra negra com detalhes em prata que brilhavam sob a luz das tochas que os monstros traziam consigo. Eu estava num lugar que poderia ser uma catedral! – Este belíssimo lugar foi feito para parecer um labirinto para os intrusos e um magnífico palácio para os aliados! Não é ótimo?

Finalmente a orda de monstros que me envolvia se dissipou e eu finalmente pude ver onde eu havia me metido. Os outros semideuses foram empurrados para frente e as pesadas portas fechadas, logo estávamos todos frente-a-frente com o irmão nem-tão-querido da Corallyn. Na parede a minha direita, Miguel e Charlotte estavam presos por correntes.

O salão era enorme, as paredes feitas de mosaico mostrando cenas da realeza, coroações, reis erguendo de seus tronos, um homem ditando ordens... O chão era de grama, como no corredor, mas aquilo não tirava a luxuosidade do lugar e sim dava um aspecto mais harmonioso. Me perguntei como a grama crescia na ausência do Sol.

A minha volta, vários monstros se agitavam, mas havia semideuses também. Não muitos, mas havia. Pude ver Sarah e Mariah, as garotas que eu havia visto no corredor assim como os outros, mas Layla, a garota com pele cor-de-café e olhos azuis, não estava em lugar nenhum.

Finalmente ergui os olhos para ver o rosto do desgraçado que era a razão por estarmos ali. Danniel, ou Minos, como preferir. Estava sentado em seu trono feito de obsidiana e adornado com opalas, e ao seu lado, Samantha nos encarava tranquilamente de seu trono de gelo. Milene sumira.

– Onde está minha irmã, seu cretino?? – exclamou Ethan, o filho de Zeus empunhou sua espada de bronze celestial, mas antes que pudesse dar um passo sequer, Minos simplesmente estalou os dedos e o garoto foi empurrado para trás por uma força invisível, se chocando contra uma dracaena, que lhe deu um soco, fazendo-o cair no chão, havia um corte feio em sua boca e estava sangrando.

Em outro lugar, como pode ver. Samantha fez questão de cuidar pessoalmente dela depois. Não vejo a razão, ela não é tão importante. – respondeu Minos, com desprezo, o garoto pareceu dar tanta atenção a Milene quanto daria para um grão de arroz no meio de uma calçada.

– Cretino! Eu ainda te mato seu... – Ethan tentou avançar de novo, mas Jenna e Logan o seguraram, impedindo-o de avançar

Bem, não isso me interessa. Agora vamos aos... Fatos importantes. – o rei destronado parecia feliz ao ver a cara de Ethan. Seus olhos dourados brilhavam de crueldade. Só aqueles olhos me impediam de estraçalhar aquele cara com as próprias mãos. Eles eram um lembrete. Como se houvesse um letreiro enorme dizendo: “Você não pode me machucar! Lalalala! Eu sou um eidolon! Esse corpo não é meu! Você não pode matar uma pessoa inocente!”

Pov. Narcysa

Segurei a mão de Alexei com toda a força. Scat havia sumido. Estávamos parados em frente a um cara que deseja nossa morte. Será que aquilo podia ficar pior!?

Ora, ora, ora... Mas não é a pequena Corallyn? Ou devo chama-la de... Cad? – Minos se levantou de seu trono e veio caminhando até nós. Se não fosse por aqueles olhos dourados, ele poderia se passar facilmente por um adolescente normal. Depois de um furacão ,é claro, mas um adolescente normal.

– Não brinque com as memórias de meu irmão! Isso é pessoal! – Corallyn gritou, a garota a estava bem ao meu lado. Ela chorava. Seus punhos estavam cerrados. Mas alguma coisa,ou alguém a impedia de dar um soco na cara daquele rei cretino, o problema era uq eeu não tinha a menor ideia do que poderia ser.

Não, querida. As memórias dele agora são as minhas memórias. E você não pode fazer nada quanto a isso. Pode? – Minos soltou um gargalhada alta e por um segundo enfiar uma adaga no peito daquele cara pareceu uma ótima ideia.

Foi rápido demais. Uma coisa branca e peluda saltou sobre a cabeça de Minos arranhando seu rosto e puxando seu cabelo. Eu até me divertiria com aquela cena, é claro, se não fosse por Corallyn.

A filha de Nyx começou a gritar e arranhões profundos começaram a surgir em seu rosto assim como um de seus olhos inchou e uma cicatriz horrível surgiu em seu braço.

De repente, eu entendi. Ninguém impedia Corallyn de bater em Minos, somente o fato do cara estar usando corpo do irmão dela. Comparei os dois brevemente. Exatamente os mesmos ferimentos, idênticos. Não havia nem um mísero arranhão que não existisse nos dois.

Levantei voo no mesmo segundo e arranquei Scat da cabeça de Minos antes que a gata terminasse o serviço.

– Ai... – gemeu Corallyn, ajoelhada no chão, a filha de Nyx passou a mão no rosto que sangrava.

– Mas o que...?

Ah... Você não contou para eles... E eu aqui pensando que você os considerava seus amigos... – riu Minos maldosamente. Corallyn não respondeu, somente cuspiu um pouco de sangue enquanto Colin a ajudava a se levantar – Que divertido! Que pena que eu vou ter que matar vocês...

Minos estalou os dedos e os monstros começaram a avançar em nossa direção.

Prendam todos, com a exceção da morena ali. – o rei destronado apontou para Corallyn – Eu tenho certos assuntos para resolver com ela.

Pov. Mary

O corredor era comprido, com certeza havíamos desviado do caminho e agora não tinha volta. Meus pés doíam, eu sentia fome, minha boca estava seca e meu cabelo parecia um ninho de pássaro. Se fosse por mim eu já teria desmoronado a muito tempo. Por sorte, Josh ajudava.

– Ei, só mais um pouco, ok? – o filho de Apolo sorriu

– Eu estou acabada Josh... – respondi e olhei para os meus pés. Parei de repente. Um tipo de borboleta marrom e nojenta estava se debatendo no chão somente um metro a minha frente, o problema, aquilo NÃO era uma borboleta – MARIPOOOSAAAA!! – gritei.

Nesse momento você deve estar rindo da minha cara, mas eu não ligo. Eu morro de medo de mariposas desde pequena, não faço a menor ideia da razão. Mas tenho que admitir, a cena deve ter sido engraçada. Imagine uma garota como eu, do jeito que EU sou, saltando que nem uma retardada e segurando o pescoço do Josh por causa de uma mariposa. Agora me diz que isso não foi engraçado.

– Mary, calma! É só um inseto! Não pode te fazer m-m-m-m-ma... – Josh começou a gaguejar e me largou, fazendo com que eu caísse no chão com um estrondo.

– Ei! – o repreendi, mas olhei para o fim do corredor. Uma nuvem marrom-clara vinha em nossa direção. Droga de mariposas.

Levantei-me rápido e tirei minha mochila do ombro. Minhas mãos tremiam, mas consegui abrir e pegar um lençol que eu carregava no caso de ficarmos em um hotel barato demais.

Me cobri com o lençol e puxei Luna, a jaguatirica de Felícia e Josh para perto de mim. Bem na hora. A nuvem nos atingiu e vários daqueles bichos horrorosos se chocaram contra o lençol. Eu ainda tremia e notei que segurava a mão de Josh com força, me senti um pouco idiota, mas eu não a soltei, estava paralisada demais para isso.

– Boa. Agiu rápido. – comentou Josh e eu dei um pequeno sorriso

– Obrigada, eu não suportaria tocar naqueles bichos nojentos... – o encarei, nossos rostos estavam muito próximos, tanto que se eu quisesse, nossos narizes se tocariam.

– Eu sei disso.– o filho de Apolo alargou o sorriso e eu abri um parecido. Que situação mais bizarra aquela... Eu, Josh e Luna e Dílis debaixo de um lençol no meio de uma nuvem de mariposas.

– Você parece saber muito sobre mim, não é?

– Ah... Eu só sei de algumas coisas... – e ele me beijou. Tá, eu podia ter rejeitado e dado um tapa em cheio na cara dele (como antes), mas eu correspondi. Que situação mais bizarra aquela... Eu e Josh nos beijando debaixo de um lençol no meio de uma nuvem de mariposas...

Pov. Felícia

Aquela maldita harpia tem garras muito fortes. O monstro me levou por diversos túneis até chegar a uma sala do tamanho de uma catedral. Então ela começou a descer em espiral.

Tive o breve vislumbre do resto dos semideuses, com exceção de Mary, Josh e Milene, atados a uma parede por correntes.

Ah.. Achei que nunca fosse chegar...– pouco antes de chegar ao chão a harpia me largou e eu caí bem em frente a um garoto centímetros mais alto que eu. Levantei os olhos, era Danniel.

– Dan! – comecei a chorar, mas antes que eu pudesse abraça-lo notei que havia algo errado, seus olhos.

Seus olhos não estavam os mesmos. Aqueles lindos olhos negros com estrelas não estavam mais lá, haviam sido substituídos por terríveis olhos dourados.

Olá Felícia... Que reencontro mais triste, não? – Danniel riu malignamente, aquela não era a voz dele, era muito mais velha.

– Minos! Eu vou estraçalhar a sua cara!– me levantei e avancei, porém Minos segurou os meus pulsos.

O que vai fazer? Me lançar uma daquelas suas maldições? – ele me encarou, ver aqueles olhos douradas fazia meu coração doer, desviei os olhos e me afastei – Deixe-me ver... Como ele te chamava mesmo? Ahm... Lice?

Enchi-me de raiva na mesma hora. Minos não podia estar fazendo aquilo.

– Fê, do que ele tá falando? – Charlotte perguntou, sua voz saiu fraca e ela parecia meio tonta

– Monster! – gritei para Minos, lágrimas pesadas saíam de meus olhos, xingar em irlandês nunca me fez tão feliz – Coward! Asshole! Mac le harpy! Dóigh i dhoimhneas Tartarus!

Ah! Irlandês! Que língua mais digna! Acho que você está um pouco enferrujada querida... – o rei destronado riu novamente, parecia que eu havia contado uma piada e não o xingado – Prendam-na!

Meia dúzia de ciclopes avançaram e me seguraram pelos braços, dois deles carregavam pesadas vigas de metal, que, usando um pouco de fogo, esculpiram em correntes e as prenderam na parede. Logo, eu estava presa bem ao lado de Charlotte.

Pov. Mary

Assim que a nuvem de mariposas foi embora nós saímos de debaixo do lençol. Eu ainda segurava a mão de Josh e não tinha nenhuma intenção de soltá-la.

– Em frente? – perguntei enquanto tentava abaixar o volume de meu cabelo com os dedos.

Ah... Bem agora que ia ter festa?– uma voz pareceu vir da parede bem ao meu lado. Quando percebi, eu já estava sendo carregada por um ciclope e estava enrolada em pelo menos uma dúzia de cordas diferentes de bronze celestial. Josh não estava numa situação melhor, muito menos Dílis ou Luna. Ótimo, agora viramos sacos de batatas.

Pov. Milene

Mill? Consegue me ouvir? Mill? – abri os olhos devagar e dei de cara com o sorriso de Harry – Graças aos deuses! Ela está viva!

Ele me ajudou a levantar. Eu estava numa sala toda feita de mármore negro, minha cabeça girava e a dor em minha perna só piorara. Logo atrás de Harry uma garota com pele cor-de-café e olhos azuis me encarava com impaciência.

– Andem logo, se nos pegarem...

– Calma Layla, os guardas acham que você foi checar a prisioneira. Não tem nada com o que se preocupar. – Harry disse, ele havia passado o braço pelos meus ombros para tentar me dar equilíbrio, mas ele estava basicamente me carregando – A propósito, Milene, está é Layla Jean Trout, Layla, esta é Milene Willians.

– P-prazer... – consegui dizer

– O prazer é meu. – Layla pareceu procurar algo em seu bolso – Tome, isso vai ajudar.

A garota me deu um pedaço de ambrosia que eu peguei com minhas mãos trêmulas e engoli rapidamente. A dor em minha panturrilha melhorou um pouco, talvez eu fosse capas de andar.

– Certo, é melhor irmos andando. Sabe onde estão os outros? – perguntou Harry, eu não fazia ideia de quem poderia ser aquela Layla, mas algo nela me incomodava.

– Vamos, por aqui. – do nada, a garota desapareceu.

– Mas a onde ela foi?? – exclamei, olhando para os lados. Harry somente riu da minha cara.

– Para lugar nenhum, olhe. – ele apontou para um pequeno ponto amarelo e preto que voava perto da porta – Layla é filha do deus da Apicultura.

– Aristeu? Ela é filha de Aristeu? – perguntei e Harry pareceu surpreso

– Exatamente.

– A barra está limpa. – Layla voltou a forma humana e Harry começou a segui-la, me carregando com ele.

O corredor era estreito e uma das paredes era de mosaicos, mas havia algumas peças faltando, por onde Layla olhava de vez em quando.

– Quem é que diz “a barra tá limpa”? – perguntei e Harry sorriu, era bom tê-lo ali

– Parem. – quase trombamos com a filha de Aristeu, mas paramos a tempo – Vamos ter que agir rápido. O próximo corredor é cheio de pilastras, são elas que seguram toda a estrutura do salão principal. Vocês vão em frente, soltem seus amigos. Assim que a última corrente for quebrada eu vou começar a derrubar as pilastras, esse lugar todo vai ir abaixo.

– Mas... Você vai morrer! – me soltei de Harry na hora, eu não podia deixar ninguém morrer daquele jeito – E-e os outros semideuses!? Os do lado de Minos!? Eles vão morrer e...

– Milene, entenda. Fiz as escolhas erradas, vou pagar por isso. Nada como morrer por um bom motivo, não? – Layla deu um sorriso amarelo, eu mal conhecia a garota e já a admirava pelo que pretendia fazer – E afinal, todos os semideuses do exército de Minos fizeram a mesma escolha que eu. Isso é uma guerra, e pessoas morrem e guerras.

Uma lágrima escorreu de meu olho esquerdo. Ela não podia estar fazendo aquilo para salvar pessoas que sequer conhecia! Era totalmente antiético!

– Eu fiz minha escolha. Faça a sua filha de Zeus. – e ela desapareceu novamente, se tornando abelha e entrando por um dos buracos no mosaico e deixando para trás somente uma adaga de bronze celestial.

Pov. Felícia

Encarei Minos novamente. Como uma pessoa tão cruel podia ficar no corpo de uma pessoa tão... Eu não tinha adjetivos para falar de Danniel. Era simples assim, ele fora meu melhor e único amigo quando eu tinha somente oito anos. O amigo que desapareceu bem no dia de São Patrício sem deixar qualquer vestígio.

Quando minhas correntes começaram a se mexer eu tomei um susto enorme. Olhei para trás, lá estava Harry, ele estava cortando minhas corrente em silêncio esse tempo todo!

– Shh... Não chame atenção. Descobri um jeito de sair daqui! – ele sussurrou e voltei a olhar para frente, é claro, sem não antes chamar a atenção de Charlotte, que chamou a de Ethan e assim por diante.

Finalmente minhas correntes foram cortadas e eu me senti quase livre. Coloquei minhas mãos atrás das costas para não despertar suspeitas. Mas os monstros nem pareciam notar, pelo jeito, algo bem mais importante que a fuga de vários adolescentes devia estar acontecendo.

Pov. Corallyn

Eu queria socar aquele cara até só sobrarem ossos, o problema era que eu estaria fazendo o mesmo comigo mesma.

Ah cara Corallyn... Como é bom tê-la aqui como... nossa convidada de honra. – Minos começou, os monstros ao meu redor urraram em aprovação – Você sabe o que eu quero querida... Me diga ou eu vou ter de arrancar isso de você!

Nunca. – cuspi, o reizinho parecia estar ficando irritado.

Não brinque comigo menina. Eu sei de coisas que você nem se atreve a imaginar! Eu posso te transformar em pó somente estalando os dedos! – mais urros de monstros, já eram tantas criaturas que eu já não conseguia ver as paredes do salão.

– Então me mate. Não me importo com isso. – sibilei, aquilo estava começando a ficar divertido.

Ah... Mas você sabe que não posso fazer isso... Lembre-se filha de Nyx, essa conexão pode até parecer uma armadura, mas não passa de um escudo que pode ceder a qualquer momento.

– Pouco me importa! Você não poderia fazer nada! Meu irmão é um herói Minos, ele sobreviveu todo o tempo que ficou aqui! Ele merece viver! Mas você não Minos! Apodreça nas profundezas do Tártaro! Pelo menos ali você vai ter companhia! – naquele momento cada gota do meu ser estava repleta de ódio, eu teria avançado sobre Minos se uma rocha enorme não tivesse caído bem na minha frente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Vou tentar postar o resto ainda hoje! Por favor! Comentem!