Nobody Knows escrita por Honey Mellow


Capítulo 9
Knock Knock


Notas iniciais do capítulo

Desculpas não são o suficiente, nem mesmo pra mim. Três anos sem postar. Ai. Dói mais em mim como autora do que em você leitor.
Estou com muito tempo livre já que terminei a escola e sou praticamente uma NEET.
Well. Por mim. Eu vou terminar essa história.



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Percy pegou o livro comigo e saiu do quarto... Bom, vamos focar nessas lições por enquanto. Fiquei fazendo isso e lendo o outro livro que peguei, mas eu estava preocupado... Minha mãe não me ligou nenhuma vez ainda. Sai de meus pensamentos com um estalar de dedos de Josh na frente de meus olhos. 

— Terra chamando Ed, terra chamando Ed, responda Ed. 

— O-oi, fala. 

— Hora do rango! — Grita Brandon pulando de sua cama jogando os headphones sobre a mesma. 

— Ah desculpa, estava pensando nessa questão de física... — Minto. Afinal, minha preocupação deve ser a toa, ela deve estar ocupada arrumando as coisas apenas... — Vamos.  

Não comentam nada. Ótimo, grito internamente. Pego o casaco do colégio e saímos do quarto. No caminho não parava de pensar em minha mãe... Depois do jantar ligo pra ela.  Já na mesa do refeitório percebo a ausência de Percy e o procuro com os olhos, o noto na porta com a dupla dele, aceno para que ele nos ache. Quando ele se encaminhava a nossa mesa noto o sorriso sacana de Brandon, mas porque não estou surpreso? 

— Vai com calma Percy, conheceu a menina hoje e já saiu com ela? Não sabia que você era tão apressado. – Ele diz e começa a rir. Apenas ignoro, igual aos outros. – Josh como foi com sua dupla hoje? A ruivinha? 

— Ah... Ela parece ser legal, embora eu achei ela muito tímida e envergonhada... — Diz Josh casualmente olhando pro nada.  

—Ãh... Não sei não cara. Eu passei no corredor e ouvi uma coisa completamente diferente. — Resolvo comentar — Eu soube que ela não é nada tímida e é bem extrovertida...  

— Iiii Josh, acho que ela gostou de você... — Diz Percy provocativo dando uma leve batidinha nas costas de Josh.  

— Meu amigo... — murmura Brandon olhando pra mesa, até que nos surpreende fazendo um joinha pra Josh — Vá em frente! 

Todos rimos e Josh disse que éramos muito idiotas. Jantamos e o Brandon me zoou mais um pouco pelo "fora" que supostamente levei da Aeris. Fomos pro quarto, já tinha feito a lição que o professor passou então resolvi dar uma volta. Sai do dormitório e fui pro campus, nas mesas de madeira, deitei em um banco e fiquei olhando o céu. Forrado de estrelas. Estávamos afastados das luzes da cidade, então dava pra ver bastante coisa. Mesmo meio distraído vejo um vulto correndo em direção à biblioteca, curioso o sigo sorrateiramente. A biblioteca estava fechada, mas a pessoa conhecia um lugar na lateral, uma janela que provavelmente estava com a tranca quebrada, a qual o vulto entrou.  

Percebo a silhueta subir para o segundo andar, me pergunto se alguém vai roubar um livro, mas acho pouco provável... Continuo seguindo a sombra, mas ela para em frente a parede do final do corredor do segundo andar, a parte com os livros mais velhos e que ninguém vai... A nuvem descobre a lua, a pessoa toca a parede, encosta as costas na mesma e desliza até o chão, senta em posição fetal e ao que parece começa a chorar. Seu capuz escorrega e vejo a cabeleira loira se espalhar. Era Aeris. Fico em choque. Sem reação. Penso em me aproximar mas sinto uma vibração no bolso... Nunca agradeci tanto por esquecer de tirar o celular do silencioso, era Josh  perguntando onde eu estava e alertando que o monitor ia passar checando os quartos em cinco minutos. Olho de novo pra parede e não a vejo mais, decido ver isso depois e volto correndo para o quarto. Quando cheguei perguntaram onde eu estava e apenas disse que fui dar uma volta. Edward, Edward... Seu nariz vai começar a crescer. 
 

*~* 

Entro na sala de aula como um zombi. Não dormi direito com tudo que aconteceu, aliás por esse mesmo motivo esqueci de ligar pra minha mãe... Bom, amanhã temos a tarde livre para visitas ou passeios: tempo livre fora da escola! Sento no meu lugar logo notando a ausência de Aeris. Porquê eu tenho que ser tão curioso? Meus pensamentos são interrompidos novamente (pra variar) quando o professor chega e começa a passar a explicação: algumas fórmulas e exercícios em dupla. No meu caso, sozinho, a pesar de crer que mesmo coma presença misteriosa ao meu lado e faria sozinho também. Ela não apareceu. Nem nessa e nem nas aulas seguintes daquele dia...  

No período da tarde fui para a biblioteca, na esperança de ver alguma coisa... Ou alguém. Olhei entre as fileiras de estantes do primeiro e segundo andar: nada. Decido ir na parede onde ninguém vai, vai que ela deixou cair alguma coisa. alguma pista de repente. Me aproximo lentamente e olhando pros lados, vai que alguém me acha um louco? Mas não sei pra que a preocupação também... Ninguém vai lá. Começo a passar a mão pela parede como ela fez, não percebo nada além da aspereza das pedras que constituíam a antiga construção. Até que começo a sentir uma dor no peito, uma ardência e uma queimação. Era horrível e muito forte... me escoro na parede e sento encostado na mesma.  

Não estava aguentando... Até que ouço uma voz: 

— Sabia que daria algum problema... Garoto! Garoto! 

— S-senhor faxineiro... 

Apenas o vejo largando o esfregão, ou o que quer que fosse e me arrastando, depois tudo ficou preto. 

 
~.~ 

Branco. Muito branco. Claro de mais. Com uma enorme dificuldade de abrir os olhos opto por mantê-los fechados mais um pouco. Devo estar na enfermaria. Afinal, o que aconteceu? 

— Garoto! Acorda. — Ouço a voz firme do faxineiro e sinto respingos de água em meu rosto. 

Abro os olhos e percebo que a claridade nem era tanta. Eu não estava na enfermaria. O quarto apertado, cheio de esfregões e baldes com um forte cheiro de água sanitária fez eu perceber onde eu estava. Tentei levantar e quase cai: eu estava em cima de uma mesa! 

— O-o que aconteceu? 

— O que você acha que aconteceu? —Ele responde com outra pergunta, de costas pra mim mexendo em algo.  

— Eu... Não sei, não faço ideia. — Estava tudo muito confuso... Alguns fleshes vieram a minha mente, coisas que eu não lembro de ter visto. Uma lua cheia, pessoas correndo e uma grande porta que não dava pra ver o outro lado. Resolvi manter isso em segredo, já sou estranho o suficiente. 

— Ótimo. Que continue assim então. Se seus amigos te perguntarem onde estava, diga apenas que estava fazendo um teste na diretoria para ver se consegue acompanhar as turmas. Agora, saia, eu tenho mais o que fazer.  

— Nossa, tá né. —Digo levantando as mãos e saindo sem crer na bipolaridade daquele velho. 

Vou direto para o quarto e vejo Brandon se pegando com uma mina num canto escuro no hall, Percy ainda estudando o livro do portal e nenhum sinal do Josh. Acho melhor tomar banho pra ver se coloco minha cabeça no lugar. 

Depois do banho resolvo ficar sem camisa, como eu ficava em casa, pra ver se me sinto mais em casa. Sento na cama e tento ligar pra minha mãe. Nada. Nem sequer chamou, foi direto pra caixa postal. Confesso que a saudade e preocupação que bateram foi imensa. Tiro o medalhão de meu pescoço e o observo, noto cada detalhe dele, lembro do sorriso de minha mãe e da sombra de um pai que eu nunca conheci.  A porta abre bruscamente, Brandon se joga na cama e Josh estava muito sério, aposto que Brandon arrumou confusão de novo. 

— Nossa Edward, você tá legal? — Pergunta o loiro com um rosto em pânico, me assustando também. 

— Ãh... Ah... Tô, tô sim porquê? Você está me assustando Josh. — Dou um risinho meio sem graça tentando contornar a situação. 

— Cara... Olha o seu peito. Tem uma marca de queimadura ai.   

Corro pra frente do espelho sem entender nada. Como? Onde? Naquela hora... Da biblioteca... 

— Percy! — Corro pro seu lado na mesa. — Percy, você consegue descobrir o que é isso? — Digo apontando pro meu peito.  

Ele empalideceu completamente, tirou os óculos colocando-os em cima da mesa tentando aparentar uma calma que claramente não estava presente no seu ser. Ele se levantou, e quando viu o colar na minha cama seus olhos se arregalaram mais do que eu achei ser possível. Folheou o livro desesperadamente e abriu na página de uma figura, jogando ao lodo do meu colar. O que meu colar estava fazendo naquele livro? Nos encaramos confusos e com medo, até que a batida da porta roubou uma batida de nossos corações.


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Notas finais do capítulo

É isso, então.



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