Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 9
Consolos e Nogueira de vela.




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Não demorou muito para chegarmos. Sentei-me entre Henrique e Gabes e Desirèe ficou um tanto puta quando percebeu que eu não sentaria ao seu lado. Tentou ir para o lado de Gabriel, e eu ri.

— Mandie?

— Diga, pequena.

— Eu vou lhe matar enquanto você dorme.

— Rick – miei, cutucando o garoto ao meu lado – Olha essa larapia me ameaçando de morte.

— Desirèe, coisa linda minha. Não ameaça a coleguinha que é feio.

Minha – disse, com desdém – E eu ameaço quem eu quiser.

— Ah, cala a boca dela aí, vai, Henrique.

— Mas o quê...

Antes que Desirée pudesse pensar em algo, Henrique encostou os lábios nos dela. Ela ia gritar, então ele aprofundou o beijo, fazendo-me fitá-lo assustada. Não esperei que ele fosse levar aquilo tão a sério. Nem que ela fosse gostar tanto, já que a esta altura, ela já estava com as mãos na nuca dele, arranhando levemente. Estava prestando muita atenção na cena quando Gabriel apertou carinhosamente minha cintura, fazendo-me estremecer. Era muito estranho como o toque dele mexia comigo.

— Pode fazer o favor de parar de me causar arrepios?

Soltei sem pensar. Devo ter corado ainda mais quando ele soltou a risada melódica e doce, me puxando para mais perto. Sabe-se lá como aquele garoto faz isso, já que estávamos sentados naquelas cadeiras grudadas no chão e ele não me tirou da minha em momento algum.

— Você gosta de provocar, né – sussurrei.

— E você adora que eu provoque.

Bufei e ele riu. Desirèe interrompeu o beijo aos poucos e eu ri. Percebi a mão de Gabriel em meu colo, e a minha sobre a dele. Bufei novamente.

— Awn, olha que casal fofo! – disse Henrique.

— Beije a moça! ­— gritou Dê;

— Podem continuar.

— Estava agradável de assistir – disse Gabriel, rindo – Seria ainda mais se fôssemos nós, mas...

— Cala a boca.

Ri baixinho, beijei sua bochecha e saí andando. Ele não veio atrás de mim. Caminhei sozinha até o dormitório e subi para a cobertura. E lá estava Natalie, jogada na cama.

— Ah, Salut Mandie – disse, sorrindo triste.

— Hey – disse, sentando-me ao seu lado – O que você tem?

— Levei um toco – disse, fungando.

— E isso não é a pior coisa do mundo. Você tem dois braços e duas pernas, e pode sobreviver sem aquele idiota.

Ela então se deitou em meu colo e desatou a chorar. Fitei-a assustada e comecei a brincar com seus cabelos muito louros.

— Me diga, Amanda. Por que ele não vê que eu sou a única menina certa pra ele?

— Porque ele é homem. E homens nunca percebem isso. E não quero vê-la chorando por um qualquer, afinal, onde está sua dignidade?

Ela não respondeu. Apenas secou as lágrimas e levantou-se, limpando as lágrimas que haviam caído no meu colo e rindo baixinho.

— Vamos arrumar esse rostinho e dar a volta por cima?

— Vamos. Você é a melhor.

— Ah, sou mesmo.

Joguei meus cabelos para trás, fazendo-a rir. Deitei em sua cama enquanto ela se arrumava, correndo de um lado pro outro enquanto se vestia e se maquiava.

— Vou mostrar àquele idiota o que ele perdeu.

— Isso aí!

E ela saiu desfilando pelo campus. Fui um pouco atrás, para que o foco fosse nela. Depois de algum tempo, nos sentamos num banco qualquer e ela me encarou.

— Onde ele está?

— Da última vez que o...

— Mandie!

E aquele ser humano enorme veio correndo em minha direção. Merda, merda, merda.

— Diga.

— Nada. Só vim expressar meu amor!

E me ergueu no ar, abraçando-me com força. Sorri pra ele, mas não deixei me levar e soltei-me. Encostei as mãos em seu peito.

— Pode ser educado e cumprimentar as pessoas?

— Opa, desculpa!

— Posso fazer do jeitinho brasileiro?

— Faça como quiser.

Dei os ombros e saí andando, deixando-o à sós com Natalie. Saltitei até Bruna, que estava abraçada com Lucas, enquanto Gustavo jazia com cara de paisagem fitando o nada.

— Pequena! – gritou – Que bom lhe ver! Vamos passear, vamos, vamos.

Só então percebi como aquele garoto era bonito. Sua pele não era tão tinha um tom de oliva lindíssimo. Seus cabelos eram negros, assim como seu par de olhos miúdos. E ele tinha um sorriso e um perfume que só por Deus. Enfim. O garoto entrelaçou o braço no meu e eu ri.

— Nunca vi ninguém tão feliz em me ver.

— Eu estava aqui de vela há meia hora. Pelo menos.

Ri. Além de bonito, ele era um tanto simpático.

— Hey – disse ele, não olhando pra mim.

— Diga.

— Você e o Gabes...

— Não. Não mesmo. A Natalie é a fim dele, e seria uma grande filha da putice da minha parte.

— Mas ele gosta de você.

— E são coisas de garota, Nogueira, você jamais vai entender.

Ele assentiu. Passamos algum tempo apenas andando em silêncio. Ele pigarreou.

— Vocês são estranhas.

— Nossa, e você é realmente muito sensível – disse, o abraçando de lado.

— Não consigo entender a mente feminina.

— Começa a beijar meninos, então. De homem você entende.


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