Colégio Interno escrita por Híbrida


Capítulo 7
Momento mimimi


Notas iniciais do capítulo

Uma leitora sugeriu que eu colocasse uma música na história, e acredito que, ouvindo-a, vocês podem sentir o que eu quis passar com o capítulo. Acho que o ritmo dela é perfeito e vocês deveriam ouvi-la enquanto leem. ♥

The Kooks - Seaside



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Cinco anos antes.

— Um bailinho, Bruna? Sério?

— Não seja chata, você vai amar.

E então, ela conseguira me convencer a ir até o baile. Tipo aqueles de formatura, ou de 15 anos. Era ridículo. Desci as escadas lentamente enquanto ela saía correndo e tropeçando em tudo. Bruna definitivamente não havia nascido para andar de salto. Quando eu olhei para baixo, pude perceber que havia uma razão pra eu estar ali. Um garoto de olhos muito azuis, cabelos negros e um smoking da mesma cor, aberto e com as mangas arregaçadas. Havia uma razão pra eu estar ali, com aquela roupa apertando meus peitos, com aquele sapato enorme e desconfortável, ouvindo aquela música horrível. Ele. Quando desci as escadas, ele beijou minha mão.

— Me concede a honra de dançar comigo esta noite?

E depois dali, tudo transcorreu como num conto de fadas. Não nos desgrudávamos por absolutamente nada, começamos a namorar, até... Até o acidente.

Agora.

Senti as inúteis lágrimas começarem a rolar por meus olhos ao me lembrar do que havia acontecido da última vez que o vi.

Seis meses antes.

— Caio, você tem que me prometer que não vai se machucar – soltei, muito séria, enquanto segurava as lágrimas – Nem vai fazer besteira. Promete de dedinho?

— Eu prometo, princesa.

Sorri pra ele, que me abraçou forte e entrelaçou o mindinho no meu. Ele viajaria com seus amigos, nos quais nunca confiei ou achei boa companhia. Na verdade, odiava todos os amigos dele. Apenas por serem amigos dele. Mas Vitor e Pedro, os que viajariam, eram os piores. Bufei e ele beijou minha testa, acalmando-me daquela forma que só ele sabia fazer.

— Eu vou me cuidar.

— É o mínimo que espero de você.

— Mas me prometa que não vai chorar ou fazer merda caso alguma coisa aconteça.

— Eu lá tenho cara de quem vai se jogar da ponte se alguma cosia acontecer? Eu sou a garota forte pela qual você se apaixonou, lembra-se?

— Prometa.

Apenas assenti com a cabeça. Ele havia prometido se cuidar e eu havia prometido ser forte. Ambos quebramos a promessa quando Vitor batera o carro. Chorar não adiantaria, mas eu não pensei em nada disso antes de abrir um berreiro agarrada ao seu moletom.

Agora.

— Mandie? – chamou a voz doce de Bruna – Você...

— Eu to bem. Já volto, ok?

Senti o olhar pesado de Gabriel em cima de mim quando me levantei e comecei a vagar sozinha pelo campus. Tudo, absolutamente tudo, remetia a alguma lembrança boa que eu havia vivido com ele.

The way that we are it's the reason I stay… As long as you're here with me I know we'll be ok… – cantarolava enquanto passeava.

— Pequena?

Quando me virei para trás para encarar a voz que me tirara da fossa profunda, deparei-me com Gabes, envolvendo-me em seus braços com delicadeza. Suspirei, aconchegando-me em seu ombro.

— Não vai me bater? Ué... Que sem graça. Cadê os tapas?

— Fica quieto e me deixa deprimida em paz – resmunguei.

Ele riu e me apertou ainda mais, beijando o topo de minha cabeça.

— Frio?

— Lembranças que me tornaram a própria Elsa do Frozen, Gabes.

— Lembranças que... Você me chamou de Gabes?


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Notas finais do capítulo

Obrigada pela música, Bu s2



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