Nemunoki escrita por Liliaceae


Capítulo 3
Capítulo 3: Nemunoki, Fleur de Soie – Flor de Seda


Notas iniciais do capítulo

Último Cap! Nhaaaaaaa... Vamos ver se o Seshy-kun vai aprovar quando voltar! Aproveitem!!! xD



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3. Nemunoki, Fleur de Soie – Flor de Seda

Eu me debruçava sobre as páginas abertas do livro que ele me dera anos antes. Aquilo fora engraçado. Ele quase pirou atrás de informações sobre a minha Albizia Julibrissin... E o tal livro estava aberto diante de mim... Uma explicação tão simples, de pouco mais de meia página... Achar a resposta naquelas páginas, expostas de maneira a um leigo entender, deixou-o tão inconformado, que ele fez questão de comprar o livro e me dar de presente. Nagato, às vezes, era docemente infantil...


E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe”

Não sei por que me lembrei do livro quando cheguei em casa essa noite. Alcancei a caneca de café fumegante e voltei meus olhos ao topo da página, pela décima ou qüinquagésima vez. Já não me lembrava.

“A Albizia Julibrissin é uma espécie de leguminosa no gênero Albizia, nativas do sul e leste da Ásia – à leste do Irã, China e Coréia.
O gênero foi nomeado pelo italiano Filippo del Albizzi, um nobre que introduziu-a na Europa em meados do século 18, e, por vezes, é digitado incorretamente  como ‘Albizzia’. O nome específico Julibrissin é uma corrupção da palavra persa Gul-i abrisham (گل ابریشم), que significa ‘flor de seda’ (a partir de Gul گل ‘flor’ + abrisham ابریشم ‘seda’).”


‘Flor de Seda’... Apenas ali Nagato percebeu do que eu estava falando. Nemunoki. Tão conhecida por nós na nossa infância... Tão confundida com outras espécies depois de crescermos...

“Albizia Julibrissin é conhecido por uma grande variedade de nomes comuns, tais como árvores Persa de Seda Rosa ou SIRIS. É também chamado Lenkoran acácia ou bastardo tamarindo, embora não seja muito estreitamente relacionado com as acácias (Acacieae), sem falar nos tamarindos (Caesalpinioideae). A espécie é geralmente chamada de "árvore da seda" ou "mimosa" nos Estados Unidos, o que é enganosa – o antigo nome pode se referir a qualquer espécie de Albizia que é mais comum em qualquer uma localidade –, embora, uma vez incluídos na Mimosa, o que não é nem muito perto do Mimoseae. Para aumentar a confusão, várias espécies de Acácia, nomeadamente Acacia baileyana e Acacia dealbata, também são conhecidas como "mimosa" (especialmente nas flores), Fabaceae e muitas árvores com folhas que são muito divididas, assim são chamados na horticultura.”

Uma confusão das grandes eu diria... Como era possível uma única planta ser quase indefinível para qualquer pessoa comum que procurasse seu significado? Voltei meus olhos para o último trecho da descrição.


“Suas folhas estreitam lentamente durante a noite e durante os períodos de chuva, como se a árvore estavam dormindo. Seu nome ‘Shabkhosb’, em persa moderno (شبخسب), significa ‘noite dormente’ (a partir de shab شب ‘noite’, e khosb خسب ‘dormente’). No Japão os seus nomes comuns são Nemunoki, Nemurinoki ou Nenenoki, que significa ‘árvore dormindo’.

Descrição

A Albizia Julibrissin é uma pequena árvore decídua crescente de 5-
12 m de altura, com uma coroa de nível amplo arqueamento ou sucursais. As flores são produzidas em todo o verão em densas inflorescências. Sem pétalas, mas um aglomerado de estames curtos 2-3 cm de comprimento, branco ou rosa, parecendo sedosas fitilhas. Eles foram observados por serem atraentes para as abelhas e borboletas.
A Árvore Persa de Seda é amplamente plantada como uma planta ornamental, cultivada pela textura das folhas e flores.
Em estado selvagem, a árvore tende a crescer em planícies secas, arenosas vales e planaltos. Tornou-se uma espécie invasora no Japão e nos Estados Unidos.

A cor das flores variam do branco Albizia Julibrissin, em A. Julibrissin F. Alba, e em vermelho-ricos; flores creme ou com variantes de amarelo também são relatados.
No Japão, Albizia Julibrissin F. Rosea é freqüentemente utilizada para os não-tradicionais bonsai. Nemunoki e suas variantes representam o verão em Haiku.”

No fim da página, várias fotos da planta. Tanto das flores – que eram minha paixão particular –, quanto das folhas e tronco. Uma descrição rápida, sem muitos aprofundamentos e que me rendeu duas coisas. A árvore plantada no quintal da nossa casa e o apelido de ‘Fleur de Soie’. Eu gostei da idéia de tentá-lo com a procura de algo tão simples. Não imaginava que essa florzinha fosse se tornar o símbolo do nosso amor.

“E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce”

‘- Por que você simplesmente não pode gostar de rosas como qualquer outra mulher normal?’ – ele vivia perguntando.

Sorri diante da lembrança. Talvez eu realmente não fosse normal. Talvez eu realmente fosse uma doida. Uma doida que não conseguia pregar os olhos de noite quando não tinha seu homem ao lado. Seguro em baixo dos cobertores. Levantei-me da cadeira. Mais uma madrugada em claro.

“Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti”

Estava sentada na cozinha, beliscando uma barra de chocolate – algo extremamente saudável para se fazer pela manhã – quando ouvi a notícia pela TV...

– Durante uma forte tempestade em alto mar nessa madrugada, um navio de pesquisas naufragou perto da Grande Barreira de Corais, costa leste da Austrália – dizia a repórter. Meu coração quase parou de bater. Não. Eu só podia estar sonhando – Não há muitas informações sobre o acidente, não sabemos informar a nacionalidade do navio, tão pouco o resultado das buscas realizadas até agora. O tempo continua instável na região e as informações que são liberadas para a imprensa internacional são desencontradas.

A mulher continuou e eu desabei no choro. Não. Eu não posso perdê-lo! Não agora... Não quando tudo está dando certo.

“Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti”

Eu chorava desesperadamente. Meus dedos tremiam ao tentar discar o número do telefone do tal navio de pesquisas. Por que diabos ele tinha que se meter no meio do oceano? Por que ele não se conformava em passar seus dias num laboratório, como eu fazia? Por que ele tinha de ter a alma mordia pela maldita adrenalina? Kuso...

A campainha tocou e eu ignorei completamente... Por que ninguém atendia no maldito navio??? Kuso...

Outro toque, dessa vez mais estridente... Mais insistente. Corri para a porta, pronta para matar o infeliz que estivesse me atormentando naquela crise. Abri a porta de súbito e posso jurar que a maçaneta quebrou, tamanha a força que apliquei.

– Isso não é hora de atormentar alguém! – bradei sem conseguir olhar para o infeliz. As lágrimas corriam soltas, nublando minha visão.

– Mas que culpa tenho eu se esqueci onde coloquei as chaves? – a voz de Nagato soou inconformada. Só então eu sequei os olhos para fitá-lo – O que aconteceu joou? Por que está chorando?

“E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce”

Os instantes seguintes foram de um alívio extremo. Joguei-me em seus braços e ele me acalentou um choro incontido. Um choro que ele não compreendeu. Mesmo assim, ele me deixou chorar em seus braços e apenas cantarolou baixinho a nossa canção. Durante o tempo em que estive ali, só conseguia agradecer aos céus por não terem me tirado ele. Meu itoshii...

– Agora consegue me dizer o aconteceu pra eu chegar e você me receber desse jeito? Será que você detestou tanto assim minha surpresa? – ele me perguntou divertidamente, ainda acalentando-me como uma criança.

Agarrada à ele, sem a mínima intenção de largá-lo – pelo menos pela próxima década –, narrei o que aconteceu desde que pus meus pés em casa na noite anterior. A sensação estranha de que algo estava acontecendo sem que eu pudesse interferir, a lembrança das flores de seda que estavam caídas no chão do quintal desde a tempestade da manhã em que falamos ao telefone, o desespero das notícias cortadas da manhã...

– Kamis... Se eu soubesse que ligar antes teria evitado toda essa crise, teria feito logo que Shino-kun me disse que tínhamos de voltar ao porto de Townsville... – ele murmurou enquanto se abaixava para pegar as malas e entrar em casa. O alívio ao ver aquela cena percorreu minha espinha e me fez fechar os olhos por um instante – Acho melhor você comer alguma coisa... Essa confusão toda te fez muito mal joou... – suspirou, arrastando-me pela mão até a cozinha. Meu Nagato estava de volta.

“Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti”

– Faz quanto tempo que você não faz uma refeição decente? – indagou ao me ver comer as panquecas que eram sua especialidade sem parar muito para respirar.

– Não faço idéia – respondi e recebi um olhar cheio de alguma coisa que, se fosse para ser expressa em palavras, seria algo como: ‘Você tá achando que é um vegetal ou o quê? Eu saio por cinco minutos e você esquece que tem de se alimentar direito?’.

– Você tá achando que é um vegetal ou o quê? Eu saio por cinco minutos e você esquece que tem de se alimentar direito? – eu não disse? – Por todos os Kamis juntos... Não faça mais isso joou!

– Eu não estou há tanto tempo sem comer assim Nagato... – repliquei, pegando o prato que havia acabado de esvaziar e levando-o até a pia – O problema é que ando comendo a mais mesmo...

– Comendo a mais? – ele pareceu se preocupar. Ahhh... Se ele soubesse como eu tinha vontade de agarrá-lo e enchê-lo de beijos e amassos quando fazia aquela cara – Já foi ao médico pra ver o porquê disso?

– Pra falar a verdade – me aproximei devagar. Sentei-me no seu colo e me pus a acariciar a face e os cabelos negros que me faziam tanta falta – Eu já fui. Não tenho nada demais...

– Como assim nada demais? – ele segurou minha mão e arqueou as sobrancelhas.

– O doutor disse que é comum mulheres grávidas terem mais fome...

– Tá me dizendo que eu vou ser pai?

– Acho que é isso, itoshii...

– Otou-san! Otou-san! – ele começou a berrar descontroladamente, enquanto me girava na cozinha – Essa é a melhor notícia que já me deram! – eu apenas sorria bobamente ao ver aquela expressão de homem, se tornar a de uma criança que ganhara seu melhor presente de natal.

Ele me puxou pela porta que levava ao quintal e, parando em baixo da nossa Nemunoki, alcançou uma das poucas que restaram nos galhos depois da tempestade.

– Fleur de Soie... – sussurrou ao pé do meu ouvido, girando a delicada flor entre os dedos – Aishiteru.

– Eien ni anata wo aishi[1]... – soprei lentamente, enquanto colava meus lábios nos dele. Era impressão minha, ou beijá-lo entre o perfume daquelas flores fazia parte da minha idéia particular de paraíso?

“Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti”

Corrigindo... Beijar Nagato, ser de Nagato... Era mesmo meu paraíso.


[1]永遠にあなたを愛 ;えいえんにあなたをあいし; – ‘Te amo eternamente’



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Notas finais do capítulo

Música: Sutilmente - Skank... (nem preciso dizer o quão maravilhosa é... Preciso?)



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