Descobrindo a própria luz escrita por Marii Weasley


Capítulo 7
Capítulo 7 - O encontro do céu e da terra


Notas iniciais do capítulo

Hey Lindooos!

Agradeço a todos que favoritarm e que acompanham a história.
Capitulo "fofo" do dia...



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Fazia uns cinco minutos que eu chorava sem parar, fazendo aqueles barulhos horríveis que saem toda vez que eu soluço. Tinha insistido no erro de ficar abraçada com ele, mesmo sabendo que nessas situações com qualquer contato físico as lágrimas escorreriam ainda mais.

— Está tudo bem agora — ele repitiu novamente. — Foi só um pesadelo.

— Não. Não. Foi. Só. Um. Pesadelo — as palavras interrompidas pelo meu desespero.

Matt me abraçou mais forte e eu acomodei minha cabeça em seu peito enquanto ele afagava os meus cabelos. Ele sabia que não adiantava dizer nada naquele instante e que precisávamos esperar que eu me acalmasse.

Aos poucos o ar vai preenchendo meu pulmão novamente. Não sei quanto tempo fiquei enrolada com Matt, sei que só o soltei quando tinha me recomposto completamente.

— Tenho que te contar uma coisa — tentei prosseguir devagarinho, para não piorar a situação.

— Você está me assustando de verdade agora.

Respirei e soltei o ar mais uma vez antes de continuar.

— As vezes, os semideuses têm sonhos que não são apenas sonhos. São visões do passado, do futuro, mensagens de algum deus ou criatura mágica — solucei mais uma vez. — hoje eu fui visitada dessa forma e descobri algumas coisas importantes sobre o meu nascimento e a nossa relação.

— Eu acho que posso, em algum momento, já ter tido algo assim — ele comentou. — As vezes sonho com paisagens e pessoas tão antigas, elas falam em alguma língua diferente e mesmo assim normalmente eu compreendo. Geralmente estamos em festa, tudo sempre dourado e a música é incrível.

— Você deve sonhar com seu pai, Matt. Podem ser lembranças dele, ou o jeito dele te manter por perto.

Ele analisou essa possibilidade por um tempo e depois pareceu concordar, com um certo sorriso no rosto. A sensação de não ter sido completamente esquecido ao longo desses anos.

— Você sonhou com a sua mãe? Hoje? Por que você estava chorando tanto, Isa?

— Infelizmente nunca sonhei com ela ou algo do tipo — tentei não soar tão decepcionada. — Gaia veio me procurar. Ela queria que eu me juntasse ao seu exército porque tem algo de muito valor pra mim em sua posse.

E então eu contei tudo para Matt. Sobre meu destino, o acordo feito com Hades e o fato de eu ter alguns poderes de seus filhos dentro de mim. Contei que não poderia usar os poderes, que provavelmente era questão de tempo até que os olimpianos me mandassem para o Mundo Inferior. Com ele e as pessoas cuja a morte eu tinha interferido junto comigo.

A menos que eu tomasse o antídoto.

— Qual é o preço? — questionou. — O que precisamos fazer para ir para o lado dela ?

— Matt, não podemos fazer isso. Ela quer que eu participe de uma armadilha contra os heróis que estão se reunindo para deter a guerra. Contra Percy e minha irmã. Algo realmente devastador.

Ele parou por um longo instante, tentando absorver tudo que eu havia lhe dito. Quando a verdade parece finalmente o atingir, senti que ele ficou tenso imediatamente. Aquilo não seria facilmente resolvido.

— Eu nem sei do que essa poção é feita, só sei que os ingredientes devem ser raros e difíceis de encontrar — parei, pensando. — Mas me parece a única solução: fazer o nosso próprio antídoto. Descobrir do que precisamos e quanto tempo temos até a próxima reunião no conselho dos olimpianos e dar um jeito.

Então era isso: acabávamos de chegar no único lugar adequado em todo o planeta para os semideuses e teríamos que solicitar uma missão. Essa é a ironia do Acampamento Meio Sangue. Nenhum herói consegue ficar em segurança lá por muito tempo.

— Temos que falar com Annabeth, ela precisar ir com a gente, porque não temos treinamento algum — continuei. — E conseguir a aprovação de Quíron. E a receita do antídoto. E se possível adiar o máximo possível o próximo conselho.

Matt pareceu extremamente atordoado com a ideia, por isso se manteve em silêncio por um breve instante enquanto ponderou tudo. A verdade é que muitas coisas tinham que acontecer para que tudo ficasse bem. Algumas poderiam ser consideradas impossíveis. E em algum momento durante aquela conversa na enfermaria, ele teve essa percepção.

Então se aproximou e me abraçou.

— Não vou deixar que nada aconteça com você. Nunca, ouviu?

Eu assenti devagarinho, tentando controlar a próxima crise de choro. Queria ter essa coisa que o Matt sempre teve. De enxergar um mundo de problemas se aproximando e não perder a fé. De algum jeito isso amoleceu meu coração e me deixou ainda mais emotiva. Não poderia deixar que nada acontecesse com ele também.

Senti seus dedos limpando as lágrimas por toda linha do meu rosto. Seus olhos estavam sobre mim, de um jeito que nunca estiveram antes. Não era ruim se acostumar com a nova relação que estava surgindo. Com finalmente poder olhar pra ele com a admiração e amor que eu precisei esconder por tanto tempo. E Matt parecia sentir exatamente a mesma coisa, porque não controlou as próximas palavras.

— Você é tão linda. Tão incrivelmente linda — ele sussurrou.

Tudo que eu pude fazer foi corar. Sabia que ele estava tentando me animar, mas que ao mesmo tempo não conseguia controlar tudo aquilo que estava brotando entre nós dois. Se impedir de dizer o que sempre esteve ali e era silenciado.

— Fiquei preocupado com você. De verdade. Qual foi a ultima vez que chorou na minha frente? Você é sempre tão durona...

Senti um sorriso se formar em meu rosto, contra minha vontade, já que minha cabeça estava a mil tentando desenvolver jeitos de alcançar um plano resolutivo em tão pouco tempo.

— Até que eu gostei desse seu lado meigo.

— Eu não sou meiga — disse, já com meu tom habitual.

Ele sorriu. E se aproximou de mim.

— Vamos fazer isso dar certo, ouviu? Não estou com medo pela minha vida, porque ainda que ela seja poupada, se você morrer, nada aqui teria sentido pra mim. Eu quero passar minha vida toda perto de você. E se isso significa sete dias, três dias, em uma missão impossível, que seja: contanto que eu esteja do seu lado.

Lidar com meus sentimentos por Matt naquelas condições foi difícil. Eu sempre soube que era ele. Com todas minhas pequenas partes eu sempre soube. Era algo sobre ele parecer a pessoa mais maravilhosa de todo o mundo pra mim. Só que eu nunca, nunca achei que ele se sentia do mesmo modo. Eu não parecia ser o tipo de garota que merecia que ele se sentisse assim por mim. E aí eu ouvi tudo aquilo. E senti tudo que já era imenso por ele dentro de mim se multiplicar até tomar conta de todos os espaços. Minhas mãos soando, minha barriga revirando, era como uma explosão.

— Sabe o que estava acontecendo antes de você dormir? Eu não quero que você pense que é passageiro ou um momento de fraqueza, ou que eu não sei como me sinto porque normalmente não sou bom com relacionamentos e nem você. Eu sei como me sinto. Eu sei que eu quero você, só você. Namora comigo?

Aquelas palavras poderiam ser clichês, repetitivas e banais, mas não foram. Não para mim, porque eu sabia que eram verdadeiras. Ouvir aquilo, daquele jeito e naquelas circunstâncias, só serviu para me lembrar o quanto eu o amo. E se esses forem os últimos dias de minha vida, não conseguia pensar em alguém melhor que Matt para vivê-los comigo.

Aproximei nossos rostos até que tudo que eu conseguia enxergar eram os olhos dele. E tudo que ele conseguia ver eram os meus olhos.

Azul.

Castanho.

O castanho se chocando com o azul.

E era como se o céu e a terra estivessem finalmente se encontrando, depois de terem esperado por todos esses séculos um pelo outro.

Era como se alguém tivesse despejado uma caneca fumegante do melhor chocolate quente do mundo no céu.

— Matt, eu amo você. Sempre amei e sempre vou amar. E é claro que eu quero namorar você. Eu quero passar minha vida inteira do seu lado.

Nossos lábios se encostaram, não chegando nem a formar um beijo no início. Foi só um contato frágil, que se tornou um beijo muito apaixonado enquanto eu sentia que estava derretendo, com todo o meu corpo vibrando naquele momento único.

Quando nos separamos, me deparei com os lindos olhos cor de céu me fitando novamente.

— Você pode ser meiga, afinal? — brincou.

E nós dois rimos, apesar de toda situação.

Meia hora mais tarde, Annabeth entrou no quarto e se deparou com dois adolescentes sorridentes de mãos dadas conversando. Matt me contava o que conheceu do Acampamento enquanto eu dormia, sobre a desculpa que precisou dar para sua família e sobre sua vontade de praticar com o arco. E sobre como daria tudo certo nos próximos dias.

Sairíamos juntos e encontraríamos o antídoto. Custasse o que fosse. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Aí vai o próximo ...



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