Descobrindo a própria luz escrita por Marii Weasley


Capítulo 5
Capítulo 5 - Confissões a mais, obsessões a menos


Notas iniciais do capítulo

Oi meus anjos!!

Fiquei imensamente em dúvida se colocava essa parte agora, ou não. Isso não estava em meus planos, mas eu tive uma idéias e isso vai ser importante para uma pequena "reviravolta" que eu decidi criar.
Foi a primeira vez que eu escrevo algo assim e queria saber a honesta opinião de vocês...
O capitulo está um pouco grande tambem, mas eu não vi sentido em dividir isso em duas partes.

Bem é isso aí, espero que gostem (:



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E eu havia dito.

Muitas vezes em minha vida tinha imaginado como aquele momento seria, até se tornar uma espécie de obsessão. Meu cérebro trabalhava na criação dessa cena compulsivamente como um modo de acalmar o meu coração. Algumas vezes imaginava uma explosão de sentimentos: repentinamente, em um dia qualquer, quando não aguentasse mais viver sufocada com essa mentira de uma vida inteira. Imaginava também que repetiríamos aquilo tantas vezes como amigos que assumiria outro significado. E quando acontecesse, saberíamos. Outras, me perguntava se já estaríamos juntos, caso dessemos um jeito de fingir que essa nuvem estranha que sempre pairou sobre nossa amizade fosse unicamente atração física a ponto de me envolver romanticamente com Matt sem admitir que ele sempre foi muito mais que um amigo gostoso pra mim. E desde aquela noite, em que tudo ficou confuso entre nós dois de vez, tive a certeza que mais cedo ou mais tarde ele acabaria perguntando de novo. Por Deus, o que está acontecendo?. E dentro do meu jogo mental, eu teria coragem de responder que o amava.

Eu havia criado essa porção incontável de situações em que finalmente dizia o que cada célula minha sempre gritou. Mas, em todas elas, era difícil. Em todas elas eu tinha medo de perder a melhor pessoa que havia conhecido, de estragar as coisas futuramente, de ser rejeitada, de estar interpretando errado o que eu sentia e confundindo o que sempre havíamos tido e que era tão bom. Em todas elas, as palavras pesariam toneladas.

Mas não foi isso que aconteceu. Poucas vezes na vida me senti tão segura e tranquila sobre algo. Aquilo tudo era eu, aquilo tudo era o que eu sentia. Eu não estava confundindo nada, eu conhecia aquela sensação melhor do que a mim mesma. A realidade foi muito melhor do que o sonho.

Me ajeitei lentamente na cama com um sorriso no rosto e Matt ainda me olhava um pouco encabulado. Eu deveria ter sentido um pouco de vergonha também, mas estava cansada demais de reprimir aquela verdade. Não havia espaço pra mais nada no meu coração além de paz.

— Desde quando?  – questionei.

— Eu passei muito tempo tentando descobrir isso. Eu realmente estou tentando não me sair tão clichê, mas eu te juro que é como se eu já te conhecesse, sabe? Como se a gente tivesse crescido e eu estivesse o tempo todo esperando pela mulher que você ia se tornar – confessou.  – Desde aquele dia na minha casa eu tive certeza que não podia mais ficar da mesma forma com você, eu nunca havia sentido isso por nenhuma outra garota e fiquei um pouco apavorado quando soube o que significava.

Ele estava coçando o cabelo com um sorriso incrédulo no rosto, como fazia quando ficava nervoso e eu era o motivo. Matt parecia "um pouco apavorado" até aquele momento, mas contive o meu riso.

— E então eu me dei conta de que não sabia desde quando aquele sentimento todo estava ali. Que era de muito antes da gente ter tido qualquer tipo de, hm...  – ele estava muito vermelho e eu não pude evitar soltar uma risadinha  – interação... física.

— Eu não acredito que finalmente estou vendo você com vergonha.

— Eu não acredito que você ta tirando uma comigo logo agora  – ele estava com uma carranca tão verdadeira que eu acabei rindo alto.

A mudança de personalidade dele foi completamente palpável. Ele ficou completamente sério e chegou mais perto, me fazendo parar de rir instantaneamente. 

— Sempre esteve aqui, Bells. Mesmo antes da minha casa, e do aniversário da Lola e de ter te chamado pra ir comigo pro baile de formatura dizendo que queria passar aquele momento com você. Era verdade, mas também era verdade que eu morreria de ciúmes se te visse com outro cara. Todas as vezes que você começava a sair com alguém eu jurava para mim mesmo que não ia ser um babaca. E as vezes eu conseguia, outras vezes não e você sabe disso. Eu tentava me convencer de que não era nada demais, que só agia dessa forma pra te proteger, que você era com uma irmã pra mim. Mas eu sabia lá no fundo que era muito mais.

Eu nunca te tirava completamente da cabeça e comecei a me aproximar ainda mais. Tinha medo de que você me achasse grudento, mas não conseguia evitar. Me acostumei a te ter na minha casa, mesmo que lendo ou reclamando, a usar a webcam para ver seu rosto, a sair com você nos finais de semana. Aprendi a gostar de todos aqueles luaus que eu odiava, porque caraca Isabelle, em todos você sempre ficava linda e era o único lugar em que te ouvia cantar. Algumas vezes achava que a mesma coisa podia estar acontecendo com você também, mas na maior parte do tempo eu só te achava maravilhosa com todo mundo.  Mas no fim, o que você sentia não podia mais frear o que eu sentia. Ultrapassei a barreira em que deixaria de gostar de você caso não fosse correspondido. Ultrapassei a barreira em que havia a possibilidade de qualquer coisa me fazer deixar de te amar. Notei primeiro que sempre jogava melhor quando você estava lá pra assistir, depois que a praia ficava melhor quando você estava lá, e a escola, e o parque, a lanchonete e por fim, meu quarto. Você dominou o meu mundo todo e eu soube que estava apaixonado.

Matt sorriu pra mim muito mais tranquilo e eu soube que eu é que estava com vergonha naquele momento. Era tão mais do que o esperado que sentia meu coração retumbando até dentro dos meus ouvidos. Nunca teria coragem nem palavras pra dizer algo assim pra ele, mesmo que fosse a mais pura verdade.

 — Ora, ora, se não temos mais alguém aqui que foi pego desprevenido — provocou, me puxando pra um abraço que fez com que eu enterrasse meu rosto em sua blusa.

O coração de Matt também batia com força sob o tecido e eu só conseguia pensar que aquilo era surreal demais.

— E você? — questionou.

— Eu o que? — finalmente o encarando, mas me fazendo de desentendida.

— Desde quando? — incentivou.

—Desde... — e ali estava o meu segredo mais antigo. — Bom, desde sempre. As coisas não começaram a mudar pra mim, sempre foram assim. Quando eu te conheci você já chegou sacudindo tudo e eu soube que era o cara que definitivamente marcaria minha vida e o meu coração. Tentei muitas vezes me convencer de que não passava de besteira de criança , que as coisas nunca seriam assim com a gente. E as vezes, por um tempo, eu acreditava. Mas sempre voltava.

— E por que você não disse antes ? Eu certamente teria sido legal ou te beijado. Talvez os dois.

— Eu não podia arriscar — respondi simplesmente.

Quando olhei em seus olhos eu percebi que ele sabia muito bem do que eu estava falando. Ele tinha vivido o mesmo dilema, de certa forma.

Ficamos em silêncio por um instante, aproveitando a companhia um do outro de uma forma nova.  Sua mão acariciava o meu cabelo enquanto tentávamos colocar nossa cabeça em ordem. Era definitivamente muita informação para assimilar.

— Bells? Você dormiu?

— Ainda não, mas esse cafuné é covardia — disse, me virando em sua direção.

— Qual você acha que é a minha história? Você sabe, sobre meus pais.

Naquele momento eu entendi porque Matt estava tão calado, já que tive uma dimensão melhor de como as coisas estavam sendo para ele; Nunca tinha duvidado das histórias que eu contava sobre Annabeth, mas esse mundo tão distante não passava disso em sua cabeça: uma porção de lendas. E agora, aquilo tudo não só era real, como passaria a fazer parte da nossa vida a partir daquele dia.

Diferente de mim, Matt havia crescido com uma família inteira. Exatamente o que isso significava? Ele era adotado? Sua mãe havia traído o seu pai? Podia sentir todas essas perguntas se formando em sua cabeça. E, além disso, ele foi tomado por uma súbita confusão de sentimentos por mim. Sua melhor amiga. A menina que ele havia tratado como uma irmã a vida toda. Ele certamente não estava tão confortável com aquela ideia quanto eu.

— Eu acho que seus pais e a sua irmã amam você o suficiente para fazer o impossível pra te dar uma vida normal.

Ele pensou por um instante, antes de concordar com a cabeça e se preparar pra dizer algo. Então eu me virei e coloquei o indicador de leve em seus lábios, interrompendo seja lá que ele fosse dizer. Já havíamos tido o suficiente por um dia.

— Está tudo bem — afirmei com a voz mais delicada que consigui usar.

Matt sorriu tímido, colocando meu rosto entre as mãos e fazendo eu me sentir tão estranha com aquela nova sensação. Eu ainda não estava TÃO confortável com a gente, ok?

— Sim, está tudo bem — ele repitiu sem tirar os olhos dos meus. — E você é o máximo.

Eu fiquei completamente hipnotizada pelo seu olhar, senti meu interior inteiro se agitar com toda a emoção transmitida. Tudo que ele estava sentindo estampado em seus olhos azuis.

Quando senti seus lábios nos meus novamente, me envolvendo em um beijo calmo e apaixonado, qualquer tipo de incerteza que eu poderia desenvolver foi anulada. Era intenso demais, fluído demais e eu sabia que estava arrepiada. Aquela era a eletricidade que as pessoas sempre descrevem e eu ainda não havia completamente experimentado.

Matt seguiu depositando pequenos beijos por toda linha das minhas bochechas e eu simplesmente fechei os olhos e inclinei minha cabeça para trás, aproveitando o momento pela primeira vez. Sem medo, sem culpa. Calmamente seu caminho foi traçado: pelo meu queixo e descendo lentamente até o pescoço. Sentia minha pele formigando e a ponta de seus dedos afastando meu cabelo da trajetória. Mais acesso, mais contato, mais intensidade. Enterrou avidamente o rosto na curvatura do meu ombro , seus lábios quentes espalhando calor pra cada célula do meu ser.

— Matt... — um suspiro, uma tentativa de o fazer parar. Não porque estivesse ruim, mas porque eu nunca tinha me sentido tão completamente sem controle do meu próprio corpo.

Mas ele prosseguiu, beijou toda curva do meu pescoço delicadamente fazendo com que meus membros virassem gelatina e eu perdesse completamente a noção do tempo e do espaço. Posso descrever a sensação em uma palavra: desnorteada. Seus lábios voltaram pelo mesmo caminho, parando somente na altura do meu ouvido direito. Encontrava-me a beira da insanidade.

— O que foi Isabelle? — Matt sussurrou. — Você quer que eu pare?

Logo após levantar a questão, senti seus lábios roçando a minha orelha. Prestei atenção no jeito em que ele disse meu nome, na respiração levemente ofegante contra minha nuca. Sua boca se fechou entorno do meu lóbulo e me senti arrepiar ainda mais, seus dentes puxaram levemente o local e eu perdi de vez a consciência.

Eu não conseguiria parar nem se quisesse.

Então, para demonstrar pra ele exatamente o que ele estava me fazendo sentir, eu virei seu rosto para o meu e o beijei de um jeito meio desesperado. Aquele beijo repentino o pegou de surpresa, logo, tudo o que ele fez foi retribuir. Suas mãos seguraram minha cintura com força, me impulsionando a chegar mais perto, quase que completamente sobre ele. As minhas foram parar em seus cabelos sedosos e não pude evitar puxa-los entre os meus dedos enquanto sua língua percorria a minha boca.

Sempre quis fazer isso.

A sensação de calor foi subindo cada vez mais dentro de mim e Matt parecia sentir a mesma coisa. Ele quebrou rapidamente os poucos centímetros que haviam entre a gente e fez meu corpo encostar-se no seu. Eu sentia sua língua percorrendo a minha e sabia que aquela era a sintonia perfeita. Eu nunca quis tanto uma coisa, como quis Matt naquele momento.

Fiz o máximo para transmitir isso pra ele e tornei nosso beijo ainda mais ardente. Ele me apertou ainda mais contra si, de modo que eu não sabia mais aonde terminava minha pele e começava a dele. Estávamos reprimindo tudo aquilo a tempo demais: era inevitável.

Não pude e não queria me controlar. Com muito cuidado, levantei a barra da camiseta de Matt e passei lentamente as pontas de meus dedos em uma linha sobre a pele de seu abdome.

E então, estranhamente, ele me afastou.

Droga.

— Bells — ele falou sem fôlego. — não acho que seja uma boa ideia.

— Eu acho que sim — reclamei baixinho.

O fitei por um instante e não pude deixar de notar o quanto ele também queria aquilo. Seus olhos sempre tão calmos, agora brilhavam em uma cor escura e cheia de desejo. Ele estava daquele modo por minha causa. Eu havia feito aquilo. Foi impossível segurar o sorriso que apareceu em meus lábios.

— Você estava desmaiada até quarenta minutos atrás. Precisa descansar.

— Droga Matt, então que você nem começasse.

Ele sorriu e se levantou da cama.

Droga, droga.

— Você que começou — ele argumentou, mesmo que soubéssemos que a culpa era toda dele.— E você esta exausta.

— Não, não estou — teimei, infantilmente.

—Sim, está.

Matt se aproximou de mim e fez com que eu deitasse, cobrindo-me gentilmente e afagando meu cabelo solto por cima do travesseiro. Juro que tentei, mas meus olhos pesados se fecharam depois de um tempo. Eu fiz força para mante-los abertos, mas foi inútil. Estava cansada.

— Viu? — escutei a voz de Matt muito longe. — Eu te amo Isabelle, mas não vamos nos precipitar, ok? Eu vou aproveitar enquanto você descansa e ligar para casa, antes que confisquem nosso celular. 

— Eu também te amo, Matt — respondi sonolenta, considerando que era realmente bom avisar meu pai de tudo aquilo. — E você esta certo, de qualquer forma.

E essa foi a última coisa que aconteceu antes que os pesadelos com os monstros e a mãe de Terra me sugassem para longe.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?? Sugestões ?? Quero a opinião sincera de vocês.
Próximo capitulo na Quinta :)
Beijo Cupcakes ♥



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