Descobrindo a própria luz escrita por Marii Weasley


Capítulo 15
Capítulo 15 - Festa do pijama na hora da morte


Notas iniciais do capítulo

Olá amores ♥♥

Esse é um capitulo especial, dedicado as minhas melhores amigas. Amo muito vocês ♥


Obrigada a todas que continuam acompanhando, divulgando e dando as opiniões. Como a maioria quis, os capítulos continuarão como estão. *-* só vou tentar melhorar os parágrafos, como já tinha prometido e tentar escrever capítulos um pouquinho maiores.

Eu amei escrever esse e me divirto muito lendo, espero que gostem também.



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 Assim como da outra vez, apaguei por um instante: primeiro a minha visão, depois os sons ao meu redor cada vez mais longe, até a escuridão. 

Quando recobrei minha consciência, segundos depois, meu namorado estava me arrumando em cima da cama de Mernie e era visível o tom de preocupação em todos.

— Eu sabia que era uma idéia péssima — eu o escutei rosnar irritado, provavelmente para Nico, que desde o início tinha me incentivado a usar os poderes de Hades 

Não houve resposta de ninguém diretamente, só comentários apressados até que notassem que eu estava ferida e as atenções se direcionassem para o local. 

Um tempo depois, senti limparem o meu braço provavelmente com néctar. Doía muito, de modo que era impossível não me remexer assustada todas as vezes que mais líquido era despejado. 

— Eu sinto muito, baby — Matt pediu e eu soube que ele que estava cuidando de mim. — Precisamos fazer isso, ok?

— Ok — consegui devolver, me preparando para uma nova rodada. 

E então percebi, instantes depois, que estava pegajosa. E que aquilo deveria ser o meu próprio sangue e não apenas o néctar. 

— Precisamos estancar isso — consegui distinguir comentários de Nico. — Elas se alimentam desse sangue, então se deixarmos assim dificilmente vai parar por si só. 

— Vou buscar mais curativo – escutei Mernie informar imediatamente.

Depois de um tempo, percebi que ela e Matt estavam enfaixando meu braço, com um pouco de força e que alguém chorava baixinho. Logo conclui que esse alguém era Lola e que ela nem chegaria perto da ferida.

E então eles se afastaram, ansiosos, não antes que a minha melhor amiga me desse um pouco de remédio mortal para dor e me aconselhasse a descansar. Acho que  peguei no sono por alguns minutos, até acordar me sentindo levente melhor.

A dor estava diminuindo e eu consegui abrir os olhos, encontrando quatro rostos muito preocupados me encarando.

Nico estava sentado no canto mais distante do quarto, com uma cara extremamente culpada.

Mernie estava como eu me lembrava. Pálida e com os cabelos escuros e encaracolados descendo soltos até sua cintura. Roupas simples: short jeans e camiseta. Seus olhos verdes estavam cautelosos, mas quando viu que eu havia acordado, conseguiu abrir um sorriso leve para mim.

Matt, por sua vez, estava em um misto de preocupação, alívio e irritação. Sem desgrudar da minha cabeceira, com uma cadeira ao meu lado, é o primeiro a notar que eu havia acordado. Seu rosto se iluminou por inteiro.

— Hey — sussurrou.

— Hey — devolvi, ansiosa para me sentar, com as costas ainda apoiadas na cabeceira.

Nesse momento, Lola entrou pela porta, nitidamente abalada. Ela estava em pânico, e ainda chorava bastante, com um copo de água nas mãos, buscando se acalmar. 

Seu cabelo loiro, liso e comprido, estava preso em uma trança bem elaborada por toda sua costa. A baixa estatura e peso combinando com seu vestido florido e o visual habitual de fada. Ela sempre teve essa beleza clássica e angelical, que chegava a ser intimidadora. 

— Lola... — ensaiei, ganhando sua atenção.  — Não se preocupa, eu já estou me sentindo um pouco melhor. 

Assim que ela percebeu que eu havia acordado, seus olhinhos verdes grudaram em mim, chocados. E então aconteceu, uma dessas características trocas de humor: de desesperada para raivosa. 

— Como você faz isso? — ela exigiu, irritada. — Some sem dá noticias! Eu e Mernie estávamos mortas de preocupação! Daí você brota sem mais nem menos no meio desse quarto com tripas horríveis jorrando do seu braço.

Ela se precipitou, correndo para cama e sentou nos meus pés. Os meninos um pouco assustados, eu e Mernie achando graça.

Olhou-me ameaçadoramente por mais um instante. Então, como eu não disse mais nada, ela inquiriu:

— Isa, você está esperando o que? Conta logo pra gente o que aconteceu.

Mernie pareceu apoiá-la porque se aproximou de nós duas, os olhinhos curiosos exigindo respostas. Matt nitidamente pensou em se opor, mas Lola lançou um olhar tão decidido para ele que o deixou em silêncio por pelo menos mais alguns instantes. Ele já teve muitas provas do humor estranho dela para começar uma discussão perdida.

— É melhor que ela descanse — Nico pediu, desavisado. 

— E quem perguntou alguma coisa pra você? — respondeu Lola rudemente.

Nico corou, surpreso e tentou argumentar:

— Eu só...

— Você nada — cortou de uma vez. — cale a boca garoto gato desconhecido.

Foi à vez de Lola corar quando percebeu o que tinha falado, fazendo o restante de nós rir e um envergonhado Nico ficar em silêncio. Lola sempre foi essa pessoa de falar primeiro e se arrepender depois.

Quando todo mundo ficou em silêncio, tomei como deixa e comecei a contar a história a parti do shopping.

— Por que Matt conheceu Annabeth e nós não? — interrompeu Mernie. — Isso não é justo!

Eu revirei os olhos e comecei a contar tudo de novo, iniciando com minha conversa com Maat pela webcam. Elas fizeram menção de me interromper algumas vezes mais, mas eu não permiti. A gente sempre teve esse jeito de se comunicar sem que as palavras fossem tão necessárias. 

Foi bem difícil explicar algumas coisa, pois diferente de Matt, elas não sabiam de nada a respeito de semideuses, magia, missões, etc. Foi como começar a ler um livro pelo capítulo final. E desenvolver uma linha lógica de fatos me tomou bons minutos falando sozinha, mas simplesmente não sabia como esconder qualquer segredo meu delas. 

Quando acabei, elas estavam estupefatas e, imaginei, um tanto incrédulas. Lola abriu a boca algumas vezes, mas não falou nada por uns tempos, o que é realmente uma raridade.

Eu achei que ela talvez me xingasse pelo perigo que passamos, ou me lotar com perguntas a respeito de ser uma semideusa. Cogitei que ela pudesse começar a chorar novamente por conta da ameaça de morte que pairava sobre as nossas cabeças. Eram tantas alternativas que não havia como prever.

Mas, quando finalmente alguma coisa saiu da boca dela, foi um grito fino e esganiçado, que depois de um tempo foi acompanhado por Mernie. As duas prosseguiram gritando e dando saltinhos pelo quarto, as mãozinhas agitadas.

Nico estava extremamente perplexo e meu namorado me olhou intrigado. Tudo que eu pude fazer foi corar, porque conheço muito bem minhas amigas e sabia o que motivo daquilo.

Lola abriu a porta do quarto e ainda gritando expulsou os garotos para fora e bateu a porta rudemente na cara deles, que não estavam entendendo absolutamente nada.

Então, finalmente, quando elas param Lola deu um berro:

— Eu não acredito! Eu não acredito!

— Não acreditamos — Mernie completou.

— Você e o Matthew estão namorando! — elas gritaram juntas.

Eu fiquei ainda mais vermelha, porque tive certeza absoluta que mesmo do lado de fora do quarto os garotos estavam ouvindo. A rua inteira deveria estar ouvindo. 

— Eu estava certa! Eu estava certa! — Lola prosseguiu de um modo bem irritante, minhas bochechas mais quentes do que nunca. 

Confirmando minhas suspeitas, eu escutei a risada deles vindo do lado de fora, incrédulos pelo motivo do alarde. Lola parou sua comemoração e olhou feio nesta direção por um instante, como se decidisse se perderia ou não tempo os matando, mas era uma fofoca, algo inédito que ela estava amando. Eles poderiam esperar. 

Ela sempre se diz especialista em “casais” e acho que nada a faz mais feliz que eu e Matt juntos para calar a minha boca depois de todas as vezes que disse que era impossível, então optou por ignorar os meninos e continua gritando que estava certa. O mundo estava acabando, eu provavelmente morreria em cinco dias, mas estava namorando Matt. Para minha amiga, isso compensava tudo. E talvez realmente compensasse.

E Mernie... Mernie sempre colocou a felicidade das amigas e das pessoas que ela ama como meta. Se eu estava feliz, ela também estava. E isso era nítido no seu rosto, nos seus olhos brilhantes. 

Quando elas finalmente se acalmaram, começaram a me perguntar um monte de coisas baixinho, em tom de segredo. Como quando tínhamos nos beijado, como ele me pediu em namoro, e como encaramos tudo e blá, blá, blá.

Quando finalmente terminaram o interrogatório elas ficaram em silêncio por um instante. Fiquei com medo de que elas recomeçassem a gritar e a pular como malucas, mas elas não fizeram nada disso.

— Estou tão preocupada — Mernie confessou. — se eu puder ajudar em qualquer coisa nessa missão, claro que eu vou ajudar.

— Isso foi tão fofo — terminou a loira, enxugando uma lágrima.

Eu dou risada e abraço as duas.

Se eu morrer ou se eu ficar presa nessa vida nova, pensei, elas vão ser o que mais vou sentir falta.

— Eu amo tanto vocês duas — admiti, enquanto ainda tinha a chance. 

Nós três acabamos chorando nos braços uma das outras como criancinhas. Até mesmo Mernie, que não é de tanta demonstração de afeto.

Quando paramos de chorar, pouco tempo depois, elas comemoram novamente o meu namoro, depois de tanto tempo de dúvidas e inseguranças da minha parte. E, dessa vez, eu as acompanho. Ainda haviam coisas para celebrar. 

Você, leitor, deve ter notado que essa não foi a primeira vez que sobrevivi ao ataque de gritos de ambas, nem a primeira vez que acabei gritando junto com elas. E, naquele momento, esperava com todas as minhas forças que também não fosse a última. Não podia perdê-las do mesmo modo que elas não podiam me perder.

Depois que estávamos recompostas Lola assumiu uma expressão séria e eu e Mernie seguimos o exemplo. Ela caminhou até a porta e, como se nada tivesse acontecido, mandou os meninos entrarem de volta no quarto.

Nós três agimos com total indiferença e uma postura rígida, como se estivéssemos discutindo assuntos de guerra. Porém, quando os dois entraram eu percebi que ambos estavam segurando a risada.

Quando Matt me olhou, eu tenho certeza que corei, e acabei soltando um sorriso contra vontade. As meninas me olharam feio e eu voltei a ficar séria.

Depois de um tempo Mernie fala:

— Decidimos que vocês podem dormir aqui hoje — ela informou.

— Temos assuntos importantes a tratar — terminou Lola.

Com esse último comentário, Nico acabou gargalhando. Lola e Mernie o acompanharam, deixando eu e Matt com uma expressão envergonhada na cara por alguns instantes. Mas eventualmente acabamos rindo também. 

— Vamos jantar que pelo o que eu entendi vocês pularam o almoço — convidou Mernie. — E minha mãe vai chegar do trabalho daqui a pouco, então temos que maneirar nos assuntos. 

Nós a seguimos, famintos, e concordando com as condições. 

Uma última noite normal, como um adolescente normal, pode parecer loucura, contando que tínhamos tão pouco tempo. Mas era o que nós mais precisávamos no momento.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todas vcs. Lilian, Andrezza, Nicolle, Sofia, Mariana e Júlia.
Deh, Hortência e o Wellerson do pjbr.
Vocês são o mais gratificante em escrever a fic.

Tenho uma novidade pra vocês.... Estou ajudando uma irmã com um blog, passem lá e leiam minha primeira resenha, se gostarem, aguardem por mais.
http://revistanossomundo.blogspot.com.br/2013/10/a-menina-que-roubava-livros.html

Obrigada anjos ♥



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