[Edward]

Eu dirigi para casa ainda bufando de raiva. Eu não gostava de Lauren e nem nada disso, mas a partir do momento em que Bella começa a interferir na minha vida dessa forma... Minha camisa ainda estava manchada de suco. Provavelmente nunca mais sairia o que deixaria minha mãe um pouco irritada.

Mas uma coisa eu tinha que admitir. A Swan era até criativa quando se tratava de seus trambiques. Contratar Victória para dar em cima de mim na frente de Lauren? Baixo, mas eu gostaria de ter assistido isso de fora.

Eu bati a porta do carro e entrei em casa com pressa. Eu precisava pensar no que eu poderia fazer para compensar essa história? Eu ainda pensava nisso quando liguei o computador e tinha um e-mail de Jessica.

“festa na minha casa, sábado 20:30.

Jess. ”

Eu sorri para o e-mail. O e-mail de Bella também estava nos endereçados. O que Jacob faria se visse Bella caindo de bêbada? Ele parecia ser super protetor e tinha que admitir que as coisas certinhas. Então esse seria o meu plano. Nesse final de semana Bella beberia todas, como ela faria isso? Eu tenho um jeito sutil de induzir as pessoas. Eu ainda sorria pensando no meu plano maléfico quase de dominação do mundo, quando meu pai entra em meu quarto.

-Edward? –ele falou me olhando.

-entra pai. –eu sorria para ele.

-Rosalie e Jasper chegam hoje. Eles vão passar um tempo conosco, então seja bonzinho certo? –ele ergueu as sobrancelhas. O que eu poderia fazer com meus primos gêmeos?

-claro pai. –e mais um sorriso. Meu pai sorriu para mim. Talvez meus primos me ajudassem.

Então seria isso. Eu não faria nada de mais, Bella agiria sozinha.

O dia amanheceu, e eu fui para a aula. Rosalie e Jasper tinham chego e estavam dormindo, então eu saí em silêncio. Bella não parecia nem um pouco nervosa por pensar que eu poderia querer matá-la. Eu estava indo para o refeitório conversando com Emmett, quando esbarrei em alguma coisa. Quando olhei para o lado para me desculpar com quem eu tinha esbarrado, eu vi Bella me fuzilando com os olhos. Foi com ela que eu esbarrei? Suas coisas estavam todas no chão e eu sorri para a ironia.

-Ué Bella, está cega alem de tudo? –eu ri, e ela revirou os olhos. Alguma coisa me dizia que ela não estava para discutir aquele dia. –Ah, qual é? Não vai começar a dar uma de louca e gritar comigo?

Eu gargalhei. Eu realmente adorava quando ela ficava vermelha de raiva. Ela não disse uma palavra, apenas se abaixo para pegar suas coisas eu gargalhei mais alto, e então senti uma mão no meu ombro. Era Jacob que segurava meu ombro e com uma expressão completamente assassina.

-não fala assim com ela. –ele disse entre dentes, isso só fez com que eu risse mais.

-vai defender ela agora? Você está atrasado amigo. –a força que ele usava para segurar meu ombro se intensificou e eu pude escutar ele trincar os dentes.

-ela não precisa ser defendida de um idiota como você. –ele deu um meio sorriso.

-e você está fazendo o que agora? –eu ergui uma sobrancelha de uma forma que eu esperasse que dissesse “BABACA” na minha testa.

-matando minha vontade reprimida. – ele me soltou e deu um passo para trás, ele estava com as mãos em punho e estava vindo para cima de mim.

-para Jacob. –disse Bella completamente impaciente.

-Bella... –Jacob começou, eu pude ver Bella repuxando um canto dos lábios.

-chega, vamos. –ela pegou na mão do namorado e o levou para longe de mim.

Quem entendia essa garota? Ela poderia muito bem ter deixado o namorado tentar me dar um surra e então usar isso contra mim para o resto da vida, mas não. Ela não o deixou encosta em um fio de cabelo meu. Quem entende?

O resto da semana passou rápido. Já era sábado e estávamos quase prontos para a festa de Jessica. Dessa vez eu levaria Jasper junto. Ele não agüentaria ficar em casa sozinha com Emmett e Rosalie.

Já tinha muita gente e eu ainda não tinha visto Bella. Talvez, com um pouco de sorte, eu nem precisasse fazer muita coisa. Talvez ela começasse a beber sozinha e então era só provocar um pouco e então ela começaria o barraco.

Andamos mais um pouco pela casa e paramos na sala. Eu estava procurando a menina. Eu olhei para todos na sala. Angela estava com um menino que eu não conhecia em um canto. Mike Newton estava isolado com caras de poucos amigos, até o James da gráfica do colégio estava lá. Eu olhei para o sofá e tinha um casal se beijando. Será que eles não podiam procurar um quarto? Aquilo era mesmo nojento. Eu parei e olhei mais uma vez para o casal e quase deixei meu copo cair.

Jacob Black, o namorado de Bella, estava se agarrando com Jessica. Minha boca se escancarou. Por um momento eu pensei em pegar meu celular e gravar a cena. Bella merecia saber, não merecia? Depois uma revelação tomou conta de mim. Ela acharia que eu tinha armado aquilo. Eu ainda estava decidindo o que fazer quando o silencio tomou conta da sala. Eu olhei para onde todos estavam olhando, e pude ver Bella parada na porta com os olhos arregalados e uma expressão de total descrença.

Jacob e Jessica pararam de se beijar e ouve mais um silêncio estranho na sala. Alice também estava com os olhos arregalados e olhava para Jacob, porem Alice parecia mais apavorada. Bella apenas encarava a cena e não parecia estar tomada de tristeza. Ela parecia estar com raiva. Ela o olhava com a mesma expressão que ela olhava para mim. Era realmente engraçado não ser o objeto tão odiado dessa vez.

-Bella... –Jacob começou, mas Bella saiu da sala em pressa nenhuma. Antes de sair ela me encarou, comprovando o que eu achava. Ela acreditava que eu tinha armado aquilo.

Jasper parecia estar entretido com alguma outra coisa. Eu o olhei e ele encarava Alice. Eu franzi a testa para ele, e ele colocou a mão no meu ombro.

-quem é Edward? –ele apontou para a fadinha que ainda parecia apavorada.

-Alice, melhor amiga de Bella. –ele arregalou os olhos.

-Bella? A Bella que você vivia brigando? Era ela então? Eu sabia que conhecia de algum lugar. –ele fez cara de compreensão.

-se você gostou de Alice é bom oferecer uma carona, por que acho que Bella acabou de deixá-la aqui. Eu já venho. –e eu corri por onde Jacob tinha acabado de correr e por onde Bella tinha passado há poucos minutos.

[Bella]

O que eu to fazendo? Por que eu não to lá dando uns belos tabefes em Jacob? Isso era plano de Edward? E se fosse por que eu simplesmente não estava me importando? Eu tinha deixado Alice para trás, mas eu sabia que logo ela conseguiria uma carona para voltar para casa. Eu andei para o meu carro e foi quando eu escutei uma vez me chamando. Eu virei e então vi meu ex-namorado correndo em minha direção.

-Bella, me desculpa... Eu... –eu revirei os olhos.

-me poupe Jacob. –eu virei para desarmar o alarme do meu carro.

-ME ESCUTA BELLA. –eu fechei os olhos e virei para ele.

-primeiro: não grita comigo que eu não sou seu amigo, e segundo... O que eu você tem para falar? Você está bêbado e me confundiu com a Jessica? Eu não me importo Jacob. –eu pude ver a raiva se formando em seu rosto.

-EU NÃO AGUENTO MAIS SEUS JOGUINHOS BELLA. EU NÃO SUPORTO MAIS VER VOCÊ BRIGAR COM EDWARD. NÃO SUPORTO, ENTENDEU? –eu sorri fraco para ele.

-ótima desculpa. E você não precisa suportar nada Jacob. Nunca foi e nunca será de sua conta. Agora se me der licença, eu quero voltar para casa e você pode voltar para a festa. –eu sorri ironicamente para ele e entrei no carro.

Eu liguei o carro e pude o ver voltando pela porta que tinha acabado de sair. Eu parei o carro uma quadra depois e fiquei ali pensando por algum tempo. Eu não conseguia derramar uma lagrima se quer por Jacob. Parecia que não tinha acontecido nada, como se simplesmente meu namoro nunca tivesse existido. Eu estava apenas com raiva. Jessica? Não. Eu não podia ter raiva dela. Eu estava com raiva dele. Ele que me traiu, independente do motivo. Era dele que eu estava com ódio mortal. Eu ainda estava perdida em pensamentos quando escutei o barulho de alguém batendo da janela do carro. Eu virei minha cabeça e... O que ele estava aqui? Eu destranquei as portas e ele entrou no banco ao meu lado.

-quer carona para casa Edward? –eu ofereci olhando em seus olhos. Ele parecia cuidadoso.

-eu vim para saber se você não queria isso. –eu franzi a testa. O que importava para ele?

-não obrigada. –eu sorri, e ele me olhou cuidadoso novamente.

-você está bem? –ele ergueu as sobrancelhas e eu revirei os olhos.

-é claro que estou Edward, qual o problema? –eu perguntei batendo uma vez no volante.

-estou esperando você ter um ataque. –eu revirei os olhos e ri. Eu ri. Eu estava rindo logo após ter sido traída. Acho que eu realmente estava precisando das terapias que Alice me oferecera.

-não vai acontecer. –eu sacudi a cabeça e ele colocou o cinto.

-acho que vou aceitar a carona. –eu assenti e liguei o carro.

Ficamos em silêncio por um bom tempo. De vez em quando ele mexia no radio trocando de emissora ou fuçando nos meus CDs. Ele parecia calmo do meu lado para uma pessoa que me odiava tanto. E ele não parecia nervoso por ter feito aquilo.

-Edward... –eu comecei e ele me olhou. –você não teve nada a ver com aquilo, estou certa? –ele franziu a testa.

-está. Meu plano era deixar você bêbada e fazer você dar um ataque. –ele confessou, me fazendo rir.

-você sabe que eu não bebo. –eu disse sem tirar os olhos da estrada.

-é. Eu sei. –eu sacudi a cabeça.

-está livre dessa acusação então. –eu falei sorrindo um pouco e me virando para poder olhar para ele. Ele tinha o sorriso torto nos lábios.

-acho que você consegue ferrar sua vida muito bem sem mim. –nós rimos. Ele tinha razão.

Eu o deixei em casa e fiz a volta para ir para a minha. Eu ainda não estava triste, mas ainda estava com raiva de Jacob. Eu não deixaria essa passar, mas também não sabia o que eu poderia fazer. Eu liguei para Alice e ela disse que já estava em casa. Eu precisava fazer alguma coisa para Jacob Black, mas não poderia ser sozinha. Eu sabia que Alice não me apoiaria dessa vez, e que também não me ajudaria. Só existia mais uma pessoa no mundo que não gostava de Jacob e que teria coragem o suficiente para me ajudar. Seria insuportável a convivência se ele aceitasse o plano, mas seria por uma boa causa. Eu peguei o celular e liguei para a única pessoa no mundo que nunca pensei que ligaria. Ele atendeu no primeiro toque.