Loss and Consolation

Nami chorava desesperada no túmulo de Luffy. Haviam se casado há apenas um ano e ele se fora! Tudo por causa da mesma doença de Bellemere: O Câncer. No cérebro. Já era a segunda vez que perdia alguém por culpa daquilo! Ela chorava e chorava, depositando, antes que enterrassem o seu marido por completo, uma laranja lá. Uma de suas laranjas, que ele tanto gostava. Logo, Luffy e seu pijama de madeira foram subterrados e as pessoas, parentes e amigos próximos, foram embora, deixando-a ali, sozinha na garoa fina de outubro. Ninguém ousava se aproximar. Ninguém tentava, pois a ruiva os impelia assim que tentavam. Ninguém ficou lá para vê-la sofrer. Exceto ele.

Law suportara muitas coisas naquele último ano, mas ver a mulher de sua vida chorando com desespero, assim como quando Bellemere morreu, fez com que o moreno sentisse suas barreiras desabarem. Ele se aproximou lentamente, se ajoelhou ao lado dela e pôs a mão em seu ombro. A ruiva levantou a cabeça num gesto repentino, se jogando nos braços de Law assim que constatou quem era.

Ela o abraçou firmemente, como se sua vida estivesse dependendo disso. E estava. A vida de sua alma, ao menos. Trafalgar acariciou os cabelos alaranjados e deixou a moça colocar toda sua dor para fora. Nada foi dito. Não era necessário. Nami sabia que ele estava lá e não sairia tão cedo. Ela confiava nele. Ela o amava.

Law então se lembrou da carta que Monkey havia lhe dado ainda no hospital, pois era um dos médicos encarregados pelo caso do D mais novo. A carta que a ruiva escrevera e nunca entregara.

Flashback

- Tra...

- Monkey-ya, não se esforce.

- Tra... Fique... Com isso... – Luffy disse com dificuldade e tirou um papel de debaixo do travesseiro.

- O que é isso?

- N... Não... Nami n... Não... Pode... S... Saber...

-...

- F... Faça... E... Ela feli... Feliz... – E sorriu. Era incrível a capacidade daquele homem de sorrir daquele jeito mesmo estando à beira da morte.

Flashback

Ele ainda não havia respondido. Porém pretendia responder. E o mais rápido possível... Nami parou de chorar, mas ainda soluçava, e tentou falar:

- L... Law...

- Eu ainda aceitaria você, mesmo se você fosse uma simples flor ou o vento que eu respiro. – Ela arregalou os olhos.

- C... Como você...?

- Há certas coisas que devem esperar o momento certo para serem reveladas. – Se separou dela e estendeu-lhe a mão – Vamos, você vai pegar um resfriado, Nami-ya. – A mulher apenas aceitou o gesto se dizer nenhuma palavra, mas, novamente, não era preciso. Apenas o olhar penetrante e o beijo quente e reconfortante bastaram. Olhares bastavam para o casal. Palavras não precisavam ser sequer pensadas. O mais ridículo e diminuto gesto já lhes sussurrava tudo o que precisavam saber. Eles eram assim. O que se podia fazer? Nada, absolutamente nada... Pensando melhor, algo podia ser dito:

- Eu te amo. – Ele murmurou as palavras que ela sempre sonhou ouvir.

- Eu te amo. – Law ouviu com alegria a confissão de Nami e a abraçou forte. Ali, no cemitério, sob a benção de Monkey D. Luffy, eram apenas eles o centro do mundo. Law e Nami. Eles somente. Somente eles. Nada mais.