Titanic escrita por Emily di Angelo


Capítulo 5
Capítulo 4 - CHERBOURG E PRIMEIRO JANTAR


Notas iniciais do capítulo

Pequena citação sobre PJO no final do capítulo, espero que vocês lembrem. (Se não lembrarem eu vou colocar nas notas finais)

Leiam minha outra fic:
SEM VOCÊ
http://fanfiction.com.br/historia/382912/Sem_Voce

Depois de um ataque ao Acampamento por um monstro nunca antes visto pelos Semideuses, Percy decide o perseguir sozinho, deixando Annabeth furiosa no Acampamento.

Quando chega a notícia de que ele caiu em uma emboscada e não sobreviveu, Annabeth tem que superar a dor da perda de seu amado e ir em busca de vingança.

O que ela não sabe é que isso pode causar sérias consequências e abrir uma porta que estava fechada desde os tempos de Cleópatra.

—>SE PASSA LOGO APÓS 'O FILHO DE SOBEK'<--

Espero que vocês gostem!

Vamos ao capítulo:



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10/04/1912 – Porto de Cherbourg, França.

18:50 – Horário da França

            A diferença de horário entre França e Inglaterra era de uma hora, portanto já era 18:50 quando os dois navios que levariam os passageiros até o cais e trariam os novos encostaram ao lado do Titanic. Thomas se levantou dizendo que iria acompanhar o embarque/desembarque.

            Levantei também, mas seguimos caminhos diferentes assim que chegamos no salão da Grande Escadaria. Thomas desceu para os deques inferiores, onde estavam sendo recepcionados os novos passageiros e eu subi com o objetivo de andar no deque superior.

            Assim que abri a porta de acesso, um vento frio demais para a primavera atingiu meu rosto. Alguns raios de sol ainda estavam visíveis no horizonte e as luzes da cidade timidamente começavam a acender. Me aproximei da amurada, o pequeno navio só ficava visível se eu me inclinasse e olhasse diretamente para baixo. Ele estava bem próximo, separado por quatro, cinco metros do Titanic.

Uma ponte, igual a que usamos para embarcar em Southampton, ligava as embarcações e balançava levemente. Os oficiais e funcionários dos dois navios trabalhavam, auxiliando os passageiros. Baús e baús iam do Titanic ao SS Nomadic, desembarcando os passageiros. O SS Traffic, lotado de novos passageiros, aguardava o término do desembarque do Titanic para transferir os novos passageiros.

Uma perturbação distraiu minha observação, Anfitrite saiu do interior do navio discutindo nervosamente com Poseidon. Os dois não perceberam minha presença.

A esposa do deus do mar tinha ficado de costas para mim. Seu vestido verde mar brilhava, mesmo com o sol já tendo desaparecido por completo. Pelo jeito que a voz chegava até mim, ela estava chorando, mas eu não conseguia ouvir muito bem o que dizia, somente algumas palavras chegavam ao meu ouvido.

–Como... Você tinha falado... Quem é esse Tobias?!

            Já Poseidon, eu conseguia ouvir melhor, já que estava de frente.

–Anfitrite, eu não quis te deixar aborrecida.

–Já deixou! Essa viagem era para... Nosso casamento não... Vou embora!

            Anfitrite desapareceu, e Poseidon, sem mais nada a frente, finalmente me viu.

–Satisfeita Athena? – falou, irritado.

–Do que você está me acusando? – perguntei.

–Anfitrite só foi embora, pois descobriu sobre Tobias. Se você não tivesse feito aquele escândalo na Grande Escadaria isso não teria acontecido.

–Eu estava defendendo minha filha! Não é problema meu se você não consegue ser fiel.

–Sua filha não parecia querer ser defendida.

–Ela não vai se casar com seu filho! Eu não vou permitir.

–Você acha que eu aprovo? Mas ao contrário de certas deusas, eu não vou quebrar as Leis Antigas. Não vou interferir!

–Eu vou, e tenho meus argumentos. Ele é seu filho, Poseidon e filho de peixe, peixinho é. E neste caso o ditado é literal. Não deixarei minha filha sofrer.

            Foi o estopim, passamos os próximos cinco minutos gritando xingamentos e botando o dedo na cara do outro, até que um oficial chegou e perguntou para mim se estava tudo bem e se aquele senhor estava me incomodando.

–Está tudo bem, ele já estava de saída. Não estava? – disse, dando um olhar mortal para Poseidon.

–Claro. Com licença. – Poseidon entrou e o oficial seguiu para a ponte.

            A essa altura, os passageiros do SS Traffic já embarcavam no Titanic, seguidos de suas bagagens. Os tripulantes dos dois navios iam de um lado para o outro carregando bagagens, suprimentos e correspondências.

Um trompete tocou, avisando que o jantar começaria em breve. Decidi que era melhor entrar e tomar um banho antes de me juntar aos outros no Salão de Refeições.

[\\__|__/|\\__|__/]

            Exatamente às oito horas da noite, ouvi as enormes correntes das âncoras sendo recolhidas, o motor foi ligado e um zumbido baixo se espalhou pela minha suíte. Através do meu convés privado dava para ver que o Titanic estava em movimento. O jantar devia estar começando no grande e luxuoso salão onde aconteciam as refeições.

–Clio, por favor, meu sapatos, onde estão?

–Ainda não consegui retirá-los do baú. Qual a senhora quer?

–O preto.

            Clio voltou trazendo o sapato.

Lady, sua filha Elisabeth veio em sua procura, enquanto estava no deque.

            Respondi com um grunhido.

–Ela disse que precisava conversar com a senhora e que era importante que você escutasse ela.

–Eu não vou aceitar as escolhas dela Clio. Espero que você compreenda a gravidade da situação.

            Ela me olhou cautelosa.

–Sim, mas se já está determinado pelas Parcas que isso irá acontecer um dia. Some isso com a grande guerra que se aproxima. Talvez seja a profecia...

Shiu! Poseidon não pode nem sonhar que você sabe da profecia. Nós juramos um para o outro que só nós dois saberíamos.

–Desculpe senhora.

            Saí da minha suíte e comecei a me dirigir ao salão, passando por corredores brancos e de tapetes vermelhos. Passei em frente à suíte de Molly Brown, que saía do quarto. Ela usava um vestido preto, com alguns bordados brilhantes, um chapéu com plumas escarlates cobria sua cabeça.

–Boa noite! – cumprimentou. Eu acenei e segui meu caminho. Vi uma ninfa sair apressada da suíte de Poseidon, sem os sapatos e ainda tentando fechar o vestido. Ele saiu com uma cara de satisfeito, fechando as calças do smoking.

–Você é desprezível. – falei – Grita comigo por que sua esposa foi embora por causa de um bastardo e uma hora depois se atraca com uma criada.

–Cale a boca, sua insuportável. Pelo menos eu sei viver, enquanto você fica aí, encalhada.

–Eu estou encalhada porque quero, eu não preciso de um homem ao meu lado para ser feliz.

–É por isso que você é assim. Isso é falta de pegada.

            E antes que eu pudesse me defender, Poseidon me pegou pela cintura e me beijou. É claro que eu não retribui, muito pelo contrário, eu o empurrei em direção à parede e dei um tapa em seu rosto.

–Nunca mais... Senão, juro por Zeus, que sua habilidade para procriar será uma lembrança distante.

            Deixei-o escorado na parede com um sorriso bobo, entrei no primeiro banheiro que apareceu para retocar o batom, que tinha sido borrado pelo deus.

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O salão estava lindo e lotado. Todas as mulheres muito bem vestidas com longos vestidos de baile, chapéus, esplendores e coqueletes. Muito brilho, muita seda, muitas plumas.

O quarteto de cordas tocava em um lugar próximo, e o Capitão dava a honra de sua presença. A Condessa conversava alegremente com Sr. Ismay. Thomas tomava um aperitivo encostado em uma coluna próxima.

–Boa noite, mais calma agora?

–Sim. Onde estão os dois?

–Estão em uma mesa perto do piano. Não vá lá, por favor. Eles estão felizes, mãe.

–Pouco importa. Eles não podem ficar juntos e tenho meus motivos.

–Ele ser filho do seu rival? Isso não é motivo...

–Esse não é o único motivo Thomas. Tenho outros, muito mais fortes e importantes, só não posso compartilhá-los com você, pois são assuntos do Conselho Olimpiano.

            Ele revirou os olhos e foi sentar-se a mesa, justamente a mesma mesa que sentariam meu pai, Hera, Poseidon, Hades, Perséfone e eu. Completando os lugares estavam o Sr. Ismay, Margareth Brown, e três outros passageiros que não reconheci.

            Sentei-me logo ao lado de Margareth Brown e ela cochichou no meu ouvido quem eram. Caledon Hockley, empresário do ramo do aço, sua jovem noiva Rose Bukater e a mãe dela Ruth Bukater.

–Elas estão praticamente falidas, – comentou – o casamento é para não perderem o status. Tomei chá com eles hoje, este homem é desprezível.

            O jantar correu bem, a comida sempre muito saborosa e refinada, champagne que parecia nunca acabar. A única coisa que me incomodava era que Poseidon não tirou os olhos de mim, o jantar inteiro.

 A duas mesas de distância estavam Elisabeth e Tobias, felizes, rindo. Eu olhava para os dois e não conseguia ver eles como o casal citado em minha profecia. Alguma coisa ia dar errado, estes dois não iriam ficar juntos.

[\\__|__/|\\__|__/]

–Meu marido não sabia que eu tinha guardado o dinheiro no fogão, ele chegou bêbado que nem um gambá e acendeu o fogo. – Contava Margareth Brown às gargalhadas, fazendo toda mesa rir com ela.

            Ela era muito simpática e engraçada, ao contrário de outras filhas de Afrodite que eu tinha conhecido.

–Senhores, vamos tomar um brandy? – disse Sr. Ismay.

            Os homens levantaram da mesa e foram em direção à Sala de Fumantes. Eu ainda não estava acreditando que Thomas havia cedido na questão dos botes. Durante o tour que fizemos pelo Titanic, assim que saímos do porto de Southampton, aproveitei para contar a quantidade de botes salva-vidas. Não tinha o necessário nem para metade das pessoas a bordo.

–Já vou me recolher – anunciei – Boa noite para as senhoras.

–Boa noite! – desejaram.

            No caminho para minha suíte, Afrodite impediu minha passagem.

–E então Atheninha, como foi?

–Como foi o quê, Afrodite?

–Ora! Não se faça de desentendida, eu estou falando do beijo entre você e Poseidon. Eu não acredito que depois de tantos Éons eu consegui!

            Senti o sangue subindo para meu rosto, eu devia estar mais vermelha que um pimentão. Eu não tinha a mínima ideia de como Afrodite tinha ficado sabendo, o corredor estava vazio. Mas por fim das contar ela é a deusa do Amor, ela deve sentir, farejar estas coisas, quando acontecem.

–Não aconteceu nada. – falei, tentando manter a calma.

–Sei! – um sorriso malicioso surgiu nos lábios da deusa, fazendo eu lançar um olhar mortal. – Você pode ficar negando, mas eu sei o que eu vi acontecer.

–Ahn, então você viu o empurrão e o tapa que dei nele. Não viu?

            Afrodite ficou parada estática. Eu simplesmente me virei e continuei o caminho para a cabine. Virando o corredor, vi Elisabeth e Tobias na porta da suíte dela. Ela balançava a cabeça negativamente com um sorrisinho tímido. Fui me aproximando.

–Não, Tobias. – falou ela, um pouco mais firme – Você não vai entrar.

–Mas meu amor. – resmungou ele – Eu juro que não vou tentar nada, é só para ficar juntinho de você.

–Eu sei Tobias, mas estamos no meio de um ninho de cobras, se você passar a noite aqui, amanhã toda a Primeira Classe vai ficar me olhando torto e me chamando de desonrada pelas costas. É isso que você quer?

–Ela tem razão. – falei, fazendo os dois tomarem um susto. Eles fizeram uma leve reverência

– Você vai para a sua cabine, Sr. Jackson. – continuei – E Elisabeth vai entrar na dela agora.

            Elisabeth arregalou os olhos, mas deu boa noite para o rapaz e ele beijou levemente a mão dela. A porta se fechou, eu peguei o braço do rapaz e fiz ele me conduzir pelo corredor. Em certo ponto olhei para os dois lados para ver se estávamos sozinhos, soltei Tobias e o empurrei em direção a parede.

            O rapaz me olhou apavorado, enquanto com uma mão eu segurava a gola dele e com a outra apontava o dedo para o rosto.

–Escute aqui filhote de peixe, você não tem a noção de quanto esse seu relacionamento com a minha filha é perigoso, e eu não estou falando da segurança de vocês. Eu não sei o que está me passando pela cabeça agora, mas eu lhe darei um voto de confiança, fique com a minha filha, faça-a feliz. Porém, se algum dia você magoá-la, machucá-la, desonrá-la de alguma forma, coitado de você. Você poderá se esconder nas profundezas do Tártaro, mas eu vou atrás de sua pessoa, poderá se esconder nos imensos domínios de seu pai, mas nem o grande poder dele poderá te salvar da minha fúria.

O que eu não sabia é que aquele não seria a última vez que depositaria minha confiança em um Jackson.


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Notas finais do capítulo

Para quem não se lembrou:
O Último Olimpiano, p.362
O benefício da dúvida que Athena dá ao Percy

E aí, gostaram?

bjus e até a próxima



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