Encantada escrita por Ana Wayne


Capítulo 30
Capítulo 29




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Novembro ainda era outono, mas com a maior proximidade do inverno que do verão, você já podia sentir o vento esfriar, a pesar de que hoje em especial o dia estava bem ensolarado e o sol esquentava um pouco o dia. Porém eu não podia sentir isso. Não onde eu estava. Presa em um lindo e confortável quarto que poderia pertencer a um nobre de tanto luxo, mas que me enlouquecia.

Há três dias Avery havia me dito que ele era meu pai. Coisa que sei não ser verdade! Só que eu não dizia nada. Estava segura mantendo essa farsa, pelo menos por enquanto. Frances ainda me trazia comida e Avery vinha todos os dias, passava horas falando da historia de sua família, e às vezes me dizia o motivo de realmente serem contra os nascidos trouxas, cada membro com seu segredo. E eu apenas ficava calada, em silêncio absorvendo informações que mais tarde poderiam me ser uteis.

Ouvi a porta ser destrancada. Sabia que era Frances, pois Avery usava sua varinha e Frances uma chave. E a varinha não fazia o barulho como a chave. Estava muito entediada para olhar para Frances, e de que adiantaria? Neste momento ela é apenas uma boneca sem vida controlada pelo imperius.

— Senhorita, seu pai deseja que vá almoçar com ele na sala de jantar. – Diz ela com a mesma voz de sempre. – Por favor, vista-se adequadamente. – Observei-a, enquanto ia ao closet e retirava de lá um vestido.

Lindo! Ele era curto e comportado totalmente preto e com detalhes em renda. Ela me ajudou a fechá-lo, e a calçar os sapatos de salto alto. Me fez sentar na ponta no banco em frente a penteadeira e arrumou meus cabelos, deixando-os soltos, mas bem arrumados, logo ela passou uma sombra clara nos meus olhos, tal como o lápis, ela também passou um gloss rosado nos meus lábios. Prendeu um colar dourado com uma pequena pedra de esmeralda em meu pescoço e me disse para colocar os brincos de jogo enquanto borrifava um perfume em mim.

— Por favor, siga-me senhorita!

Eu não disse nada. Apenas a segui em silencio. Eu olhava para as paredes, tentando me lembrar do caminho, gravá-lo em minha mente. A primeira coisa que eu percebi era que era uma casa muito grande, com moveis antigos e luxuosos. Quando descemos as escadas ela me guiou até a sala de jantar.

Uma enorme sala com lustres de cristal espalhados pelo teto negro. A grande mesa de mogno era perfeitamente polida e refletia o brilho das velas, as belas cadeiras imponentes ao entorno dela somavam seis pares de cada lado de comprimento e uma em cada cabeceira. Nas paredes havia um papel de parede verde e prata, expressando a lealdade a Sonserina, alem de castiçais prateados com três velas em cada e o total de seis espelhos, havia ainda duas ou três mesinhas recostadas nas paredes, sustentando arranjos de flores. Quando cheguei Avery se levantou e foi ao meu encontro.

— Minha filha, finalmente! – Ele segurou o meu braço, me guiando ao lado esquerdo direito de sua cabeceira, onde havia um conjunto de talheres de prata e louça fina, para que alguém comesse. – Hoje eu a apresentarei a duas pessoas muito importantes! – Minha mente nublou em medo. Pensando que talvez fosse Voldemort.

— E quem seriam?

— Meu braço direito, Kall Kister! – Minhas mãos tremeram ao ouvir o nome do comensal que me ameaçara a algumas semanas. – E o segundo é o pai de um de seus pretendentes à futuro marido. – Quando ele disse isso, minha garganta secou. Marido?

— Como?

— Entenda querida, você é jovem, mas está na idade de casar! – Disse-me com um sorriso, que logo percebi ser insano. – Claro que você e seu noivo se conhecerão, se tudo sair conforme o planejado em uma semana. Agora seja uma boa menina, que eles devem chegar em alguns minutos!

Meus pensamentos vagaram. Esse homem é insano. Ele não pode me forçar em casamento, ainda tenho 15 anos.  Me irritei internamente, mas me alegrei ao lembrar que mesmo ele não poderia me forçar ao casamento, pois até mesmo pela lei mágica um indivíduo só pode se casar após os 17 anos, 16 se houver o consentimento dos responsáveis legais. E querendo ele ou não, os meus responsáveis continuavam sendo William e Haydée Granger.

O som do aparatar encheu nossos ouvidos, e duas sombras negras deram origem a duas pessoas. Dois homens, para ser mais clara. O primeiro eu me lembrava muito bem Kall Kister. O segundo homem, no entanto, já possuía muitas marcas da idade, não teria menos de 50 anos, com olhos azuis escuros, pele clara enrugada pelo tempo e os cabelos loiros penteados para trás a pesar das duas entradas que haviam na cabeça. Ambos se vestiam de forma elegante com cores escuras, cada um com um broche que tinha o brasão de sua família. E pelo broche eu pude reconhecer o segundo homem, George Nott, o pai de Theo.

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— O que aconteceu, Theo? – Perguntou Draco, sentando-se na minha frente.

— Fizeram as pazes? – Questionei ao vê-lo junto a Blaise. Que também se sentou a minha frente.

— Sem gracinhas, Theo! Eu sei que tem algo errado! Seu pai te enviou uma carta essa manhã e você começou a pirar! – Disse Blaise.

— Eu não pirei Blas, ainda estamos no almoço! Mas não se preocupe, até o jantar eu piro!

— O que tinha na carta?

— Uma proposta de casamento! – Retirei a carta do meu bolso e a entreguei a eles. – Como eu disse, ainda não deu tempo de processar a informação!

Draco retirou um papel amassado de seu bolso interno. E o estendeu para mim. Por um minuto o encarei, sem entender, mas aceitei o papel e abaixei meus olhos para enxergá-lo melhor. Era uma carta de Lucius Malfoy.

— Por que está me entregando isso Draco?

— Meu pai também me arranjou um casamento. E olha que coincidência a família da noiva.

Draco

Recebi suas notas por Snape, e fico feliz de ver que está entre os melhores. Claro que estaria é um Malfoy, é seu dever estar lá. É seu dever ser o melhor. Porém eu também recebi uma notícia que me irritou, e muito, à principio. Sua amizade com a srt Granger é algo que você terá de me explicar em breve meu filho. Eu realmente estaria muito mais irritado nesse momento se uma boa coisa houvesse acontecido.

Sabe Draco, depois do fiasco da tentativa de noivado com a filha dos Parkinson, Pansy. Eu fico feliz por ter aberto meus olhos antes de colocar uma vadia como ela em minha família. Quem diria que a sempre recatada Srt Parkinson não passava de uma farsa, uma meretriz e uma pistoleira. De qualquer forma sua pequena investigação nos fez bem. Afinal de contas, o Sr. Parkinson nunca aparentou estar falido, mas no fim não tinha meio nuque em seu bolso.

Recentemente um amigo meu, Johan Avery, descobriu que possui uma filha. Sangue puro, uma vez que a mãe de sua filha, Lanora Gammel, também é uma sangue puro, a pesar de ser uma traidora. Como dito anteriormente, eu estaria muito irritado com sua amizade com a Srt Granger, se tivesse descoberto, recentemente que a Srt Granger é na verdade a Srt Avery. Infelizmente, Hermione Avery foi criada por trouxas, logo tem muitos conceitos enfiados em sua cabeça pelos seus pais de criação. Porem o Avery acredita, assim como o Lord, que se ela se mantiver afastada da influencia de Potter e sob o domínio de um marido de pulso forte, ela aceitará os ideais de nosso Lord com maior facilidade.

Veja, Avery é um nome poderoso. Mesmo depois de anos em Azkaban a família Avery ainda é respeitada por muitos. E sabemos que também possuem uma vasta riqueza que com a morte de Johan passará para sua querida filha, logo para o marido dela. Eu e Johan possuímos uma amizade forte, assim como George Nott. Nott também pretende casar seu filho, Theodore, com a Srt Avery. O que claro não acontecerá, já que você irá conquistá-la primeiro. A garota, a Srt. Avery, deve se casar com você Draco. Não me desaponte mais uma vez!

Me encontre sábado no Cabeça de Javali, quarto cinco. Às 8h em ponto, não ouse se atrasar.

Malfoy

 – Você só pode estar brincando! – Eu disse olhando para Draco, repassando a carta a Blaise, que aparentemente não a viu.

— Não! Ela está com eles, e sabe-se lá como ela está. – Draco parecia preocupado. – Avery não tem jeito de ser muito paternal.

— Se ele tiver encostado num único fio de cabelo cacheado dela, eu vou matá-lo! – Prometeu Blaise. Eu apenas abaixei meus olhos, sabendo que eu faria algo muito pior do que simplesmente matá-lo.

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Um arrepio passou pela minha espinha. Theo era meu amigo, e eu não duvidava dele nem por um segundo, mas ver aquele homem, seu pai, me fez lembrar que Theo vinha de uma família que seguia cegamente a Voldemort. Apertei minhas mãos que estavam em meu colo, escondida das vistas dos três homens naquela sala.

— Há quanto tempo meu caro George?

Avery se levantou e eu sabia que eu devia fazer isso, para mostrar meu respeito por eles. Mesmo que eu não tivesse nenhum. Quando eles se aproximaram de mim e me estenderam a mão eu estendi a minha, forçando um sorriso. Avery nos apresentou formalmente e Nott tentou parecer gentil, mas dificilmente um comensal da morte o conseguiria. Nos sentamos novamente, e logo vi Frances trazendo a comida. Por que uma pessoa quando se tem elfos domésticos? Me perguntei, eu sabia que essa casa tinha elfos, então por que ele usava uma garota trouxa?

— Sua filha é uma jovem muito bonita, Johan! – Disse Nott, sentando-se na segunda cadeira ao lado de Kister, que estava a minha frente. Eu sabia que não deveria dizer nada, Avery o diria por mim.

Não importa o quanto tempo tenha se passado. A sociedade bruxa ainda parecia presa na idade media. Nas famílias ricas onde só se tinha um herdeiro a família escolhia o casamento, e mesmo em famílias que houvesse mais de um herdeiro ainda sim o casamento do mais velho era arranjado. Principalmente se fossem mulheres. A bruxa ainda não tinha voz, era simplesmente um enfeite, para seus pais e mais tarde para seu marido. Só fale, quando falarem com você.

— Obrigada, George! – Ele disse. Eu acho que quero vomitar. Tomei um gole de suco, será que Avery sabia que eu já havia tomado vinho antes? E coisas até piores? Bem não importa. – Agora diga-me George, por que acredita que o seu filho, Theodore, é o melhor para a minha filha?

— Como bem sabe, Avery, meu filho é um estudante de Hogwarts, Sonserina, algo que sua filha não o é. – Disse a Avery com certo desgosto que me fez sentir ainda mais enjoada. – Theo, também é um dos melhores alunos da escola. Pediram para que ele fosse o monitor da sonserina, mas Malfoy precisou comprar o título.

— Hermione possui as maiores notas da escola, George. E infelizmente não é uma Sonserina, devido às falhas na criação dela. Algo que lamento muito não ter estado presente, para corrigir. – Comentou, amargo, quase me fez sentir agradecida. Quase. – E ela é a monitora de sua casa, a pesar de tudo.

— Para meu filho, o cargo foi oferecido, mas Malfoy o comprou. – Disse irritado. A pesar de que eu conhecia Theo, ele não tava nem ai pro cargo. Ele não o queria na verdade. – Além disso, Theo é um jovem bonito.

— Malfoy também o é! – Disse Avery, com um meio sorriso.

— Theo não investiga a noiva, Avery, muito menos sua família. E Malfoy já o fez, muitas vezes, com todas as noivas que seu pai lhe arranjava. Você sabe que seria uma grande desvantagem se a verdade sobre sua doce Hermione fosse de conhecimento geral.

— Isso foi uma ameaça, Nott?

— Longe de mim, Avery! – Respondeu Nott, notando que tanto Kister quanto Avery estavam bem tensos. – É apenas uma verdade, Draco Malfoy em sua vez colocou todos os segredos da Srt Pansy Parkinson no Profeta Diário, assim como os da Srt Dafne Greengrass e os da Srt Alexia Delacroix. Os Parkinson hoje estão em decadência e dificilmente são convidados mesmo para um chá na nossa sociedade. Os Greengrass não conseguem encontrar um noivo para Dafne e até mesmo a imagem de Astróia e Thalia fora manchada. E os Delacoix tiveram que fugir do Reino Unido.

Me interessei pelo caso. Lembro que Pansy ainda perseguia Draco, não mais por paixão, agora ela dizia que ele devia isso a ela. Dafne parara de perseguir Draco e as vezes o lançava olhares mortais. E Alexia, que era uma francesa um ano mais velha que perseguia ele, e espalhava para todos que estavam noivos. Até que no meio do ano passado ela saiu do colégio, as pressas direcionando palavras de ódio a Draco e aos Malfoys.

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Estava sentada no sofá do Largo Grimmauld. Depois do jantar de negócios entre Sam e Sirius, eu e o ultimo havíamos nos aproximado um pouco. Viramos bons amigos e ele me convidou para ficar em sua casa, o que eu aceitei é claro. Ficar na casa de Sirius significava duas coisas nesse momento: economia e nenhuma súcubo loira no meu pé.

Desde que Hermione desaparecera eu estava investigando todos os fatos envolvendo ela nos últimos meses. E algo me chamara a atenção, um tal de “D” que vivia mandando cartinhas românticas para ela. Percebi que ele esteve presentes em momentos que a presença de qualquer outro era proibido.

— Você deveria descansar um pouco! – Senti a respiração de Sirius em minha nuca.

— Eu não consigo!

— Você tem uma ligação muito forte com ela, não é?

— Mais do que você pode sequer imaginar!

— Se te faz feliz, a primeira missão do Departamento de Defesa é resgatar Hermione! – Ele se sentou ao meu lado. Tirou algo de seu casaco e estendeu para mim, era uma carta com o símbolo do Ministério Bruxo Inglês. – E eu to na equipe!

— Você vai encontrá-la?

— Nem que eu tenha que ir ao inferno! – Ele me respondeu com um sorriso doce, e eu não pude evitar devolvê-lo. Havia algo sobre Sirius que me fazia sentir segura, protegida.


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Notas finais do capítulo

Oi gente, só para lembrar o próximo capítulo tá programado para o dia 9 de junho!



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