Encantada escrita por Ana Wayne


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos os reviews, e eu prometo respondê-los no dia 23!
Bjs, Bella!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/368879/chapter/14

Eu estava sentada na minha cama. Cansada e sonolenta hoje viria alguém me ver, da minha família. Me perguntei quem seria, claro que os mais prováveis de saírem da Itália e virem até Hogwarts eram o tio Hercules e minha tia Helena, mas também podia ser tia Harpina... Suspirei cansada. Pra quê tanta mulher numa só família?

Vi Ninky trazendo o meu café da manhã mega reforçado. Agradeci e comecei a comer. Olhei pela janela e vi que haviam colocado estatuas de gárgulas próximas as janelas e isso foi estanho. Porque diabos haviam gárgulas nas janelas?

Suspirei. Isso era estranho.

.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

Ainda bem que eu estava usando minhas roupas trouxas. Tanto eu quanto Kim na verdade. Por uma viagem de trem usando roupas bruxas era de matar qualquer um. Eu imaginava como era a uns dois séculos atrás, antes do trem. Se com o trem demorava três horas, imagino como seria a carruagem.

– Ainda vai demorar muito? – Eu perguntei enquanto me deitava no meu banco e recostava minhas costas na parede, ficando de frente para a janela.

– Uma hora, meu bem. Uma hora. – Murmurei algo exausta e Kim riu. – Céus, você é uma italiana muito impaciente.

– Paciência nunca foi minha maior virtude!

– Você sabe que eles devem pensar que você é...

– Trouxa, eu sei... – Suspirei.

Minha família, a pesar de trouxa, tinha um profundo envolvimento e conhecimento sobre o mundo bruxo, desde que meu avô era um aborto que se casou com uma trouxa e teve filhos trouxas e então eu e Hercules nascemos bruxos. Definitivamente, eu não quero nem pensar em tentar fazer uma arvore genealógica para essa família.

Eu dormi em grande parte da viagem. E quando cheguei fiz questão de ficar encostada na parede da estação de Hogsmead. Esperando pelo professor que fosse vir nos buscar. Felizmente a espera foi curta. Um homem alto e loiro veio nos receber.

– Srt Dangers! – Ele reconheceu a ruiva ao meu lado. Que sorriu fria para ele. Ele se dirigiu a mim, me olhando com um olhar superior que me fez rolar os olhos. – Você deve ser a tal parente da Srt Granger, não?

– Helena La Vecchia. – Me apresentei estendendo a mão para ele que a aceitou desconfiado.

– Leonidas Termopolis. – Sorri de forma superior que o fez estreitar os olhos. Se queria me detestar antes de me conhecer, então eu daria motivos para me detestar.

Ele nos guiou até uma carruagem “mágica” que eu bem sabia ser puxada por trestálios. Quando estávamos dentro da carruagem eu relaxei e fiquei olhando a paisagem, enquanto Kim e o tal Termopolis se encaravam. O clima tava tenso e eu já estava cansada o suficiente para ele.

– Como ela está? – Perguntei meio amarga para ele que olhou em minha direção.

– A Srt Granger está melhor, se a Srt tivesse simplesmente mandado uma carta saberia disso, não precisaria vir da Itália até aqui. – Eu ri baixo.

– Acho que você não conhece direito o sangue Vecchia, e como eu o encarno bem. – Respondi com um sorriso irônico. – Na verdade eu também gostaria de questionar o motivo de não terem avisado nada para a família dela...

Ele me olhou novamente como se fosse superior. E eu desviei o olhar para a janela. Felizmente não demoraria muito a chegada e agradeci pelos moleques estarem em aula. O primeiro a descer da carruagem foi Termopolis que ajudou Kim e estendeu a mão para mim, que ignorei ele.

Eu e a ruiva fomos guiadas pelo castelo. E vez ou outra, víamos um ou outro aluno por ai. Quando subimos até a sala do diretor ele nos introduziu, mas parece que o diretor estava um pouco ocupado com um professor que se vestia de preto, dos pés a cabeça. O professor me olhou como se eu fosse um ser inferior e eu ergui uma sobrancelha em desafio.

– Dumbledore, essas são Kimberly Dangers e...

– Helena La Vecchia! – Me apresentei. Jamais deixaria aquele homem me tratar da forma como ele estava fazendo. – Vim para ver Hermione.

– Muito prazer, Srt. Tenho certeza que teve uma agradável conversa com Termopolis. – Eu queria rir, mas me segurei. – Ele é o professor de Duelos dela. E este é Severus Snape, seu professor de poções.

– Prazer! – Eu disse para ele que apenas maneou a cabeça, revirei os olhos, tão superficial.

– Antes que vá ver Hermione eu gostaria de perguntar seu grau de parentesco com ela.

– Irmã mais nova de Haydée La Vecchia Granger. Sou tia de Hermione.

– Parece mais ser uma prima dela. – Disse Dumbledore.

– Eu tinha 14 anos quando Mione nasceu, e a diferença de idade entre mim e Haydée é de 8 anos antes que pense que minha irmã é irresponsável.

– Uma mãe que simplesmente deixa a filha vir para um colégio que nem sabe onde se localiza não pode ser chamada de responsável. – Disse o tal Snape se metendo na conversa. Eu revirei os olhos. Quando iriam começar a falar, Kim foi mais rápida, perdendo a paciência.

– Haydée não sabia a localização de Hogwarts, mas caso não tenha percebido Snape, ela já era bastante informada sobre o mundo da magia, já que ela possui uma irmã e um irmão que são bruxos, a pesar de Hercules está na America. – Disparou.

– A Srt é uma bruxa? – Perguntou uma mulher loira, recém chegada. Eu tirei minha varinha de dentro do bolso interior da minha calça e a mostrei, ela ficou surpreso. – OK! Muito prazer, sou Clair Fontaine, leciono DCAT para sua sobrinha. – Ela me estendeu a mão, e por educação aceitei.

– Helena La Vecchia, prazer!

O clima tenso estava no ar. E Kim encarava Snape, que devolvia o olhar sem cerimônias. O diretor nos chamou para que prestássemos atenção nele e foi difícil fazer Kim prestar atenção nele ao invés de encarar Snape.

– Bem, creio que as senhoritas já possam subir para a torre...

– Eu não vou! – Disse Kim e todos olharam para ela. – Devem pensar que vim aqui a trabalho, mas só vim acompanhar Lena. Vou esperar lá no pátio.

– Certo! Me acompanhe, Srt La Vecchia. – Pediu a tal Fontaine.

Novamente fui guiada por corredores até a entrada da torre e então Fontaine me parou. Parecia apreensiva.

– Eu sinceramente não sei como explicar isso Srt La Vecchia.

– Se vai falar sobre a estranha onda de energia que se originou de Hermione e parou o país por 1 hora, não comece.

– Como? – Perguntou enquanto começávamos a subir as escadas.

.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

Céus ela sabia mais do que pensávamos. Se Helena La Vecchia não sabia tudo. Sabia o suficiente para nos deixar em maus lençóis. Na torre eu já era capaz de sentir a energia de Hermione e olhei para ela, que também pareceu sentir a energia.

– Se você olhar os jornais do dia 19 de abril de 1981 da Itália, em fim. Uma onda similar a essa aconteceu na região de Florença... – Ela começou com um olhar perdido. Parecia se lembrar do tempo que passou. – No mesmo dia em que meu irmão, Hercules, brincava com Hermione e nós descobrimos que ela seria uma bruxa. A onda causou os mesmos efeitos, tanto eu quanto qualquer pessoa éramos capazes de sentir a energia que vinha dela. Ninguém nunca soube de onde a onda viera, e nós não sabíamos o que a causou.

– Então você sabe do rastro de energia que essas ondas deixam certo?

– Mais do que isso. – Ela disse, com um sorriso. – Eu e Hercules procuramos por fenômenos semelhantes e descobrimos que já houvera acontecido cinco vezes. A primeira vez em meados de 380 d.C. na região báltica e ocorrera outras quatro vezes entre os anos de 1352 e 1377, no território da Bretanha. Claro que os efeitos no mundo trouxa foram realmente irrelevantes.

– Ou seja, Inglaterra! – A morena apenas concordou.

Me perguntei o que mais ela sabia e me senti tentada a perguntar, mas não o fiz quando percebi seu olhar vago e distante. Logo percebi que a morena era realmente parecida com Hermione. Os cabelos castanhos e os olhos da mesma cor, mas os traços delicados, ela também parecia possuir a inteligência de Hermione. Era apenas um pouco mais alta e obviamente mais experiente.

No fim da Torre ela me parou, enquanto me segurava pelo braço. Ela parecia ter se lembrado de alguma coisa importante.

– Ela já sabe que é a origem das ondas?

– Ela sabe das ondas, mas não faz ideia que é a origem... – Ela assentiu. Talvez não quisesse que Hermione nem soubesse sobre as ondas – Você imagina o que seja essas ondas? – O olhar dela piscou em dúvida, ela sabia de algo. Ela fechou os olhos e negou.

– Não faço ideia!

Ela se apressou até a primeira porta, o quarto de Hermione e entrou. Quando eu vi a cena não pude esconder o sorriso. Hermione, mesmo usando uma camisola grande se levantou e abraçou Helena, emocionada. Ela me viu e sussurrou com os lábios algo que eu pude entender como um “obrigada” e sorri para ela.

Saí da Torre. Eu já não era útil ali.

.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

Assim que ouvi a porta fiquei atenta com quem seria. E sorri. Era minha tia Helena. Corri até ela e a abracei. Ela também me abraçou enquanto sussurrava palavras doces em meu ouvido. Eu vi a prof. Fontaine parada na porta e movi os lábios, dizendo “obrigada”. Ela sorriu e saiu da porta me deixando a sós com minha tia.

– Soube apenas agora, como você está? – Perguntou ela, parando para me examinar.

– Estou bem, Dumbledore contratou uma curandeira para tomar conta de mim, e bem, eu já me sinto bem melhor...

– Hermione, você está a pele e osso! – Reclamou. Eu ri, imagina se ela tivesse me visto a três dias atrás.

– Mas bem! – Insisti. Ela me levou para a cama e então nos sentamos. – Então, soube que Harpina vai se casar com Giovanni.

– Sim, está radiante. Sua avó mais ainda. Anteontem mesmo foram fazer os convites. – Comentou e eu sorri. Giovanni era um velho amigo de Helena, que estudara quase que junto dela e namorara com tia Harpina durante 5 anos e agora estão indo em direção ao altar. – Harpina está louca para te ver, sabia? – Perguntou ela com um sorriso.

– O que? Passei metade das minhas férias na Itália com vocês, como assim ela está louca para me ver? – Perguntei para ela.

– Harpina te ama, o que você acha? Se bem que Hercules também está com saudades, sua avó Galatea não para de dizer que Haydée deveria tentar convencer William a se mudar para Itália. – Eu ri. Minha mãe amava a Inglaterra, seria muito estranho vê-la tentando convencer o meu pai a se mudar para Itália, estaria mais para o contrário.

Helena ficou conversando comigo durante um tempo. Me fazendo diversas perguntas e me contando sobre nossa família. Eu perguntei sobre o chefe dela, o Sr Powers, que eu adorava. Ela comentava sobre ele e seus dias de trabalho e sobre como Powers as vezes reclamava da noiva, uma Evelin Peronni, e de seu ciúme desenfreado. Claro que eu ria de todos os casos.

.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.

– Merda! – Sussurrei enquanto empurrava um cálice com força. Toda a água do cálice de prata caiu na mesa e foi escorrendo até o chão. E nesse exato momento entrou minha amável professora, Clair Fontaine.

– O que houve Zabini, não consegue fazer a água se mover? – Perguntou ela, com um sorriso nos lábios enquanto se aproximava de mim.

Desde o dia em que descobri ser um druida, ela e a Sra Fontaine vinham me treinando. Ou seja, me faziam treinar coisas estúpidas, tal como mexer a água de um cálice. Sinceramente, no que eu usaria isso.

– Vamos, Zabini! Você realizou um ritual de cura avançado, que apenas os mais poderosos conseguem realizar, mas não consegue fazer essa brincadeira de criança? – Ela colocou o cálice sobre a mesa e então moveu as mãos toda a água que estava no chão chegou em suas mãos, junto a água que estava sobre a mesa e então ela fez com que a água flutuasse até o cálice. Eu suspirei, jamais conseguiria fazer aquilo sem varinha. – Observe: – Chamou-me. – O segredo está no movimento, ele tem que ser leve e fluído, como a água. – A água se movimentou formando um redemoinho suave.

– Nem sempre a água é leve e fluída... – Disse enquanto me lembrava das tempestades e das correntezas de um rio forte e das ondas do mar. Ela suspirou.

– Lembre-se do movimento de um rio Zabini e como as águas descem rio a baixo com calma e de forma suave. E concentre sua magia nisso e na água a sua frente.

Eu fiz o que ela mandou. Concentrei minha atenção na água a minha frente enquanto pensava em um rio. Fechei meus olhos e consegui imaginar um rio com a água em constante movimento, isso não era difícil. Abri os olhos e vi que a água se movia, formando novamente um redemoinho e sorri. A professora também sorriu para mim, mas logo se virou para mim e me pediu para parar, enquanto tirava um livro de suas vestes.

– Tome. – Me entregou um livro que a julgar pela capa era antigo... Muito antigo. Eu abri ele e percebi que sua linguagem era ainda mais antiga, era medieval. – Este é o mais antigo de todos os livros escritos por Druidas ainda existentes. Foi escrito por volta de 300 e poucos d.C.

– Não existe adaptação? – Perguntei.

– Existir, existe!

– Mas...

– Mas foi feita por mim, ou seja, feita pelo meu ponto de vista, pelo que eu entendi. E eu quero que você me mostre o que você entendeu. Claro que vai precisar de ajuda em umas palavras e termos, mas a biblioteca de Hogwarts possui dicionários que poderão de ajudar.

Eu suspirei pesadamente. Aquilo seria cansativo. Ela olhou para o cálice e fez com que a água formasse pequenas ondas e me mandou repetir o movimento. E eu não seria o louco de contrariar aquela mulher.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!