Minha mãe jogou o cesto de roupas nas minhas mãos, e colocou mais algumas roupas dentro. Olhei incrédula pra ela, o que eu deveria fazer com todas essas roupas? Jogar em cima do Potter quando ele estiver perto da janela, pra ver se ele cai por ela? Sufoca-lo com as roupas? Minha reação demostrava que eu não sabia o que ela queria. Ela bufou.

- Você coloca isso dentro da maquina, depois de colocar água, claro e então coloca sabão em pó e liga a maquina. – ela disse. – Simples, não?

- É, ate que é. – eu disse ajeitando o cesto nas minhas mãos. – Mas porque eu lavaria as roupas?

- Porque meus pés estão me matando, eu não aguento mais ficar em pé. Eu preciso de descanso, to com cinco meses e minha barriga ta maior que o Titanic e eu faço xixi toda hora, parece que minha bexiga é um balão de água. 

- Eu aguento o Potter todos os dias, e meus pés estão me matando porque meu coturno ta apertando meu dedinho contra os outros dedos e ta doendo pra caramba.

- Vai logo, criatura!

Bufei irritada, e caminhei ate o pequeno quartinho onde ficava a maquina. Depois que estava com água, eu coloquei as roupas ali dentro, coloquei todas mesmo, quase saia pra fora. Coloquei o sabão,  coloquei bastante porque deveria ajudar e fechei a tampa, depois fiquei olhando para aqueles botões e apertei os primeiros que vi. Fiquei um bom tempo vegetando em frente a maquina de lavar. 

Até a maquina começar a tremer e fazer um barulho estranho. Olhei horrorizada para a maquina do mal que ganhou vida. As primeiras espumas começaram a sair pela borda e cair no chão do quartinho, me desesperei. Passei um pano, e isso fez sair muito mais, sentei em cima da tampa quando a mesma começou a tremer. Voltei para o chão caindo em um monte de espumas, o quarto estava tomado por espumas, eu me afogaria se fosse água.

- Socorro! É uma maquina assassina! – gritei cuspindo espuma que entrou na minha boca quando eu falava. – Essa coisa esta viva!

A porta foi aberta e por ela entrou o Potter, que foi tomado por espuma que caiu nele quando abriu a porta. Ele olhou irritado para mim.

- Você não sabe fazer nada?

- Cala a boca idiota, eu não tenho culpa se a maquina é do mal.

Ele invadiu a espuma, tropeçando e caindo de cara algumas vezes, ate chegar a maquina e apertar um botãozinho. O monstro parou de tremer, e a espuma parou de jorrar. Suspirei aliviada.

Sai pra fora do quarto tossindo e tirando a espuma que estava no meu cabelo ruivo, sabão não fazia bem para o cabelo, eu vou me lembrar disso da próxima vez que estiver sendo vitima de assassinato por uma maquina maligna que tem vida própria. 

- Lily você lavou as roupas? – mamãe perguntou dobrando o corredor e parou imediatamente quando viu meu estado e o do Potter, e claro o do quartinho. 

- Claro. – eu disse e depois sai correndo para me trancar no meu quarto.

Entrei no banheiro com algumas roupas e liguei o chuveiro, tirei toda a espuma do corpo e aproveitei meu banho. Quando sai vesti uma camiseta regata, preta escrito em branco 'Life is a bitch'. Porque as vezes a vida é uma vadia. Eu comprei algumas camisetas novas, e todas tinham frases que fariam mães tapar os olhos dos filhos, mentira elas não são tão ruins assim. Eu ate comprei uma que dizia 'Death to Potter'. É, eu mandei fazer uma camiseta em especial para o Potter. Ele adorou tanto ela, que tentou colocar fogo. Mas claro eu não permiti.

Sai do quarto saltitando, desci as escadas e quando estava prestes a abrir a porta da frente fui interrompida.

- O que você quer? – perguntei.

- Onde você vai? – o Potter perguntou ignorando completamente minha pergunta.

- Eu vou sair com a Lene, e isso não é da sua conta. Mesmo que eu fosse sair com um traficante de gatos, para cheiradores de gatos. 

Bati a porta com força e coloquei meu óculos escuro assim que coloquei meus pés para fora de casa. Lene esperava em frente a sua casa, entrei no carro e perguntei o que iriamos fazer. 

- Tentar dominar o mundo. – ela disse e eu bati no braço dela, ainda rindo. – Eu vou a um cara que eu conheço que faz tatuagens e pinta os cabelos.

- Ele deve ser muito confiável. – falei irônica.

- Se ele não for, ele vai apanhar tanto que vai chorar.

- Divertido.

Ela acelerou o carro. Paramos em frente a um lugarzinho que me lembrava um daqueles lugares onde se faz tatuagens. Era preto por fora, e tinha janelas e portas de vidros. O nome estava escrito em neon rosa 'Tatoo's'. Criatividade pra que?

Entramos e sentamos em um banquinhos. Ouvi barulhos e saiu um homem muito grande de trás de umas cortinas.

- O que querem?

- Estamos procurando o Cat. – Lene disse.

- CAT! – o cara gigante gritou. – Ele já vem.

E sumiu pelas cortinas. Dessa vez, quando ouvimos barulho, quem saiu de lá foi um cara com um metro e meio usando um cachecol rosa, sueter branco, calça jeans colada, tênis rosa e um óculos rosa. Eu me segurei para não rir, quando ele bateu palminhas. Eu já estava ficando roxa de tanto segurar o riso.

- O que vai ser Lenita?

- Eu quero fazer mexas vermelhas. – ela disse sentando em uma cadeira.

Eu peguei uma revista sobre moda - só havia revista sobre moda - que tinha em cima de uma mesinha e comecei a ler. Depois do que pareceu um ano, Lene estava com as tão queridas mexas vermelhas. 

- A ruivinha vai querer o que? – ele perguntou.

- Ela não vai querer nada, não combina nada com vermelho e-

- Eu vou querer pintar meu cabelo de loiro claro com mexas rosas. – eu disse cortando Lene.

- Lily. Você vai se arrepender depois. 

- Ah, eu vou pintar com uma tinta que vai sair em uma semana. Se ela gostar pinta novamente, é só tinta em spray não vai danificar o ruivo quando dar a uma semana.

Sentei na cadeira, e deixei que o gay doido pintasse meus cabelos. Talvez eu me arrependesse, talvez não. Eu poderia ficar bonita, eu poderia ficar melhor que ruiva. Depois de um tempo, de hidratação e de lavar o cabelo eu pude me olhar no espelho. Eu não estava horrível, como eu temia que estaria. Estava ate bonito. 

Nos despedimos do gay, e Lene me levou para casa. Eu queria muito ver a reação do Potter e da mamãe. Quando chegamos Lene, se mandou e eu abri a porta. O Potter estava no sofá junto com a minha mãe e os dois olharam pra minha cara sorridente e depois pro meu novo cabelo.

- MAS QUE MERDA É ESSA? – gritaram ao mesmo tempo, arregalando os olhos.

Eu sorri sarcástica.