Quebrando As Regras - Scorose escrita por Anne Almeida


Capítulo 2
Mudando


Notas iniciais do capítulo

Postagem tripla pra pagar pelo hiato! Me desculpem queridos, mas agora vai com tudo! o/



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Regra 2: Uma Weasley não se embebeda e não dorme na cama de um estranho.

Scorpio pegou o balde e o escovão, a noite havia sido corrida, mas ele ainda teria que fazer a limpeza do bar. Foi à porta para tranca-la o que indicava que o expediente havia acabado e se pegou pensando nos grandes olhos castanhos da Wesley.

Onde ela estaria agora? Não importava. Ele disse a si mesmo. Ela deve ter ido correr para de baixo da asa dos pais, afinal a noite devia ter sido um pouco assustadora para ela, talvez não, depois da boa vontade de Bob e Tom.

Após limpar o bar em si e o banheiro masculino ele se encaminhou para o feminino que quase não era usado, poucas mulheres frequentavam-no, porém ao tentar abrir a porta do reservado, não conseguiu. Ficou bravo por imaginar que a porta havia emperrado... de novo.

Olhou por baixo da porta para confirmar que estava vazio antes de arromba-lo e se surpreendeu ao ver dois pequenos pés em delicados sapatos brancos de salto.

- Droga! – soltou ele, sabendo na mesma hora a quem pertenciam aqueles pés.

Pegou sua varinha que passava a maior parte do tempo escondida em suas vestes devido à convivência continua com os trouxas.

- Alorromora! – disse, fazendo o pino da trava saltar e a porta se abrir.

Rose dormia sentada no tampo do vaso com a cabeça apoiada na lateral do cubículo. Sua respiração leve fazia com que seu colo subisse e descesse atraindo o olhar de Scorpio para o seu decote.

- Droga! – disse Scorpio novamente, desviando o olhar.

Depois de alguns segundos ele tentou acorda-la, tocando em seu ombro e chamando-a, mas ela nem se moveu.

Ela não havia bebido muito, mas com certeza não tinha o habito de beber oque a tornara fraca a bebida. Scorpio concluiu que não podia deixa-la ali.

Ele pos suas mãos sobre os ombros de Rose levantando-a, quando ela ficou ‘de pé’ colocou seu pequeno corpo em seu colo e a carregou de volta ao bar, caminhando até os fundos onde havia uma escada que ele subiu sem dificuldades mesmo com o peso dela.

A escada dava em uma pequena sala com poucos móveis, mas que assim como o bar era extremamente limpa e organizada.

Ele continuou andando até chegar a uma porta que ele empurrou com os ombros. Estava no seu quarto. Colocou o corpo adormecido de Rose sobre a cama e começou a se afastar, mas parou derrepente para olha-la. Percebeu o vestido branco e incomodo de Rose. Foi até seu guarda roupa e pegou uma de suas camisas. Sentou na beirada da cama e sentou Rose ainda desacordada enfiando sua camisa pela cabeça dela.

Quando conseguiu passou as mãos por baixo da camisa na tentativa de tirar o vestido de Rose. Não foi difícil, precisou apenas abrir o zíper nas costas que o vestido deslizou pelo corpo magro deixando-a coberta apenas pela sua camisa.

Enquanto fazia o vestido deslizar pelas pernas de Rose, Scorpio percebeu a fina tira de tecido que apenas “dançarinas” e noivas deviam usar, Rose com certeza não se encaixava entre as primeiras. Scorpio se surpreendeu ao perceber que Rose estava vestida para se casar, ele devia ter percebido logo de inicio, mas o susto de vê-la devia ter afetado sua percepção.

Ele puxou então a liga deslizando pela perna de Rose. Quando conseguiu livra-la de todos os incômodos Rose se mexeu na cama murmurando algo inaudível e colocou a mão sobre a coxa de Scorpio que ficou paralisado.

A mão dela estava muito próxima ao ponto onde o zíper da jeans de Scorpio começava. Ele então respirou fundo olhando a delicada mão e a retirou, se levantou e em seguida abandonou o quarto.

Rose acordou com pequenos raios de sol sobre suas pálpebras. Tentou se levantar, mas sua cabeça rodou e depois passou a doer intensamente. Depois de alguns minutos de concentração conseguiu enfim se equilibrar e focar o quarto onde estava.

As paredes de um tom pastel, uma cama na qual ela estava deitada, um guarda-roupa e uma cômoda foram as primeiras coisas que ela percebeu.

Seus olhos finalmente se fixaram em si própria, ela não estava mais com seu vestido branco e sim com uma camisa azul que lhe servia de vestido. Tentou lembrar do momento em que fizera a troca e não conseguiu, na verdade só conseguiu fazer sua cabeça latejar ainda mais.

Rose não desistiu, continuou tentando lembrar. Imagens vieram a sua mente, a fazendo lembrar de sua fuga, de um bar com atendente de belos olhos e de uma conversa envolta de choros, mas nada que explicasse sua presença naquele lugar.

 - Calma Rose – disse ela a si mesma numa tentativa de organizar os pensamentos.

Ela havia tomado sua decisão ao fugir, agora precisava aprender a se virar sozinha. Não poderia mais depender de sua família. Só dependia dela agora organizar sua vida e o primeiro passo seria descobrir onde estava.

Ela se levantou, sua cabeça ainda doía, mas ela evitou pensar nisso, caminhou ate uma porta e ao abri-la encontrou um banheiro. A primeira coisa que fez foi se olhar no espelho oval atrás da pia.

Ela estava tão diferente, seus cabelos que normalmente estavam presos e controlados agora estavam soltos e com os cachos avermelhados que ela sempre tentara esconder se revelando, a blusa que vestia era masculina – oque a assustou um pouco – e apesar de grande era curta para um vestido, oque fazia a maior parte de suas coxas aparecerem.

Ela se olhou por alguns minutos e se viu como nunca havia visto antes, sua aparência não era da Rose certinha e sim de uma Rose diferente, talvez a Rose que desejava sair da rotina, um lado seu que ela se sentiu disposta a conhecer.

Era isso. Ela iria se permitir, pelo menos por um período de sua vida, ser essa Rose, a romper com seu antigo eu e a agir de forma diferente, testar coisas novas e talvez até quebrar algumas regras.

Depois de alguns segundos esses mesmos pensamentos a assustaram, mas ela se olhou novamente no espelho e viu a nova Rose, a Rose que seria capaz de fazer tudo isso.

Scorpio estava sentado no sofá lendo o jornal trouxa, pois já havia lido O Profeta Diário e a princesa ainda não havia acordado, a ressaca seria terrível, pensou ele, mas neste momento ele sentiu que alguém se aproximava as suas costas, ele não se virou pois já sabia quem era.

- Malfoy? – perguntou Rose ao perceber os fios quase brancos do rapaz sentado no sofá.

- Ah! Até que enfim a princesa acordou – respondeu ele se levantando.

Ela devia ter ficado brava pelo comentário, mas sua curiosidade era maior, então ela simplesmente perguntou:

- Onde estou?

- Na minha casa oras!

Derrepente um pensamento passou pela mente de Rose e ela perguntou rápido:

- Então eu dormi na sua cama?

Ele apenas balançou a cabeça afirmativamente.

- E nós ...?

Só então Scorpio percebeu o embaraço de Rose e riu.

- Ah, não! Claro que não!

- Ainda bem – disse ela sentando no sofá.

E derrepente se pegou pensando em porque ele havia dito ‘claro que não’, será que ela era tão horrível assim? Ela nunca havia se achado sequer bonita, mas o que ele disse não a agradou.

Ele continuou a olha-la com um sorriso divertido nos lábios.

- Você ficou porre e acabou desmaiando no banheiro do bar.

Ela corou muito, mas manteve a postura.

- Então te trouxe pra cá e te botei pra dormir – ele continuou explicando.

Ela se sentiu uma criancinha com a explicação dele. Então era assim que ele a via? Pensou e depois passou a olhar a camisa que vestia, agora sabendo a quem pertencia.

- E as minhas roupas?

Ele também passou a olhar sua camisa no corpo dela.

- Eu te troquei, aquelas roupas pareciam incômodas.

Eles ficaram se olhando e dessa vez ao invés de novamente se sentir uma criança ela começou a imaginar as mãos dele sobre seu corpo, enquanto ele se lembrava da sensação da pele dela sob suas mãos.

Rose sentiu seu corpo tremer involuntariamente com o olhar de Scorpio, então se levantou desviando o olhar para impedi-lo de perceber.

- Acho que preciso ir agora.

- Talvez você devesse tomar um café antes – ele disse sério.

- Eu...hum... – ela não sabia se dizia sim ou não, a antiga Rose diria não com toda certeza, mas e a nova? – Pode ser.

Depois ela o seguiu a pequena cozinha onde ele a serviu com uma enorme xicara de café preto e forte. Ela se perguntou se ele conseguia perceber o quanto sua cabeça doía. Ela pegou a xicara e se sentou a mesa, ele se sentou a sua frente.

- Confesso que nunca imaginei que você um dia teria um bar trouxa – disse ela dando ênfase a palavra trouxa.

- Este bar pertencia a um tio avô meu, foi aqui que ele ficou na era Voldemort, ele não quis se unir ao Lord das Trevas como o resto da família, mas quando tudo acabou e Voldemort se foi pra sempre ele o abandonou e o bar ficou assim até umano atrás quando resolvi reabri-lo. E os trouxas não são tão ruins assim, alguns bruxos são bem piores – concluiu fixando o olhar em Rose e sorrindo.

Ela não soube dizer se ele se referia a ela ou a outra pessoa, mas gostou de vê-lo sorrindo. Scorpio a observava tomar o café e confirmou a impressão da noite anterior, Rose Weasley se tornara uma mulher linda, ainda mais agora que seu cabelo caía em cachos sobre os ombros e algumas mechas rebeldes tentavam cobrir seus grandes olhos castanhos e as sardas sobre sua pele clara.

Rose afastou os fios que caiam sobre o rosto pensando no que iria fazer agora, o carro devia estar no conserto (mesmo que não lembrasse a hora em que o levaram) e o pouco dinheiro que tinha iria quase todo para o mecânico. Ela não conhecia ninguém ali além dele e então um plano surgiu em sua cabeça, parecia loucura, mas a nova Weasley estava disposta a tentar, só precisava saber como coloca-lo em prática.

 As maquininhas em sua cabeça foram interrompidas pela voz de Scorpio:

- Preciso ir cuidar do bar – e começou a se encaminhar a porta.

Ela percebeu que ele queria que ela o seguisse, com certeza para lhe mostrar a saída, era sua ultima chance, então ela soltou:

- Será que poderia ficar mais um pouquinho aqui?

Scorpio a fitou imaginando que ela devia estar cansada e respondeu:

- Bom, pode sim, descanse por mais algumas horas, depois, se quiser, te chamo um taxi.

- Bom, na verdade estava pensando em mais uma noite ou duas – ela falou rápido antes de se arrepender e desistir.

- Não! – disse ele com uma cara que Rose não soube interpretar.

- Por favor – disse com uma voz suplicante – Eu poderia te ajudar com a casa e até com o bar.

- Eu não preciso de ajuda! – falou ele agora bravo.

- Não era oque parecia ontem – desafiou Rose.

- Eu já tenho ajudante – ele foi se aproximando enquanto falava.

- Eu não vi ninguém além de você correndo de um lado para o outro.

- Ana pediu licença para cuidar do filho, mas logo estará de volta.

- Perfeito – disse uma Rose sorridente apesar do olhar bravo que Scorpio lhe lançava – Eu fico até ela voltar.

Ele respirou fundo enquanto a olhava.

- Nunca! – disse e saiu porta afora antes que Rose pudesse falar algo.


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