Quebrando As Regras - Scorose escrita por Anne Almeida


Capítulo 13
Adeus


Notas iniciais do capítulo

Bom, enquanto relia o capitulo para postar me veio a percepção de o quanto eu corri na narrativa, o que é meu problema ao narrar e era bem pior no período em que escrevi esta fic (2011). Espero que relevem e curtam assim mesmo. ;)
PENÚLTIMO CAPITULO MEU POVO!
Ain, ta chegando o fim. Espero que gostem e não planejem a morte do Malfoy. Ah, não deixem de conferir minhas outras fics Scorose, tem novidade no meu perfil. ;)
Bjos!



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Regra 13: Uma Weasley não ama um Malfoy.

As latas de tinta estavam fechadas e espalhadas pelo chão. Rose prendera os cachos volumosos em um coque não muito regular, alguns fios fugitivos pediam para serem sujos e sob o corpo estava uma camiseta velha de Scorpio.

Ele vestia uma bermuda, coisa rara, já que o normal eram as jeans escuras e simples. O cabelo teimava em cair nos olhos atrapalhando a visão da parede lateral do bar, a que seria pintada primeiro. Ele olhou para a garota do seu lado e sorriu.

– Não sei como vocês me convenceram a fazer isso – disse.

– Se chama persuasão feminina – respondeu ela – Agora deixa de enrolar e mãos a obra!

– Claro!

Scorpio tirou a varinha do bolso da bermuda e num movimento rápido fez parte dos pinceis que estavam sobre uma das mesas que haviam sido empurradas apenas para um lado do ambiente começaram a se mover em direção as latas que em resposta se abriram também levadas por uma mão invisível.

– Que tal? – perguntou Scorpio olhando os três pinceis que sem moviam ritmados sobre a parede alterando sua cor.

– Sinceramente? Minha única conclusão é que você é um convencido! – ela ria.

– Quer saber a minha?

Rose concordou com gesto de cabeça.

– Esse é meu charme! Você é a prova – ele se aproximou e roubou um selinho rápido.

– Bobo! – disse Rose concordando mentalmente com ele.

Ela também pegou sua varinha e fez mais pinceis se juntarem ao trabalho. A parede já estava metade de uma cor e metade de outra quando eles ouviram uma voz chamar do outro lado da porta do bar. No susto os pinceis despencaram no chão causando algumas manchas na madeira.

– Oi! – a voz repetiu o chamado – Será que dava para alguém abrir aqui?

Rose correu a porta e a abriu para Ana entrar acompanhada de Adam. Eles sorriram para ela e entraram.

– Viemos ajudar – falou Ana – Mais mãos acelera o trabalho.

Ana olhou a parede quase toda pintada e falou surpresa:

– Nossa! Já?

Rose estava desconcertada e Scorpio respondeu rápido e tranquilo.

– Começamos cedo.

– Hum. Claro. Oque podemos fazer?

Logo Scorpio, Rose e Ana pintavam o restante da parede enquanto Adam usava um pequeno pincel para fazer rabiscos no canto inferior, todo feliz.

Perto de meio dia Scorpio saiu para comprar comida e Ana aproveitou para mais uma tentativa de descobrir oque estava rolando entre Rose e Scorpio, olhou para ver se Adam estava distraído e o viu desenhando algo que ela não soube compreender, bem comum aos rabiscos dele.

Rose ainda estava pintando a parede, mas percebeu que Ana lhe lançara um olhar curioso. Rose sentia por não contar a Ana oque havia acontecido, mas preferia assim, depois da noite em que finalmente ficara com Scorpio ela tinha evitado Ana ao máximo justamente pra não contar oque estava havendo entre ela e o dono do bar, isso porque nem ela mesma sabia.

Eles não haviam conversado ainda e ela temia profundamente que diferente dela Scorpio tivesse ficado com ela apenas por desejo.

Ela percebeu que Ana tentava se aproximar de uma forma que ela deveria acreditar ser sutil, mas acabou chutando uma lata que saiu rolando pelo chão. Rose aproveitou e se aproximou de Adam deixando Ana juntando a lata virada feliz por ela estar tapada.

– Posso saber oque você está desenhando? – perguntou ao garotinho.

– Essa aqui é a mamãe – disse ele apontando com o dedinho um desenho que Rose diria ser um cavalo – Esse é o tio Scorpio – apontou primeiro o desenho que parecia mais com um humano e depois apontando oque Rose diria ser um segundo cavalo disse – E essa é a senhora, olha o cabelo de duas cores.

Ele falava tudo sorrindo empolgado e quando terminou lhe lançou um olhar de expectativa.

– São lindos! Adorei meus cabelos – falou Rose.

Ela havia realmente gostado. Por mais que não desse pra compreender de primeira, o desenho tinha uns traços de duas cores que se uniam formando os cabelos de Rose.

– E estes? – perguntou ela apontando uns desenhos um pouco mais afastados.

– Ah! Essa é a minha casa. Ó, aqui é o jardim na frente, aqui a entrada e esse é o ...

Scorpio chegou e passou a observar Rose com Adam. O pequeno continuava explicando os desenhos e ela ouvia tudo com atenção, ele então passou a imaginar como Rose seria se fosse mãe, provavelmente se sairia muito bem, então pensou sobre si mesmo. Será que seria um bom pai?

Olhou novamente para Rose e não conseguiu evitar a cena na sua cabeça, viu os dois e mais um menino que na sua imaginação tinha o tamanho de Adam, e cor dos cabelos castanho avermelhados, deu um sorriso de lado inconsciente. E tão inconsciente quanto antes o fechou quando a cena mental mudou, no seu lugar viu Ian, e ele sentiu a uma raiva que até menos de um mês atrás ele não conhecia.

Enquanto se perdia nesses pensamentos ele nem percebia que também era observado.

– Terra chamando Scorpio! – Ana falou e balançou as mãos em frente aos olhos dele – Isso que é observação atenta!

Ana começou a rir enquanto Scorpio finalmente saía dos devaneios. Então outros pensamentos vieram a sua mente e ele tirou os olhos de Rose.

– Ana, preciso te falar algo muito importante – disse dando uma pausa como confirmação da seriedade do que diria – sei que tu e a Rose estão empenhadas nessa tal noite das mulheres que eu até agora não acredito que permiti...

– Isso se chama...

– Persuasão feminina. É. Eu sei – se lembrou de Rose ter dito o mesmo – Mas o ponto no qual eu quero chegar é... – Scorpio se entristecia ao falar –Eu vou fechar o bar.

– Oque? Não Scorpio!

– É preciso. Sei o quanto tu e a Rose estão confiantes nesse plano, mas sinceramente não acredito que isso vá funcionar, então é melhor fechar enquanto ainda tenho grana o suficiente para te pagar tudo o que te devo e para tomar um outro rumo na minha vida ou logo não terei nem isso.

Ana olhou para Rose com Adam, continuavam entretidos com os desenhos que agora Rose também fazia.

– Ela já sabe? – Ana perguntou mesmo já sabendo a resposta.

– Não. Ainda não. Pretendo contar depois da tal noite das mulheres, por isso peço que você também não conte.

– Mas então você vai manda-la embora? Assim derrepente? Achei que vocês tivessem finalmente se entendido.

– Vou dizer a ela para voltar para casa. Era oque devia ter feito no primeiro dia.

Scorpio estava com uma expressão tranquila que não revelava a dor que ele sentia ao falar isso, mas essa era a conclusão a qual ele tinha chegado na noite em que Rose saíra com Ana e por mais que ele não tivesse resistido a ficar com Rose – o que complicava e tornava tudo mais difícil – ele não havia mudado de idéia.

– Você está iludindo essa garota Scorpio? Pensei que você gostasse dela.

Scorpio manteve a rosto sem revelar o que se passava em seu interior, falava ainda tranquilo.

– Gosto. E por isso mesmo estou fazendo tudo isso. Não posso permitir que fiquemos mais próximos do que já estamos. Eu não posso querer que ela fique comigo sabendo que não posso oferecer nada a ela. Vou ter que aceitar que eu fui apenas mais uma regra que ela quebrou, que ela vai voltar pra família e provavelmente esquecer que um dia tudo isso aconteceu.

Ana o olhava totalmente surpresa e incrédula.

– Entendi Scorpio...

– Ainda bem que vo...

– Não Scorpio. Eu entendi que apesar de toda sua pose você se subestima, e ainda resolveu colocar a Rose num pedestal ao qual ela nunca pediu ou sequer desejou. Que essa sua história de famílias que não se entendem é apenas uma desculpa para fugir do medo de ser rejeitado por ela e entendi principalmente que enquanto você pensar e agir assim vocês realmente nunca darão certo.

Scorpio estava estupefato pelo que ouvira e Ana sentia uma mistura de raiva e pena dele.

– Rose jamais desejaria algo de ti além de ti mesmo – disse concluindo e se afastando.

Scorpio permaneceu estático pensando no que ela dissera e forçando sua mente a acreditar que Ana estava errada.

~.~.~

Na entrada do Patrono’s havia um homenzarrão que permitia a entrada apenas das mulheres. No seu interior as paredes de tom pastel foram substituídas por um verde claro e agradável, as antigas musicas da junque box foram substituídas por mais outras mais atuais e dançantes.

Rose corria de um lado para o outro servindo drinks coloridos e espalhafatosos preparados por Mike, o garçom do Mil e Uma Noites, que aproveitara a noite de folga para ganhar um extra e paquerar Ana.

Eles haviam contratado cinco ‘dançarinos’ para duas apresentações cada, coisa que Scorpio só aceitou depois de Rose dizer que se não houvesse lucro ela os pagaria com o próprio dinheiro. E ela já tinha certeza que não seria preciso pois o bar estava lotado. Sem falar nos homens que esperavam do lado de fora a meia noite chegar, horário no qual o bar seria liberado para eles também.

Era um plano totalmente lógico e criativo, atrair as mulheres que consequentemente atrairiam os homens. Um plano com a assinatura de Rose e Ana com toda certeza. Rose cuidara do planejamento deixando a comunicação e divulgação por parte de Ana.

E elas não se enganaram. A noite era um sucesso. As pernas doidas de Rose confirmavam isso, mas ela não reclamava, apenas sorria. Estava feliz por ter provado a Scorpio que estava certa e por poder ajuda-lo.

Ele porem toda vez que via ela lhe sorrir sentia o peito pesar, pensava que depois daquela noite falaria para ela sobre sua decisão de fechar o bar e sair dali , que não havia mudado mesmo com todo o sucesso do plano dela já que também havia se decidido a voltar ao mundo bruxo, e diria para ela voltar pra casa sem saber quando voltaria a vê-la.

A meia noite as entradas foram liberadas e o movimento ficou tão grande que Rose pensou que talvez não dessem conta, mas ela, Scorpio, Ana e até Mike corriam atrás de atender a todos o mais rápido possível.

Ela viu Tom e Bob ao lado de uma mulher grande e um pouco desajeitada que ela soube de imediato se tratar de Sheila. Ela lhes atendeu rápida explicando a pressa e dizendo que se falariam melhor em um dia mais tranquilo, sabia que Bob iria querer lhe contar como se reconciliara com Sheila. Scorpio também se aproximou e pediu desculpas que Bob aceitou rápido, talvez devido a felicidade de estar com a mulher que amava.

Já era uma da manha quando foi atender uma mesa com duas garotas.

– Oque vocês dese...

As palavras saíram de sua boca, na sua frente estavam nada mais nada menos que suas primas Lílian e Victorie.

– Que tal nossa prima de volta? – perguntou Lily num sorriso maroto.

Rose estava surpresa, mas feliz. As primas faziam muita falta. Ela as abraçou e pediu que esperassem o movimento diminuir para conversarem.

Depois de uma hora e meia Rose já estava sentada a mesa em meio a uma conversa.

– Então foi aqui que você veio se esconder? – perguntou Victorie analisando o lugar.

Ela tendia a parecer esnobe, mas Rose a conhecia bem o suficiente para saber que isso era facilmente relevado quando se conhecia sua fidelidade e coragem.

– Muito interessante – disse Lily antes de Rose responder, olhando Scorpio atrás do balcão atendendo uns clientes.

Rose contou tudo que acontecera, ou melhor, quase tudo, sempre ocultava as partes que se referiam ao relacionamento dela com Scorpio.

– Viemos te buscar – falou Victorie – Estamos num hotel no centro e ficaremos lá ate amanha. Você devia ir com a gente.

– É, estão todos com saudades – Lily completou – Quer dizer. Nem todos – e deu um risinho sem graça.

– Que foi?

– Ian ta namorando a Parkinson e levou ela pra lua de mel de vocês – respondeu Vic.

Rose percebeu que suas primas a olhavam temendo sua reação, mas tudo que ela sentiu foi surpresa e alívio. Surpresa por ele ter escolhido logo a Emilly, uma garota com a qual ele sempre implicara e alivio por ver que ele também tava correndo atrás do amor, não importava com quem fosse.

– Quem bom – disse ela.

– É. Sei – ouviu Lily responder olhando Scorpio – Parece-me que você achou alguém bem mais interessante por aqui.

Ela se virou para olha-lo também e percebeu que ele as observava.

– Talvez – sussurrou alto o suficiente para elas ouvirem.

Se voltou as primas e viu Vic olha-la de um jeito estranho, mas ela não disse nada, talvez só fosse expor suas opiniões depois de Rose se decidir a voltar.

– Passem aqui amanha. Se eu for, estarei pronta.

~.~.~

O bar estava quase vazio, os dançarinos haviam recebido e ido embora. Ana conversava animada com Mike enquanto faziam a limpeza e Scorpio fazia as contas do bar.

– Foi um lucro maior que o da semana passada inteira – ele disse feliz ao ver Rose se aproximar.

– Que bom – disse ela.

Scorpio percebeu que ela queria falar algo.

– Oque foi? – ele sabia que tinha a ver com a visita das primas dela.

– Lily e Vic vieram me buscar – ela falou esperando que ele dissesse que ela devia ficar.

Ele demorou uns segundos para responder.

– Então... quando tu vai?

Rose ficou triste, mas não desistiu.

– Amanha, se eu não tiver nenhum motivo pra ficar. Você pode me dar algum motivo Scorpio?

Ele a fitou por um tempo e disse:

– Não. Não tenho. Sinto muito.

~.~.~

A manhã estava enevoada, como se transmitisse os pensamentos de Rose. Ela não havia resistido e chorado após ir para o seu quarto na noite anterior. Sua mala estava pronta e Scorpio, Ana e Adam a esperavam nos bar. Ela descia as escadas lentamente se despedindo de lugar onde ela finalmente descobrira a si mesma, sabia que jamais voltaria a ser a mesma Rose de antes e achou isso bom. A antiga Rose era muito melhor quando unida a nova, na verdade as duas eram apenas ela, apenas Rose Weasley.

Quando finalmente chegou ao bar viu que suas primas já a esperavam. Olhou para uma Ana tristonha e lhe sorriu.

– Vou sentir sua falta – ela disse ao receber seu abraço.

– Eu também –respondeu Rose que não sabia se era pela nevoa mental mas não tinha mais vontade de chorar – E desse moleque também.

Ela abraçou Adam apertado e sorriu feliz ao receber um desenho das mãozinhas dele.

– Você vai ser um artista – disse e ele ficou todo empolgado, sem ter a noção do que se passava ali e de que provavelmente nunca mais a veria de novo.

Então ela se virou para Scorpio. Ele estava encolhido a um canto com olhos um pouco vermelhos, não era mais o Scorpio metido a besta e arruaceiro, era o seu Scorpio, o Scorpio que ela descobrira ser apaixonante e pela primeira vez aquela manha sentiu vontade de chorar.

Ela se aproximou e quando ficaram frente a frente ela o encarou sem ligar para os observadores. Então o abraçou e quando se afastava lhe deu um beijo rápido sem ligar para o que suas primas diriam, ela só queria beija-lo mais uma vez.

Antes de se afastar ela disse no ouvido dele:

– Te amo Scorpio Malfoy. Adeus.

Ela se virou e foi embora sem olhar pra trás.

No carro com as primas ela sentiu vontade de chorar pela segunda vez naquele dia e dessa vez ela não se segurou.


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