Depois de uma longa conversa com Bill, acharam melhor colocar um ponto final naquela bobagem. Ele disse que entendia o fato de eu pensar daquela forma, que ele havia mudado e eu tinha esse direito também, disse que conhecera novas pessoas e havia a deixado em um lugar sem amigos nem alguém que pudesse consola-la ou fazê-la se sentir tão especial quanto ele fazia, mas que ele também tinha o direito de tentar e recomeçar tudo de novo, era só ela deixar.

Julli tinha certeza que ainda amava Bill, aliás se existe alguma forma para se esquecer o primeiro amor, ela ainda não foi descoberta, mas seus sentimentos haviam mudado, estava mais fria, não ruim, mas esperta, não querendo se iludir por qualquer pessoa, e Bill havia a abandonado sem dar respostas, nem cartas, nem mensagens, nem visitas...ela não podia apagar tudo assim, mais eles haviam vivido uma bela história que ela não queria deixar acabar assim, então foi a casa de Bill, e bateu na porta:

- Olá, Sr.ª Jones.

- Olá, o que deseja? 

- Falar com seu filho, Bill.

- Poderia saber seu nome? 

- Sou eu, Julliane. Não nos vemos faz um tempo...mas receio que ainda se lembre de mim!

- Ah sim, claro, como você cresceu! Está linda. Oh, pode entrar, Bill está no quarto. Creio que você saiba o caminho. 

- Obrigada, e ah, adorei o colar. 

Então subi as escadas e fui de encontro ao quarto de Bill, engraçado como senti um aperto no peito, uma certa nostalgia ao ficar na frente da sua porta, me lembrará de quanto estivera ali alguns anos atrás, quando tivemos nossa primeira briga, éramos tão crianças, e tão apaixonados...

Bill me atendeu com um sorriso no rosto, e eu lhe dei um abraço meio desajeitado.

- O quê faz aqui, Julli? - Perguntou ele sorrindo. 

- Vim sugerir uma tarde nos lugares que costumávamos ir, quem sabe com uma revivência de tudo que vivemos, o nosso amor reviva também...

- Meu amor sempre esteve vivo, Julli.

- Já eu não tenho tanta certeza do meu, mais não quero te perder. De novo, não. 

 - E não irá, eu prometo. 

Então nos beijamos, um beijo apaixonado, misturado de saudades, alegria, e esperança. Então, saíram pela porta de mãos dadas e ao passar pela sala de estar Julli acenou para a mãe de Bill que piscou para o filho.

Pegaram a bicicleta como faziam na infância e saíram rindo e admirando a rua, as casas e tudo que deixaram para trás, a tanto tempo. Julli que sempre morou em Nova York se esquecerá de como era admirar as árvores,  as casas e o canto dos pássaros, depois de seus 12 anos, quando foi "abandonada" pelo seu primeiro amor, ela fez um mundo para si mesma, só seu fone e vários livros, esqueceu-se de como foi uma criança que adorava a natureza e brincar na rua, admirar coisas e admirar a vida.

Chegaram no parque, Bill pegou suavemente na mão de Julli e ambos deram um sorriso, pediram Hula-Hula como faziam, deram comida aos patos e riram, conversaram e se beijaram, como faziam a 5 anos atrás. Depois, foram a velha escola, sentaram-se na velha árvore, e timidamente Bill perguntou: 

 - Você se apaixonou de novo? 

- Não, depois da primeira grande decepção, eu resolvi que não existiria a próxima. E você? 

- Não, eu só pensava em te ter de novo, todos os dias. Quando pensava em me apaixonar lembrava que a unica garota que podia me fazer feliz estava a milhas de distância.