Fix You escrita por Sara Black


Capítulo 1
Quando você perde algo que não pode substituir


Notas iniciais do capítulo

*Minha primeira fic, sejam bonzinhos e pf comentem preciso de boa auto estima para escrever mais capítulos
*Aqui o pai da nessie é o Charlie e a mãe a Renée



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''Lágrimas rolam no seu rosto, quando você perde algo que não pode substituir.

- Fix You

A minha vida começou com a morte

Mais precisamente a da minha mãe, ao contrário do que as pessoas pensam a morte nem sempre é o fim de tudo, às vezes pode significar o começo. Demorou muitos anos para que eu começasse a entender que na mesma proporção em que a vida te fecha portas ela abre.

Essas ''portas'' são sonhos ou esperanças, e só são vistas quando você se permite olhar, olhar de verdade para as coisas pequenas e de extremo valor que tem a sua volta. Porém para uma garota de 17 anos de idade que acaba de perder a mãe, a palavra esperança está longe de ser um pensamento frequente.

Foi em um inverno rigoroso no Canadá que uma das minhas portas foram fechadas, eu costumo pensar q a ''porta da morte'' é uma porta insubstituível independente de quantas coisas boas você vá ter, de quantas pessoas maravilhosas vão deixar marcas em sua vida, parece que quando alguém que você ama muito morre é como se uma parte de você tivesse morrido e sido enterrada junto com a pessoa. Quando minha mãe faleceu eu me senti exatamente assim.

Não lembro com exatidão das coisas que vi no dia, lembro apenas de alguns fragmentos como o telefonema do hospital, meu pai chorando na cozinha o jeito abalado de ele saiu do hospital, o jeito carinhoso que ele tentou me explicar q mamãe havia morrido (quase do mesmo modo que se explica a uma criança que não pode comprar o brinquedo caro q ela quer) de pessoas vestidas de preto e chorando em um cemitério e minha mãe no caixão, dessa parte eu me lembro com clareza, me lembro de ñ querer olhar para o corpo dela mesmo sabendo que era minha mãe ali, estirada e sem vida, a mesma mulher q a dois dias atrás estava brigando comigo por não ter feito o dever de casa, a mesma mulher que lia pra mim antes de dormir e a mesma mulher que teve a compaixão de me colocar em um mundo completamente caótico mesmo que o tenha feito por amor, me lembro de ñ ter olhado pra ela por raiva, raiva de ela ter me abandonado e não ter lutado pela vida, hoje me arrependo de ñ ter feito isso.

O médico disse que eu não ter lembrar com clareza de um evento tão forte e recente, é pelo estresse.

2 semanas depois

Na 1° semana que passei sem minha mãe foi devastadora nem gosto de me lembrar havia se passado uma semana mas para mim parecia q estávamos na primeira noite da sua perda, sempre q eu acordava de manhã - isso é quando eu não passava a noite revirando na cama- eu me sentia deslocada na minha própria casa, era doloroso me lembrar toda santa manhã de que eu não a veria mais ou sentiria seu cheiro, normalmente eu ia para a cozinha e ficava parada olhando para a porta como se estivesse esperando que ela entrasse na cozinha fizesse chá e dividisse comigo com torradas e geleia, e o café bem forte como meu pai gostava, eu sentia meu coração esfriar a cada dia, ultimamente eu pensava que meu coração agora era igual ao Canadá, frio e sem vida.

Na 2° semana meu pai decidiu q ñ adiantaria ficarmos trancados em casa, eu achava q adiantaria, na verdade eu estava fugindo de alguns olhares de pena que estava ganhando agora mesmo enquanto passava pelas ruas da cidade, e me surpreendi em como a cidade havia mudado em apenas 2 semanas parecia mais calada mais.. ''sólida'' eu senti como se a própria Lancaster estivesse de luto.

– Eu preciso resolver umas coisas no banco, não vai demorar querida, você vem junto? - disse meu pai

– Eu posso esperar na livraria?

–Claro, só não saia de lá.

Balançando a cabeça em afirmativa atravessei a rua e fui pra livraria e cafeteria Bone's, assim que a porta abriu ouvi o barulho do sino da porta e a senhora de aparentemente uns 50 anos lendo um livro velho, olhou para mim por uns 3 segundos e voltou para sua leitura.

A livraria cheirava a café e mofo, aquele cheiro típico de páginas velhas, mas ainda assim tinha um cheiro muito familiar para mim, tinha cheiro de casa, desde pequena minha mãe lia livros pra mim, desde cachinhos dourados a Alibabá e os Quarenta Ladrões, um dos meus preferidos era a pequena vendedora de fósforos, eu não conseguia ler esse livro sem derramar algumas lágrimas. Parada agora em frente a uma das estantes eu percebi que não lia desde a morte dela, quase que instantaneamente uma saudade bateu forte no meu peito e se misturou a saudade que sentia da minha mãe, precisei respirar fundo duas vezes e olhar pra cima para não chorar, seria muito constrangedor e estranho ver uma garota chorando olhando para uma prateleira de livros.

– Nessie. - ouvi meu pai falando da porta - Eu já terminei lá no banco, você quer ficar mais um pouco?

– Não não eu já terminei aqui - falei e ao passar pelo balcão dei um sorriso amigável para a senhora que me sorriu de volta, um sorriso em um rosto de idoso, com rugas e pés de galinhas, mas ainda assim, um sorriso mais sincero que o meu.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? façam essa autora feliz e comentem, vou responder a tds :)