Lágrimas...

A vida é tão engraçada.

Quando você acha que finalmente está tudo bem, a vida te dá uma rasteira... É você cair de cara na lama. É tudo tão absurdo, não é? Tão irreal, que parece uma mentira... Um sonho! Deveria ser um sonho, mas ele sabia que não...

Uma afirmação soou tão verdadeira em sua mente.

Não... A vida não é nada engraçada... Ela é muito cruel.

Era desprezível isso, segurando os soluços que teimavam em dominarem o seu corpo, Kuroko apenas deixou suas frustrações esvaírem por elas, fechou os punhos com isso, sentia-se desprezível com isso – enquanto apenas deixou as lágrimas caírem pelo seu rosto, sentiu o gosto salgado em sua boca enquanto ele apenas apertou os lábios em uma linha rígida, revendo todos aqueles erros, só aqueles erros que via em sua mente, apenas deixou seu humor pior que com isso – o suor se misturava as mesmas, enquanto engoliu a seco, não podia está pior que aquilo...

Afinal, era fraco.

Engoliu a seco com aquela afirmação medíocre de sua própria força – olhando para o quarto vazio, sentia-se só ali, mas seguro enquanto olhou aquele cômodo esquecido na casa, deu um sorriso fraco com aquilo, era mesmo fraco, enquanto mais lágrimas se espalharam pelo seu rosto – enquanto apenas tentou não chorar.

-Não segure isso fará mal para a saúde sabia... – suavemente a voz ecoou pelo cômodo vazio – Sinceramente, acho que está se depreciando atoa...

Era terna, suave e um sorriso aflito no rosto dela – havia uma ruga de preocupação no rosto dela, estava com roupa do time de basquete, mas a perna enfaixada chamou atenção dele que tratou de limpar as lágrimas que escorria por seu rosto – ela estava com o rosto pálido, e fazia um esforço tremendo para não cair.

-Como saber que estou aqui?

-Nee, eu conheço você, afinal sou sua melhor amiga... – diz com sorrisinho seco, mas analisou o quarto em questão com um suspiro baixo – Tetsu não devia chorar afinal todos nós perdemos alguma coisa importante...

-Estou só vendo a verdade... – retorquiu num tom sério.

-Claro, claro... Com certeza, pensaria que isso é algo bom, mas não...  Pensando que é fraco então isso que é a verdade... – murmurou lentamente, seu rosto contraído em uma máscara de irritação com as palavras dele – Deixe de ser autodestruir, é muito mais forte do que muitas pessoas que conheço...

Ela mancou um pouco – enquanto viu a perna enfaixada, ela andava com dificuldade para ele – sentou-se ali, um sorriso tolo estava em seus lábios, mas viu os cabelos lisos estavam bagunçados e o rosto com claros sinais de cansaço.

-Não sei do que está falando... – replicou sem humor algum – Sou fardo para a Seirin, eu sei disso...

Recebeu um olhar incrédulo dela – enquanto a mesma balançou a cabeça – puxou a orelha dele levemente.

-Dane-se isso, não é fraco e ponto final... – resmungou.

Um gemido escapou dos seus lábios – Kuroko apenas moveu-se automaticamente, mas parou ao receber um olhar torto dela – ela apenas blasfemou baixo, e virou-se automaticamente para.

-Não se esforce... Kira irá te matar... – murmurou ainda com lágrimas no rosto.

-Dane-se aquele imbecil... – resmungou mal-humorada ao mover-se para ajeitar a perna enfaixada – Meu melhor amigo precisar de mim... Nem essa porcaria aqui irá me impedir. Não se esqueça de me quis na vida, agora aguentar...

Ele viu ela sorri – um sorriso ingênuo, puro de qualquer maldade que distorcia as feições dela – enquanto apenas suspirou, dado uma tapinha no ombro do mesmo, ouviu-se o bufar dela irritado com aquelas palavras. Kuroko sentiu as mãos dela ao redor de si, tentou deter as mãos dela, mas recebeu um olhar de advertência – desajeitadamente deitou-se no colo dela, tomando cuidado para não ficar em cima da perna dela para não machuca-la – enquanto a mesma acariciou os cabelos, enrolou o dedo nos fios azuis-claros dele, ele deixou solitárias lágrimas caírem.

-Eu sou fraco não é? – pergunta sem humor nenhum.

Ele ouviu um resmungar baixo, não entendeu o teor das palavras dela, mas com toda certeza eram acidas e com humor negro – enquanto uma tapinha em seu ombro – mas sentiu as mãos novamente em seus cabelos.

-Não seja tolo, é muito bom jogador... – diz orgulhosamente dele, dando um sorriso sincero – Não se ponha para baixo, Tetsu, eu acho que é o melhor do que aqueles idiotas que idolatram a si mesmo...

Kuroko percebeu que ela falava só de uma pessoa, enquanto a morena limpou o suor e as lágrimas que ainda escorria com a ponta do dedo. Ele apenas sentiu o afago nos cabelos – silêncio predominou – ele sentia que ela estava certa como sempre, enquanto apenas sentiu a garganta fechar com isso, sentiu as mãos afagarem o seu rosto, enquanto apenas olhou para o lado, franziu o cenho enquanto pigarreou.

-Falou com Aomine-kun?

-Ele está abaixo da minha linha de desprezo... – murmurou num tom indolente, e seco e não sorriu – Muito obrigado, por perguntar, mas quero distancia daquele idiota egocêntrico...

-Pelo visto falou com ele... – ele diz ao perceber a pontada de irritação.

Ela revirou os olhos.

-Você me conhecer bem, Tetsu... Tsc, nós brigamos de novo... – sua voz saiu acentuação de irritação – Aquela imbecil não merece nem um pouco do meu desprezo, prefiro ficar longe dele...

Ele apenas remexeu-se inquieto – um suspiro saiu dos lábios dela, enquanto a mesma fitou o vazio, Kuroko apenas percebeu as várias emoções que passaram em milésimos de segundos na face agora distorcida em uma careta – era cruel ás vezes com suas escolhas, mas apenas sorriu, mas ainda amarga para ele.

-Deveria falar com ele... – murmurou num tom inocente – Raisu, não seja dura.

Ela revirou os olhos – bufou – enquanto deu um sorriso cínico.

-Nem vem, Tetsu... – mudou o tom, era duro e sem qualquer tipo de arrependimento sobre aquele assunto delicado – Não falo com um ser tão vil quanto ele...

Viu uma linha de ruga forma-se na testa dela, enquanto a mesma desviou dele, Kuroko a conhecia há muito tempo. Ele abafou a risada que saiu dos seus lábios – recebeu um olhar mortal da outra, enquanto apenas olhou o teto – estava bem ali, sentia-se seguro ali, apenas os afagos dela pararam com suas lágrimas traiçoeiras.

Ela era como sol, alegre e quente...

Apenas viu a expressão dela suavizada com isso.

-Sabia que é o meu sol particular... – soltou sem pensar.

-Hã? Sol particular? – ela arqueou ás sobrancelhas confusa.

-E... Você brilhar igual a ele sabia, tão alegre e quente quanto ele... Raisu, eu sempre achei como o sol... – murmurou num tom neutro – Sempre vi você como o meu sol particular...

Ela corou violentamente com aquilo, enquanto tentava assimilar, ele observou os cinquenta tons de vermelho que passaram pelo rosto dela – gaguejou palavras desconexas – e depois desviou o olhar, enquanto apenas deu um suspiro mínimo.

-Me pegou de surpresa com isso... – sorriu torto para ele, meio encabulada – Mas acho que é uma boa comparação com o Kise e não comigo, estou mais para a depressiva bipolar do que alguém como o Sol...

Havia um tom meio nostálgico, repreensivo em sua voz, enquanto apenas sorriu. Negou com a cabeça aquilo que ela dizia, era mentira, ela sempre seria um sol para ele assim como aquele sorriso que iluminava qualquer dia nublado – sentindo-a tensa ao receber a negativa dele – enquanto apenas remexeu no colo dela, fitando intensamente aqueles olhos castanhos que apenas duvidavam de suas palavras.

-Não, acho que o Kise é mais um arco-íris... – ela riu da comparação do loiro ausente, enquanto sorriu – Ah! Mas você é um sol, o meu sol particular...

-Tetsu é um fofo... – apertou o nariz dele, com carinho.

Ela corou levemente, gaguejou algo, enquanto pigarreou com isso, ele percebeu as mudanças bruscas no rosto dela – enquanto coçou a cabeça constrangida, provavelmente sem palavras sobre aquilo – Kuroko observou os movimentos dela, ela apenas abriu um meio sorriso.

-Fofo, sempre será um fofo... – respondeu num tom sorridente.

Ele havia entendido por que chama-la de seu sol naquele dia – em meio ás lágrimas, ela apareceu para iluminar o seu dia. Aquele sorriso veio alegra-lo como nunca, talvez pelo fato de ser dela...

Afinal, ela sempre teve um lindo sorriso.

Fim.