Festim De Sangue: Espera, Frustração E Casamento escrita por MisuhoTita


Capítulo 1
Um Convite Inesperado




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A lua cheia brilha branca e límpida no céu de mais uma noite londrina, e, na mansão Hellsing, da janela de seu escritório, Integra Fairbrook Wingates Hellsing olha para o céu sem muito interesse, contemplando o vazio que um certo vampiro deixara em sua vida, quando desapareceu há cerca de dois anos em sua batalha final contra a Millenium.

Dois anos...! Dois anos que Alucard sumiu e, dois anos em que todos os dias espera pela sua volta, mas nada do vampiro retornar...! No começo, achara que ele voltaria logo, e todas as noites, antes de dormir, se certificava de que sua pistola com balas de prata abençoadas da catedral de Lanchester estava bem carregada, na esperança de que o vampiro iria aparecer a qualquer momento, e de que pudesse disparar sua arma contra o Nosferatu quando ele tentasse morder seu pescoço durante a madrugada.

Mas, este dia nunca chegou...! Todas as longas noites no decorrer destes anos esperou por ele em vão...! Alucard nunca voltou...!

Todos os dias, perguntava a Seras Victoria se ele voltaria, e a vampira sempre lhe respondia que sim, que seu mestre iria voltar, mas os dias corriam, passavam, e nada do vampiro retornar...!

A Hellsing volta sua atenção para sua mesa, mais especificamente para sua charuteira, de onde tira um charuto, o ascende e o leva a boca. Seu vício faz com que os pensamentos se esvaziem de sua mente, e consegue se sentir mais calma. A cada tragada de seu charuto, os pensamentos acerca do vampiro vão sumindo de sua mente, e lá fora, a noite de lua branca se torna apenas mais uma noite...! Igual a todas as outras, desde que Alucard se foi...!

O charuto vai se consumindo lentamente, enquanto a loira de cabelos platinados continua olhando para a lua, tentando encontrar um motivo para não ir para a cama, porque sabe que mais uma noite irá chegar, e o vampiro de quem é mestra não irá voltar...!

Na porta de seu escritório, sabe que Seras a espera, como sempre, parecendo sua guarda costas. A vampira crescera muito durante a guerra nazista, e deixara de ser aquela vampirinha que teimava em não querer beber sangue, e passando a se tornar uma vampira poderosa e verdadeira e eliminando com maestria os eventuais vampiros que apareciam em Londres vez ou outra.

Termina o seu charuto e olha para o relógio, que marca exatamente três horas da manhã, o sono finalmente chegando, acha que enfim está na hora de ir para seu quarto para terminar de passar a noite. Abre a porta do escritório e encontra Seras esperando por ela.

― Já está indo dormir, Sir Integra?

― Sim, Seras. – responde a Hellsing – E não vou precisar mais de você esta noite, pode fazer o que bem entender. Agora, vá!

Com passos lentos, Integra caminha por sua mansão, até chegar a seu quarto, entrando e fechando a porta em seguida, para não ser incomodada.

Tira seu terno, os sapatos e os jogam de qualquer jeito pelo quarto, sem se incomodar e de deita por baixo dos lenções em sua cama de dossel, se cobrindo com os cobertores em seguida. Apesar da madrugada já seguir, a Hellsing demora a pegar no sono, ainda pensando em seu vampiro que foi embora, e inquieta, vira de um lado para o outro, até finalmente o cansaço a dominar e ser tomada pela inconsciência do sono.

Como das outras noites, sonhara com um vulto, que conhece muito bem. Um vulto que usa sobre tudo e chapéu vermelho, e que tem um olhar que assusta até o mais poderoso dos monstros, mas que a obedece sem questionar.

No sonho, o vampiro está imóvel como uma estátua, e ela apenas anda em direção a ele, em um rio de sangue que parece não ter fim. Quanto mais anda, mais Alucard parece se distanciar, apesar de, por baixo de seus óculos redondos, o vampiro continuar parado, como uma estátua, mas, mesmo assim, o rio de sangue parece não ter fim. E finalmente quando o rio de sangue chega ao fim, e a Condessa estende sua mão para tocar o sobre tudo do vampiro, ele desaparece, se esvai como o vento, e a loira apenas contempla o vazio a sua frente...!

A Hellsing acorda sobressaltada, e vê que o dia já raiou. Passa a mão sobre sua testa, a fim de limpar o suor que escorre sobre seu rosto. Seu cabelo está pegajoso, devido ao suor. Levanta-se da cama e vai direto para o banheiro, onde liga a torneira quente de sua banheira e joga alguns sais de banho enquanto tira a roupa toda pegajosa de suor.

Desliga a torneira da banheira e mergulha na água quente, ao mesmo tempo em que todos os pensamentos se esvaem de sua mente. O sonho da noite anterior sumindo de sua mente, junto com o suor pegajoso de seu corpo.

Quer esquecer! Quer desesperadamente esquecer não só o sonho, como também o vampiro que não para de atormentar os seus sonhos!

A Hellsing fica por volta de uns quarenta minutos mergulhada na banheira, até todos os pensamentos se esvaírem completamente de sua mente, e se sentir pronta para um novo dia.

Sai da banheira, se enrola em uma toalha e volta para seu quarto, onde abre o armário e pega um de seus ternos masculinos marrom, uma camisa branca e um lenço vermelho para amarrar no pescoço, com sua pequena cruz de prata por cima. Escova os cabelos loiro platinados de qualquer maneira, coloca seus óculos, pega um charuto, o ascende, e o leva a boca, antes de sair de seu quarto em direção à sala de jantar, a fim de tomar sua refeição matinal.

Encontra Seras Victoria a porta do recinto, a sua espera. Nestes dois anos, a vampira mais parece sua guarda costas do que qualquer outra coisa.

― Bom dia, Sir Integra! – diz a vampira com seu sorriso descontraído.

― Bom dia só se for para você, policial. – responde a Hellsing – Que raio de vampira é você que não dorme durante o dia?

Seras não responde, pois o motivo que a fez levantar durante o dia foram justamente os chamados da Lady durante o sono. Ficara preocupada com a Lady Hellsing, e por este motivo decidira chegar que estava tudo bem. Sem seu mestre, sente-se responsável por Sir Integra, e, quando ele voltar, vai querer que sua mestra esteja bem.

― Já que está aí, sente-se e me faça companhia. – ordena a Hellsing.

― Sim, Sir Integra.

A vampira acompanha a humana até a mesa, onde Integra ocupa seu lugar e Seras ocupa uma cadeia ao lado, totalmente em silencio enquanto apenas observa a humana tomar seu café da manhã.

― Tem certeza de que Alucard voltará? – pergunta a Hellsing ao acaso.

Seras não consegue deixar de sorrir, pois sabia que mais cedo ou mais tarde a humana faria a pergunta. Já está acostumada a esta rotina.

― Vai sim, minha Lady. O meu mestre irá voltar. Sei disso porque tenho o sangue dele, foi ele quem me criou!

― Mas ele está demorando demais, já se passaram dois anos desde o fim da Millenium e nada dele voltar.

― Ele vai voltar, Sir Integra.

Integra termina o café da manhã em silencio, sabendo que a resposta de Seras não vai mudar. Todos os dias, faz a mesma pergunta a vampira serva de Alucard, e todos os dias a policial lhe dá a mesma resposta, lhe dizendo que o Nosferatu irá voltar. Porém, dois anos já se passaram com esta mesma resposta, e o vampiro ainda não voltou.

A líder da Ordem Real dos Cavaleiros Protestantes vai para seu escritório, seguida pela policial, que fica a porta como uma guarda costas. Integra senta-se em sua poltrona, abre a charuteira, tira um charuto, o ascende e o leva a boca, enquanto examina suas papeladas.

Passa praticamente o dia inteiro resolvendo assuntos administrativos da Hellsing, todos que, por ser a diretora, precisa resolver pessoalmente e sem mandar um subalterno resolver por ela. Nestes momentos é que mais sente falta de Walter, que sempre estava ajudando-a a resolver estes assuntos administrativos.

Quando se dá conta, a tarde já está chegando ao fim, e pela janela de seu escritório começa a ver o sol começar a se por. Arruma toda a papelada para continuar o trabalho no dia seguinte, e deixa o escritório, estranhando o fato de Seras Victoria não estar esperando por ela, como a vampira faz todos os dias.

Começa a andar pelos corredores da mansão e encontra a policial correndo a seu encontro com um envelope em mãos.

― Sir Integra. – diz a vampira – Isto acaba de chegar para a senhora.

A Hellsing tira das mãos da policial o envelope, que tem o selo de Sua Majestade, a Rainha. Integra abre o envelope no mesmo instante, e seus olhos se arregalam por trás dos óculos ao ler as palavras escritas no convite:

 

“Lady Integra Fairbrook Wingates Hellsing:

É com imensa honra e grande satisfação que Sua Majestade, a Rainha aguarda a sua presença daqui a duas semanas no palácio, em um baile que será realizado em sua homenagem. Sua presença é indispensável.”


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