PVO Charles.

Jenna morreu, confere. Jenna voltou, confere. Jenna é uma traidora, confere também. Quer dizer, acho que foi assim que aconteceu. Acho. Nunca pensaria que Jenna fosse uma traidora, aquela menina educada e determinada que eu conheci. Mas...estou acostumado a ser enganado. Mas Jenna! Ah! Jenna é uma ótima mentirosa. Ou eu sou um perfeito idiota. Fico com a opção número um. 
Gritos altos atrapalharam a luta. Por que a luta sempre para, quando começam esses gritos? E por que sempre acontecem esses gritos? E por que são sempre de Jenna?
Peraí...esses gritos são de Jenna? Será que mataram ela? Não acho que tenham feito isso. 
Uma roda foi feita em volta de três pessoas. Me aproximei e reconheci os rostos. Era Leo, Apolo e...Jenna? Sim, era ela. E ela estava no colo de Leo. Será que ela estava...morta? Não. Leo não teria coragem de mata-la.
Eu me aproximei. Jenna estava acordada, mas parecia ter subido mais de um milhão de degraus. 
- O que houve? - eu perguntei me aproximando de Leo. E evitando olhar para Jenna. Não sei muito bem o porque.
- Ela matou Gaia. Agora não consegue andar sozinha. - disse Leo como se fosse a coisa mais normal do mundo.
- Peraí! Ela matou Gaia? Ela não estava do lado dela? Ah! Não estou entendendo nada! - eu gritei em busca de uma explicação.
- Ela foi enganada. Gaia roubou sua memória, fez ela acreditar que nós eramos inimigos. - ele disse afastando uma mecha de cabelo do rosto de Jenna. - Agora  só temos que acabar com o resto do exército. - ele disse dando de ombros.
- Ah, claro. Vai ser divertido. - eu disse irônico.
Ele deixou Jenna sentada em uma rocha. Ela não parecia muito bem.
- Jenna me ouça. Sei que você odeia não participar de uma boa briga. Mas...por favor. Fique aqui ok? Não posso deixar você lutar se você não consegue nem ficar em pé. - ela ergueu uma sobrancelha. - Não me leve a mal. Mas você já matou Gaia. Agora deixe um pouco para a gente ok? - Leo perguntou. Pensei que Jenna iria dar um soco nele e fazer ele calar a boca. Bem, ela calou a boca dele. Mas com um beijo.
- Vai lá então herói. Tenta ganhar alguma coisa pelo menos. - ela disse divertida. A Jenna irônica estava de volta, mesmo estando quase tropeçando nos próprios pés. 
- Okay. - Leo disse sorrindo. - Vamos Charles. 
Nós fomos em direção ao centro da luta. Um garoto loiro de olhos mel estava na frente dos gigantes, dando ordens. Os gigantes avançaram. Nós também.
O garoto foi em direção a uma menina. Ela mancava e estava desarmada. Como ele podia ser tão covarde? Eu tinha que ajuda-la. Quando me aproximei mais, vi que a garota, era Anne. 
- Anne! - gritei mas ela não ouviu. 
Corri até ela. O garoto levantou a espada, a mão dele tremia. Ele parecia não querer fazer isso. Mas ele já estava quase fazendo.
Me aproximei rapidamente por trás dele e o atingi com a minha espada. Ele berrou de dor. Anne se encolheu e cobriu o rosto, como se estivesse com vergonha. Annabeth chegou depois.
- O que...- ela parou. - Ele é um dos nossos? - Eu neguei com a cabeça.
- Ele tentou matar Anne. - eu disse olhando para o garoto que agonizava no chão frio.
- Desculpe. - ele disse baixo.
- Como? - eu perguntei.
- Desculpe. Não queria matar ninguém...não sei no que eu me tornei. A raiva me controlou. A raiva dos deuses. Eu matei muita gente inocente por isso. - Ele suspirou. - Mereço morrer.
- Não. - disse Anne. - Eu também era aliada de Gaia, como você. Mas eu me arrependi. Você também. E...você...vai ficar bem. - ela disse. Não parecia ter certeza do que falou. Eu também não tinha.
- Ah, é claro. Eu levei uma facada nas costas e vou ficar ótimo! - ele disse rindo...ou quase isso. Por um minuto lembrei de Reyna. Eu e Anne ficamos com ela até ela morrer. Estamos fazendo a mesma coisa agora.
- Qual é o seu nome? - perguntou Annabeth.
- Max.
- Bem, Max...acho que você vai para o Elísio. E acho que isso já é bom. - disse Annabeth tentando tranquiliza-lo. Ele riu...sim, ele riu muito.
- Não sei não, loirinha. Não faço questão de ir para o Elísio. Os campos de punição seria uma boa. Sim...eles não iriam me matar...só iria sofrer eternamente. Se eles conseguirem me segurar por muito tempo...- ele fez uma careta. - Foi bom ter uma última conversa. Deem um alo a Jenna por mim. - ele deu um último sorriso e fechou os olhos. Annabeth respirou fundo como se quizesse evitar o choro. Percy chegou e olhou para Max.
- Ops. É...ele está...? - Annabeth assentiu. 
- Ele era do lado de Gaia. - eu disse.
- Ufa. Então menos um né? - Annabeth deu uma cotovelada nele. E depois sorriu e o beijou.
- Cale a boca cabeça de alga. Vamos lutar. - ela agarrou a mão dele e o puxou.
Ele ergueu a espada e desapareceu no meio dos gigantes.
- Obrigada. - disse Anne. - Por me salvar.
- De nada. Está me devendo uma. - eu dei um sorriso vitorioso.
- Vou arranjar um jeito de te pagar. - ela disse. - Mas primeiro, vamos lutar também. Não preciso ver ninguém morrendo enquanto luto. 
Nós fomos por onde Annabeth e Percy tinham desaparecido e nós atacamos qualquer montros que apareciam na nossa frente. O exército ia diminuindo cada vez mais. Mas nós não eramos os responsáveis. Jenna era a responsável. A morte de Gaia fez com que muitos fugissem, mais ou menos metade do exército. Os que sobraram, eram gigantes e outros monstros grandes...mas todos fracos. 
Depois de uma hora de luta, vencemos. Meu tornozelo ardia. Minha cabeça parecia estar fora de órbita.
- Vencemos! - disse Piper se aproximando de Jenna que estava sentada no mesmo lugar que eu e Leo a deixamos. Ela sorriu. 
- Eu sabia que vocês venceriam. 
- Jenna! - ela se virou e Atena veio em sua direção. Ártemis e Apolo estavam logo atrás, sorrindo. Ela correu e abraçou a mãe. - Apolo me contou tudo. Ah Jenna! Estou tão feliz! - ela soltou a filha e foi em direção a Annabeth. - Estou tão orgulhosa de você! - ela disse para Annabeth. Essa sorria. - De vocês duas! Ou melhor...de vocês todos! - disse Atena. É...a deusa estava empolgada. Ártemis veio falar com Jenna e as duas acabaram rindo como duas malucas...não durou muito, Apolo começou a brincar com Ártemis e os dois acabaram brigando. Mas o resto...estava melhor do que nunca! Não podia melhorar.
Fui surpreendido por um beijo. Lábios macios encontram os meus. Quando o beijo acabou, admito que fiquei um pouco triste. Anne sorriu.
- O que foi isso? - perguntei me obrigando a não sorrir. Mas no fim não aguentei.
- Seu pagamento. - ela disse alegre.
Deixe eu me corrigir, sempre pode ficar melhor.
Sempre.