Lá estava ela. Naquele lugar tão bonito. Parecia ser um campo.

Montes cobertos por uma grama verde, o vento batia em meu rosto suavemente, querendo fazer-me um carinho doce. Eu fechava os olhos para sentir o toque desse vento, ele sussurrava palavras como “Venha, siga-me”. Eu o seguia.

Como eu sabia para onde ele iria? Não, eu não sabia. Mas aquele vento me empurrava e eu andava para onde ele quisesse que eu fosse. Cheguei em uma casa toda branca, com uma varanda maior que ela própria. Nessa varanda havia várias correntes de água. Estas passavam suavemente e me guiavam para uma mulher sentada, brincando com a água.

Como era bela. Seus cabelos azuis pareciam ser como as ondas do mar, as vezes instável as vezes calmos ao som do vento. Mas não perdia sua beleza. Suas curvas apareciam generosamente, pois usava um baby doll rosa iogurte curto.  Seu sorriso, ah seu sorriso, como refletia bondade e felicidade.

Me vi parado olhando para aquela beldade, que pareceu sentir meu olhar e virou-se para mim. Seu rosto tomou uma cor rubra forte, acompanhado por um movimento de tampar seu rosto. Por que ela teria feito isso?

Olhei para meu corpo. OH DROGA, EU ESTAVA SEM AS CALÇAS! Por que isso sempre me acontece? Qual é cara! Minha sorte é que tinham calças naquele varal, oh Jesus, isso sempre me acontece. Uma gota desceu de minha cabeça enquanto eu corria e colocava aquela calça. Era uma calça preta jeans folgada, mas tinha um cinto, então eu usei aquele cinto de cor bege.

Quando olhei para aquela mulher, ela já me olhava mais normalmente. Seu rosto ainda estava rubro, mas um sorriso divertido tomava conta de seus lábios. Finos e avermelhados. Cheguei perto dela e cocei minha nunca em um modo de mostrar o quanto estava sem graça, olhei para baixo, pois a menor ainda estava sentada perto do riacho.

“Perdão...”
 

“N-Não tem nada não...” falou com dificuldade.

Sorri sem jeito. Ela virou seu rosto para outro lado. Me pergunto o que ela estaria pensando nesse momento. Provavelmente o quanto sou desastrado. Falando em ser desastrado, eu não me apresentei. Em uma tentativa de começar um diálogo decente, falei em um tom como se nada tivesse acontecido. Porque se tinha uma coisa que eu queria esquecer, era que eu havia tirado minhas calças. Estendi a mão.

“Oi, eu sou Gray Fullbuster. Gray.” Sorri

Ela se levantou e deu um sorriso doce e confiante, o tom rubro já não lhe pertencia mais o rosto.

“Juvia. Juvia Locksar.” ela  apertou minha mão com confiança.

Sorrimos. Esse foi o melhor...

Sonho da minha vida. É, ISSO É UM SONHO! Não, não aconteceu. Eu NÃO conheci essa mulher bonita, pelo o amor de Deus. O mais impressionante é que eu continuo tirando as minhas calças mesmo nos meus sonhos.

O problema é: Eu já ouvi esse nome em algum lugar.

                                                                          ~Chu Chu ~
 

Acordei. Despertador tocando. 6:30.

 Esse sonho vinha se repetindo a dois dias apenas, mas sinto como se eu tivesse encontrado A mulher.  Ele bem podia ser real, mas não vivemos em um conto de fadas onde há um campo que você encontra do nada uma casa branca com uma mulher te dando mole. Ou não...

Levantei-me, frustrado. Esse sonho tem tirado minha energia vital, minha felicidade. Porque tenho me questionado todo dia onde essa mulher vive e se ela existe. E se ela mora nos Estados Unidos? Eu moro no Japão!

Mas esse nome...

“Juvia Locksar...” repeti para mim mesmo

Chacoalhei minha cabeça, eu tinha que esquecer um pouco dela. Tinha que voltar pra vida. Foi o que fiz. Logo meu trabalho iria começar e eu nem havia começado meu banho! Trabalho com dança, sim, sou dançarino da companhia Dream Stars, que apesar do nome ser “fofo”, não tem nada de fofo por dentro.

Aquela companhia castiga quem fizer alguma coisa errada. Regras rígidas, pouco descanço, muita ralação.  Teve gente que já virou zumbi ali.

Mas eu sabia que ia ser difícil, afinal ninguém disse que ia ser fácil. Para conseguir algo, é preciso ralar. 
 

Ao terminar meu banho, coloquei a roupa do meu trabalho. Uma calça larga preta de pano, tênis preto com detalhes roxos. Uma blusa azul escura fosco de manga, que definiam meus bíceps, apesar de ser larga. Um boné que não cobria minha beça toda, apenas parte dela. Minha franja ainda aparecia. Um óculos de sol preto para terminar o figurino. Apesar de ser dançarino de hip-hop, gosto de sair arrumado. Peguei minha mochila que continha tudo o que eu precisasse: Kit de primeiros socorros, água, biscoito, celular, câmera, chaves de casa, dinheiro.

Olhei-me no espelho. É, estava bonito. Sai correndo e apenas peguei duas torradas com requeijão e saí de casa comendo-as. Olhei a hora no meu celular, 7:15.

 Peguei o primeiro ônibus que passava na frente da companhia. Sentei-me  em um dos bancos com direito a olhar a janela. Comecei a olhar para fora e lembrar daquela mulher de novo.
 

Juvia Locksar, Juvia Locksar. Aquele nome não parava de circular a minha mente. Eu sei que conheço ela de algum lugar, eu sinto isso.

                                                                         ~~ Chu Chu ~
 

Cheguei na companhia correndo assim que sai do ônibus e fui para a sala de hip-hop. Hoje iríamos aprender uma musica nova. Seu nome era LoveStoned, do Justin Timberlake. O cara tem uma voz fina, mas continua dançando muito. E é requerido por todas as mulheres.
 

Quando entrei na sala, achei Natsu e Lucy. Dei um oi e acenei, deixando minha mochila ao lado da deles. Lucy veio correndo apressada e se pendurou em meu pescoço. Surpreso, meus olhos se arregalaram.

“Gray ~” ela falou sorridente se soltando de mim

“Lucy ~” passei a mão em seus cabelos.

A menina vestia um top branco e deixava sua barriga para fora. Usava uma calça larga e tênis. Seus cabelos presos em duas partes. Estas estavam perto de seu pescoço.  Logo me veio o Natsu. Estava apenas com seu colete e calças largas, com um tênis vermelho escuro. Cruzou os braços e olhou para mim.

“Tsc”

Olhei para ele e dei um leve empurrão.

“Tsc o que?” falei

Ele me devolveu o empurrão, só que mais forte.

“Não posso falar tsc Cinza?”

O devolvi o empurrão, e ele me devolveu outro. Começamos a nos empurrar em uma disputa de força.

“CLARO QUE NÃO, EU MANDO AQUI”

“HÁ, EU SOU O MAIS FORTE”

“DUVIDO! E NÃO ME CHAME DE CINZA!”

“CIN—“

“Oe Oe! Pode parando ai! A aula já vai começar!” Lucy falou, apartando nossa briga.
 

Entrou uma mulher, esbelta. Ah não, não podia ser ela. Entrou uma mulher de cabelos azuis presos em um rabo de cavalo. Um top preto de manga com um decote. Sua barriga era coberta por uma fina camada de tecido preto meio transparente. Como tecido de uma meia calça de bailarina. Um short preto da mesma cor que o top curto e outra camada fina de tecido sobre suas pernas, mas este tecido tinha partes rasgadas. Um tênis preto completava sua aparência. A mesma mostrava um ar sensual pois suas curvas eram muito marcadas por esta roupa. Também dava um ar de secretária. Uma secretária sensual, que lindo isso.

A mulher dos cabelos azulados virou-se para nós e pude ver suas costas no grande espelho que tinha naquela sala de ensaio. Pigarreou e bateu palmas, num ato de chamar-nos a atenção. Como se precisasse.

“Olá. Serei a nova professora de vocês. Prazer, meu nome é Juvia Locksar. Talvez já tenham ouvido sobre mim, pois eu vinha na sala de vocês fazer estágio. Sei o nome de todos, então dispenso apresentações.”

Minha boca ficou aberta. Não acredito. Era Juvia, meu Deus, era Juvia Locksar. A mulher que apareceu nos meus sonhos. Mas, ela estava tão mudada. Tão certa das coisas. Não vi ela enrubescer, sorrir gentilmente. Apenas alguém sério de seu trabalho. Estamos falando da mesma Juvia? Acho que não, são só coincidências.