[Rovena Marie]

Entoei baixinho “ýpnos” e imediatamente a espada virou um cilindro de bronze com meu nome gravado nela e o símbolo “N’dah”.

– Nossa isso foi incrível Jace!- Tive que parabenizá-lo, pois aquilo foi digno de um semideus poderoso como ele parecia ser. Ele apenas sorriu para mim e piscou malicioso.

James veio correndo e me abraçou verificando meus arranhões que não eram nem um pouco profundos, mas ardiam.

– Rov, desculpe deixei você sozinha aqui! Que grande sátiro eu sou- Ele começou a tirar ambrosia de um bolso interno de seu casaco e me entregou, eu comi rapidamente e guardei a Gladio no bolso de meu casaco, as feridas começaram a parar de arder, mas é uma pena que não remende o casaco também.

– Vamos continuar o nosso caminho- Diz Elliot voltando ao carro “emprestado”.

Quando demos partida novamente Jace estava ao meu lado no banco traseiro e senti aquelas lâminas emanando um frio enorme e me encolhi um pouco.

– O que há Rovena? Não mordo!- Jace brincou comigo.

– Sei que não, mas suas espadas estão me deixando com frio! Como pode isso?- Perguntei me encolhendo um pouco mais.

– Ah, me desculpe! Estou acostumado e esqueço que a maioria das pessoas não- Ele pegou suas lâminas e apenas passou a mão por cima e imediatamente aquele frio cessou- Pronto, melhor assim?

– Muito. Obrigada Jace- Sorrio em resposta- O que são essas lâminas? Você já disse que era uma espada curta feita de ferro Estígio...

– Sim, eu sou filho de Hades, o deus do mundo inferior, e todo filho de Hades se dá melhor lutando com armas feitas de ferro Estígio, elas são fabricadas no mundo inferior e são muito raras, assim como os filhos de Hades- Ele vira a lâmina preta para admirá-la.

– Você diz que filhos de Hades são raros por causa do pacto que os deuses maiores fizeram para não terem mais filhos?- Ele assente com a cabeça- Mas isso já não foi há muito tempo?

– Sim, por isso que eu disse que somos raros. Mas estamos aumentando, ano passado éramos entre seis no chalé, esse ano deve aumentar mais uns dois talvez. Espero que não aumente muito, só de ver o chalé de Hermes com toda aquele gente...

– Hum... Pelo menos você sabe quem é seu pai, eu não sei quem é minha mãe- Acabo despejando minha frustração em Jace- Meu pai não quis contar quem é minha mãe verdadeira, disse que tem mais emoção em descobrir no acampamento.

– E tem razão- Diz Jace rindo.

A noite começava a cair e eu estava com um sono digno de um urso hibernando. Tentei me ajeitar sentada para dormir, mas Jace viu meu desconforto e me acomodou com a cabeça em seu colo, deu um beijo em minha testa, me desejou boa noite e começou a acariciar meus cabelos, eu conhecia aquele homem a um dia e já estava dormindo em seu colo, confesso que não foi de todo mal.

Senti que no banco da frente James ficou um pouco rígido, mas não podia fazer nada e acabou me deixando ficar no colo daquele lindo garoto que ainda por cima fazia carinho em meu cabelo, fiquei imaginando se haveria coisa melhor que isso, imaginei seus beijos... E sem perceber a minha imaginação terminou em sonho, um sonho que eu sabia que um dia tornar-se-ia realidade.

Quando Jace finalmente me acordou dizendo "Bom dia dorminhoca! Acorde que estamos quase lá! Precisamos caminhar" e depositou um beijo em minha testa, reparei que estávamos bem afastados da civilização e vi que realmente já havíamos chegado a Long Island em Nova Iorque e após caminharmos um pouco de terra de chão e muita mata, avistamos um portal dourado escrito “Camp Half Blood”.

Parei um pouco antes de entrar, eufórica para começar essa nova vida, mas com medo. James apertou um pouco minha mão e me senti segura, decidi que era hora de tomar meu primeiro passo sozinha, me desvencilhei dele e comecei a avançar.

Mas antes que eu pudesse fazer menção de entrar uma luz prateada e dourada me envolveu e um espectro de coruja começou a voar em cima de mim, vários campistas que estavam perto chegaram para ver o que estava acontecendo, eu estava sendo reclamada. Minha mãe era Athena.