[Arianna]

A cidade era linda, irradiava uma luz celestial parecida com a do Olimpo e o estranho é que um céu azul encobria a cidade, assim como um sol. Parecia ser cerca de meia tarde ali, apesar de que toda a cidade era feita de mármore o que refletia e aumentava a luminosidade da cidade, era incrível ver tudo isso.

Vários homens tipicamente gregos passavam por ali, usando túnicas de linho e tinham um dos ombros descobertos ou mesmo o tronco nu. Muitos deles andavam descalços e sempre traziam algum tipo de pergaminho e ou andavam aos grupos conversando sobre assuntos importantes para a humanidade.

Algumas mulheres também andavam por ali e elas eram simples em seu vestuário, mas lindas. O seu traje consistia numa túnica e num manto (himation). A túnica tinha dois modelos diferentes, no entanto o peplos, feito de lã, era o mais usado pelas atenienses até ao final do século IV a.C. A sua confecção consistia em cortar o tecido segundo a forma de um retângulo, com uma vez e meia a altura da pessoa; vestiam-no, embrulhando-o em redor do corpo, com alfinetes nos ombros. Não tinha mangas, possuindo amplas aberturas para os braços. As versões requintadas eram decoradas com desenhos. O manto era de linho. O tecido era costurado de maneira a ficar com a forma de um cilindro longo; era usado com um cordão na cintura ou debaixo do peito. As mangas eram curtas e cozidas. No cabelo usavam um tipo de fita, que era muito comum naquela época.

Sim, eu sabia de tudo isso. Sim, eu sou uma gênia!

Para nossa total surpresa, nenhum cidadão pareceu se importar com cinco adolescentes andando por ali com roupas anormais para a época. Todos estavam compenetrados de mais para nos ver, isso me deixou furiosa. Tentei gritar com alguns, eles não pareciam me ouvir e isso me irritava ainda mais.

Quando eu estava muito próximo de puxar minha espada e cortar a cabeça de um deles, um senhor baixo e corcunda veio até nós, ele podia nos ver.

– Pelos deuses! Vocês vieram! Venham, crianças, temos que trocar de roupa! Feitiço de invisibilidade dura pouco- Disse ele caminhando até uma casa única de mármore.

O velho devia ser muito importante na cidade para ter uma pequena casa só para si, sendo que a maioria das casas ali era dividida entre muitas famílias. O velho era baixo e calvo no topo da cabeça, mas tinha o cabelo comprido e uma barba tipo Gandalf ou Dumbledore. Quando ele levantou os olhos para nos olhar vi que seus olhos são cinza e que ele tem várias rugas no rosto já cansado.

– Entrem, casa de Sócrates simples, mas boa para vocês- Disse Sócrates.

– Sócrates? O grande filósofo?- Perguntou Rovena admirada.

– Não mocinha. Sócrates morreu com Cicuta. Era um bom homem. Eu outro Sócrates, filho de Athena enviado aqui para acolher vocês. Sócrates cuida de vocês aqui- Respondeu o outro Sócrates.

– Seu irmãozinho Rov- Impliquei com ela rindo.

– Sim! Sócrates irmão seu. Muito mais velho e menos sábio, mas irmão.

–Legal Sócrates, mas o que vamos fazer agora?- Perguntou Rovena.

–Trocar de roupa, se quiserem andar em Athenas devem ser iguais- Respondeu Sócrates como se fosse muito óbvio.

–Ah, vamos ter que usar aquelas túnicas? Mas elas são prendidas com simples alfinetes vão cair! E eu não vou ficar pelada na frente da Antiga Grécia inteira, então esquece plágio defeituoso de Sócrates- Falei para Sócrates.

– Não cai mocinha, é muito firme em corpo de mulheres! Acidália vai ajudar vocês meninas e Adelfo ajuda meninos- Disse Sócrates.

Como se fosse planejado uma menina loira e aparentemente da nossa idade surgiu e veio até mim e Rovena e indicou o aposento com uma cortina para nos trocarmos, Adelfo (um homem forte e moreno) fez o mesmo com os meninos, mas os levou para o outro lado. Longe de nós duas.

Acidália trouxe dois panos de lã e explicou que ela mesma os havia tecido para nós e nos mediu com o pano e começou o trabalho de cortar, enquanto isso ela indicou uma bacia gigante cheia de água para nós nos banharmos. Rovena e eu tomamos um bom banho e saímos dali com cheiro de sândalo.

–Venham meninas, temos que colocar a túnica. Depois podem escolher uma cor de fita de cabelo- Disse Acidália.

– Acidália, me desculpe, mas estou curiosa para saber o que significa o seu nome- Disse Rov toda educadinha.

– Acidália significa “Aquela que cuida de todos”. E o seu mocinha?

–O meu é Rovena é Germânico e significa “Lança da Verdade”.

Acidália olhou de canto de olho para mim como se dissesse “sua vez lerda!”.

– Ah, o meu é Arianna é Italiano e significa “Raça”.

Vi que as duas deram uma risadinha, eu sei “Raça” não é uma coisa que dá orgulho ao dizer.

–Podem parar de rir porque minha espada ainda está aqui lesadas!

–Venha mocinha Rovena, vou arrumar a túnica em você.

Acidália começou a enrolar o pano no corpo de Rovena e depois de um tempo parei de tentar entender o que ela estava fazendo, no final um ombro de Rovena estava descoberto e um tipo de corda pendia de sua cintura, por mais incrível que pareça Acidália fez um bolso para Rovena por o seu cilindro.

–Venha mocinha Arianna, sua vez. Rovena pode escolher uma fita para o cabelo.

Acidália repetiu o ritual comigo, enrolou-me várias vezes no pano de linho e quando terminou vi que ele era diferente do de Rovena. Eu tinha ambos os ombros cobertos, mas o decote era um pouco maior. Ela amarrou um tipo de corda em minha cintura também, mas não fez um bolso pra mim e sim uma espécie de porta espada.

Rovena mostrou uma fita azul muito linda que tinha escolhido e Acidália começou a arrumar seu cabelo, no final ela tinha ficado muito linda. Seus olhos castanhos contratavam com a túnica branca e a fita azul deixava seu olhar mais marcante.

Eu escolhi uma fita dourada, não daquelas cheias de brilhos e frufrus. Um dourado tipo ouro, tipo os raios e toda a energia que provinha dela.

Acidália ficou satisfeita com seu trabalho e nos levou de volta para a minúscula sala/cozinha de Cópia Defeituosa Sócrates. Quando chegamos ali cinco rostos masculinos voltaram-se para nós. C.D.S (Cópia Defeituosa Sócrates), Adelfo, Pirata, Jace e Anthony nos olhavam pasmos. Devíamos estar lindas mesmo.

O pior foi quando Adelfo pegou minha mão e a beijou. Não que eu achasse aquele homem feio, muito pelo contrário, era um pedaço de deus grego. Mas eu não queria que isso acontecesse.

–Adelfo! Solte a mocinha, tenha respeito- Ralhou C.D.S.

–Desculpe minha deusa, não me contive- Disse Adelfo.

Só reparei no olhar irado de Anthony, eu estava adorando isso!

–Vamos mocinhas sentem aqui para Sócrates explicar sobre hoje.

Quando fui me sentar reparei nos meninos. Pirata usava uma túnica que deixava metade de seu peitoral amostra e estava com sandálias de couro, em seu cabelo pequenos ramos de oliveiras pendiam na orelha, estava muito bonito, parecia uma junção estranha de Pirata e Grego.

Jace estava muito mais lindo que Pirata. Ele pode ser de Rov, mas ainda posso analisar a belezura do conteúdo! Todo seu peitoral estava amostra e sua pele é tão branca como o tecido de sua túnica. O cabelo negro contrastava com todo o branco e seus olhos azuis pareciam ganhar mais vida. Usava sandálias de couro e em seu cabelo pendia um ramo de oliveira. Em seus punhos ainda estava o tecido de couro que se transformava em seu escudo. Parecia um deus grego em pessoa. Talvez Hades mais novo e muito mais gato.

Anthony também tinha todo o peitoral amostra e se mostrava o que tinha o corpo mais definido dos três. A túnica era igual dos outros e ele também usava uma sandália de couro. Em seu cabelo também tinha pequenos ramos de oliveiras e seus olhos castanhos esverdeados estavam agitados. Ele estava muito lindo, mas Jace ofuscava seu brilho.

–... vocês querem ir então?- Perguntou afinal C.D.S.

–Sim!- Respondeu animada Rovena.

Droga! Meus devaneios sobre os meninos e eu não prestei a mínima atenção na conversa, onde estávamos indo?