Chamas Da Memória escrita por Annabel Lee


Capítulo 15
Mini-furacão Negro


Notas iniciais do capítulo

HEEEEY. HE-E-E-EY. HE-E-E-EY.



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Leo ficou o dia inteiro trabalhando nos gabinetes do Argo II.

Ele não teve noção do tempo, como quase sempre acontecia quando construía alguma coisa. Mas, quando ele checou no relógio que já eram 19:00 da noite, ficou abismado. E mais abismado ainda quando apreciou o trabalho bem feito...

Ele havia completado o casco (finalmente!). Que era todo revestido de bronze celestial, para garantir o medo e tremor dos monstros que se aproximassem. Os oito gabinetes eram bem espaçosos e Leo tentou deixa-los bem confortáveis e espaçosos.

O de Jason tinha o tema: dia claro e céu azul. E dava a impressão que se estava dormindo no meio do céu, voando nas nuvens. Leo achou que ele iria gostar... Até mesmo esqueceu de que o odiava por completo! (Afinal, aquela briguinha era sem sentido até mesmo para ele).

O gabinete de Piper era rosa de todos os tipos. Ela odiava! Leo sabia que sim. Mas também sabia que, depois do ataque de gritos raivosos, ela riria. E certamente se lembraria dele (e de seu ótimo senso de humor) ao entrar.

O gabinete do Treinador Gleeson Hedge era cheio de fotos do Chuck Norris que Leo baixou na internet. Leo também colocou uma TV movida a antena para ele assistir a luta livre e deixar os semideuses em paz por alguns momentos. (Uma ideia perfeita!).

E por fim: o dele. Leo não colocou muitas coisas... Apenas um tablet que ele mesmo refez a partir de um modelo qualquer para ter acesso à internet E ao navio e seus comandos (caso algo desse errado com o controle de Wii). Também tinha milhões de ferramentas que ele "pegou emprestado" no Chalé de Hesfesto, seu beliche automático e movido a botões e um protótipo de Playstation para as horas vagas...

Agora só faltava a Sala de Reuniões/Refeitório e o estábulo...

Não.

Ainda tinha uma coisa.

Que Leo tentava evitar desde que começou a construir o navio com Nyssa:

A estranha sacola de pano preto que pegara no Chalé de Hécate.

Cuidado, disse a ele a filha de Hécate de nome Diana Levine, a magia é poderosa e também rebelde. Podem acontecer muitos problemas caso você não tenha cuidado.

"Que tipo de problemas?", ele perguntara.

"Eu mesma não sei ao certo. Pode variar muito. Tenha cuidado, Leo Valdez".

Depois daquilo aquele pequeno saco cheio de pó preto mágico tinha lhe dado mais medo do que qualquer coisa. Mas ele deveria usá-lo. Se não, o Argo II seria atacado por monstros a cada trinta segundos. Ele não queria isso. A magia era suficiente para fortalecer a Névoa a ponto de manter os monstros fora (exceto alguns poderosos demais para deter...).

Leo se aproximou lentamente do saco de pano e o pegou como se fosse feito de material radioativo. Ao fazê-lo, uns sussurros estranhos e sobrenaturais começaram a lhe cochichar no pé do ouvido. Ele se encheu de medo, mas prosseguiu.

Ele abriu o saco com cuidado, como Diana Levine lhe explicara, e sussurrou para ele:

- Oh, espírito de Hécate. Magia poderosa! Ajude-me! Preencha esta construção com seu poder protetor, para manter os monstros distantes e a segurança próxima.

Nada aconteceu. Na verdade, os sussurros se tornaram um pouco mais altos.

- Hã... Espírito de Hécate?

A poeira negra de elevou de dentro do saco, como um mini furacão. Leo gritou de susto e deixou-o cair no chão, a areia negra derramada começou a levitar e a se transformar em três figuras com formas humanas.

Os homens-poeira não tinham rosto nem forma específica. Apenas o contorno básico de um ser humano, preenchido de poeira escura e brilhante.

- Leo Valdez - disseram os sussurros em forma organizada - você conjurou a ajuda da Divina Hécate. Merece tal ajuda?

Leo engoliu em seco. Diana Levine não havia falado nada sobre aquilo lá.

- Hã... sim. - ele respondeu, com medo.

- Mesmo?

Leo recuou um passo, tremendo.

- Olha, eu só quero ajuda. Preciso de um pouco disto para que meus amigos e eu salvemos o mundo com, pelo menos, 50% de nossos corpos inteiros.

- Hécate deseja lhe ajudar. Mas deve ter sua conta em uma folha. Um dia, Hécate talvez venha a pedir algo em troca.

- Não. Não quero dívidas. Apenas um favor...

- Sem risco. Sem jogo.

As sombras voaram para cima dele. Levitando-o pelos ares. Leo começou a gritar desesperadamente. Queria poder falar que aceitaria o preço deles, mas sua voz não saía. Logo, sua respiração também falhava, e sua visão escurecia.

- PAREM! - disse uma voz poderosa vindo de algum lugar lá de baixo. Leo queria muito obedecê-la. Até mesmo parou de se debater de espernear.

- PONHAM ELE NO CHÃO. AGORA!

Ele se sentiu levado para baixo, devagar. A visão clareou. Ele se viu deitado, um pouco tonto, nos pés morenos de Piper Mclean. Que olhava para três sombras ódio.

- Façam o que ele lhe pediu para fazer. - ela diz.

Os sussurros responderam um "sim, senhora" de forma desorganizada e informe. As sombras adentraram no casco do Argo II, que brilhou intensamente após o acontecimento.

Leo levantou os olhos para Piper.

- Valeu por salvar minha linda pele latina, Rainha da Beleza - ele diz tossindo, tentando se levantar.

Piper o ajudou, seu olhar era preocupado. Assim que ele ficou de pé, ela o abraçou tão forte que ele já ia perdendo a respiração de novo.

- Você demorava a voltar ao Acampamento - ela se explica, ainda abraçando-o - vim ver se algo aconteceu e vi você falando com aquelas sombras e tudo aconteceu tão rápido...

Leo sorri. Se afasta um pouco do "abraço sufocante" e puxa Piper para beijá-la. Os dois ficam um tempo se beijando, e quando se afastam Leo pergunta:

- Onde esteve o dia todo?

- Voando em pégasos, conversando com Eros e conversando com Annabeth...

- Espera aí! Eros? Aquele bebê com asinhas de anjo?

Piper abre um sorriso e suspira.

- Ele não é um bebê. Acredite.

Leo fica morrendo de ciúmes. Tanto que seus ouvidos acabam pegando fogo. Piper começa a rir, e depois cita a estranha conversa com o meio-irmão deus e o presente que ele lhe dera. Depois de contar tudo, Leo fica pensativo.

- Não sei o que faço - ela diz - Annabeth me disse para fazer o que meu coração quer e agir por instinto. Mas não sei como.

- Vamos descobrir um jeito!

Piper olha para os lados com um sorriso malicioso.

- Annabeth me disse uma coisa legal hoje - ela diz sorrindo.

Leo não deixa de sorrir também.

- O que?

- Sabe as Harpias?

Leo assente. Já foi milhões de vezes ameaçado a ser devorado por velhas gordas se não retornasse ao chalé cedo. Mas, com o trabalho no Bunker 9, nunca se importava. Então se ligou no que Piper ia dizer antes mesmo dela fazê-lo.

- Então - Piper continua - elas não chegam perto da floresta.

- Por que?

- Medo. Existem ciosas piores aqui. Mas não em dois lugares..

- O Bunker...

- E o lago.

Leo olha para as estrelas. Passar a noite em claro observando-as com a namorada poderia ser uma ideia bem legal. Ele sorri e pisca para ela:

- Vem, Pipes. Vamos quebrar umas regras...


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Notas finais do capítulo

Não ocorreu taaanta coisa assim. Mas aguardem o próximo capítulo (um tanto saliente)



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