Como já tinha falado no capítulo anterior, as quatro pessoas que mais amo são minha mãe, meu pai, Deus e a Vanessa. 

Minha mãe e meu pai porque são as pessoas mais importantes pra mim, as quais me criam, estão ao meu lado em todos os momentos, e são as pessoas que eu mais confio nessa vida, e talvez as únicas em que eu possa confiar de verdade. Me educaram, me fizeram a pessoa que eu sou hoje. Por eles eu dou a vida, e mais um pouco.

Deus porque o amor dele por nós é inexplicável. Nos protege, é nosso Pai maior. Nos dá a paz, a cura, a fé e as chances. Deus é o conforto de tudo.

E a Vanessa... ah. Não sei nem como começo a falar dela. A primeira vez que a vi, aliás, a primeira vez em que ela foi dar aula pra minha sala, olhei pra ela e parecia que eu já a conhecia, e logo meu coração doeu.. fiquei confusa, porque jamais tinha visto ela na vida, e muito menos sentido algo por ela. E foi aí que as coisas começaram. Depois de um tempo, comecei a conversar mais com ela, e fomos virando amigas. Algo além da escola, algo mais além que aluno e professor, algo mais além do que conversas somente na escola e sobre História, a matéria da qual ela dava aula. Costumávamos a nos ´´abraçar`` no corredor, e as pessoas ao nosso redor riam disso, nos criticavam demais, faziam de tudo pra separar a gente. Porém, continuamos nossa convivência normalmente. 

No próximo ano, não tive aula com ela, o que me deixou bem incomodada, porque eu já tinha me apegado demais á ela, e eu queria, sim, ter ela como minha professora pra ficarmos o mais próximas possível. E ficamos. Todas as vezes que eu podia, ia na sala em que ela dava aula pra dar um ´´oi`` pra ela, tanto no começo da aula depois do intervalo, como no fim da aula antes do intervalo, e ela gostava disso, o que me motivava a fazer cada dia mais. Na saída, eu a esperava pra conversarmos, e isso continuou incomodando ás pessoas ao nosso redor. E foi aí que nos prejudicaram. Aliás, acho que nós mesmas fizemos isso.

Ficaram sabendo de tudo que nós conversávamos, do que eu escrevia pra ela, e ela levou uma certa bronca da coordenadora da escola, a qual pediu para que ela não tratasse os alunos dela tão bem assim, o que fez nos afastarmos. Eu não podia prejudicar o trabalho dela, porque ela precisava dele, e se ela saísse daquela escola, minha felicidade sairia junto á ela. 

Nunca mais nos vimos, aliás, quando nos víamos pelo corredor, era só um olhar, um sorriso, mais nada. E ficamos assim um ano todinho. Eu sofri, sofri demais. Sofri porque estava sem ela, e ainda mais por ter feito ela quase perder seu emprego. Eu sentia um amor absurdo por ela, e até achava isso estranho. Mas assim como o sofrimento, o amor ABSURDO também é passageiro. E tudo se encaixou no próximo ano. 

O sentimento não acabou, é claro. Porque amor nunca acaba, somente muda de posição e intensidade. Amor é sempre amor. Ás vezes nós víamos, aí sim podíamos nos abraçar, e até conversar, porém como era muito corrido, quase não nos falamos, mas, isso deixou nossa relação cada dia melhor, porque a saudade aumentava em mim e nela, e ás vezes trocávamos emails. O que eu escrevia pra ela antigamente, hoje em dia não escrevo mais. Os sentimentos mudam, e tudo se acertou. Tudo se encaixou perfeitamente. Hoje sabemos direitinho como lidar com isso. E ás pessoas ainda nos olham, mas com nenhuma indiferença. 

Ela deu aula pra mim na oitava série, e foi um ano ótimo. Ah como eu gostava daquele sorriso dela todos os dias, do cheiro dela, do modo em que ela pegava na minha mão.. Apesar dela ser carinhosa com todos, porque ela sempre foi uma professora que todos gostavam, ela tinha essas atitudes somente comigo, e isso a tornava uma pessoa única pra mim. Aliás, ela sempre será uma pessoa única pra mim. 

Pensamos que nos próximos anos tudo daria certo pra nós. Mas, mal sabíamos do que vinha pela frente.