Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa Espanhola escrita por Carol Stark


Capítulo 24
Face a Face


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda!
Mais um capítulo cheio de tensão e mais algumas resoluções para vocês curtirem e se deliciarem!

Então,
ÓTIMA LEITURA e nos vemos nos reviews ou quem sabe, em mais alguma recomendação?... =p Fiquem à vontade! ^.^ E agradeço imensamente às queridíssimas Julia Parker e Amy Holmes pelas lindas recomendações!!! OBRIGADA meninas! ♥

Agora... Ao capítulo! :D



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— Lamento não dizer o mesmo detetive Holmes. – A voz de Ruán saiu como uma fria lâmina afiada.

— Vamos conversar um pouco... – Sherlock caminhou alguns passos corajosamente pela sala, com as mãos unidas às costas – Precisamos esclarecer alguns quesitos e evitar qualquer outro tipo de contratempo não acha? – O detetive pronunciou astuto e tranquilo parando na parte mais escura perto do birô, em sua lateral, e apoiou ali uma de suas mãos.

Discretamente, Holmes deslizou-a para baixo do birô depositando cuidadosamente um objeto raso e retangular do tamanho da palma de sua mão, com alguns fios à mostra que Watson lhe passara minutos antes junto à arma.

Ruán o encarava trêmulo de raiva. Sherlock saiu da lateral do birô a passos lentos ficando de frente ao outro e continuou:

— Afinal, minha paciência está limitada. – Inclinou-se na mesa sustentando o olhar doentio do espanhol.

— Ora, seu-- - Ruán socou o punho no birô o que fez com que alguns papéis caíssem.

Holmes observou aqueles documentos irem ao chão. Olhou para o amigo para em seguida mirar de volta os papéis. Watson compreendeu.

— Para quê tanta ira, Ruán?... Quero apenas que me responda algumas coisinhas. – Sherlock tentava persuadi-lo.

— Posso acabar com isso agora mesmo senhor! – Pierre pronunciou com sua voz retumbante cheio de brutalidade sacando sua arma novamente.

— Calado idiota! Este aqui é meu! – Ruán falou olhando rapidamente para Pierre com os olhos vermelhos injetados de raiva.

Sherlock por um segundo sentiu-se fraquejar temendo o que poderia lhe acontecer a qualquer momento, mas teria que ser firme e triplamente mais astuto; teria que controlar seus nervos.

Watson por sua vez, temeu pelo amigo devido aquelas palavras tão intimidadoras e Greyk permanecia mais ao fundo da sala, deliciando-se com tudo aquilo, esperando o momento certo para agir a seu favor.

— Vamos! O que você quer? Lhe darei esta oportunidade antes de su fim. – Ruán falou sarcástico.

— Como você foi dado como morto? – Foi a primeira coisa que Sherlock quis saber. Olhava de esguelha para a janela e as portas.

— Ah! – O espanhol riu pendendo a cabeça para trás – Fingi que estaba passando mal ao pôr a mão sobre o peito. Meu filho Pablo não parava de me abordar con este assunto! Hace un ano, discutíamos mais uma vez sobre a caixa, a caixa, a caixa! – Ruán impacientou-se – Foi quando tive a ideia. Margareth, minha empregada e Agostin, o mordomo, me ajudaram neste plano. Pedi para que me dopassem com a dose certa para que parecesse morto. Médico nenhum diagnosticaria o contrário. – Terminou com mais uma risada, agora satisfeito.

— Eles devem ter ganho muito dinheiro, estou certo? Para aceitarem fazer isto... Poderiam simplesmente ter lhe matado com uma dose maior. Mas não, cuidaram de todo funeral e enterro, suponho que com o caixão cheio de pedras enquanto você cuidava da caixa! Assim ninguém nunca desconfiaria não é mesmo?!... – Sherlock tornava-se agressivo.

— Isso até você se meter nisto detetive miserável! – Ruán sacou uma pequena, porém potente arma. Sherlock deu meio passo para trás, mas manteve-se firme. Watson fez o mesmo apontando a dele para Ruán mais a sua frente.

Pierre e Greyk permaneceram estáticos apenas aguardando ordens.

— E onde estão agora? A empregada e o mordomo? – Holmes indagou firme com um meio sorriso nos lábios. Quanto a isso, tinha uma carta na manga.

— Desfrutando o meu pagamento?... O que você faria com seiscentas mil libras esterlinas em barras de ouro e jóias?

O doutor Watson não evitou esbugalhar os olhos e Sherlock arqueou as sobrancelhas. Pierre e Greyk se sentiram extremamente incomodados; o que recebiam não chegava nem um pouco perto disso.

— Vejo que você está muito enganado Ruán. Tenho provas vivas contra você.

— Mas o quê-- O que você quer dizer com isso detetivezinho arrogante?! Se acha muito esperto não é?!

— Senhor, tem certeza de que não quer que eu acabe logo com isso? – Pierre indagou novamente impaciente e mais agressivo. Apontava a arma perigosamente na cabeça de Watson.

— Isso se eu não acabar com você antes mesmo de você pensar em fazer alguma coisa. – Watson ameaçou segurando com uma mão sua arma e com a outra a bengala-espada já pronto para uma briga.

Em resposta, Pierre mirando entre os olhos do doutor, atirou, mas foi desviado rapidamente por um golpe com a espada do mesmo, agora desembainhada, e a bala atingiu o teto. Desarmado o homenzarrão recuou diante da lustrosa lâmina da ameaçadora espada.

Neste instante, a pequena janela da ampla sala do almoxarifado foi quebrada, no mesmo momento em que ambas as portas são abertas bruscamente o que deixou Watson, Ruán, Pierre e Greyk desnorteados: todos os policiais da Scotland Yard, armados, adentravam a sala cercando-a de todos os lados e encurralando a todos.

Após ter seguido Greyk, Sherlock foi à Scotland Yard armar este arriscado, porém eficiente plano junto a Lestrade.

— Mas o quê?-- - Watson olhou surpreso para Sherlock Holmes que esboçou um sorriso astuto agora também ameaçando Ruán com sua arma.

— Seus patéticos! Acham que irão mesmo me prender?! – Sorriu o espanhol cheio de ambição e loucura.

— Você será preso por contrabando de produtos ilegais, exploração de trabalho, falsificações, tentativa de homicídio e falsidade ideológica. Está faltando alguma coisa? – Lestrade adentrou a sala abrindo passagem por entre os seus policiais enumerando os crimes cometidos por Ruán Valdéz.

Watson então, entregou ao inspetor os papéis que pegou do chão instantes antes, que serviriam como prova de contrabando de produtos ilegais.

— Obrigado doutor Watson. - O inspetor agradeceu de pronto.

Ruán enrijeceu sendo tomado por profundo desespero e insanidade. Olhava agitado para todos os lados.

Ao ouvir as palavras do inspetor Lestrade, Greyk também congelou em seu canto quase imperceptível ao fundo da sala. Se Ruán caísse em ruínas, ele cairia junto.

Em seguida, mais dois policiais entraram no almoxarifado; cada um segurando uma pessoa já algemada: Margareth, a empregada e Agostin, o mordomo. Foi aí que o velho Ruán viu sua ruína e desejo de poder caírem por terras agora inférteis para ele.

— Mas vocês... Cómo foram pegos, seus inúteis! – O espanhol falou entre dentes.

— Não conseguimos evitar senhor! – Agostin respondeu desolado.

— Simplesmente bateram em nossa fazenda no interior e... E nos prenderam por co-autores do crime contra a lei... Fomos seus cúmplices. Colaboradores necessários para sua falsa morte senhor! – A mulher, Margareth tentou explicar reticente, reafirmando o crime agora na frente de todos, no que Ruán mal prestava atenção.

— Ah, cale a boca mulher! – O espanhol rugiu.

— E então, Ruán, nega estes crimes? Você se atreveria ainda a mentir dizendo não saber do que estão falando, ou que não fez nada disto que foi pontuado... Ou vai decidir por parar de fingir, quem sabe, e nos dizer de uma vez onde está a tal caixa? Ah! – Sherlock levantou o indicador – E para finalizar, sugiro que se entregue. – O detetive estava em seu ápice de agressividade e ironia. Não suportava mais aquilo tudo.

Holmes estava com seus nervos à flor da pele e sentia-se em cacos de tanta tensão. Não parava de pensar em Rita. Sua bela espanhola. Ele teria que sobreviver a este perigo por ela. Mas as coisas estavam sob um fio. Qualquer ato em falso, qualquer vacilo que fosse e alguma morte aconteceria em um piscar de olhos. Parte de seu plano deu certo: Lestrade chegou a tempo e encurralou os criminosos nesta armadilha, mas o caso ainda não estava encerrado e tudo podia acontecer.

Os policiais ainda apontavam suas armas, atentos, para Pierre e Ruán.

O único parcialmente beneficiado ali era Greyk Pearce, escondido no fundo da sala entre a escuridão, onde a fraca luz da lua não alcançava. Ele permanecia quieto, em silêncio e tão atento quanto os demais na sala com sua arma preparada para o que ele mais desejava fazer: matar Ruán Valdéz.

Sabia ele que era um ato suicida: em meio a todos aqueles agentes da Scotland Yard, cometer um assassinato, mas ele já estava igualmente perdido e manchado; tanto quanto o próprio Ruán ou mais. E não se entregaria sem antes matar aquele velho que o enganara todo esse tempo, prometendo-lhe um bom pagamento sem ao menos mostrar-lhe a cor do dinheiro prometido. Sim. Ele se vingaria.

Do fundo da sala, Greyk mirou em Ruán levantando decidido a arma nas mãos. Mas algo o impediu. Mais alguém entrou às pressas na sala abrindo passagem pelos policiais e Lestrade, chamando a atenção de todos.

— Rita! – Watson exclamou em um misto de susto e incredulidade – Mas o que você está fazendo aqui?! Não deveria ter vindo! – O doutor continuou enfático repreendendo a mulher, impondo sua voz.

Sherlock virou-se em seguida querendo acreditar que aquilo não passava de um mau sonho. Porém, infelizmente, ele bem sabia que era a mais pura realidade.

— Rita?! – Sherlock foi tomado por uma onda de tamanho desespero, apreensão e medo ao ver a espanhola bem a sua frente – Rita... – Sherlock pronunciou novamente seu nome como se fosse uma amarga súplica para que ela voltasse. Um enorme peso na voz do detetive era visível agora; entrecortada pela angústia que lhe tomava impiedosamente junto às lágrimas que brotavam em seus olhos.

Porém, mesmo tendo ouvido e sentido a preocupação nas palavras do doutor e de Sherlock; mesmo sabendo o risco que corria e a imprudência que cometera, Rita precisava encarar a verdade e era para um ponto mais a frente do detetive que ela olhava e encarava, face a face:

Seu pai.


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Notas finais do capítulo

E então?...
Espero estar atingindo as expectativas de vocês! Nos vemos nos reviews, ok?!

Beijocas! (: