Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa Espanhola escrita por Carol Stark


Capítulo 22
Caça ou Caçador?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda!!! :)

Tenho que avisar que... Estamos na reta final desse mistério todo!!! Como vou sentir falta vocês! Está sendo maravilhoso escrever sobre nosso querido Sherly e ainda receber reviews tão carinhosos! Agradeço a todas/os!!! *-*

Bem, finalmente neste capítulo, vocês irão saber QUEM FALA COM O GREYK! Talvez já desconfiassem de algo... Ou não..! Hehehe....
— Quem se sairá melhor nisso tudo? Sherlock ou o tal 'senhor' que Greyk tanto fala..? [muahaaahaha...] =p
Ps: Avisarei quando chegarmos mais perto do último capítulo, ok?

Agora DIVIRTAM-SE e não deixem de comentar, sim?!!! *-*
ÓTIMA LEITURA!



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Sherlock Holmes seguia apressado pelas ruas, cautelosamente para não ser visto. Trilhava agora sozinho, o mesmo caminho que uma certa figura suspeita já vista por ele antes. E que não fazia muito tempo.

Nos campos do lago Mirror, pouco tempo atrás, no momento em que se agachara na grama próximo ao poste para procurar por pistas, Sherlock percebeu a presença da insistente pessoa que tanto perseguia os irmãos Valdéz e agora a todos eles. Greyk Pearce estava sobre uma das frondosas árvores, muito bem apoiado e escondido vislumbrando toda a cena dos quatro com um binóculo. Ao notar esta desagradável e sorrateira presença, o detetive resolveu não fazer alarde e permaneceu impassível em seus atos, mesmo ciente de que esta seria uma atitude arriscada, mas agora era sua vez. Agora ele que seguiria o tal homem e descobriria de uma vez por todas o que pretende com tanto afinco.

Adentrava becos, ruas ora movimentadas ora desertas e comércios, até que finalmente, depois de longos minutos, o homem parou e entrou em uma casa mediana próxima aos subúrbios de Londres.

Cuidadoso e ágil, Holmes aproximou-se da casa e escondido, aguardou, sem demora, por alguma valiosa informação.

- Senhor? – Greyk começou – Está tudo correndo como o esperado. Eles encontraram os objetos.

Sherlock aguçava sua audição para absorver cada vírgula pronunciada.

- Ótimo! Cumpra con o combinado Greyk. Y o que más sabes? – A grave voz perguntava do outro lado da linha enquanto Holmes aguardava por alguma fala do homem que havia seguido, que no momento, apenas ouvia para em então falar:

- Não consegui ouvir o que falavam, mas tudo indica que irão seguir o mapa. – Foi o que Greyk pronunciou – Está tudo preparado e serão pegos logo, logo senhor.

O detetive arfou temeroso com o que acabara de ouvir e sentiu seu coração palpitar apreensivo. Tudo preparado? Serão pegos?

- Muito bien. Prepare tudo também no caso de imprevistos. Y no admito falhas!

- Pode deixar... – Greyk pronunciou lentamente cheio de malícia – Espero vê-lo em breve senhor.

Foram as últimas palavras que Sherlock ouviu antes de um pesado tilintar de telefone. Permaneceu em seu esconderijo e ouviu ainda:

- Não vejo a hora de calar sua boca para sempre velho idiota, e a de sua filha também! Todo este tesouro será só meu ou não me chamo Greyk Pearce! – O homem exclamou tomado de ambição e ira.

Sherlock sentiu um frio tremendo atingir seu coração ao constatar tais revelações. Um vazio tomou-lhe conta. Pensou em Rita. Sua Rita. Uma profunda aflição foi o que preencheu aquele homem sempre tão seguro e sagaz, porém agora era diferente: tudo girava em torno de alguém que ele amava.

Ouviu os passos de Greyk pela casa, e então resolveu que seria hora de se retirar. Soubera de informações suficientes e cruciais.

Teria que fazer alguma coisa.


Ruán Valdéz estava vivo.




***




- Holmes! Por onde você andou homem? – Watson inquiriu inquieto e preocupado assim que o detetive adentrou a sala novamente, depois de horas.

- Sherlock! – Rita atirou-se nos braços de Holmes com os olhos marejados em lágrimas – Estaba preocupada mi amor! Demoraste mucho!

Sem conter-se em sua aflição, olhando aquele belo rosto a sua frente, o detetive beijou-a nos lábios sem cerimônias, como se esse fosse o último encontro de ambos. Tomava-a em seus braços agora inquietos por uma aproximação ainda maior.

Watson pigarreou e se dirigiu à cozinha, deixando o casal a sós.

- Lo que ocurió Sherlock? – Rita perguntou ofegante, ainda preocupada. Porém o detetive não cessava seus afagos e beijos e respondeu apenas:

- Você não virá conosco. – Ambos estavam agora, sem terem se dado conta, deitados no sofá. Sherlock agia com tamanha posse como Rita nunca vira antes. Havia algo errado que ela ainda não entendia.

- Mi amor... – O detetive pronunciou em um sussurro, em castelhano, o que fez a mulher arfar.

- Sherlock, no es el momento... – A espanhola murmurou com a voz entrecortada - Cuenteme lo que ocurrió. Yo iré con vocês sí! – Completou decidida.

O detetive parou encarando-a.

- Não Rita. Você não vai. – A voz dele saiu grave e firme impondo uma ordem – Beijou-a no pescoço embriagando-se com aquele aroma no que a mulher soltou um sonoro suspiro, porém desvencilhou-se ficando sentada no estofado.

- Digame lo que estás escondendo! Precisamos partir Sherlock. Qué pasó contigo? – Ela o olhava docemente.

Sherlock não conseguiu manter seus olhos fixos nos dela, baixando a vista pesaroso, já imaginando o quão seria doloroso o que ele teria que dizer. O próprio pai da sua linda cigana, sendo o estopim de todo esse problema; sendo o malfeitor deste caso; o mandante de tudo. Mesmo indiretamente, o responsável pela morte do próprio filho e que também já tentara matar seu amigo John Watson (...).

- Sherlock, mírame! – Rita alterou o tom de voz, mostrando-se exasperada com a quietude do detetive.

- Seu pai está vivo, Rita.  – Holmes falou abaixando a cabeça e apoiando-a nas mãos.

Um angustiante silêncio se fez.

Segundos depois, um baixo pranto aos poucos tomou conta da mulher que compreendia agora tudo que acontecia. Até que seu abafado pranto deu lugar à uma repentina ira que a fez gritar levantando-se. Com uma sombra mista de decepção e raiva perpassando por suas lindas feições, Rita espatifou um pequeno jarro antes de subir correndo as escadas em direção ao quarto de Holmes, esvoaçando seu comprido vestido.

- Mas o que está acontecendo aqui? – A Sra Hudson perguntou assustada dirigindo-se a sala na qual estavam Sherlock e Rita. Watson a seguia logo atrás, igualmente confuso.

Holmes levantou a vista para o amigo e seus olhos brilhavam em lágrimas que teimaram em não cair.

- Sra. Hudson, pode nos deixar a sós, por favor? – Watson perguntou cavalheiro.

- Claro doutor. – A senhora assentiu retirando-se silenciosamente.

- Watson, eu não queria dizer à ela. Mas mais cedo ou mais tarde ela saberia; Sabendo da verdade, posso protegê-la...

- Do que você está falando, Holmes? – Watson sentia que algo de grave havia acontecido.

- O pai dela, Ruán Valdéz está vivo!

- O que disse?! – O doutor esbugalhou os olhos para o amigo.

- Ele que sempre esteve planejando tudo. Todas as pistas e tentativas de assassinado através do homem que vi nos seguir no dia da morte de Pablo Valdéz.

- Conte-me isso com calma, meu caro. Vamos do início. Para onde você foi quando saiu daqui horas atrás?

Sherlock suspirou passando o pulso nos olhos afastando as lágrimas e logo após, as mãos no cabelo. E com uma tremenda angústia, nunca sentida em nenhum outro caso antes, começou em suas explicações.





Rita, no andar de cima debruçava-se em lágrimas. Encontrava-se agora deitada de bruços na cama do detetive e soluçava vez ou outra. Pensava com amargura em tudo que havia passado; os perigos, aflições e ameaças, devido esta valiosa caixa de família. Lembrava o quanto havia sofrido com a suposta morte do pai a quem ela tanto estimava e apesar de seus descontrole quanto aos gastos, o admirava.

A imagem de Ruán Valdéz se fez em sua mente. Era imponente e alto, forte e explicitamente carrancudo, com o que muitas vezes ela já se divertiu. Mais uma vez a angústia perpassou seu coração ferindo-o profundamente.

“Cómo puede mi próprio padre, hacer esto conmigo?!” – Questionava-se a espanhola – “Vivo todo este tiempo! Entonces... Él que siempre esteve com la caja?!” – A mulher deixou-se tomar pela raiva – “Todo que aconteció fue por su culpa?!” – Rita pensava pesarosa e também incrédula com tal revelação. E assim, mais lágrimas escorriam por seu rosto.





- Mas como pode?! Ele está vivo?! Sempre esteve?! Então todas essas pistas...

- Falsas meu caro Watson.

- Que homem desprezível! – Watson exclamou realmente irritado – Estava nos enganando todo esse tempo!

- Exatamente. Mas sempre fui o mais cauteloso possível. Desconfiava de que ele estivesse vivo, esperando apenas o momento certo para se livrar de quem quer que fosse que estivesse em seu caminho e com interesse nesta maldita caixa!

- Como você desconfiou disso?! – Watson olhou para o amigo com a expressão sobressaltada.

- Desde o primeiro momento em que percebi que os irmãos se incriminavam, desconfiei de uma terceira pessoa neste caso. Pablo Valdéz não teria publicado uma coluna no jornal mais conhecido, o Daily London, sobre o sumiço da caixa de sua família se realmente a tivesse em mãos. Seria muito arriscado para ele tal exposição. Ele não poria a perder a oportunidade de simplesmente sumir com o tesouro, caso estivesse com ele. – Sherlock deu uma pausa – E não duvidei mais de Rita a partir do momento em que a segui até o Hotel Alas e fingi ser um camareiro, lembra-se? Ali ela me confessou tudo que sabia, mas ainda assim, as peças não se encaixavam e passei a investigar e a pensar em indícios sobre o Ruán.

Watson o observava explicar, sedento de curiosidade e informações; Holmes continuava:

- Pensei nisto, meu caro amigo, no momento em vi o tal Greyk seguir a Rita e a mim. Algo o impulsionava a tais atos. Alguém o mandava fazer aquilo; foi quando lhe pedi para ir até a mansão procurar por algo mais, enquanto me encontrava preso naquele hospital. E claro meu amigo, se não fosse sua disposição e boa vontade, eu não teria tido a certeza de que Ruán Valdéz está vivo.

- O que eu fiz para que você chegasse a essa conclusão Holmes?

- O atestado de óbito.

- Mas era da senhora Valdéz!

- Justamente! Era o dela, o que me levou a pensar que o do marido também deveria estar ali. Afinal, eram documentos mais importantes da família. Porém, não estava. A partir daí fiquei ainda mais atento as pistas. E se não tivesse atento, estaríamos agora partindo para o porto como bovinos vão ao abate.

Watson assustou-se com tal referência imaginando o quão ingênuo ele estava em suas deduções. Relembrou-se de cada acontecimento narrado agora pelo detetive e pelo qual passaram nesta busca pela solução do caso.

- O que pretende fazer Holmes? – O doutor perguntou cheio de coragem retomando sua velha postura militar.

- Temos que ir para o porto. Continuar com tudo como se não soubéssemos de nada, afinal, é o que eles pensam, e ver até onde isso irá nos levar. Temos que seguir meus planos.

-... Então este homem que nos observava hoje no bosque e que você seguiu, é aliado ao Ruán?! Rita sempre esteve em perigo e a morte de Pablo Valdéz foi proposital! – Watson falava pensativo repassando algumas informações em sua mente – O quê? Seu plano? Que plano? – Perguntou inquieto.

- Estamos em uma inteligente emboscada meu caro. – Sherlock pronunciou sombrio – Esta é a reta final. – Deu uma pausa alisando o queixo e franzindo o cenho - Ruán manipulou tudo com maestria nos fazendo seguir suas pistas por esta corda bamba até o último destino que é o porto marítimo de Londres, e assim completar sua trama. Mas isso se não formos ainda mais espertos.



Passados breves minutos em seus esclarecimentos junto ao seu amigo e Dr. Watson, Sherlock Holmes antes de partir para seu próximo destino, o porto marítimo, pediu para a Sra Hudson que não permitisse em hipótese alguma que a Srta Rita saísse da casa, pensando ele em mentê-la agora segura de qualquer ameaça.

Foi então, visando o bem estar da mulher, que a dedicada senhora resolveu levar-lhe algo para que pudesse alimentar-se.



- Senhorita, trouxe-lhe uma sopa quentinha... – A Sra Hudson adentrava o quarto do detetive com uma bandeja nas mãos contendo deliciosas comidas, mas parou subitamente piscando algumas vezes nervosa sentindo um frio pesar em seu estômago ficando logo agitada; Depositou em seguida, a bandeja em um móvel mais próximo – Srta? Rita? Srta...? – Questionava com o terror estampado em sua face mirando o quarto vazio - Oh, não acredito que ela fugiu! – A mulher pronunciou desesperada tapando a boca com as mãos.



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Notas finais do capítulo

Preciso saber o que acharam! *-* Mereço reviews??

Bjks Sherlockianas! ♥