Sherlock Holmes e o Sumiço da Caixa Espanhola escrita por Carol Stark


Capítulo 19
A Chave


Notas iniciais do capítulo

Oii gente! Me desculpem a demora para atualizar aqui mas lá vai mais um capítulo e espero que gostem!
ÓTIMA LEITURA! *-*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/367786/chapter/19

No hospital Stº Tomerson, Rita pergunta por Sherlock Holmes...

– Ele recebeu alta faz pouco tempo senhora.

– Ora, mas él me pediu... Bien, poco tiempo cuánto exatamente? – Rita perguntava para o médico.

O médico pensou um pouco antes de responder:

– Cerca de uma hora. – Deu uma breve pausa - Ele recebeu uma carta do doutor Watson falando algo sobre um caso e pedindo sua alta em caráter de urgência. - Completou.

– Cierto. – Rita fez um cumprimento – Sendo assim, iré en su casa. Muchas gracias doctor.

Rita agradeceu e seguiu em seu coche, com seus seguranças, para a casa do detetive a fim de saber o que ele queria falar com ela.

Poucos minutos depois, estava de frente para o endereço 221 B, na Baker Street onde morava Sherlock e Watson juntamente com a senhora Hudson que logo abriu a porta ao ouvir as batidas.

– Ah, a senhora já veio aqui antes--

– Sí, sí. – Rita interrompeu a senhora – Holmes está? Fui ao hospital e el médico me habló que él recebeu alta.

– Ah! – exclamou a mulher pondo a mão na boca – Então ele saiu do hospital? Graças a Deus! Mas ele não está aqui senhora.

– Srta, por favor. Mas cómo no está...?

– Para cá ele não veio, ou ainda está a caminho.

Rita mostrou-se discretamente desapontada e nada falou então a Sra. Hudson continuou:

– Não deseja ficar e esperar?

– Se me permite... – Rita aceitou e foi entrando a medida que a Sra Hudson abria mais a porta.

– Sente-se naquela sala onde tem a lareira. Deve estar frio lá fora.

– Gracias Sra.

– Logo trarei uma xícara de chá. Com licença. – A mulher falou e saiu para outro cômodo da pequena e aconchegante casa.

***

– Vamos! Gire com mais força!

– Não. Não. Assim irá quebrar!

– Por que não tenta com esta chave?

– Não faz sentido! Não é a chave da caixa.

– Quem sabe se girar do lado contrário...

– Do lado contrário está emperrando!

– Tente ao menos dr. Watson!

– Não adianta! Tente você inspetor!

– Esperem. E se tentarem com este grampo?

– Um grampo policial?!

– Certamente que não.

Lestrade, Watson e um dos policiais tentavam abrir a caixa, agora com um fino pedaço de madeira, desde que fora colocada no escritório de Lestrade quando chegaram da mansão, mas nada funcionava visto que ela não possuía chave alguma.

– Mas este grampo pode servir. – Insistia o policial. Os três formavam uma pequena meia-lua ao redor de uma mesa na qual estava a caixa.

– Calma. Passe-me aquela tesoura doutor. – Lestrade falou.

– Tesoura...? – Watson perguntou confuso.

– Sim! Quem sabe com a ponta da tesoura um pouco mais grossa junto com este grampo--

– Por que não me esperaram cavalheiros? – Uma quarta voz, conhecida para todos, soou pelo ambiente e todos se viraram para constatar o que pensavam.

– Holmes?! – Todos exclamaram em uníssono.

Sherlock riu se aproximando deles.

– O que temos aqui? – Sherlock perguntou com um sorriso ainda maior olhando para a caixa em cima da mesa.

– Como já está aqui...? – Watson foi o primeiro a perguntar. E mesmo parecendo confuso, mostrava-se claramente contente pela surpresa.

– Dei o meu jeito.

– Recebeu minha carta?

– Sim. E por isso estou aqui. –Sherlock abriu passagem entre eles para ver melhor a caixa e passando os dedos por ela continuou:

– Nada melhor do que boa reputação não é meu caro Watson?

– O que quer dizer com isso Holmes?

– Tive que inventar uma pequena mentira as suas custas.

Watson arregalou os olhos e respirou fundo pronto para ouvir o que vinha pela frente. Sherlock continuou:

– Ao ler sua correspondência, percebi o quão importante seria minha presença nesta etapa do caso e utilizei da carta para convencer o médico a quem você me deixou sob os cuidados, para informar que você, pedia minha alta em caráter de urgência.

– E ele simplesmente aceitou? – Lestrade perguntou curioso e incrédulo.

– Sim, claro. – Sherlock respondeu simples – Bastou eu completar que Watson havia dito na carta ainda, que faria os devidos acompanhamentos do ferimento.

Todos estavam perplexos com tamanha persuasão.

– Mais uma vez nos surpreendendo Holmes. – Watson confessou.

– E o que nos diz sobre o que vê? – Lestrade perguntou sentando-se em sua cadeira.

– Passe-me a chave desta sua gaveta. – Sherlock falou estendendo a mão para o inspetor e olhando para a caixa.

– Olhe Holmes, já tentamos de tudo certo? Como pode uma chave qualquer abrir esta caixa? – Lestrade falou exasperado.

– Vá por mim Lestrade, ele sabe o que está fazendo. – Watson falou observando a expressão do amigo. Ele parecia mal respirar.

A contra gosto, Lestrade passou a chave. Sherlock segurou-a e puxou o cadeado para frente.

Todos olhavam apreensivos e extremamente ansiosos. Watson podia ouvir seu próprio batimento; Lestrade inclinara-se para frente apoiando sua mão no queixo, com seus olhinhos quase fechados de tão semicerrados e o policial, que também se sentou, permanecia imóvel na cadeira com os olhos esbugalhados. A tensão na sala era quase palpável.

Sherlock colocou a chave no cadeado. Coube. Não perfeitamente, mas entrou ainda com folga.

– Está vendo?! – Começou Lestrade de repente – É folgado para esta chave!

Watson levantou a mão tão rápido em direção a Lestrade em sinal de silêncio, que quase o atinge no rosto.

Sherlock estava igualmente apreensivo. Seu rosto estava sombrio e compenetrado. Mirava o cadeado com o cenho franzido e uma sobrancelha arqueada; Seus lábios estavam pressionados formando uma fina linha. Girou a chave e para a surpresa de todos, ouviram um tímido “click”.

Todos gritaram impulsivamente, mas antes que Sherlock pudesse abri-la de todo, Lestrade perguntou:

– Como isso foi possível? Esta é a chave da minha gaveta!

– Simples, caro Lestrade. Veja – Sherlock então leu em voz alta – “Aquí nada tens se fores despierto. Ninguna llave abre, así como todas pueden abrir.” O que significa: Aqui nada tens se fores esperto. Nenhuma chave abre, assim como todas podem abrir. Ora, quando esta escritura revela que nenhuma chave abre assim como todas podem abrir, quer dizer claramente que qualquer chave serve. Nenhuma abre porque obviamente a caixa não possui chave, logo, qualquer chave que for, pode disparar a trava do cadeado assim que, apenas, tocar o dispositivo interno do lado direito do cadeado, suponho que feito de uma combinação perfeita de encaixe de mola juntamente com um líquido gelatinoso armazenado que serve como amortecedor, o que impede que uma trava contrária seja acionada impedindo ainda que a chave utilizada seja a única útil a partir de então... Muito usado em cofres caseiros já há um tempo pela Europa... Bem! Mas isso não vem ao caso. Isso serve apenas para enganar por mais tempo quem tentar abri-la. Entenderam? – Sherlock disparou em sua explicação com seu tom austero, falando mais para si mesmo do que para os outros três – Digamos que esta é uma... Lógica inversa.

Watson, Lestrade e o policial se entreolharam confusos.

– Holmes, nós nunca deduziríamos isso! Sua percepção aos detalhes é fora do comum! – Watson exclamou mais uma vez surpreso com tamanha inteligência do amigo.

– É assim que trabalho, meu caro. Percebendo coisas imperceptíveis ao senso comum. – Deu uma pequena pausa - Mas o que me pergunto agora é o porquê desta escritura...? – Sherlock falou agitado passando a mão no cabelo.

– E como explica a primeira parte da frase: aqui nada tens se fores esperto? – Lestrade questionou por sua vez.

– É isso que vamos ver agora e o que eu irei constatar. – Sherlock respondeu e levantou a tampa da caixa.

Um sonoro “Oh!” saiu da boca de todos. Exceto, de Sherlock Holmes.

– Holmes, meu amigo, olhe só para isso! – Watson exclamou vislumbrado com o que via – Este tesouro me deixaria rico e ainda sustentaria meus netos e mais vinte gerações a frente...!

– No mínimo! – Falou o policial.

Todas as joias e barras de ouro reluziam ao contato com a fraca luz que transpassava pela janela e tal brilho ultrapassava a sólida caixa atingindo os rostos dos três ali debruçados que a miravam com cobiça. Seus olhos agora eram totalmente amarelos com variados pontinhos ora vermelhos, ora verdes refletindo o que viam.

Sherlock balançou a cabeça negativamente e segurou entre suas mãos um lindo e grande colar cravejado de diamantes. Vasculhou seus bolsos e encontrou uma única das suas várias lupas especiais que por costume sempre carregava consigo. Os outros que falavam empolgados entre si pararam ao ver o que o detetive fazia.

– São falsas. – Girou o colar nas mãos - Como previa.

– O quê disse? – O policial foi o primeiro a perguntar.

– Como são falsas Holmes? – Lestrade completou.

Watson apenas observou e teve que cair em si e raciocinar. Esta era sem dúvida uma hipótese a se levar em consideração, visto que poderia haver muito mais coisa por trás disso.

– Falsas. Foi o que disse. E é o que a própria escritura na borda da tampa diz.

Lestrade emitiu algum som ininteligível de surpresa então Sherlock repetiu o trecho:

– Aqui nada tens se fores esperto.

– Uma charada?! Era só o que faltava. Pensei que esta era uma simples frase apenas para dificultar a quem tentasse abrir a caixa. – Watson falou num longo suspiro.

– Watson, - Sherlock virou-se para o amigo – você como sempre com suas hipóteses anormalmente práticas.

– Ora, mas era o que parecia!

– Nem sempre o que parece é, meu caro.

– Está bem. Está bem. Mas o que faremos agora?

– Me pergunto a mesma coisa, doutor Watson. – Lestrade falou.

– Bem, o que isso quer dizer, então? – O policial perguntou em um tom de desespero – Olhem só tudo isso! – Exclamou com um pesar na voz.

– Que ou alguém planejou isto para atrapalhar a quem quisesse encontrar a verdadeira caixa, ou assim planejou, para ajudar a encontrá-la. – Holmes respondeu sério, já compenetrado em seus pensamentos.

Todos permaneceram calados esperando alguma ideia vinda de Sherlock Holmes. Foi quando por fim, este ordenou:

– Revirem tudo.

– Mas o que--

– Parem de fazer perguntas e ajam! – Sherlock respondeu tirando parte das falsas joias e ouro e revirando o restante dentro da funda caixa.

Mãos agitadas tomaram conta da falsa caixa espanhola, apesar de não saberem o que pretendia o detetive.

– Esperem! – O policial gritou de repente para que parassem.

– O que houve? – Lestrade virou-se para ele.

– Olhem isso! Um pequeno papel! – O policial levantou o papel que acabara de encontrar no fundo da caixa.

– Como imaginava! – Sherlock puxou-o das mãos do policial com um enorme brilho em seus olhos amendoados. Virou de costas para os demais e abriu o papel. Todos aproximaram-se lendo também o que havia escrito:

En el lago más fondo, en el gramo más bajo, pierto de la luz.

 


 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aii céus! E então...? O que acharam? *-*
Mereço reviews?

Bjinhos caras leitoras e leitores!