Aluga-se Um Namorado escrita por Fleur dHiver


Capítulo 17
Luz na passarela que lá vem ele!


Notas iniciais do capítulo

Sim, o titulo do capítulo é um trecho de uma musica do "É o tchan!", foi o que meio a cabeça ao pensar no capítulo. kkkkkkkkkkk
Danny Uchiha, sua diva você é meu comentário 200! Uhul! Vamos glorificar, vamos festejar, vamos nos esbaldar nesse capítulo.



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— Oi, oi! Não é legal acabar caindo na caixa de mensagens de alguém, mas eu juro que não é má vontade. Neste exato momento estou brilhando nas passarelas, quem sabe você não está até me vendo. Estou incrível não é mesmo? Infelizmente por conta do desfile não posso receber sua ligação, mas pode deixar que eu retorno para que a gente possa discutir sobre os babados mais quentes. E, Ino, querida, não a espaço para você dessa vez, desculpa. Tentei arranjar um lugarzinho, mas não rolou, pare de me ligar.

— Isso já está virando costume, não é mesmo? Eu ligo e cai na caixa de mensagens e quer saber, dona Sakura? Você não anda me retornando, nem me procurando para colocar os “babados” em dia. E você não faz ideia de quantos eu tenho para contar — Hinata enrolou uma das mechas de seu cabelo liso escorrido entre os dedos, soltando um suspiro logo em seguida.

— Porém como a boa amiga que sou, eu a perdoo e estou aqui, no seu desfile. Mas cadê você? — Bufou fitando o guarda costas que estava parado em frente a entrada dos bastidores. — Não querem me deixar ir até o camarim. Não achei o Oro, nem o Kabuto, muito menos Shizune. Tem algo acontecendo? Gostaria muito de vê-la antes de entrar na passarela. E a propósito, meu pai não veio!  — A Hyuuga deu um gritinho estridente de pura animação — Exato! Vamos poder curtir muito depois do seu desfile. Finalmente vou poder conhecer seu novo gatinh...

O maldito bipe ecoou, não pode finalizar sua mensagem, mas tudo bem. Ao menos tinha conseguido falar o que queria e Sakura entenderia o final. Apertou o botão para enviar a mensagem e deu meia volta, afastando-se da entrada restrita de má vontade. Era um absurdo a barrarem. Não era uma novidade que ela fosse aos bastidores ficar com a Sakura, a equipe de Orochimaru inteira já a conhecia e mesmo assim não a deixaram passar.

Tentou desanuviar, ficar chateada não mudaria nada e nem a colocaria magicamente onde queria estar. Era melhor pensar no que viria, no que ela e Sakura ainda poderiam fazer naquela noite. Hinata só faltava cruzar os dedos para que aquele áudio fosse ouvido e Sakura aparecesse linda e esvoaçante. Pegou uma taça de espumante, tomando um pequeno gole. Ela sorria para algumas pessoas, evitava outras e o principal: mantinha o GPS de seu celular desligado.

A última coisa que queria era Ino enchendo o saco por não ter um convite para aquele evento, ou o porquê de Hinata não a ter levado como acompanhante - como se essa resposta não fosse óbvia –, ou pior seu pai descobrindo onde estava farreando. Sentia-se até boba, como uma adolescente por ter de fugir dele, mas era o único jeito. Ele sabia que tinha ido ao desfile o que vinha depois não tinha necessidade.

De qualquer forma era sorte ela ter sido convidada para o evento. Seu relacionamento com Orochimaru só surgiu devido ao envolvimento de Neji com Sakura, onde elas acabaram estreitando ainda mais os laços de amizade que já existia por conta de seus pais, por osmose a Hyuuga foi jogada nesse mundo fascinante.

Antes de Sakura se tornar sua melhor amiga, Hinata era muito sozinha e caseira, criada para ser uma boa esposa. A falta da amiga ao seu lado era bastante sentida, desde muito nova. Hoje em dia sem Sakura ela se via sufocada por todas as cobranças do pai, a desatenção do primo e as implicâncias de Ino.

Apesar de ser bem mais solta que a outros tempos, aquele tipo de evento ainda a deixava tímida. As pessoas da alta costura sabiam ser absurdamente críticas, ainda mais um grupo tão seleto quanto que Oro costumava andar. Como aluna de moda, sentia-se assustada e extasiada ao mesmo tempo perto delas.  E também sua tensão não se limitava só a aquelas pessoas e ao assunto delas, se estendia ao buffet contratado.

Desde que colocara os pés naquele lugar e um gentil garçom veio lhe servi canapés Hinata começou a suar frio. Reconheceu o logo no bolso do colete do garçom que a serviu. Aquele era o mesmo buffet da última festa, que ela tinha bebido mais do que devia e beijado o garçom que apenas estava sendo gentil com ela.

Como se envergonhava de tal ato.

Como pode fazer aquilo?

Imagina se seu pai descobrisse?

Não duvidava que ele mandaria construir uma torre só para tranca-la lá dentro. Até arranjar alguém para casa-la e com certeza seria algum senhor que ele respeitasse muito para enclausura a devassidão de Hinata. Além de lhe passar sermão dia sim e dia sim por jogar o nome da família na lama.

Suspirou, precisava tomar um pouco de juízo, ou melhor, precisava reencontrar seu juízo. A vida toda tinha sido uma garota calma, tranquila, podia até sair e curtir com Sakura, mas nunca beber a ponto de beijar um completo estranho. Apesar de seu pai viver dizendo que ela tinha mudado demais por conta das novas companhias, não foram tantas mudanças assim.

Não se sentia diferente em si, mas sim liberta. Era a mesma Hinata que sabia fazer todas as coisas que lhe foi ensinada, que seria uma boa esposa (quando escolhesse seu marido) e amava sua família acima de tudo. Ao mesmo tempo tinha encontrado sua voz. Assumindo sua opinião firme e gostos próprios. Algo que antes ela precisava engolir e fingir não ter nada a dizer, apenas concordar.

Porém o pior de tudo é que mesmo sabendo que foi um erro, uma macula, que não deveria nunca se repetir, ela se via suspirando e demorando o olhar em todo garçom loiro que passava. Seu coração palpitava com a breve suspeita de ser o mesmo daquele noite e a boca ficava seca. Ele tinha sido tão legal com ela, tão simpático, tão bom. O que aconteceria se o visse outra vez? Ele a reconheceria? Tentaria falar com ela? Ou foi tudo ilusão?

Suspirou, mordiscando o lábio inferior, checando se realmente não tinha nenhuma mensagem de Sakura, não tinha. Sem sinal dá amiga o melhor a fazer seria voltar para o seu lugar. Começou a caminhar lentamente em direção ao seu assento, porém parou no meio do caminho ao reconhecer uma pessoa escorada em uma das pilastras.

— Neji! — O rapaz se voltou para prima sem lhe dar muita importância, tomando o caubói* que tinha em mãos em uma golada só. — O que faz aqui? Não acredito que tenham convidado você.

— Não preciso de um convite, tenho os meus meios de entrar — ela não gostou daquela resposta.

— Por favor, não arranje nenhuma confusão — em suma nunca pediria algo assim ao primo. Neji odiava escândalos mais do que tudo e sempre foi discreto com relação a sua vida pessoal. No entanto a nova relação de Sakura e as coisas que diziam sobre o término deles andava deixando-o bem nervoso. Ela própria não se lembrava de algum tinha tê-lo visto tão exaltado quanto há dois dias, depois de ler uma matéria sobre Sakura e o namorado.

— Não se preocupe, priminha. Só vim assistir ao espetáculo — ao dizer tal frase ele se afastou, indo até o bar pegar outra bebida. Ela não gostou do jeito como ele sorriu e a respondeu. Algo no tom dele a fez temer pelo pior, mas sem poder entrar no camarim e com Sakura sem atender as ligações não tinha muito o que pudesse fazer.

(...)

Os minutos se tornaram uma hora, uma hora se tornou uma hora e meia. Já tinha se passado quase duas horas quando a porta do camarim de Sakura foi aberta pela primeira vez. Sasuke se agitou querendo voltar para perto da porta. Tinha jurado que não sairia de frente dele, mas acabou sendo arrastado contra a sua vontade.

O desfile estava atrasado, uma banda qualquer cantava para entreter os convidados. A maioria dos modelos já estava a postos. Ele próprio já estava quase todo arrumado. Orochimaru iria apresentar a coleção dele com ou sem Sakura e Sasuke também teria que entrar com ou sem Sakura. Mesmo afastado sua atenção continuava na porta do final do corredor. Hidan por muito tentou convence-lo a focar em outras coisas e praticar, mas não conseguia.

Orochimaru foi o primeiro a sair, assim que ele atravessou o corredor Sasuke não tardou a correr em seu encontro, no entanto foi sumariamente ignorado. A única coisa que Oro fez foi ditar ordens. Afinal tinha um espetáculo a ser executado. E em meio aos comandos e berros tudo pareceu seguir o seu fluxo, ninguém estava apreensivo como ele. Quase como se algo assim fosse parte de eventos como esse. O som da música foi diminuindo e Temari entrou na passarela dando início ao desfile.

— Vamos, Sasuke. Logo, logo é a sua vez — Sasuke apertou a barra da camisa e por um breve momento quis brigar com Hidan. Ele não estava interessado no desfile, só queria saber de Sakura.

Ninguém deveria força-lo a desfilar, porque a razão para isso era ela. Não tinha porque existir um Sasuke modelo se Sakura não ia aparecer, se não iam fazer a relação entre eles. Ele não queria ser modelo, nossa, muito longe disso. O que queria mesmo era ir até aquele maldito camarim e arranca-la de lá, sumir com ela desse lugar, leva-la para longo de todas essas pessoas. Afastou o toque de Hidan em seu colarinho e deu dois passos para frente, mas não foi preciso invadir o camarim e rapta-la. Pois a porta no final do corredor foi aberta mais uma vez e dessa vez a única pessoa que ele queria ver saiu.

Sakura finalmente surgiu, deslumbrante em um vestido esvoaçante, a parte de cima era composta por um corpete de cor nude com pedrarias por ele, com véus entrelaçando-se como se fossem faixas em todas as direções, a saia era feita de um material semelhante a uma anágua transparente, mas não era junta e sim repartida como se tivesse sido rasgada diversas vezes e os tecidos eram de cores diferentes do lilás, ao rosa chá, salmão, tons que se sobrepunham. Nos pés usava uma sandália na cor bronze de salto fino, as pulseiras em seu braço esquerdo no mesmo tom dos sapatos e brincos.

Os cabelos estavam soltos, encaracolados, com uma headband de três tiras e uma corrente prata com pedrinhas caindo na lateral. A maquiagem lhe dava um tom bronzeado. Perfeita. Aos olhos de Sasuke ela parecia uma ninfa, tão linda, saída de um conto infantil se possível.

Ela sorria, não conseguia parar com as mãos quietas, toda hora parecia receber algum tipo de conselho tanto de Shizune quanto de Kabuto que não saiam de seu lado. As pessoas se aproximavam e ela se agitava junto com elas, feliz, ela mexia no cabelo dos outros modelos, dava risadas e parecia conversar sobre amenidade. Animada, sempre animada, animada demais. Sasuke queria se aproximar e abraça-la, porém a única coisa que fez foi ficar parado a distância, a observando fascinado.

Aquela garota recebendo os últimos retoques da maquiagem, não parecia em nada com a que encontrou em seu apartamento. Uma nova versão de Sakura estava a sua frente, uma diferente da que ele vinha convivendo. Mas parecida com a da noite de ano novo, essa era em partes a diva que todos falavam, que saia nas capas de revista e era assunto em todo o país por viver metida em algum tipo de confusão.

Sakura voltou a caminhar, agora em direção a ele. Sasuke se endireitou, pronto para recepciona-la de alguma forma, elogia-la, agarra-la, beija-la, qualquer coisa. Ele estava nervoso demais, precisava toca-la, precisava ouvir dela que tudo estava bem e que essa seria a noite deles, como ela tinha dito tantas outras vezes. No entanto a única coisa que ganhou foi um olhar e um sorriso animado, mas não exclusivo, era apenas mais um como os vários que ela havia distribuído em seu caminho. Nada especial, nada único, totalmente artificial.

Sem dar a mínima para o efeito gerado em Sasuke, Sakura passou por ele, se posicionou em frente a passarela e entrou na hora em que deveria, dando início ao seu show. Ele pode ouvir os burburinhos. Os assistentes se amontoando em frente à entrada para vê-la desfilar, foi forçado a segui-los, mas não por vontade própria, Shizune veio puxa-lo para alinha-lo. Afinal ele seria o próximo.

— Pode se acalmar e pensar apenas na sua entrada, tudo está bem agora — ele a fitou com desconfiança. Shizune sabia o que Kabuto tinha feito e não foi contra, na verdade ela apoiou, arrastou Sakura até ele e ficou lá dentro assistindo, era conivente. Não era o toque e a atenção dela que ele queria. Porém não reclamou, nem a rechaçou, a única coisa que fez foi olhar para a passarela e se arrepender.

Agora entendia quando ela lhe dizia que a passarela era sua casa. Onde se encontrava e podia ser ela mesma. Sakura parecia uma deusa, os cabelos balançando junto com o molejo do corpo dela, uma áurea parecia surgir a sua volta. O ritmo, a forma, a postura, estava majestosa, cheia de confiança, todos gostavam dela. A volta, a entrada nos bastidores foi cheia de estardalhaço, mas mais uma vez ela pareceu não enxerga-lo. Era indiferente a maioria das coisas.

Então era aquele o efeito?

Eles tinham uma modelo perfeita, sorridente, simpática, porém desligada. Desconectada de tudo, sua cabeça acelerada demais para se prender aos demais. Shizune a mantinha embaixo de sua asa o tempo toda, enquanto Sakura falava da próxima troca de roupa, a pressão enchendo-a de gás e animo.

Linda, maravilhosa e uma completa estranha.

Não deu para analisa-la por mais tempo, pois ele foi jogado, ou melhor, entrou por conta própria na arena de leões. Precisava acompanhar o passo da modelo que ele fazia par. Começou sua caminhada no mesmo ritmo que o dela. Não sabia se seus passos vacilavam, se seus ombros estavam caídos, se ele parecia confiante, tudo tinha perdido o foco, muitos olhos nele, muita luz, muito tudo.

E quando parou na base, os fotógrafos e as pessoas pareciam tão focadas que isso o assustou. Não houve movimento, nem parada, ele os observou, petrificado em seu lugar e então deu a volta. Não teve aplausos e quando os ouviu, notou que era para a morena animada que acabava de entrar, com um sorriso predatório nos lábios.

Tinha sido péssimo, ele sabia, podia sentir, um fiasco, cada poro do seu corpo exalava fracasso. Shizune o aguardava junto com Hidan que o puxou para o lado, suas próximas roupas foram colocadas em uma arara e um assistente começou a ajuda-lo a vestia.

— Não foi tão ruim quanto você imagina, ou quanto a falta de uma reação fez parecer — apenas concordou com um aceno, assim como Shizune que acompanhava o que Hidan dizia junto a um homem grisalho que ele ainda não conhecia. — Você não teve treinamento adequado, é um newface, aquelas pessoas são abutres. Prontos para devorarem os novatos sortudos e falarem mal deles. Você não lhes deu isso, a única coisa que precisa fazer agora é uma pose e foco. Está me ouvindo, Sasuke? — Aquiesceu vestindo a jaqueta que lhe foi entregue.

— Em alguns momentos você estava muito desatento. Sakura está bem — duas garotas apareceram para mexer em seu cabelo outra vez —, fique focado e tudo dará certo — Voltou sua atenção para Shizune que teve o desplante de dizer aquilo pela segunda vez.

— Bem? Ela nem me reconheceu... — sibilou frustrado, abanando a cabeça — ou se reconheceu não demonstrou.

— Sasuke, ela reconheceu você, claro que reconheceu. Só é complicado...

— Como pode dizer que ela está bem? — Seu tom se elevou um pouco, chamando a atenção de algumas pessoas a sua volta.

— Sua carreira não depende do bem estar das pessoas a sua volta. Tem que entrar naquela passarela fazer o seu trabalho e se importar com os outros depois que sair dela, depois que o desfile acabar — o homem grisalho se pronunciou. Arrumava a própria gravata e observava Sasuke com um ar de descontentamento. — Seu rosto, seu corpo vendem uma ideia, um sonho, não os seus problemas.

Não pode retrucar, pois Kabuto apareceu, puxando-o para se posicionar. Cinco minutos foi o tempo que teve de uma entrada para outra. Um frio percorreu a sua espinha ao se ver de frente a aquele corredor sem paredes, Temari voltava e lhe sorriu dando uma piscada em seguida e ao passar ao seu lado sussurrou “boa sorte”, ao menos alguém torcia por ele.

Parado na base estava um moreno que arrancava suspiros audíveis da primeira fileira e quando entrou achou que sua presença não seria notada, pois ele começava a dar a volta. Mas ainda assim os olhos se voltaram para ele. Sasuke fingiu não vê-los, não se importar, mantinha sua visão focada no final. O que faria? Ainda não tinha decidido e essa era a pior parte. Não poderia parar e dar a volta sem nada. A cada passo o pânico o tomava, aos poucos foi se sentido acanhado, estava quase pondo as mãos no bolso, foi quando seus olhos encontraram uma pessoa.

Bem no fundo estava Naruto, segurando uma bandeja vazia e acenando para ele como um louco, seu amigo imbecil estava agindo como as fãs do outro cara. As mãos acabaram indo ao bolso, no automático e não teve como não dar um mínimo sorriso das macaquices do Uzumaki, que ainda por cima tinha a audácia de manda-lo fazer algumas coisas, como piscar e jogar o cabelo como esses cantores pop.

Não, ele não faria isso, muito menos mandaria beijo como Naruto fazia agora. Sua pausa tímida passou e ele deu a volta, cedendo a vez para Sakura, quase virou a cabeça quando ela passou por ele, mas se conteve e foi até o final. Shizune e Hidan sorriam, o grisalho tinha ido fumar um cigarro, estava ao fundo e apenas acenou com a cabeça.

— Muito melhor, mas aquilo não é uma pose, ainda temos que trabalhar nisso.

Foram preciso mais três trocas de roupa alucinante, três voltas, três sofrimentos para conseguir algo decente. Após tantas idas e vindas a confiança surgiu, até mesmo deu a jogada de cabeça que Naruto falou, as garotas que tinha suspirando por outro, suspiraram por ele e passaram a se agitar quando ele entrava, ainda mais depois da jogada. Hidan aprovou e Shizune disse que já haviam alguns tweets com o seu nome, todos das adolescentes que estavam no evento. Falavam que ele era lindo, charmoso e parecia tímido e que tinham vontade de agarra-lo. Estava sendo taxado como meigo e tímido. Tinha vontade de rir da futilidade, aparentemente todas as adolescentes ali eram filhas de pessoas importantes.

Depois de sua oitava entrada e uma piada infame de Temari com relação a sua bunda pode enfim relaxar, sem mais trocas de roupa a mil por hora. Ao seu ver todo aquele desfile tinha durado horas incontáveis, mas se durou duas horas inteiras foi muito.

Jogou-se em um dos puffs na área interativa, após a última volta com todos os modelos. Orochimaru entrou e ainda podia ouvir os aplausos. O clima estava leve, todos conversando, zoando e fazendo piadas entre si. Sorriu ao ver Gaara agarrar uma garota no meio de todo mundo.

— Fizemos um ótimo desfile — parada a sua frente estava Sakura, ainda lhe parecia agitada e avoada, mas em uma versão mais contida do que no início do desfile. — Eu estou tão feliz por ter compartilhado isso com você... — a voz dela ecoou musical. Sasuke virou o rosto e quase sorriu para ela, mas aquilo ainda era tão... Irreal.

— Compartilhado? Você me ignorou a noite inteira, parecia que eu nem existia e só estou nessa por você — não teve como esconder o tom de frustração e isso pareceu desanima-la um pouco.

— Sasuke...

Orochimaru entrou após seu discurso chamando a atenção de todos. De qualquer forma a conversa foi interrompida por Shizune que os separou, deixando Sakura de um lado e Sasuke do outro, talvez assim fosse mesmo melhor. Ele queria tanto ficar perto dela, mas não era o certo, ela não merecia.

— Boa noite, pessoal. Devo dizer que fizemos um espetáculo e tanto. Agradeço a todos vocês pelo brilhante desempenho, por terem feito minhas criações alçarem voo e ganharem vida nessa noite. Uma salva de palmas para todos nós — a ovação foi geral, além de alguns gritinhos e assovios. — Podem ter certeza que muitos desses rostinhos eu vou querer ver na próxima season e representando minha marca por um longo tempo. Obrigado por terem feito da noite um sucesso. Agora vamos a festa — novamente ele foi ovacionado. Afinal quem não curte uma festa?

(...)

 — Você viu aquele vestido?

— E aqueles sapatos? Eu pre-ci-so!

 — Eu ando precisando de um modelo daqueles, isso sim — e a risada foi geral no grupinho a frente, Hinata revirou os olhos. Crianças eram sempre tão previsíveis, devem ter chorado aqueles ingressos para seus pais e agora estavam ali como se entendessem de algo relacionado a moda e a homens.

A Hyuuga deixou um sorriso presunçoso surgir em seu rosto ao vê-las se encaminhando para a saída e não a porta que dava para o coquetel que aconteceria, na verdade, já deveria estar acontecendo.

Pegou o pequeno convite acinzentado, na mesma hora seu celular vibrou. Puxou o pequeno aparelho, na expectativa que fosse Sakura lhe dando finalmente um sinal de vida, mas não era a Haruno e sim seu pai. Todo o seu corpo estremeceu, desligou o aparelho sem atender a chamada e devolveu para o fundo de sua bolsa.

Ajeitou a alça nos ombros, jogou o cabelo para o lado e deu os primeiros passos em direção a entrada do coquetel. Porém não chegou a dar muitos mais, pois Neji surgiu ao seu lado puxando-a pelo braço para um canto isolado.

— O que quer?

— Entrar como seu acompanhante — a jovem Hyuuga deu uma risadinha, balançando a cabeça em escárnio. Seu primo andava tão engraçadinho nos últimos tempos.

— Isso não vai acontecer...

— Hinata, eu preciso entrar e me declarar para a Sakura — aquela era a última coisa que esperava ouvir de seu primo, e por essa razão ela quase gargalhou.

— Conta outra, Neji.

— Não estou mentindo! Você não lembra como eu e Sakura éramos felizes? E ela estava deslumbrante hoje, você não acha? — Sim, ela estava. Até Hinata poderia ter se apaixonado por Sakura nessa noite, mas ainda assim ponderou, não conseguia acreditar.

E não deveria.

Neji só queria entrar para espezinhar mais uma vez em Sakura, já que o desfile tinha sido um sucesso. Maldito fosse Orochimaru, Shizune quem tivesse ajudado Sakura a se recuperar. Ele ainda não estava vingado e isso não podia terminar dessa maneira. Ela não podia sair por cima.

— Olha, Neji... eu queria muito ajudar você, mas o namorado dela está lá dentro, o novo namorado — o Hyuuga revirou os olhos, sua prima era tão certinha e irritante. — E tem a Ino também... — Hinata fez o possível para parecer verdadeira ao dizer o nome da Yamanaka, nunca pensou que um dia diria algo do gênero. O mundo dá voltas. — O melhor que você tem a fazer é ir para casa, esquecer a Sakura e focar no seu novo relacionamento.

Deu um leve tapinha no ombro do primo e saiu de perto dele, caminhando apressada pelo corredor acarpetado. Não queria ter seu caminho interrompido mais uma vez. No entanto Neji não estava disposto a deixar aquele assunto morrer, precisava entrar, Hinata tinha que colocá-lo para dentro.

— Hinata...

— Hinata! — Os dois pararam ao ouvir o timbre grosso de Hiashi, o patriarca Hyuuga havia surgido com o telefone no ouvido, em seu terno preto impecável. Parecia irritado e Hinata quis sumir. — O que houve com esse seu maldito celular que eu estou tentando ligar e só cai na caixa postal?

— Não sei, papai. Eu...

— Não tenho tempo para bobeiras — a cortou sem rodeios —, estava agora com o Sr. Uchiha em uma reunião muito importante quando ele recebeu uma ligação e interrompeu tudo para vir direto para cá. — Puxou a garota pelo ombro, ignorando o sobrinho frustrado que viu sua oportunidade de conseguir entrar ir embora. Hiashi praticamente carregava Hinata. — Não vou dizer que não fiquei ofendido. Um homem de negócios, saindo desesperado para um desfile? Ridículo quase, mas ele me chamou para discutirmos nossos planos de mercado no caminho e eu vi a oportunidade minha filha — as palavras que ela temia. Hinata começou a balançar a cabeça freneticamente.

— Não papai, por favor...

— Quieta, Hinata! Ainda não terminei... — ele a fitou com seu ar severo, a silenciando — como eu estava dizendo, eu vi o momento oportuno de finalmente colocá-la na frente dele. Sabia que você estaria aqui e adorável — Hiashi a analisou com aprovação.

— Papai... — Não a ouvia, estava ocupado demais, devaneando sobre seus planos mirabolantes de matrimonio. Olhou por sobre o ombro, Neji não estava mais atrás deles, que seu primo não aprontasse nada. Ela cruzou os dedos e quase começou a rezar.

— Obvio que naquela sala terão diversas modelos, concorrência desleal, mas você é primorosa e um homem do calibre dele com toda certeza vai apreciar sua beleza e doçura — ele mexeu no cabelo dela é Hinata soltou um longo suspiro.

— Será que a gente não pode ir para casa? Bateu uma moleza.

— Recomponha-se! — Hiashi de um tapinha de leve no ombro da filha — ou não, quem sabe um desmaio possa aproximar vocês dois. É algo a se pensar.

— Isso é um absurdo...

— Absurdo? Está louca menina? Itachi é o homem certo para manter os interesses de nossa família em seu devido lugar e você sabe muito bem Hinata que...

— A família vem em primeiro lugar. — Hiashi comprimiu os lábios em uma linha severa, deu uma boa olhada na filha. Um claro olhar de aviso. Hinata suspirou, aquele início de noite não estava sendo como o previsto.

Seu pai entregou os convites que deveriam ser só dela, manteve-a bem próxima a ele. A pobre Hyuuga se sentiu indo para o matadouro, mas ela deveria prever que aquela situação podia piorar, tinha tudo para piorar.

Assim que cruzou as portas cabelos loiros e espetados surgiram a sua frente, acompanhados de uma pele bronzeada demais para aquela época do ano. Os joelhos fraquejaram, a boca secou, entreabriu os lábios para falar alguma coisa... mas o que diria? Fitou aqueles olhos azuis tão vivazes e então desviou, focando sua atenção na ornamentação de uma das mesas próximas. Seu pai a puxou e ela passou pelo garçom quase esbarrando seu ombro no dele, mas nada disse, nada fez. Fingiu que não havia ninguém parado a sua frente, ele tinha que entender. Ela não estava fazendo nada de errado. Ela só...

Droga, Hinata! Você está tão ferrada.

Página: Fleur D'Hiver

 


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Notas finais do capítulo

Assustadas em fileira. Vamos a casamenteira. (8)
Hiashi é o melhor. Só consigo pensar na musica da Mulan enquanto finalizava a ultima parte. Cantei e tudo. SHAUSHAUSHAUSHASUA E então minha gente, eu soltei a bomba, não era como eu queria soltar, mas foi como deu para soltar. E olha, quase que eu não solto, caso eu fosse postar na terça, eu não ia soltar. Eu ia deixar ser no momento que eu queria, mas como eu me atrasei e eu não conseguia finalizar de outra forma, resolvi soltar a bomba pela boca do Hiachi, achei legal. Digno, afinal ele quer muito que a filha dele case com o Sr. Uchiha.
Vocês estão lendo na quinta, mas eu "postei" na quarta a noite. Muito mágico isso.
Razões pelo meu atraso: cansaço, na segunda que eu deveria postar, eu estava morta feat. enterrada; na terça eu revisei o bang todo, ai chegou nessa parte final que eu tinha que escrever, me deu um bloqueio básico, saiu 300 palavras depois de mil horas, ai eu desisti. E não saiu na quarta, porque minha alergia atacou, eu tenho uma alergia muito louca que inflama os canais da minha axila, muita loucura. Não tenho crise a dois anos, 2015 tá sendo o ano das minhas doenças, só to me fodendo nessa vida, ano desgraçado, que linds. É por isso que eu não gosto de numero impar, fora o 7 porque ele é perfeito. Resumindo só consegui finaliza-lo, dez e pouco da noite, quando meu braço parou de doer "/
Nem rolava postar essa hora, então, linda como sou agendei e vocês estão me vendo na quinta. Weee... Glorifica igreja. Eu gosto desse capítulo, mas eu estava refletindo e esse é o terceiro capítulo falando sobre o MESMO DIA, caramba, esse desfile rendeu muito e ainda vem mais um. Que seja o ultimo vamos torcer. Mas eu gosto muito das minhas ideias para o próximo capítulo. Ainda teremos Sakura doidona e provavelmente (não prometerei) o encontro entre os irmãos.
Não é Fugaku, é Itachi. Quem desconfiou dele desde o inicio estava certo. É o Itachi delicia de cada dia. ;D
~
Danny Uchiha (again), Caz WhiteDragon, Haruka sempai, blackHeart, Sakuu-chan, Liiah-chan. Essas são as lindas e gostosas que acertaram quem é o Sr. Uchiha, para elas direito um spoiler (dependendo de qual) ou se preferirem pode me dizer algo que queiram ver nos próximos capítulos e eu vejo o que faço. Quem não acertou fica para a próxima e quem ME IGNOROU quando eu perguntei sofram porque o spoiler será por MP.
Bem, minha gente... Criei a pagina no face, para quem quiser:
https://www.facebook.com/srtafleurdhiver
~

Agradeço a todos que comentam, acompanham e favoritam a história, obrigada seus lindos estamos quase chegando nos 400 leitores. Uhul!
Ps: Logo mais respondo os comentários.