Nancy Bobofit- Crônicas Da Esquecida escrita por H e Z


Capítulo 6
Como Se Entra Em Uma Enrascada


Notas iniciais do capítulo

Depois dessa demora nada mais justo do que um capítulo médio! Afrodikisses



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– ...Não tenho a menor ideia!- desabafei, olhando para os lados e evitando os olhos castanhos lindos de Leo.

Espera, lindos? Eu preciso de óculos!

– Talvez tenha algo a ver com seu parente divino... É seu pai ou sua mãe?- perguntou ele.

– Minha mãe...- murmurei.

– Bem, descartamos a ideia de você ser minha irmã!- exclamou ele, mas ele explicou quando o olhei, confusa- Sou filho de Hefesto!

– Ah... Eu ainda tenho que descobrir!

– Tem sim!- alegrou-se Leo- Mas não se preocupe! Logo você saberá!

– Obrigada, Leo.- Eu abri um sorriso, pensando em como a tal de Piper não percebia esse garoto.- Bem, eu ouvi falar sobre uma Piper... Pode me contar sobre ela?

– Claro!- os olhos dele brilharam- Ela é a conselheira do chalé de Afrodite, é muito bonita, legal e simples. Ela tem um namorado chamado Jason...- Ele abaixou os olhos, desanimado ao ouvir isso.

Eu o abracei, ficando triste e percebendo que nossa vida amorosa não era lá das boas.

– Eu te entendo...- murmurei- Vamos descer?

– Claro!- ele olhou um relógio- Está tarde! Vamos correr ou perdemos o jantar!

– Jantar?!- Exclamei, surpresa- Passou tanto tempo assim?

– Bem, você dormiu um bocado...- murmurou ele.

– Ei!- Lhe dei um tapa fraco- Vamos logo!

Descemos do navio por uma escadinha de corda, Leo foi me guiando até o lugar onde jantaríamos.

– Ali!- apontou ele. Meus olhos se arregalaram, aquele lugar era enorme. Leo saiu correndo igual um desesperado na direção do pavilhão, que garoto mais faminto, mas foi bom porque ele tropeçou e caiu num buraco, acho que é coisa dos Stolls. Me lembrem de bater duplamente nele. Agora quero ver o Leo sair de lá.

– Nancy!- uma voz sibilou- Faz tempo não é querida?

Virei-me na direção da voz.

Lá na minha frente estava minha antiga professora de matemática.

– Olá, Sra. Dodds.

– Foi realmente esperto de sua parte esconder seu cheiro ficando perto de um filho de Poseidon... - ela sibilou, a voz ficou metálica, me dando um arrepio na nuca- Eu nunca sequer cheguei perto de achar que você era uma semideusa... Mas agora você não pode escapar de mim, meu bem!

Naquele momento, lembrei que era assim que ela chamava Percy antes de castiga-lo, péssima hora, eu havia ficado com mais medo.

Recuei um passo, o corpo dela estava se modificando e não era para melhor. Logo um monstro horrível estava me olhando sanguinariamente, as garras prestes a me agarrarem, as asas só me faziam ver que fugir não adiantaria.

– Droga!- murmurei, trocando a palavra droga por outra, se é que me entende.

– Eu não preciso te matar... - ela começou- Se você me der a flecha ninguém se machuca...

O que ela disse? Ela acha que eu daria minha benção pra ela? Eu não vou deixar nenhum monstro nojento ficar com a flecha (mesmo não sabendo como daria a tal da flecha para alguém).

– Puxa, que proposta tentadora... – fingi pensar- Mas... Acho que não!

Ela deu um grito furioso, eu comecei a correr, porém, lembrei que era impossível fugir quando a Sra. Dodds bateu asas e voou. Droga!

– Eu te avisei, meu bem!- Ouvi ela gritar- Mas crianças más precisam de castigo!

Estremeci, sabia que eu não teria chance contra ela sem uma arma, sem ajuda. Um combate corpo a corpo estava fora de cogitação, aquelas garras seriam um problema se ela quisesse me dar um soco.

Então ela voou sobre mim e não voltou, continuou em frente. Analisei o que tinha na direção em que ela foi.

Arregalei os olhos, ela não estava atrás de mim, minha antiga professora voava na direção de um buraco.

Na direção de Leo.

Perfeito, agora eu me sentia extremamente culpada.

Em 1º lugar: Leo ia ser atacado por uma professora de matemática monstruosa.

2º lugar: Isso só aconteceu porque eu não dei a droga da flecha pra ela.

3º lugar: Eu sou uma fraca que nem arma tem para protegê-lo.

Ótimo, agora dá pra ter ideia da minha situação.

Praguejei, eu não acreditava que tinha posto Leo em perigo.

Saí correndo na direção do buraco onde ele tinha caído, eu já sabia que não adiantaria, Sra. Dodds era bem mais rápida que eu, que tinha a desvantagem de não saber voar.

“Grite” Ouvi uma voz na minha cabeça, não me preocupei em identificar de quem era, só obedeci.

– LEO!!!!!!!!!!- Gritei, o mais alto que consegui.

Do nada uma ventania começou, todas as luzes do acampamento apagaram-se, nuvens cobriram as estrelas e a Lua escondeu-se entre elas.

“Ótimo, parece que só eu enxergo aqui”, pensei, quando vi Sra. Dodds olhar para os lados, confusa.

Corri o mais rápido que pude, quando os olhos dela pareceram se acostumarem com a escuridão. Desviando de pedras e de galhos eu estava realmente concentrada em chegar até Leo, que havia acabado de sair do buraco, aparentemente cego na penumbra, já que nem notei quando todas as pessoas que estavam no refeitório saíram de lá, sem enxergarem absolutamente nada.

Então, quando estava perto do meu objetivo eu acelerei o passo, a tempo de empurrar o filho de Hefesto para o lado, e sentir garras sendo enfiadas na minha barriga.

Num grito rouco e agudo, vi todas as luzes se acenderem e as condições temporais voltarem ao normal. Enquanto via os semideuses se aproximando eu sorri.

Pareceu algo meio psicopata, mas eu estava feliz em ter levado o ataque, Leo estava bem, e minha consciência limpa.

Vi alguns semideuses lutando contra minha ex professora e nova monstra maníaca.

Minha vista foi se embaçando enquanto eu cuspia sangue, senti como se precisasse dormir, como se fosse algo convidativo, como se fosse o único jeito de parar de doer.

Fechei os olhos, não obedecendo às pessoas que gritavam para eu fazer exatamente o contrário.





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Notas finais do capítulo

Hum... O que acharam? Será que Nancy vai ficar bem? Como foi que Sra. Dodds entrou no acampamento? De quem Nancy é filha? Huhu, suspense...



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