POV’s Wendy

Olhei para Melony no mesmo instante em que praticamente todos no Salão olharam. Ela arregalou os olhos ao ver o pai dela, estava tão ruborizada que parecia que tinha ficado horas no sol. Ela se levantou, foi até ele e sorriu.

– Oii pai, vamos conversar em outro lugar não é? – Ela estava desesperada pra tirá-lo dali, todos tinham ficado em silêncio para ouvir.

– Sr. Diamonds, o que houve? – A diretora Minerva vinha andando na direção deles dois com uma expressão assustada.

– Olá Minerva! Quanto tempo. Lamento não poder conversar com você agora, eu queria resolver umas coisas com a Melony e o Sr. Potter.

– Qual Potter? – Ela perguntou, franzindo a testa.

– O James, será que poderia?

– Ah, claro, se prometer que não vai fazer nenhuma mal a ele.

– Mas... Ok, eu não vou fazer nada dentro da escola.

– James, vocês poderia acompanhar o Sr. Diamonds, por favor? – McGonagall o pede, e ele arregala os olhos e fica vermelho.

Tenho certeza que ele pensou em dizer não, mas era melhor ele morrer com poucas pessoas vendo do que aos olhos de todos no Salão, então ele assentiu e se levantou indo atrás do Tio Tom e da Melony, Minerva fala algo no ouvido de Tom e volta para o seu lugar.

Eu não ia perder isso por nada, e muito menos Anny, Henri, Rafa e o resto dos Marotos. Levantamos e fomos atrás deles.

– Aonde vão? – Tom nos pergunta.

– Vamos junto com vocês. – Digo.

– Só pra prevenir sabe? Ele é meu irmão. – Alvo fala, dando de ombros.

Meu tio sabia que não iríamos desistir de segui-los, então não falou nada. Fomos até a sala da Diretora Minerva e ficamos em silêncio até Tom respirar fundo e começar a falar.

– Filha, o que esse garoto fez com você?

– Nada pai!

– Tio... Ele não fez nada que a Melony não quisesse. – Anny disse, dando de ombros, e eu e Rafaela rimos discretamente.

– Anny! – Mel exclama.

– O que? Só estou expondo os fatos.

– Mel, minha filha, você ainda é muito nova pra isso...

– Pelas Barbas de Merlin Tom! Achei que não chegaria a tempo. – Tia Kate passou pela porta, sem fôlego e percebi que meus pais, os pais de Anny e os da Rafa também estavam aqui e entraram também. Ok, isso se transformou numa festa.

– Virou festa agora? – Rafa pergunta assustada, como se lesse meus pensamentos.

– Kate nos ligou desesperada falando que o Tom iria matar alguém, ficamos preocupados. – Minha mãe disse.

Meu Deus, ainda não completou nem uma semana que voltamos para Hogwarts e nossa família já apareceram aqui, batemos nosso recorde, que era um mês.

– Tom, que história é essa de que a Melony ainda é muito nova?

– Kate, querida, ela é nossa menininha.

– Eu vou fazer dezesseis anos daqui a três meses pai, não sou mais uma criança.

– Ela tem razão mô, aliás, quem é o James?

– Sou eu... Eu acho. – James se apresentou claramente envergonhado.

– Ah, muito prazer, sou Kate, mãe da Mel. – Minha tia foi até ele, o cumprimentando.

– Sou James Sirius Potter, mas... Acho que você já sabe disso.

– E há quanto tempo você e a Mel estão namorando? – Anny, Rafa e eu rimos discretamente, mas Melony fez questão de gargalhar.

– Eu não namoraria com ele nem morta. – Revirei os olhos ao mesmo tempo em que as meninas.

– Você se casaria com ele Melony, se duvidar até tem fotos dele no celular. – Digo e o queixo dela cai pelo fato de eu ter falado isso.

– E você tem uma foto do Lorcan dormindo sem camisa dentro do seu guarda-roupa.

– Isso é verdade. – Anny diz, rindo.

– Anny, quer que eu fale que já ouvi você sussurrando o nome do Fred enquanto dormia?

– Eu também ouvi isso, nas férias, lembra? – Rafa fala.

– Cala a boca Rafaela, você deseja o Alvo, inclusive pegou ele no armário de vassouras. – Anny diz.

– Pois é, e eu quase atrapalhei ainda te devo desculpas por isso Rafa. – Henri entra na onda.

– Henri, não se mete, seus segredos são mais constrangedores, lembra? – Rafa o ameaça e ele fica quieto. Nós quatro concordamos que não é tão constrangedor assim, mas ele achava, então servia como ameaça.

– Rafaela, o que significa isso? – Marcos pergunta e ela o olha assustada, como se tivesse esquecido que ele estava ali.

– Nada pai, esquece.

– Então quer dizer que o outro Potter também não é nada inocente? Tinha que ser da Sonserina não é mesmo?

– Ei! Eu também sou da Sonserina! Sério, o que vocês têm contra minha casa? – Anny exclama ofendida.

– Você fala como se fosse muito inocente. – Henri retruca.

– Henri, meu amor... – A loira começa com a voz ameaçadora, mas é interrompida.

– Ok, já entendi, vou ficar quieto agora, sério.

– Rafa, minha filha, porque ele?

– Eu estou aqui! E o que tem de errado comigo? – Alvo se manifesta.

– Você seduziu a minha filha, isso é o que tem de errado com você. – Marcos rosnou, ele era assustador, musculoso e com o olhar assassino.

– Chega mô, ela está na idade de namorar, você sabe disso. – Amanda diz.

– Não está não, ela só tem quinze anos!

– Eu e Melony não somos a únicas que beijamos garotos ok? Parem de agir como se somente nós duas fossemos as erradas, até por que a Anny e a Endy são muito mais safadas que nós.

– Wendy, que história é essa? – Meu pai fala.

– Você também não Luis, por favor. – Minha mãe me defende, e sorrio ao vê-la tão perto de meu pai.

– Se Anny tiver juízo e ter certeza do que ela quer, ela pode ficar com quem ela quiser, mas claro, sem agir como uma vaca ou algo do tipo. – Tio Mike diz e vejo Anny sorrir, e além dela, Fred vira o rosto pra parede abaixando o rosto e vejo sua bochecha se mexer. A loira olha para ele no mesmo momento em que ele olha para ela, o que os fez desviar o olhar. Esses dois...

– É filha, faz tempo que não conversamos sobre isso. Quem foi o último que você deu uns beijinhos em? – Karen pergunta, nos fazendo rir baixinho.

– Mãe! – Ela exclama.

– Ah, fiquei sabendo que o Thomas vai vir para cá em intercâmbio junto com sua irmã, seu namoro com ele durou tão pouco... – Karen fala.

– O Oliver e o Gustavo também vão vir, por que não falam dele? – Anny fala revirando os olhos.

– Quem são Thomas, Oliver e Gustavo? – Lorcan pergunta por curiosidade.

– Thomas é o primeiro namorado da Anny, Oliver o ex da Mel e a Rafa quase namorou o Gustavo, mas só rolou beijos mesmo. – Henri explica.

– E eu não tenho nenhum ex em Durmstrang, e vocês ainda tem coragem de dizer que eu sou tarada. – Digo com orgulho.

– Não tem nenhum ex, mas tem um monte de flertes fracassados pela vergonha né? Tipo o Junior. – A loira retruca.

– Espera gente, o Anny tem uma irmã? – Fred perguntou, mas foi ignorado.

– Não fique falando do Junior, nem aconteceu nada.

– Por que você não quis. – Ela deu de ombros.

– Quem é Junior Wendy? Como assim flertaram? – Luis perguntou.

– E eu não gosto do Oliver. – Tom resmungou.

– Você ficou com o Gustavo Rafaela? Eu achava que ele era gay. – Marcos diz e nós quatro rimos.

– Sério, Anny, você tem uma irmã? – Fred insistiu.

– Tenho ué, eu já disse isso pra vocês.

– Eu achei que era brincadeira.

– Não era brincadeira. – Anny riu.

– Ai meu Deus. Uma Anny já é o suficiente, agora tem tipo uma miniatura sua? É assustador. – A loira franziu a testa e riu, riu tanto que caiu no chão. O que fez todos rirem também.

– Amiga você tem sérios problemas com equilíbrio. – Rafa diz, dando a mão para ela se levantar.

– Eu sei.

– Oliver, Zack, James... Melony, nenhum deles serve pra você.

– Eu nem desconfiei muito do Gustavo, e nem imaginei o Alvo... – Marcos resmungou.

– Gente, as meninas cresceram e isso faz parte da adolescência, ciúmes de pai não vai impedi-las de nada. – Minha mãe fala.

– Exatamente, parem de ser dramáticos. – Tia Amanda retruca.

– Ok, assuntos resolvidos, vamos embora, já impedimos o Tom de cometer um assassinato.

– Mas... – Tom começa, sendo interrompido.

– Mas nada mô, vamos.

Depois disso a festa acabou. Cada uma de nós deu abraços nos adultos e nos despedimos, até que descemos da Sala da Diretora, que inclusive, tinha acabado de chegar, e deu um suspiro de alívio quando viu James ileso.

– Tudo resolvido Sr. Diamonds? – Ela perguntou, e meu tio assentiu.

– Obrigada por nos emprestar sua sala Diretora, foi um prazer revê-la. – Tia Karen disse a cumprimentando e se despedindo junto com os outros e logo depois indo para a saída.

Eu estava com as meninas no meio do corredor. Quando chegássemos às nossas respectivas casas os olhares abaixariam em nós, já estava tarde e o jantar já acabou.

– Wendy. – Ouvi meu nome e me virei olhando para o Lorcan. – Podemos conversar?

– Claro. – Respondo já sabendo o assunto que iremos conversar: foto dele no meu celular. Pois bem, eu já sabia a desculpa que daria.

– Acho que já está muito tarde para ficarmos aqui fora, vamos para o Salão Comunal da Corvinal e conversamos, pode ser?

– Te encontro lá daqui a pouco então, vou me despedir das meninas. – Ele assentiu e foi indo na frente.

– Já arrumaram desculpas? – Perguntei.

– Mas é lógico. – Anny fala.

– Eu também. – Mel e Rafa falam ao mesmo tempo, e rimos rapidamente.

– Boa noite e boa sorte. – Despeço-me delas, relembrando o que eu vou dizer.

Quando chego ao Salão Comunal tem poucas pessoas ali, mas ainda sim todos olham pra mim, morrendo de curiosidade para saber o que tinha acontecido. Vejo Lorcan sentado em um sofá e vou até ele.

– Pode falar. – Sento-me a sua frente.

– O que a Mel disse lá dentro, sobre você ter uma foto minha sem camisa no seu celular. É verdade?

– É.

– Só isso que você tem a dizer?

– Você quer que eu diga mais o que? Ah, claro. Quer que eu explique por que. Lembra daquela pequena festa de Natal que teve aqui no fim do ano passado e alguns de nós acabamos bebendo um pouquinho de mais? Você estava um pouco bêbado, ai você foi ao meu quarto falar alguma coisa sobre sermos Monitores, não sei, mas acabou desmaiando e dormindo no meu guarda roupa, que estava aberto por que eu tinha acabado de guardar uma coisa nele, eu tirei uma foto pra zuar, nada de mais.

– Ata... – Sorri satisfeita com minha bela mentira, pra falar a verdade eu tinha amado o fato dele ter desmaiado no meu guarda roupa na época, mal consegui dormir olhando-o até ele acordar. – Então... Boa noite Endy. – Ele riu e subiu as escadas. Ual, que dia.

POV’s Melony

Tinha acabado de chegar ao salão Comunal da Grifinória e me joguei em um sofá. Sério, o que foi aquilo? Meu pai ameaçando o James, minha mãe perguntando há quanto tempo nós namorávamos. Isso me deixou com fome, mas precisava esperar James para desmentir a Wendy, não o quero pensando que gosto dele, mesmo que seja verdade sabe... Eu não quero. E nesse momento ele entrou, sentando-se ao meu lado.

– Você se casaria comigo Mel? – Ele sorri torto cheio de ironia e dou um sorriso mostrando os dentes.

– James, você conhece brincadeiras de amigas? Pois bem, foram o que aconteceu lá, não leve as coisas tão a sério.

– Mel, se você me odeia tanto assim por que me beijou e me defendeu do seu pai?

– Eu não te beijei. Foi você que me beijou. E não se iluda achando que eu estava te defendendo, só acho que meu pai devia diminuir com os ciúmes. E eu não te odeio James, só disse que não namoraria com você. – Sorri com ironia, como ele tinha feito quando chegou aqui e ergui as sobrancelhas.

– Ok senhorita Diamonds. – Ele disse, e foi em direção ao seu quarto.

POV’s Anny

Quando acabei de falar a senha ridícula da minha Casa e ia entrar, alguém segurou meu braço. Virei-me assustada e era somente o Fred, puxei meu braço com um pouco de força e ele me soltou.

– Você me seguiu? – Pergunto-o

– Oi pra você também. E não, eu sei onde é sua Casa.

– Oi. – Esperei e ele ficou em silêncio – Ta, por que está aqui?

– Posso te fazer uma pergunta?

– Tecnicamente você acabou de fazer.

– Outra. – Ele sorriu.

– Fala. – Dei de ombros.

– É verdade o que a Wendy e a Rafa disseram?

– O que? Que eu sussurrei seu nome enquanto dormia? É sim, elas até gravaram. – Eu podia jurar que seus olhos brilharam, mas deviam ser o reflexo das chamas nos candelabros nas paredes.

– Por que você estava sussurrando meu nome?

– Porque eu estava sonhando com você ué, não é óbvio?

– O que você estava sonhando? – Sua voz excedia curiosidade.

– Quer mesmo saber? – Sorri, ele assentiu e eu ia dar o bote agora, ele não precisava saber o verdadeiro sonho. – Eu sonhei que estava matando você.

– O que? – Ele franziu a testa e tive que respirar fundo e me controlar para não rir.

– Ah sabe, não exatamente matando, você estava virando um zumbi ai eu tive que te matar, nos seus últimos minutos você voltou a si e começou a falar “Anny, não faz isso”, mas eu tinha que fazer, não dava mais pra votar atrás, ai eu acordei. – Dei de ombros, ele tinha que acreditar em mim.

– Você pretende fazer isso na vida real? – Ele perguntou, brincando. Sim, eu queria que acontecesse na vida real o que aconteceu no verdadeiro sonho, não nessa minha linda desculpa criativa.

– Só se você virar um zumbi. – Sorri.

– Ok caçadora de zumbis, boa noite. – Ele diz sorrindo e acenando enquanto sumia pelo corredor.

– Lindo idiota. – Sussurrei baixinho e sorri.

POV’s Rafaela

Estava tentando processar tudo que tinha acabado de acontecer quando alguém me puxou para trás de uma pilastra enquanto eu ia para minha Casa, e eu dei um tapa em seu braço assim que vi que era Alvo, ele riu.

– Ai, isso doeu.

– Ninguém mandou me assustar assim.

– Agora me explica que história é essa de me desejar. – Ele arqueou as sobrancelhas, divertido-se.

– Minhas amigas exageram muito nas coisas, tipo quando elas acham que só por que a gente ficou eu desejo você.

– Sério?

– Tanto faz. – Dei de ombros e ele sorriu, colando seus lábios com os meus. – Se Filch nos pegar aqui nós estamos fodidos. – Disse, me separando um pouco dele.

– Não me importo com o Filch.

– Meus pais acabaram de sair daqui, não é uma boa hora para eu me meter em confusão de novo. – Eu ri.

– Ok – Ele me beijou de novo, e por Deus, eu fiquei sem fôlego. – Até amanhã. – Ele me deu um selinho e foi embora. Encostei-me na parede, respirei fundo e fui para o meu quarto tentar organizar os acontecimentos do dia.