Traição. escrita por JessyErin


Capítulo 9
Revelação.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/367627/chapter/9

Corremos até o escritório e pegamos nossas coisas. Gibbs colocou o colete, e todos nós o imitamos. Ziva colocou o dela, mas começou a andar com dificuldade.

– O que foi? – eu perguntei, enquanto caminhavamos até o elevador.

– Está apertado – ela disse, mexendo os ombros – mais tarde farei uma avaliação pra voltar a treinar na academia do NCIS.

– Isso é bom – eu sorri. Ela estava finalmente se distraindo.

– Aqui, pega um dos meus – Mcgee entregou um colete a ela e ela o vestiu perfeitamente.

– Jess, que tal dirigir a van? – Gibbs disse, enquanto Lauren o seguia.

– Não acho que seria uma boa idéia.

– Nunca vai saber se não tentar – Lauren disse. Então eu percebi que gostava dela. Na verdade, nunca havia parado pra avaliar isso, afinal, ela não se misturava muito. Ela ajeitou os óculos e abriu a porta para entrar.

Eu me sentei ao volante, e coloquei as mãos nele com muito cuidado. Quando todos entraram, eu avancei um pouco. Tony me encorajou com um tapinha no ombro, e a minha confiança voltou com toda a força. A mesma força que eu apliquei em um dos pedais e quase me fez bater.

– Merda! – eu disse – esquece isso. Gibbs, você pode dirigir.

– Você vai conseguir da próxima.

Eu quase bati o carro com os meus amigos dentro. Deveria estar ficando louca. Tony e Ziva ainda estavam meio estranhos um com o outro, mas era algo “aceitavel”.

Quando chegamos na cena, assim que Palmer liberou o corpo para que Mcgee pudesse identificar a vítima, e ele me deu o nome, eu procurei no servidor para ter certeza que ele não tinha alguma conexão com o caso de Dylan.

– Droga – eu exclamei – pelo menos até agora, não tem conexão nenhuma.

– Jess, seu instinto tá te enganando. Talvez seja porque se apegou ao garotinho, mas não acho que Oscar tenha a ver com esse assassinato – Tony disse, enquanto tirava fotos.

Mcgee olhou confuso para Gibbs.

– Chefe, ele não é da marinha. Por que estamos aqui se o caso não tem conexão com os outros?

– Quem disse que não? – Gibbs levantou um papelzinho onde estava escrito “Strike three”.

Todos respiramos fundo.

– Então há realmente um assassino em série por aí. E nós nos focamos somente nos casos anteriores como se fossem um – Lauren disse, cruzando os braços – talvez tenhamos que re-avaliar todos como se fossem individuais.

– Mas é o mesmo assassino! – eu disse.

– Eu sei, mas nos focamos em somente um assassino que conhecia os dois. Talvez haja mais do que uma pessoa que fora acusada pelos dois.

– Mas e o terceiro? – Mcgee perguntou, ainda confuso – ele não tem nada a ver com o caso de Dylan.

– Talvez seja um imitador? – Victoria disse, e todos a olharam e se calaram.

– Pode ser – Dinozzo disse, e ela sorriu.

– Ou Oscar está tentando nos despistar.

– Jessica! As digitais dele não estavam na arma, e o teste de balística desse aqui com certeza não vai bater com a arma que o cara tem em casa. Para com essa perseguição! – Dinozzo disse, deixando a câmera pender no pescoço quando levantou as duas mãos.

– Ok, veremos isso mais tarde. Vamos primeiro processar tudo isso – Gibbs disse – Victoria, cuidado aonde assina desta vez. Melhor, deixe que Palmer assine. Não podemos perder mais evidências.

– Certo. Desculpe pela outra vez – o sorriso sumiu do rosto da garota.

– Nunca peça desculpas – todos nós praticamente falamos em coro.

Ela olhou em volta e continou com seu trabalho.

Quando chegamos ao escritório novamente, já estava noite, e eu fui até o laboratório entregar as balas que achamos no lugar para Abby e Andrew analisarem. Abby não estava, mas pude ver Andrew com a cabeça baixa, apoiada nos braços. Dormindo.

Cheguei bem perto e alisei seus cabelos de leve. Fazia muito tempo que não conversávamos, muito mesmo. Ele abriu um dos olhos e eu ri da sua cara de sono.

– Boa noite – eu disse, e ele bocejou em resposta.

– Eu acho que vou dormir aqui – ele disse – mas você vai dormir na Ziva né?

– Eu vou dormir em casa hoje, amor.

– Ok, então eu posso tentar terminar isso e podemos ficar juntos.

– Seria uma ótima idéia – eu o beijei, e dei as balas para ele.

– Ok, me deixe trabalhar – ele disse e se levantou. Eu sai.

Ziva saiu para fazer sua avaliação, e eu fiquei com Dinozzo, Gibbs e Lauren. Victoria passou minutos depois e foi até a fragmentadora. Eu comecei a trabalhar com Lauren e tentamos, juntas, achar um tipo de conexão entre as três vítimas. Nada.

– O terceiro deve ser imitador – eu disse, olhando para o monitor.

– A caligrafia é idêntica – Lauren disse, colocando a mão no queixo.

– Eu estou de saco cheio desse cara – Gibbs disse, terminando seu quarto café – preciso ir pra casa, pensar com calma. Vocês deveriam fazer o mesmo. Dinozzo saiu logo que ele disse isso, e eu estranhei a pressa. Victoria o acompanhou com os olhos, e depois eles pousaram em mim.

– Perdeu algo? – eu disse, colocando minha jaqueta.

Ela revirou os olhos e eu continuei andando.

– Andrew? – eu perguntei da porta. Abby e Mcgee se viraram rapidamente. O batom vermelho de Abby estava em volta da boca de Mcgee, e sua própria boca estava quase sem nada. Ela sorriu e ele limpou a boca timidamente com a manga do terno.

– Bonito – eu disse, e eles sorriram – podem avisar ao Andrew que eu vou pra casa com a Ziva pegar minhas coisas e vou pra casa ficar com ele?

– Ficar com ele? – Abby disse rindo – lógico que digo. Mas Ziva já foi embora faz tempo.

– Já? – eu estranhei – ela ia me encontrar depois da avaliação!

– Já foi – Mcgee deu de ombros – ela passou por nós rapidamente e foi embora.

– Ótimo, será que alguém pode chamar um taxi pra mim?

– Eu te empresto meu carro – Abby disse, me dando a chave de seu discreto carro vermelho.

Discreto carro vermelho que eu poderia muito bem bater e danificar.

– Não, obrigada. Um taxi seria ótimo.

Entrei no taxi e Andrew me mandou uma mensagem dizendo “Não me de um bolo”. Eu sorri e respondi que já estava a caminho. A porta do apartamento estava aberta, e o som estava super alto. Eu o abaixei e chamei por Ziva. Silêncio. Eu chamei novamente, e nada. Então pude ouvir um som. Choro.

De novo não.

Segui o som e cheguei até seu quarto. Ela estava usando somente um top e uma calça. Eu parei na porta e esperei que ela se virasse. Mas ela não virou. Estava de cabeça baixa, olhando para baixo. Diria que estava dormindo, se não estivesse sentada.

– Eu não vou poder treinar no NCIS – ela disse, sua voz rouca.

– Por isso você tá chorando?

– Não.

Silêncio novamente.

Ela finalmente se virou. Seu rosto estava vermelho, de tanto chorar. Suas mãos estavam sobre a barriga, e quando ela tirou eu pude ver. Sua barriga, que sempre fora lisa, sarada, e totalmente definida. Estava redonda. Redondinha.

Eu me sentei na cama. Nós duas nos encaramos.

– Você está grávida. – Eu disse, e não era uma pergunta. Era uma afirmação. O porque de todos os doces, dores de cabeça, sorvetes e porque ela estava engordando tanto. Grávida.

Grávida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Traição." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.