19° Capítulo - O que há com Draco?

– Harry, calma – Hermione falou olhando a varinha dele apontada para Draco.

– O que ele está fazendo aqui? – Harry perguntou.

– Ele está aqui, porque eu o trouxe.

– Você, Hermione? – Rony perguntou se aproximando e participando da conversa – Como? Você é louca?

  Hermione correu para frente de Draco, não deixando que ninguém o visse.

– Ninguém toca nele!

– Não estou te entendendo, Hermione! Este é o Draco! – Harry falou.

– E daí?

– Hermione, se há uma forma, seja qual for, ele vai fazer para trazer Voldemort de volta!

– Não! Não! – Hermione tampou os ouvidos e caiu chorando. Não é possível que ela esteja tão errada – Ele está do nosso lado – Hermione fala para si mesmo, delirando.

– Hermione saía da frente agora! – Rony falou.

– Não! – Ela disse se levantando, mas sente suas pernas bambas, não tinha força alguma – Lupin, por favor, explique para eles.

– Gente, Draco está do nosso lado.

– Não nos faça rir!

– Já chega! Olha para mim Rony, eu sei – Hermione levantou com as poucas forças que lhe restavam.

– Dessa vez não, Hermione.

– E como você sabe? Antes de matá-lo, teram que me matar. Afinal, eu sei que ele está do nosso, acreditem em mim.

– Vamos dar uma chance a ele então, Hermione, por você – Harry disse finalmente.

– Pois eu não dou – Rony falou.

  O grupo de pessoas que estavam atrás de Rony foram diminuindo até acabar. Neville tomou a liderança deles.

– Então está sozinho, Rony – Neville disse firmemente.

– Eu acredito na Hermione – Luna disse dando um passo para frente.

– Logo se arrependerão!

  Rony se virou e foi andando em passos firmes para longe do grupo.

– Obrigado por acreditarem em mim – Hermione disse.

– Hermione? – Ginny surge da multidão – Me diz uma coisa... Draco conseguiu te conquistar de vez? – Ela falava entre risinhos.

– Não, ele só provou que estava do nosso lado – Não foi só Ginny que ouviu as palavras de Hermione, mas também muita gente, incluindo Harry que pareceu mais feliz em ouvi-la.

  Ao passar do tempo as pessoas se curavam, mas Draco ainda não acordara, o que deixava Hermione preocupada.

  Quando todos já se medicaram, resolveram voltar para Hogwarts, mesmo sabendo que agora teriam que arranjar outro diretor para substituir Dumbledore, o que deixava todos tristes pelas mortes ocorridas.

  Mas Draco não acordara. Levaram-no a Madame Pomfrey para ver o que ela podia fazer, porém ela disse que ela não poderia medir o tempo em que ele ficaria inconsciente.

  Hermione queria ficar ali, ao lado dele. Não acreditava que demoraria tanto assim, porém ela acabou adormecendo depois de longas horas.

  Ao acordar assustada percebeu que Draco ainda estava do mesmo jeito. Ela entrou em desespero, saiu correndo procurando pela Madame Pomfrey.

– Madame Pomfrey! Draco ainda não acordou... Por que?

– Não é nada, querida, não precisa se preocupar tanto.

– Não minta para mim, sei que você sabe.

– Querida, não é prudente pensar nisso agora.

– Só me diga que ele vai ficar bem.

– Não se preocupe.

  Madame Pomfrey foi embora. Deixando Hermione mais preocupada ainda.

  Enquanto isso, Hogwarts estava dividida. Uns organizavam uma celebração para aqueles que morreram na guerra. Outros organizavam o que alguns professores chamavam de eleição, justa, como as dos trouxas. Elegeriam o novo diretor de Hogwarts.

  Neste caso, sonserinos, grifinórios, lufa-lufas e corvinais trabalhavam juntos.

  Dias conturbados, cheios de coisas para fazer, mas uma pessoa não estava no meio deles, Hermione ia todos os dias para a ala hospitalar de Hogwarts para visitar Draco.

  Enfim uma semana se passara, Hermione delirou de vez, correu até a ala hospitalar, ela tinha em mente que a eleição seria amanhã bem cedo e a celebração a noite.

– Draco, está aí a tanto tempo! Está me deixando doida! Eu não sei o que é isso, só sei que não posso suportar. Amanhã, quando a celebração estiver acabada, se você não acordar, eu... Me mato!

  Ela olhou para ele por mais uma vez, lembranças boas e ruins a tomaram.

  Ela não sabia explicar o que sentia, às vezes ódio, às vezes amor, e às vezes desejo, mas Hermione prefereria não pensar nisso, senão ficaria ainda mais louca.

  Ela voltou para seu quarto, resolveu recompensar seus sonos perdidos juntando aquele fim-de-tarde com a noite.

  Ela se deitou, respirou fundo, viu que seu mundo tinha mudado por completo, mas ela deveria seguir em frente.
  Pouco depois ela fechou os olhos e dormiu.