Pan mal conseguira dormir de noite. Estava muito preocupada com Trunks. Chegou até a sonhar com ele durante as poucas horas que conseguiu dormir naquela noite. Assim que acordou, tratou de tomar seu café da manhã, e logo em seguida se arrumar para sair. Colocou roupas parecidas com as que usava na época da viagem pelo universo, já que gostava do estilo. Só que maiores dessa vez. E tratou de voar em direção à Corporação Cápsula.

Chegando lá, tocou a campainha. Após alguns segundos, quem atendeu foi Bra.

– Oi, Pan. Tudo bem ? – perguntou, não aparentando muito ânimo.

– Oi, Bra. – disse Pan, entrando. - Ahn... O Trunks está ?

– O Trunks ? Bem, ahn... – coçou uma bochecha usando um dedo. – Ah, de qualquer maneira você iria descobrir mesmo. O Trunks sumiu!

– Sumiu mesmo ?!

– Sim. Ele deixou um bilhete na geladeira dizendo que foi resolver um assunto pendente em algum lugar, mas que voltaria logo. Por acaso ele falou algo pra vo...

– Ah, que maravilha!

As duas adolescentes se viraram para o dono da voz: Vegeta.

– Parece que o boato se espalhou! Será que a cidade inteira já sabe ?!

– Calma, Pai! Eu tenho certeza que em pouco tempo o Trunks vai estar de volta.

– É bom mesmo! Aquele inútil mal dá conta de cuidar da nossa empresa, e agora quer passar a responsabilidade para os outros ?! Quem ele pensa que é ?!

– Calma, Senhor Vegeta. – disse Pan. – Tenho certeza de que Trunks saiu por um bom motivo, e eu sei que ele vai voltar logo!

Por um breve momento, ouve um silêncio naquela sala. Os três ouviram passos apressados se aproximando. O som dos passos foi ficando cada vez mais alto e próximo, até que Bulma apareceu.

– A nave desapareceu!! – disse ela, afobada.

– Miserável! Agora entendo por que não consegui sentir o seu Ki em nenhuma parte do planeta! – virou para Pan. – Pois se ele realmente saiu por um bom motivo, é melhor que esse motivo seja bom mesmo! Caso contrário, vai haver um meio-saiyajin a menos na Terra!

– Com licença. – disse Pan, se retirando. Bra foi atrás.

– Pan! – chamou Bra, quando a outra já estava a dois metros do chão. – Perdoe o meu pai! Ele não queria falar assim com você!

– Não se preocupe! Eu não me ofendi! Só estou preocupada com o Trunks! – disse ela, em voz alta.

– Tá bom! Se precisar de alguma coisa, é só voltar aqui!

– Tá!

Após essa pequena conversa, Pan voou na direção da sua casa. Voava de costas, como se estivesse deitada em um colchão invisível no ar. Encarava o céu azul a as nuvens. Teve a impressão de que uma delas tinha o formato do rosto do Trunks.

– Trunks, onde é que você está ?

***

Trunks estava pilotando a nave, se concentrando bem no caminho. Não que realmente houvesse necessidade, mas ele precisava se distrair com algo para não pensar em certas coisas. Para não pensar em como seus pais devem estar preocupados, em como a Pan deveria estar, em quão ridícula e impensada tinha sido a sua ideia. Mas agora era tarde demais para desistir.

– Gil Gil! Mau-pressentimento! Gil Gil! Mau-pressentimento!

– Ah, para com isso Gil. Está tudo bem. Enquanto eu estiver no controle da situação, tudo vai ficar bem.

Dois minutos de silêncio sucederam após a afirmação de Trunks, até que o mesmo o quebrou.

– Puxa vida! Já faz cinco dias desde que começamos a viajar. Mas dessa vez é diferente. Antes tinha a Pan e o senhor Goku comigo, pra me fazer companhia. Agora, tudo parece um pouco monótono.

– Gil, gil... – disse o robozinho, em tom baixo, e virando para outra direção.

– Não, Gil! – disse Trunks, largando os controles. – Eu não quis magoar você! Você é uma boa companhia! Só estou dizendo que eles fazem falta.

– Gil não se ofendeu! Gil só concordou que ausência de Pan faz falta! – respondeu, com sua voz metálica.

– Ah, entendi. Por um momento eu pensei que...

A conversa dos dois foi quebrada por um estranho som. Vindo do computador.

– O que é isso ?!

Trunks foi até lá ver do que se tratava.

– Parece que o radar da nave detectou alguma coisa. Vou tentar descobrir o que é. – Trunks ampliou uma imagem e surpreendeu-se. –Gil, venha ver isso!

– Gil, Gil! – disse o robô, flutuando até estar ao lado do híbrido.

– Há pouco mais de cem quilômetros daqui, há um asteroide gigante. Nós temos que desviar a nossa rota.

Trunks voltou para os controles da nave e desviou um pouco da rota original. Cerca de cinco minutos depois, avistaram ao longe aquele asteroide. Por sorte, aquilo se encontrava a pouco menos de um quilômetro de distância da nave.

– Ufa!- suspirou Trunks. – Que bom que está tudo bem de novo.

Em seguida, outra vez ouviu-se um som estranho, indicando perigo.

– Ah não! O que houve agora ?!

Trunks foi checar.

– Não é possível. Por que o radar indica que estamos em perigo ? Não há nenhum objeto rochoso no caminho, nem planetas, nem nada. Por que... – Trunks calou-se por um momento, fitando o espaço, desconfiado. – Gil, é impressão minha ou nós estamos saindo mais ainda da rota ?

– Gil, Gil! Algo está puxando a nave! Algo está sugando a nave!

Trunks correu até a escotilha da nave para ver se encontrava algo.

– Oh não! É um buraco negro! Estamos sendo sugados por um buraco negro!

– Gil, Gil! Mau-pressentimento! Gil, Gil! Mau-pressentimento!

Trunks tentou assumir novamente o controle da nave, mas já era tarde. Estavam adentrando no buraco negro.