Meu Namorado É Um Gato! escrita por Neko D Lully


Capítulo 7
Viagem


Notas iniciais do capítulo

Olha demorei, mas to me esforçando para conseguir recuperar todas as minhas historias. Essa é especial, achei bom voltar a escrevê-la antes, principalmente pq tenho algumas ideias especiais para elas.

Aproveite ^^



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Meu namorado é um gato!

Acordei meio dolorida, tonta e mareada. Não sabia exatamente se viajar nessa louca aventura que Bruna tinha me proposto. Eu não sei o que tinha me dado na cabeça para aceitar ir com ela, perderia aula... Logico, meus pais já sabiam, mas... Droga eu ia ouvir tanto depois. Por um minuto me deu vontade de desistir, ficar deitada na cama e esquecer de tudo. De todos os problemas que estava tendo dentro da minha sala, de toda essa confusão que aprontei apenas desejando esquecer o que ocorreu ano passado, fato esse que todos me esfregavam a cara. Queria apenas... Dormir...

Suspirei, não poderia desistir agora, já tinha aceitado e voltar atrás não era uma característica minha. Ele ia, e aí?! Ele não olha na minha cara, ele não quer saber de mim, não sei o que fiz, não quero saber o que fiz a ninguém. Ah! Mas que saco, melhor tomar logo esse maldito banho e ir embora... Não vou dar pra trás agora. Levantei ainda tonta de sono, caminhando pelo quarto, indo até a porta. Todas minhas coisas já estavam arrumadas, só precisava terminar de me arrumar, pegar o colchão que ia pegar emprestado com um amigo meu e ir para a entrada da escola esperar o ônibus. Suspirei enquanto deixava a agua cair sobre minha cabeça. Tudo se embolava, me sentia uma pilha de nervos.

Deixei que minha mente esquecesse sozinha tudo o que estava acontecendo esse ano. Chega de pensar, era tudo que eu queria. Suspirei mais uma vez, desliguei o chuveiro e me concentrei em apenas... Me arrumar. Que adiantaria, lá vai eu me meter em roubadas de novo tudo para manter a mente ocupada. Bom, talvez não fosse tão ruim, seria diferente do que já tinha feito algum dia. Ir pra outro lugar sem meus pais e ficar lá por... Quatro dias? Seria legal, ou pelo menos tentava me convencer disso.

Entrei no quarto já arrumada, o cabelo ainda um pouco molhado, os pés descalços, mas o resto tudo pronto. Olhei para a cama, o pequeno gato ainda adormecido sobre ela sem nem ter percebido que eu tinha saído. Isso me fez lembrar de outro problema... O que faria com ele, o que faria para leva-lo. Não poderia, mas também não poderia explicar que teria que deixa-lo sem mim por quatro dias. Ele não aceitaria, não na situação que estávamos.

Decidi sair de fininho. Ele ficaria furioso depois, mas era melhor evitar confusão e até mesmo, agora que pensava, um encontro não muito agradável. Ele já sabia o nome, só não sabia como ele era... Ele iria junto, e não sei bem o que Brenndo faria com ele mesmo estando nessa pequena forma de gato. Calcei um tênis, coloquei as coisas sobre os ombros como pude e estava prestes a sair quando um vulto passou correndo entre minhas pernas antes de sair.

E lá estava aquele pequeno, furioso, encarando-me de maneira reprovativa. Gostaria de não saber o que ele pensava agora, era a primeira vez que queria algo assim, mas 0o conhecia bem em situações como: eu o deixando com raiva fazendo algo que ele não gosto. Não se impressione, estou começando a me tornar especialista nisso.

- Vamos Brenndo, sabe a confusão que vai dar se você voltar a ser humano em um ônibus cheio de pessoas. – seu rosto não mudou, ele ainda continuava com raiva e eu esperava por isso. – Por favor, entenda. Eu não posso te levar nem mesmo se você me implorasse. Acha mesmo que consigo fazer uma magica pra que você fique invisível na hora? Como vou explicar se alguém te ver? – novamente seu rosto não mudou, simplesmente deu as costas e caminhou até a escada, ele ia comigo eu querendo ou não. O pior é que eu queria, só não sabia como me virar com o pequeno problema da noite. – Tudo bem, mas você se vira. Se alguém descobrir, você que se explique!

E assim começou o dia. Peguei o colchonete, coloquei tudo que precisava na guarita e fiquei eu ali sentada, brincando com meu pequeno “gatinho” enquanto esperava que o ônibus aparecesse e nos levassem para a área do jogo. E vi, pessoas chegando e saindo, chegando e saindo. Cada um jogaria algo diferente e eu começava a ficar nervosa. Eram, se não me engano, sessenta pessoas para jogar, todas elas dividindo o mesmo espaço que eu e Brenndo e o mesmo tinha o problema de sua... Magia, se é que me entendem.

Suspirei, Bruna chegou naquele momento, animada e preocupada com a bolsa que sua mãe ainda não tinha trago. Não devo nem comentar que quando ela chegou encarou direto o pequeno felino em meus braços. Foi até engraçado a cara que ela fez, apesar de ter praticamente arrancado Brenndo dos meus braços e o enfiado entre os seios. Tive uma vontade enorme de cair na gargalhada, tinha que me lembrar de pergunta-lo qual era a sensação de estar naquela situação.

- Não acredito que você trouxe essa coisinha. Não vai leva-lo, vai? – me perguntou acariciando o pequeno de maneira quase exagerada. Puxando suas patas, sua calda. Ah! Eu não vou aguentar! Vou acabar morrendo de rir agora mesmo!

- Não posso fazer nada, se eu disser que não ele vai do mesmo jeito. – comentei colocando uma mão em sua cabeça e lhe acariciando com um sorriso travesso. Sua cara de “socorro” me dava ainda mais motivos para rir. Ai eu não ia aguentar mais tempo!

- Esse gato num vai desgrudar de você não, Lu? Assim seu namorado pode até ficar com ciúme dele. – agora sim desatei a rir. Ah! Se ela soubesse. Bom, Brenndo voltou para meus braços e não quis sair mais. Queria saber por que né.

As horas passavam e atrasado quase uma hora o ônibus chegou. Não era de se esperar, tudo na região era terrivelmente atrasado, não em questão de cumprir horário, não apenas esse pelo menos. As coisas de todos foram colocadas no compartimento do ônibus e então foi a vez da chamada. Abracei Brenndo com certa força, sentindo a lembrança de uma de minhas preocupações bateu em minha mente. Primeiro nome, segundo, terceiro, ia chegando mais perto do dele.

Esperava que não aprontasse nada. E o nome saiu, ele respondeu e quase obvio um pequeno gato não estava mais em meus braços depois. Eu também tinha muita raiva dele, eu também sentia um remorso por ter sido deixada igual uma boneca usada, mas claro não podia deixar ele ficar com a cara toda desfigurada se não tinha sido eu a provocar aquilo. Corri até onde a confusão acontecia, eu ia tomar uma bronca, mas que importa!

Saltei para dentro da multidão, passando por todos e agarrando o pequeno gatinho que ainda arranhava com toda sua raiva o rosto do garoto debaixo dele. Poxa, como tinha acertado em cheio o garoto? Isso que era precisão. Pedi desculpas apenas por pedir, não sentia muita coisa naquele minuto. Voltei a um canto, tentando segurar o sorriso e a respiração agitada, o coração saltando para fora, meu deus que dia.

A chamada continuou, meu nome apareceu e eu respondi. Senti o pequeno gatinho ainda enrijecido em meus braços e com carinho dei-lhe um beijo na cabeça, sussurrando em seguida: Te agradeço melhor depois. Ele relaxou em seguida. Entramos no ônibus, sentei na segundo cadeira, e fiz quase questão de que ninguém sentasse ao meu lado, tinha que deixar um espaço para ele quando o sol se pusesse. A estrada começou, Brenndo em meu colo e eu tentando dormir perto da janela. Consegui ficar sozinha.

Os olhos pesaram no inicio do caminho, acariciando a pequena criatura em meus braços, aquela coisinha que tanto amava, que adormeci durante metade do caminho, só acordei quando senti algo me acomodando novamente na cadeira, um calor confortável me envolveu os braços e me senti embalada. Abri os olhos e procurei o que tornava a viagem mais confortável do que pensava.

- E eu pensando que eu dormia muito. – sua voz grossa sussurrou-me ao ouvido. Os cabelos de minha nuca arrepiaram-se, senti meu corpo estremecer e o corpo esquentar. Meu deus, eu nunca admitiria, mas a voz dele, pra mim, era incrível. Ele me abraçou com mais força enquanto eu sorria. Beijos foram distribuídos por meu pescoço. – Não disse que ia me agradecer melhor?

- Não precisa dizer duas vezes. – o puxei para mim enquanto virava-me para beijá-lo. Ainda não tinha me acostumado com o fato que podia beijá-lo, que podia tocá-lo, que podia estar com ele daquela forma. Era tão... Não sei explicar. Já não me importava de passar a viagem inteira acordada, se ele estivesse ali para aproveitar o tempo comigo já estaria mais que feliz.

Fiquei imaginando o que as pessoas pensariam se soubessem o que estava passando, que aquele gatinho que arranhou sem piedade um dos competidores era na verdade meu namorado que apenas tomava a forma de um gato de dia. Eu ia rir muito das caras que as pessoas fariam. Pra mim, isso era a realização de um sonho.


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Notas finais do capítulo

Custei um pouco a terminar, ficou pequeno pra caramba, mas aqui esta e espero continuar a escrever. Bom, tenho outras fics a continuar e coisas a pensar. Meu deus ficar esse tempo todo longe do nyah vai me matar agora... x.x

bjão



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