Meu Namorado É Um Gato! escrita por Neko D Lully


Capítulo 4
Mas o que?!


Notas iniciais do capítulo

Ok, aqui esta mais um cap, depois de me encontrar tão mal esses dois dias que se seguiram creio eu que esse ficou meio funebre. Espero que essa minha crise passe rápido porque do jeito que estou indo minhas fics vão passar do tipico deprimente alegre (nao sei de onde tirei isso) para o deprimente rancoroso. Pelo amor de deus alguém me dá férias da minha vida!

Aproveitem



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Meu namorado é um Gato!

O despertador de Angelica tocou, eu sabia que me encontrava acordada porque o consegui ouvir e distinguir, meus olhos se abriram um pouco para vê-la desligar aquele estridente barulho e então levantar-se, caminhando para fora do quarto no jeito cansado e sonâmbulo de sempre. Era apenas mais um dia, disse a mim mesma, virando-me de barriga para cima e levando uma mão a testa. E cada dia, em cada manhã, era uma luta a mais para deixar os olhos abertos. Pouco era minha vontade para dizer a verdade, a única coisa que ainda me mantinha de pé era meu orgulho e obrigações, agora mais ainda.

Estava destroçada, meu coração lamentava o que os olhos não podiam. Eu tinha pena dele para ser sincera, guardava rancores que meu cérebro produzia desde meus onze anos, e eu agora, prestes a chegar aos dezessete, não tinha descarregado nenhum deles.  As vezes, essa dor das angustias, dos medos e dos rancores ficava tão insuportável que me travava a respiração e o engraçado era que me custava a chorar e mesmo que chorasse a dor não saia, apenas ficava mais uma, a dor da vergonha por ter chorado. Mas que merda, porque não poderia ser alguém normal!

Levantei-me, caminhei até onde tinha deixado minha roupa de escola do dia anterior e a coloquei de maneira automática, os olhos mal abriam, as pernas tremiam e a vontade de não existência domava meu corpo. Afinal o que poderia fazer para tirá-la de mim, já não aguentava mais. Respirei fundo e pensei comigo mesma: só porque o garoto que você gosta desapareceu não é motivo para parar toda sua vida não é mesmo? Quem dera se meu corpo entendesse esse pensamento. Precisava bater em alguma coisa, meus músculos estavam tensos, tinham que descontrair.

De má vontade sai do quarto com o pente na mão, pronta pra ajeitar essa desgraça que era meu cabelo. O arrumei o máximo que pude, agradecendo por ter dormido com ele seco no dia anterior. Toquei a pele de meu rosto, da mesma maneira que fazia todos os dias, analisando meu rosto no reflexo do espelho. Minha face era delicada, deveria admitir, e com meus olhos ligeiramente repuxados achava as vezes que tinha um certo charme, mas... Raios eu sempre achava um defeito que o fazia ficar feio. Eu não conseguia me ver por muito tempo como alguém que tivesse beleza... Dei as costas para o espelho, era o melhor que fazia naquele momento.

Entrei novamente no quarto, passei o perfume que costumava passar todos os dias, peguei minha escova de dentes, e fui ao banheiro, levando meu bendito óculos juntos para limpá-lo. Já estava pronta, torcendo para não esquecer nada dentro do quarto e ter que voltar para pegar, dessa vez ficaria na escola, não queria subir aquela escada duas vezes no dia. Encontrava-me mal de mais para isso.

Sai junto com Angelica, na mesma rotina de sempre, acrescentando o pequeno gato que não parava de me seguir. E foi aquele mesmo dia normal, monótono e sem graça de sempre. Primeiro aula de Zootecnia, depois Forragicultura, aí veio o almoço, onde por milagre encontrei os meninos do superior. Guinomo, Zoreia e Laisa eram os últimos na fila para o almoço, e por coincidência acabei ficando perto deles. Animados como sempre me cumprimentaram e eu forcei-me a sorrir como sempre fazia para agradar. O fone estourando em minha orelha não ajudava muito a escutar o que eles falavam, mas pouco me importava.

Que droga, porque isso sempre acontecia? Por que tinha que me preocupar tanto com as pessoas? O sumiço de Brenndo estava me deixando alarmada, meu físico correspondia o mental, obrigando-me a ficar em um estado lamentável. E a desgraça era que todos notavam. Quando eu estava assim era impossível não notar e Zoreia, obviamente veria isso. Eu achava impressionante o jeito dele de saber as coisas sem nem ao menos dizer. Eu era cética, não acreditava nisso com facilidade, sem que me provassem, mas muitas vezes ele afirmava assuntos comigo que eu nunca havia lhe mencionado e verdadeiramente acertava. Eu não sabia como explicar isso, as vezes até pensava que alguém mencionava isso com ele.

- Algum problema, baixinha? – perguntou-me enquanto eu era forçada a tirar um dos fones para escutá-lo. Neguei com a cabeça, sem muitos ânimos, forçando um pequeno sorriso. Não enganaria ninguém, tenho certeza. Quando estava mal eu realmente estava mal, não havia como disfarçar isso. E minha preocupação estava estourando em meu peito, incomodando-me ao extremo. Eu queria fazer alguma coisa, queria poder ajudar, mas tinha que ficar ali fingindo que nada estava acontecendo. Isso era doloroso e frustrante. Ele me abraçou, puxou-me tão rápido para perto dele que o pequeno gato que me acompanhava miou em desconcerto por ser obrigado a sair de perto de mim. – Não se preocupe, Luly. Ele esta bem, e mais perto de você do que imagina.

 - Como? – questionei surpresa. Para variar, sem que eu menos esperava, ele descobria o problema sem que eu precisasse dizer uma só palavra. Meu peito doeu e tentei compreender o que ele dizia. Perto de mim? Impossível, ele não atravessaria os vários quilômetros que existia entre nós, sem avisar ninguém, só pra me ver... Ou será que faria? Podia causar isso a uma pessoa? Eu tinha certeza que faria, como muitas pessoas diziam sobre mim: eu não tinha juízo. Era doida, tinha problemas, minha mentalidade era diferente, mas ele... Poxa, não conseguia imaginar algo assim. Eu já havia fugido de casa uma vez, foi divertido, mas logo voltei, foi legal e tinha vontade de fazer de novo, só não fazia por falta de tempo.

Passei o resto do dia pensando nisso. A carência em meu peito, aquele desejo por carinho que tanto me perturbava acabou por aumentar, refletindo-se nas pequenas caricias que dava ao pequeno gato, levando-o para cada aula, deixando-o sobre meu colo enquanto acariciava sua cabeça, muitas vezes o levando a adormecer. Veio, aula de Química, Biologia e por fim Português, no final, já estava exausta, o dia ia indo embora e eu já ia embora pra casa, sem animo nem de jantar. Meu estomago estava revirado, várias emoções de uma vez o fazia ficar assim, e sentia que se colocasse algo para dentro logo voltaria.

Cheguei em casa deitei na cama do jeito que estava, colocando o pequeno gato sobre ela e então fechando os olhos, deixando a escuridão me levar. Não sei o tempo que levei para dormir, segundos, minutos o diabo que seja, muito menos o tempo que fiquei dormindo, novamente o diabo que seja a marcação de horas, sei que em alguma parte da noite despertei, todavia tudo ainda se encontrava escuro, alguém tampava meus olhos.

Ok, nesse momento meu coração deu um giro, esfriou completamente. A mão era grande, maior do que a de Angelica, e duvido que ela teria trago qualquer garoto, nem mesmo o namorado dela, para cá. E se vocês acham que eu vou gritar, pedir socorro ou algo do tipo, meus queridos estão completamente enganados. É nesses momentos que minha voz trava na garganta, a respiração para e o cérebro vai junto. Tudo vai a merda nesses momentos e eu fico pensando: que porra eu devo fazer?!

 - Luly, calma. – eu não tinha percebido que minha mão tinha ido parar no canivete escondido em minha calça, muito menos tinha ouvido o “tic” que tinha ocorrido quando eu o abrira. Mas isso foi o de menos. O que mais me impressionou foi ter reconhecido a voz que falava comigo, sussurrada, tranquila e obviamente máscula. E eu a reconheci, por mais que a tenha escutado como se de um gravador se tratasse, baixa e as vezes irritada, eu a reconheci. Era dele.

 - B-brenndo? – murmurei e pude jurar que um sorriso se formou em seu rosto. Larguei o canivete em um canto qualquer, nem ao menos sabendo que instinto me levou a pegá-lo, e levei ambas as mãos até seu rosto. Toquei, delineei-o com meus dedos, sentindo o formigar de minha pele fria com a sua, quente como havia me descrito. O coração acelerou, mais do que poderia aguentar, parecia querer sair do peito, machucando-me mais do que antes. Eu não conseguia falar, as palavras se embolavam em minha mente e em minha garganta.

 - Shh! – uma de suas mãos parou em minha boca e só então percebi que tinha falado alto de mais. Mas sabia que Angelica não acordaria. Assenti e ele deixou minha boca, passando a tocar meu rosto. Eu, sem nada o que dizer ou fazer, deixei que tocasse minha pele fria como sempre por ter dormido sem meu costumeiro cobertor. – Continue de olhos fechados.

Obedeci enquanto ele retirava a mão de meus olhos, levando-as até as minhas e guiando-as até o topo de sua cabeça, obrigando-me a tocar algo que só pude denominar como peludo. Supus, pelo formato, que fosse uma orelha de gato, ou algum animal parecido. Em seguida ele desceu minhas mãos, obrigando-me a tocar algo também peludo, longo que, por favor, que eu esteja certa, fosse uma cauda. Ele então soltou minhas mãos.

 - Pode abrir os olhos agora. – não o fiz, temia que fosse um sonho. Já tive tantos sonhos reais ultimamente, tantos medos, pesadelos, que sinceramente não queria que estar ali, deitada com quem meu coração agora estava se apaixonando novamente, fosse um sonho. O abracei, tão forte como pude, da forma que pude. Meu rosto se escondeu em seu pescoço e pude sentir seus braços passando por minha cintura, abraçando-me como sempre quis sentir. Era aquela sensação de: Finalmente!

- Me diz que você é real. – ele me deu uma pequena beliscada nas costas e eu soltei um resmungo descontente. O encarei, aquele rosto zombeteiro e brincalhão me encarava de um modo que eu não consegui evitar sorrir. Acho que tanta alegria não podia caber dentro de mim.

- Sim, sou real. – ri baixinho e então o encarei. Ele me olhou também e sem que precisasse de mais nada matamos mais uma vontade: o beijo. Meu deus, quantas vezes tinha sonhado com aquele, seja acordada ou dormindo. E se o coração antes estava prestes a sair do peito agora ele já tinha saído. E não sei mais se por um instinto ou se por simples vontade ele nos fez ficar um por cima do outro, ele sobre mim.

O beijo ia ficando mais intenso, a vontade era de ambos eu não sabia mais o que pensar, nem ao menos queria parar, mesmo que tivesse sã consciência de que Angelica estava na cama bem ao lado! Ele passou a mão por debaixo da minha blusa e voltou os beijos para meu pescoço, tirando meu cabelo do lugar e que maravilha, se continuasse eu começaria a gemer. Raios!

Eu estava perdendo o controle e duvido muito que ele tivesse algum. Depois de três anos distantes, depois de três anos desejando um ao outro, agora podíamos matar toda essa vontade. Toquei suas costas nuas e as arranhei de leve, soltando um suspiro pesado enquanto ele chupava meu pescoço. Eu juro, não ia aguentar por mais tempo... 


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Notas finais do capítulo

Como falei, deve estar podre um lixo igual estou me sentindo ultimamente, mas que se foda (não estranhei estou xingando deus e o mundo literalmente esses dias). Se gostaram ótimo, agora vou ver se consigo descansar, minha vontade é entrar em como!

Bjão!



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