Eu te quero só pra mim

Como as ondas são no mar

Não da pra viver assim

Querer sem poder te tocar

Violetta se ajeitava na cama ao lado de Adam, que havia a levado até ali em suas costas; ele iria para o outro quarto, mas ela pediu companhia “fique aqui comigo” foi o que disse; aquilo foi mais do que musica para seus ouvidos.

– Adam, ligue a luz do corredor... Não gosto de escuro.

Ele riu tirando sarro.

– Eu estou aqui.

– Aqui onde?

– Do seu lado...

– Não estou te achando – ela dizia rindo.

Ele apalpou a cama em busca da mão da menina, por pouco não houve um contato indevido, mas logo Adam estava a entrelaçar os dedos nos da irmã, firmemente no escuro. Violetta dormiu rapidamente, Adam acendeu o abajur só para observá-la atentamente, tentou desfazer-se daqueles pensamentos impuros, impróprios eu diria, mas foi em vão. Dormiu pensando em como Violetta poderia ser dele de outra forma...

Na manhã seguinte Violetta acordou com barulho do celular despertando, o mesmo que Adam quase jogou contra a parede. Era o alarme da escola... Ela se sentou na cama e pensou se deveria ir e falar com Thomas, ou ficar e dormir com Adam. Passou a noite inteira com o irmão, teria de ir e resolver o assunto com o “amigo”. Violetta desligou o alarme e deslizou entre os lençóis, tentando não acordar Adam. Por pouco não realizou a façanha, porém o primogênito era mais esperto.

– Aonde vai?

– Hmm, vou pra escola.

– É a ultima semana de aula, não precisa ir... – ele disse com uma voz grave passando a mão sobre os olhos.

Não havia se dado conta do real motivo para fazer-la levantar correndo. Violetta correu para o banheiro, saindo de lá aceitável para sair na rua: Coque no cabelo, alguns fios se dependiam caindo em seu rosto, usava a camiseta de Adam dobrada por dentro e o suéter sobrepondo a peça. Parecia ter passado gloss nos lábios.

Foi ao corredor e mandou uma mensagem a Thomas; para que buscasse sua mochila e levasse a escola; sabia que se ligasse ele não atenderia. Deixou a bolsa do ballet no apartamento e antes de sair foi falar com Adam.

– Já vou indo... – ela disse tocando em seu braço.

– Qual é Vi, fique aqui.

– Não, eu preciso ir – ela disse puxando os fios rebeldes para trás.

Até então Adam falava de olhos fechados, abriu-os para encarar a irmã que o olhava atentamente com aqueles enormes olhos verdes.

– Entendi; você está indo por aquele menino.

– Para... Eu fiquei a noite inteira com você e...

– Agora você prefere ficar com ele? – Adam disse quase que gritando. Depois de ter falo se deu conta de que aquilo era coisa de namorado ciumento, ele não queria cometer os mesmo erros – Tudo bem, que tipo de irmão eu seria se te impedisse de ir a escola não é?

Violetta franziu as sobrancelhas, adivinhando que aquilo não era o que ele tinha em mente.

– Volte a dormir... – a menina disse curvando-se para beijar o rosto dele, deixando uma marca de brilho em sua bochecha.

– Violetta... – ele começou, remunerando-se para continuar – tome cuidado.

Violetta foi de metrô até a escola; conseguiu chegar a tempo sentando-se no mesmo lugar de sempre, ao lado de Meiko. A amiga a olhava com olhos curiosos, Thomas deve ter dito algo; Meiko já estava com a sua mochila. O professor logo chegou na sala, assim sendo Meiko tratou logo de destacar uma folha de caderno.

“Qual é a do Thomas? Normalmente ele teria vindo falar contigo.”

“Sinto em te dizer querida japa, mas parece que ele está bravo comigo, por motivos desconhecidos”

“Do começo loira inteligente!”

Violetta escreveu boa parte do que tinha lhe acontecido, seu encontro “Alá farol” com Adam e a irritação repentina de Thomas. Na hora do intervalo as duas colocaram o papo em dia e assim que pode Violetta procurou por Thomas; esperou que ele viesse como não veio, não deixaria o orgulho atrapalhar. O encontrou em banco mais excluso do pátio, perto da biblioteca.

– Escuta, valeu por ter trazido meu material. – disse sentando-se ao lado dele.

– Não alterou o meu trajeto, então tudo bem.

O silêncio era total, só se ouvia a voz dos dois a dançar pelos ares. Ela ficou o encarando, ele fez o mesmo. Contato visual serve para aproximar as pessoas, e Thomas pode perceber como Violetta ansiava por respostas.

– Foi babaquice minha ter ido embora daquele jeito; mas se você já estava com seu irmão não precisava mais de mim.

– Não é verdade, você que esteve me acompanhando até ali e eu me sinto muito grata por isso.

Thomas assentiu. Olhou em volta, puxando a menina para mais perto. Era idiotice ficarem brigados, não existiam motivos certos para isso. Violetta corou instantaneamente mordendo o lábio inferior. Thomas a beijou delicadamente por varias vezes.

– Geeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeente! – Janaina gritava olhando para as amigas e balançando a cabeça para o lado de fora da escola – mas que delicia é aquela?

– Crê em Deus pai, é tão lindo que nem parece humano – Meiko disse dando pulinhos de empolgação.

Janaina falava olhando para Violetta que se aproximava com um livro na mão, ela sabia como a menina odiava quando faziam aquele assanhamento para cima de Adam.

– MEIKO! Aquele et é meu irmão.

O montinho de adolescentes púbicas olhou para ela com um ‘what’ estampado na cara. Violetta saiu empurrando meio mundo com Meiko a tira-colo. Thomas provavelmente estaria jogando futebol aos fundos da escola.

– O que você está fazendo aqui?! – Violetta perguntou a Adam enquanto ele fumava mais um cigarro.

– Vim te buscar. Problemas com isso?

– Como sabia a hora da saída?

– Perguntei a mamãe – ele respondeu tranquilamente.

Violetta sabia que ele se deu ao trabalho de ir buscá-la e esperar para evitar que saísse com Thomas; santo Deus ele continuava do mesmo jeito.

– Oi! – Meiko disse cortando o clima de tensão.

– Oi, você é...?

– Meiko, Meiko Aoi. Muito prazer – a japonesinha dizia enquanto apertava a mão de Adam – você é o irmão de quem Violetta fala tanto...

– Muito prazer Meiko. Então quer dizer que ela fala de mim?

– Você não tem idéia! Ela não apara um minuto. “Adam fez isso, Adam faz aquilo” – Ela dizia rindo.

Violetta fazia bico; já estava na sede de dar uns tapas em Meiko há tempos, ela sempre lhe entregara. Primeiro com Thomas, agora com Adam; Ela não queria que ele soubesse que cerca de 85% das palavras que saiam de sua boca eram dele, para ele, sobre ele... Não mesmo.

– Bem... Vamos Violetta.

– Só um minuto... – Violetta puxou Meiko e virou-se de costas para Adam – Avise ao Tom que eu ligo para ele depois.

– Pode deixar que eu aviso. E aproposito, devo contar a Adam os amassos protagonizados por vocês dois? – Meiko respondeu, fazendo conchinha em volta da boca, rindo e sussurrando.

– Céus! Claro que não! – respondeu rindo.

Violetta levantou os olhos para cima dos ombros da amiga e viu Thomas se aproximando, ajeitando a camisa. Ele sorriu quando a viu, ela retribuiu com um sorriso nervoso... Por algo motivo – fight – não queria que os dois se encontrassem, pelo menos não naquele momento. Violetta largou os ombros da amiga, e olhou para Adam que estava distraído; enquanto o sorriso do garoto Thomas sumia sinuosamente ao visualizar o irmão da amada.