Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 30
Para você


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu já tinha percebido que a Saiorse Ronan era a cara, tinha a cara da Violetta. MUITO. Cês não fazem ideia de como é encontrar a personagem que você fixou na sua cabeça em uma forma realmente, tão pertinho disso... Pois é. Eu andei lendo muito, muito mesmo, uns dois livros por semana, e então fiquei meio cheia de sentimentalismo pelos assuntos abordados no últimos livros; esse capitulo ficou tão, tão muito sentimental demais (q), maaas, eu quero saber se vocês gostam disso, sei lá, de um romance estreitamente na cara, tipo pá! Digam... Não vou me desculpar por ter sumido dessa vez. Perdão.



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Carinho é quando a gente não encontra nenhuma palavra

para expressar o que sente,

e fala com as mãos, colocando o afago em cada dedo.

A moça se largou na cama não sabendo quem era mais. Percebeu que o que ela sentia ali era umas das piores síndromes do universo: não saber mais quem você é. Algumas semanas atrás, sofria muito, mas tinha conceitos e planos para o futuro. Agora não via mais um futuro, e se o via, não era nada daquilo que tinha pensado. O que andava falando, pensando e planejando fazer não tinha nada a ver com o que Violetta achava ser de seu eu natural. Sentia vergonha!

Mas não, não era vergonha de amá-lo, não era vergonha dele ou do que fizeram juntos. Era um tipo de vergonha do que os outros tenham a dizer, sobre eles. É como se a todo instante se sentisse totalmente vigiada; sem noções de como agir, sem jeito de como amar alguém. Era terminantemente sufocante. Era um terror. Sentia vontade, talvez necessidade de correr, no entanto, não sabia se era para os braços de Adam ou para longe dele.

Ao mesmo tempo em que divagava em seus pensamentos, alguém bateu a porta. A mãe não faria isso, então, logo deduziu que era ele; a algum tempinho atrás ela o deixara sozinho conversando não se sabe o que com Bárbara. Não se importou muito; ela não era o pior dos seus problemas.

Ele bateu de novo, e de novo, mas não dizia nada.

— Pode entrar... — respondeu finalmente, rouca e um pouco preguiçosa demais.

Adam entrou, respirando fundo de tanto cansaço, mal olhando por onde pisava. Sentou-se perto dela, na altura dos joelhos, e ficou a encará-la. Violetta sentia seus olhares, mas não retribuía. Tinha fechado os olhos. As mãos em baixo do busto, imitando uma pessoa morta chegou a assustá-lo, mas depois ele riu, e passou os dedos sob seu pescoço, no estilo de quem faz cócegas.

A garota não aguentou e se remexeu; riu um tanto e depois abriu os seus olhinhos verdes também. E então passou a retribuir os carinhos que ele parecia lhe dar pelo olhar.

— Não quer ir mais, meu bem? — Adam perguntou, todo carinhoso.

Tinha realmente se arrependido de deixar as palavras de Samuel incomodá-lo de modo profundo, descontando nela.

— Eu vou... Eu só... Estava pensando um pouquinho. E esperando aquela tocha sair daqui. Ela já foi, não é?

— Sim, já foi... — respondeu deslizando os dedos por suas clavículas, e no vão dos seios da irmã. Já ela não queria mesmo dizer para que Adam parasse de tocá-la, mas também não se surpreenderia se dissesse algo que demonstrasse o calor instantâneo que lhe percorria o corpo com afetos como aqueles.

Violetta apertou a mão de Adam, e os seus dedos se entrelaçaram. Não havia muito o que eles gostariam de dizer naquele momento. Já tinham aprendido a ler um ao outro, e o rapaz compreendeu o desejo de ambos. Soltou-lhe a mão e agora permanecia sentado na altura dos seios dela; fazia carinho em seu rosto com o polegar e se debruçou devagarzinho, indo ao encontro dos lábios de Violetta, e alcançando com sucesso seu objetivo final.

A beijou calmamente por um tempo, e inalou com veemência aquela perfume que ele tanto gostava. Violetta não se contentou em ficar deitada, de mal jeito, vermelha e ansiando por mais dele; sentou e chegou mais peto, deixou que as mãos de Adam abraçasse suas costas e bagunçasse seu cabelo. Deixou que ele a beijasse aonde e do jeito que bem entendesse; e com isso vagas lembranças daquele dia, lhe dançaram na mente.

Sentiu vontade de chorar por ter raiva, por um dia ter sentido raiva do amor que sentia por ela; quando Adam a apertava em seus braços e sussurrava para ela que tudo ficaria bem, mesmo sem ter certeza disso, ele sentia seu coração se acalmar. Então ele esquecia sobre o seu parentesco ou pelo fato de ter perdido o emprego. Simplesmente se via abrindo os lábios e dizendo coisas como essas:

— Sabe que eu vivo por você...

Ela concordava, talvez não se dando conta de que para pessoas reclusas como ele, palavras eram tão úteis quanto atitudes, e que era mais do que muito parte da verdade. Era real.

**

Adam estava terrivelmente calado; e isso permaneceu durante quase todo o tempo em que eles caminharam pelo calçadão. Violetta disse algo sobre "viver o momento de forma mais natural", por isso eles foram ao certo lugar caminhando. Ele não se importou nem um pouco, na verdade adorou a proposta, e lhe foi muito reconfortante, quando ela própria lhe segurou a mão, sem vergonha nenhuma.

As vezes eles se olharam, e ele apertava os seus dedos fortemente nos dela; Violetta ria, e meu Deus, não entendia, como de manhã ela estava super contente, a tarde ansiosa, de noite arrasada, e ali, agora um tanto perto da madrugada estava começando a ficar contente de novo. Era a vida. A única resposta que conseguia dar. Era um consolo.

— Percebi que você não comeu... Essa sua profissão me aflige, um tanto.

Ela o olhou surpresa, desviando seus olhos do mar negro. Fitou-o por um tempo e enrugou a testa.

— Eu sempre fui assim; — respondeu, sorrindo — E não foi pela "profissão", Adam; você sabe, não me faça dizer.

Ele deu de ombros.

— Diga, anda.

— Você é um bruto. Simplesmente isso.

Ela sorriu, e Adam não pode dizer se foi maliciosamente ou de um modo frenético para mudar de assunto.

— Vou me lembrar disso em certos momentos. — respondeu no mesmo tom, antes de indica com as mãos para que atravessassem a rua e entrassem em outra.

**

De inicio a moça não entendeu nada. Por que estavam ali, e por que Adam a olhava com afoitamento esperando uma reação. Ela o olhou nos olhos enquanto o próprio aguardava para que ela entrasse; pareceu fazer isso com certa insegurança. Depois tirou as sapatilhas, pois como bailarina sabia, que era regra não pisar em pisos como os de dança usando sapatos.

Ele permaneceu na porta.

Violetta olhou e olhou, e um sorriso encantador formou-se em seus lábios; ela tirava o cabelo do rosto e andando devagar ignorava sua forma no espelho enorme da sala. Mesmo estando linda. Lógico que ela sabia: era um estúdio de Ballet. Mas mesmo assim continuou a passar os olhos em todo o canto da sala. Não era um estúdio comum; tinha tantos livros, uma mesinha no canto, onde o piso Linoleo acabava, e um piano. Enorme e de cauda.

Caminhou de volta até ele; percebeu que fazia dois dias que não conseguia olhar para ele mais do 5 segundos consecutivos, se conseguia, corava muito. Ele havia percebido também; e não é como se não tivesse indiferente a isso.

— É seu. — disse rápido, simples e firme.

Ela piscou, descrente.

— Ah, mas você não viu tudo. Tem uma divisória e...

Parou de falar quando viu que os olhos da garota se enchiam de emoção. Não podia acreditar que havia feito tudo aquilo por ela! Quanto será que tinha custado tudo? Um pequeno apartamento, mas com estúdio, bem perto de uma das praias mais movimentadas do país. Pulou nos braços dele e Adam riu, desprevenido. Sem jeito, continuou a falar.

— E uma cama, para nós dois.

**

A divisa se constituía em mais duas pequenas estantes, outra mesa um pouco maior, alguns jarros com flores, paredes pintadas de amarelo e uma cama de casal; tudo muito arrumadinho, espirituoso e aconchegante. Ao fundo um banheiro e uma piazinha externa; tinha um jeito tão confortável. Tinha jeito de ser a cara deles.

— Você arrumou tudo sozinho, é?

Adam coçou a cabeça energeticamente. Ele vestia uma camisa preta, uma bermuda jeans e um tênis qualquer; na verdade era assim, basicamente, que se vestia quando não estava com o ar anda mais sério, de paletó e gravata.

— Tentei; mas é tudo seu. Olha, amanhã você já pode ir mudando as coisas de lugar, ou decorando do jeito que achar melhor...

— Está lindo. Obrigada, amor. — ela disse, pela milésima vez desde que se sentara na cama, e conversava com ele, sentado na cadeira.

Adam sentiu que eles tinham muito a conversar; sobres seus ex, seus planos, e o possível futuro juntos. Mas tudo se embaralhava muito quando ele via Violetta tão linda com aqueles vestidinhos cáqui e os pés descalços. Ela já era uma mulher, mesmo, de forma e todo o resto, no entanto, ele era o único que via muito bem o seu jeito infantil de sorrir e se portar.

Suspirou fundo e jogou a cabeça para trás. Havia pedido para ela não mexer nas caixas de papelão ao canto do cômodo; ela não era como ele, talvez se incomodasse de mais. Não sabia como começar com tudo, com os diálogos mais sérios, com a explicação do fato de agora não ter mais um emprego. Sobre como diabos Bárbara virara aquela mulher mesquinha e lhe fizera perguntas um tanto "estranhas"; como tudo tinha mudado depois da primeira transa entre eles.

Porque era ela, não outra qualquer.

— Meu Deus, Adam, porque está tão tenso? Eu já esqueci sobre o que houve mais cedo, eu juro! — mentiu.

Ele fintou-a. Depois mordeu os lábios de forma casual. Teve a leve impressão de vê-la se remexer na cadeira.

— Venha aqui? — ela pediu.

E seriamente, por dentro, Adam quase que não se aguentava de empolgação com essa fase de tomar iniciativa de Violetta; era despretensiosamente sexy, mas ao mesmo tempo fazia parecer como se fosse muito natural, como se ela sempre fora assim. Ele pelo menos nunca havia notado, no entanto uma coisa muito perceptível, era o êxtase que tudo sobre ela provocava nele.

Se sentou ao lado dela, sob o Edredom de algodão azul e branco. Adam sabia arrumar uma cama?

— Você sabe que eu adorei. Muitíssimo. Foi "O" conjunto de presentes; fora do comum, para mim. Na verdade, qualquer coisa que você me desse já me seria de suma importância porque veio de você... Entende, Adam?

Ele balançou a cabeça, e ela revirou os olhos e tocou o seu rosto.

— Por que está sorrindo assim, hein? Pare.

Adam não parou.

— É o seu presente. Nada do que o melhor a minha menina.

— Não me chame assim, de "minha menina". Não mais, não sou mais.

Não estava mais se agüentando.

— Me fala então, do que quer que eu te chame.

Ele a fez ir para mais perto; agora ela podia descrever bem, ou não, o jeito estranho que se passava em si com toda aquela coisa. O cantinho dos dois agora, o jeito que ele andava falando, como se adorasse a ouvir falar coisas um tanto feias... O modo que ela sabia que ele estava, com 27 anos, mas que ainda naquela semana estava a digerir. Violetta realmente não podia mais encarar Adam de outra forma se não fosse a realidade de que ele era o seu homem.

Adam a beijou; de um jeito rápido, fazendo que o toque entre eles fosse de segundos. Queria mesmo que ela falasse, queria mesmo criar um clima, um deles, um diferente. Sem medo, sem vergonha, sem pudor.

— Você que sabe — respondeu, arqueando a sobrancelhas. — Pode me chamar do que quiser, agora.

O rapaz não riu; não achou graça. Sentiu outra coisa. Sussurrou algo ao pé do ouvido dela. Não posso dizer o que foi. Prometi. O que posso dizer é que foi algo que a fez umedecer os lábios e avermelhar o rosto; Adam continuou a puxá-la mais para si. A beijou de novo, dessa vez por mais tempo. De forma intensa, impactante, porém calma. De uma forma que fez Violetta amar Adam do fundo da sua alma, e entender que ele fazia de tudo, e faria de tudo por ela.

**

Durante a noite, e a madrugada, eles se entregaram um ao outro, de novo. Então, se a situação dos seus abraços, olhares, falas e modos de comportamentos estavam ruins, iriam piorar. E muito. Depois de pegarem no sono, o lugarzinho aconchegante ficou no silencio e a mercê da luz da lua; até que Adam acabou por recordar da sua insônia. Mesmo estando tão contente, relaxado e bem ali: acordou e encontrou o corpinho de Violetta ainda preso ao seu, na mesma posição; ela dormia com uma expressão suave. O primogênito não pode deixar de sorrir. Pareceu o Sr. Sorriso aquela noite. Viu que Lemony Snicket estava certo: Algumas pessoas encontravam conforto somente por estarem juntas.

Ele sentia isso, realmente, do fundo do seu ser. Então desistiu da idéia de sair procurando o cigarro que havia escondido em uma das gavetas... Ficou ali, abraçando-a, beijando o todo da cabeça de Violetta e tendo uns flashbacks sobre a sua segunda noite intima com ela. Adam queria muito só pensar naquelas coisas boas que o faziam feliz; mas não pode deixar de lembrar de duas falas que assombraram parte do seu dia, da sua noite.

Samuel dizendo que ele nunca daria conta da tarefa, nunca daria uma vida decente para Violetta, como uma família, uma casa, e filhos; dizendo da forma mais calma e confiante do universo que se ele falhasse uma só vez ela veria quão babaca ele era, que tudo que ele fazia era enganar aos dois. Na hora riu e pensou e ir pra cima. Depois pensou que talvez não fosse de fato uma simples inveja.

E Bárbara, é claro, ameaçando-o; Adam nunca se importou com ele mesmo, sempre com Violetta; ver a ex falar com aquela fúria demoníaca nos olhos que sabia que Violetta estava no meio da separação dos dois o fez parar de rir por dentro, ou de caçoar dela, e prestar atenção. Nunca notara que ela era tão louca. A ruiva disse na sua cara que seria capaz de fazer atrocidades com quem quer que tivesse atrapalhado tudo; disse que ainda o ama. Não bastava o escândalo que o fez perder o emprego.

Se não bastasse aqueles pensamentos ordinários estarem roubando seu tempo de sono ao lado da sua preciosidade. Abraçou-a mais forte. As coisas talvez não fossem ficar bem. Fosse como fosse, sua mulher não precisava pensar dessa forma.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu não postei aqui, mas postei nas minhas outras fics, em umas duas se não me engano. Então se quiserem dar uma olhada, eu estou fazendo esquema de rodizio. Desculpe se não estou respondendo os comentários, mas farei em breve. Beijos!!



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