Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 27
Surja em mim


Notas iniciais do capítulo

Esperando o Nyah voltar. Aí eu esperei, e esperei e ele voltou!! Estava terminando o capítulo e aí ele vai-se embora novamente '-' Ok... Pela primeira vez eu postei no AnimeSpirit primeiro do que aqui. Isso me incomoda. Na verdade eu ando cheia de coisa; isso deve explicar a quase cisma que eu tive em quase que transformar o caps em um poemão! rsrsrs Sério, vocês vão ver. Aí eu quero fazer um pedido, quando forem ler, parem, respirem e visualizem. Nem vai precisar de musica. É magico! E alias, obrigada gente, por acreditar no meu papo inocente. Menina p-u-r-a u_u Agora não é hora pra selvageria. Agora é agora pra amor! Tá, parei. Vamos Lá? Boa leitura ♥
obs.: leitura da semana Pollyanna e Dom Casmurro. Conhecem?
P.S.: Demora, xoxo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/367426/chapter/27

Vieste a hora e a tempo

Soltando meus barcos e velas ao vento

Vieste me dando alento

Me olhando por dentro, velando por mim

Vieste de olhos fechados num dia marcado

Sagrado prá mim

Vieste com a cara e a coragem

Com malas, viagens, prá dentro de mim.

Aos seus 12, aos meus 22.

O sol saiu por detrás das nuvens... Ele andava meio escondido nos últimos dias, meio sumido, assim como Adam. Mas assim como ele estava ali por ela, o sol com certeza apareceu para a sua pequena também. Ela estava usando umas daquelas roupas de menino: aquelas calças de moletom cinza, folgadas e desajeitadas ao seu corpo; ou aquelas camisetas xadrezes. A leveza da criança com os pés descalços e os cabelos aos ventos.

Sentia-se feliz por vê-la ainda tão inocente.

Violetta dava voltas de bicicleta no quintal de casa. Ele olhava. Tentava tomar a personalidade de Hans H. e misturar-se a paisagem, mas Adam sabia que mesmo brincando sozinha, normalmente no quintal, ela o via ali. E brincava para mostrar-se pra ele. Adorava ser notada pelo irmão. Sentia-se tão especial quando o via dedicar seu tempo para ela.

Quando se cansava de fingir, olhava para ele e sorria, depois, continuava. Era uma das poucas diversões que tinha sozinha, sempre estava atarefada com os mandamentos e cursos que a mãe lhe arranjara, mas, mesmo se sentindo crescida para correr daquele jeito, ela fazia. Ainda era divertido. Vê-lo ali no mesmo horário todos os dias, em silencio. Era o único jeito de vê-lo durante o dia.

No tempo em que Adam faltava, ela se silenciava no dia seguinte. Também não lhe falava muito. E por mal próprio, céus, ele sempre aceitava essas coisas. Era uma marca dela alias, e tudo que lhe provinha de Violetta, lhe era lucro. Mesmo naquela época, em plenos os 12 anos da menina.

Daquele dia ele acordou estranho. Se sentou perto da porta de entrada para casa, e não fixou o olhar em Violetta como sempre. Fazia umas caretas retumbantes de dor. Fechou os olhos e encostou a cabeça na parede; o sol o fez franzir a testa, e parecia sofrer internamente. Sentia vontade de fumar, no entanto não fez, já que ainda não admitira o habito em casa.

Ela pisava os pés no chão com muito medo de despertá-lo. Depois de olhá-lo de longe, viu seu rosto relaxar. Adam parecia dormir. Abaixou-se no concreto, perto dos jarros enormes de mini palmeiras, e cobriu o irmão com seu próprio casaco. O dia era frio, e o sol mentiroso. Mas como ela faria tudo por ele. Como idolatrava aquele irmão!

E assim que seus finos dedos tocaram a pele de Adam, como se o acariciasse, ele abriu os olhos. Ela olhou-o, e com o talhe vibrando por sua respiração acelerada, os olhinhos de mel derramando amores, deitou-se ao peito de seu protetor.

Violetta apertava seus ombros com a pouca força que tinha. Arfava o peito com muita rapidez, e seus lábios secos à desatenção inibia a passagem de sons de incentivo para ele. Mal sabia como prosseguir... Passou os dedos sinuosamente sobre o busto dela, limpando consigo mesmo a saliva deixada em sua pele. A quentura da respiração da loira o seduzia; volta e meia divagava suas visão sobre os olhos, muitas das vezes cerrados de Violetta. E quase saia de si.

As mãos de Adam passaram a não hesitar em agilizar o processo. As mesmas que acarinhavam as coxas da moça com um tanto de força; e ela o beijava muito. Sorria, dizendo que havia até se esquecido de suas tatuagens. Ele era tão sério naqueles tempos, as únicas marcas de sua rebeldia eram aquelas. Mesmo por um momento procurando, Adam não achava em Violetta um indicio sequer da sua menina de tempos atrás. Era melhor assim.

Aquele silêncio lhe era conveniente. Podia repará-la à vontade; e via as vezes que a vergonha ainda lhe cobria as faces. Tentava manter-se calmo para evitar assustá-la, mas era tão difícil! As roupas o estavam incomodado. Apertavam-no. E ela se apertava contra ele; ela sabia de alguma coisa afinal. Risos carinhosos sempre lhe escapavam dos lábios. E lamurias. E das boas.

Quando o pobre moço arrulhou tão alto – com o contato das mãos dela – que sentiu sua impetuosidade de homem lhe dar cor. Deixou de lado o seu lado irmão. E passou a suar frio; não estava mais dando conta daquele ritmo. Seu corpo pedia para que apressasse as coisas, para que calasse o nervosismo de Violetta. Ela sorria para esconder o seu medo. Mas no fundo, não negava, deleitava-se com a vulnerabilidade do homem em cima de si.

Sentia-se constantemente agoniada, com sensações incomuns corroendo-lhe a alma. Estava difícil. Aceita-lo daquele jeito. Estava difícil. Mas, céus, era inevitável! Deus sabia que ela tentava, que ele continha-se, e que os dois desejavam que o Divino fechasse os olhos para os seus pecados. Pois és o que os dois irmãos haviam de fazer. Ele parou de falar, Violetta nada dizia mesmo. Recebia seus recados pelas pupilas dilatadas de Adam, que ilustravam, que brilhavam. Algo a impedia de pensar na sua idolatria pelo irmão mais velho, a dedicar-se a mania do homem amado. Era simples: suas naturezas não mentiam. O passado estava a evaporar. Quase.

O branco da tez dela,

O amarelo de seus cabelos.

O verde de seus olhos,

O murmúrio de seus medos.

Tudo tinha cheiro de Violetta. Tudo tinha a sua cor. Até o jeito das suas contorções pelas correntes elétricas que circulavam no corpo da moça, com o contato com os dedos do nosso moço. Ela lhe era tão incomum. A Vivi estava quase morta; morta porque Adam se dispunha a sufocar. A Violetta estava agonizando; já que este se prontificava para amá-la.

E conhecendo melhor a vida, nas mãos, nos braços, no hálito, nos olhos, e no amor, ela morreu. E ressuscitou. Vendo-o nu, sentindo o cheiro da pele queimada pelo sol, tocada pelas suas mãos, Violetta não teve mais medo. Entregou-se para ele. E assim, muito calmamente apreciando os delírios que sentia naquele corpo lindamente virgem, intocável e marcado pela falta de dó de seus lábios, Adam se saciou.

Teve respeito sim com a sua dor; mas ao mesmo tempo debatia-se por dentro, de tanta vontade. A libido por aquela menina o consumia, consumia o órgão, mas a língua lhe dedicava o amor, e os olhos o perdão. Ela não se lembra ao certo o tanto de tempo durou. Mas pode afirmar que não era assim do jeito que haviam contado para ela; fora diferente. Incomodou-se de inicio. E mandou o mundo se danar. Era o homem que ela amava, e do nada se permitiu flutuar no canto daquele ninho. Fora bom, sim, foi apreciável.

Mas como em cunho popular, de primeira estância, aquilo realmente a marcou. A Violetta, a Adam, aos seus corpos, aos lençóis. E alguns fatores daquela noite não a abandonaram para o resto de sua vida, eu afirmo: A chuva de verão que caia na hora da consumação, o tipo macio dos cabelos castanhos de Adam, o gosto da boca daquele safado era de uísque, as mãos dadas, e os olhos fechados, os sons primitivos que escaparam dos lábios de ambos, o jeito que ele ajeitou os seus cabelos quando pensou que sua amante teria uma vertigem, a consideração que teve em se prevenir, os beijos molhados que ele lhe dera, a sensação da barba dele pinicando em seu pescoço...

Eram somente algumas. Aqueles essenciais para as suas fantasias. E do nada enquanto ela se libertara, ele se prendia a sua nova margem de deleite. Quando foi que pensou que cairia assim por encantos de sua parenta tão próxima? Quando foi que deixou-se criar no amor daquela feiticeirinha? Ele se perguntava. E não achou resposta. Mesmo olhando-a dormir, calmamente ao seu lado, a única coisa que firmou para si era que ele estava errado. Aquilo em que ele pensava antes de dormir podia sim ser realidade. Adam Barizon podia ser um homem feliz.

Ponto de vista – Violetta

Acordei prensando algum pano sobre mim. Até dormindo me preocupava em não ficar exposta; depois de tudo, isso era engraçado. De imediato minha mente pensou em por os olhos sobre ele. Mas não o vi. Não estava ao meu lado. Tire meu cabelo de meu rosto e olhei as horas: 04:15. Onde ele estava? Frio. Vento.

– Amor... – chamei-o, pela primeira vez na vida não me constringindo por falar assim.

A resposta me veio da claridade que machucou os meus olhos quando olhei por detrás da divisa. A sacada estava aberta. As luzes apagadas; não conseguia vê-lo. Achei seu suéter no chão, e me achei uma boba por sorrir ao vesti-lo. Vesti uma roupa de baixo, e percebi que precisava de um banho, de novo. Caminhei devagar até lá. Sentia mesmo frio. E um pouco de insegurança. Reconfortei-me mais vendo o ali.

Ele nunca mudava... Sentado de mau jeito em uma cadeira do lado direito do espaço. O maço de cigarros no antebraço e a cabeça jogada pra trás, caído no sono. Fiz bico com isso. Ia dar-lhe um susto quando um tordo voou sob meus olhos. Corri para vê-lo, por pouco não esbarrando na mesinha e acordando a Adam. Ele era bege. E foi-se para longe assim que minhas mãos tocaram o parapeito. Mas o céu, mesmo nublado, estava divido.

O frio devia-se ao fim da madrugada, e tive por mim que quando olhei para baixo e vi as ondas, guardei no meu coração a noite mais importante de minha vida. E a mais linda. Acho que cheirei a lã vermelha. Não deu tempo de tomar o perfume dele. Olhei-o por cima de meus ombros, e por espasmo mordi-me. E ri, quando pus minhas mãos sob os ombros dele e percebi como estava frio. Ele não se assustou muito, mas fingiu muito bem.

– Não deve dormir ao relento, sabe?

– Desculpe. – disse em um sorriso, ainda meio caído.

– Não está com frio?

– De boa. Senta aqui pra me esquentar.

Voltei um tanto e cruzei os braços. Fintei aquela coisa infame que destruía o pulmão de Adam.

– Não. – disse por fim – disse que ia parar.

– Por que se preocupa tanto? Relaxa, foi só um. Um último, eu juro.

Não resisti muito às suas desculpas. Eu só precisei olhar para as marcas de unha em seus ombros para quase jorrar sangue pelo meu nariz; me conscientizei um tanto sobre o que tinha se passado lá dentro.

– Não precisa mais disso. Tem a mim.

– Eu sei... – levantou-se e sua sombra me cobriu, e seus braços também. – Tem a mim agora.

E agora sim, minha alma sossegou com o contato da pele de Adam. Alguma coisa dentro de mim desatou a se soltar, e do nada me lembrei das noites em que eu sofri pensando nele. Meus lábios beijaram por instinto o pescoço dele, de um modo carinhoso. Tornei a me morder. Ele beijou a minha testa; ia dizer algo, mas permaneceu em silencio. Pássaros. E sem querer, mas sem medo, eu me apertei contra ele e chorei. Pela primeira vez na minha vida, as lagrimas que escorreram em meu rosto e molharam meu irmão foram de felicidade.

Eu podia voar, de tão livre. Podia morrer, depois que ele sussurrou que me amava.

Não tive forças para responder, mas sentia bem do fundo, que podia gritar pra todo mundo ouvir. Ele ficou terrivelmente sem jeito. Mas minha emoção não se continha, eu não conseguia explicar-lhe que eu chorava sim, porem por ele, mas por amor!

– O que foi? A-ainda dói? Pare, Violetta...

Em seu nervosismo crescente, me obrigava a olhar para ele, e eu sorria enquanto chorava e passava o indicador sobre seus lábios, murmurando que eu estava bem, ótima, alias. Ele corava. Virou o rosto quando percebeu que fitava a sua graça de moço romântico que podia ser e eu quase que pulei para beijá-lo.

Ele deve ter sentido o gosto de minhas lagrimas, e quem sabe, se contagiado com isso. Eu não sei. Aquela cena era mais surreal do que a outra, porque eu o vi se comover. Ele me deixou ver. Os seus sentimentos. Tomei-me que ninguém mais do que ele sofreu durante aqueles anos, sofria até agora. Porque nós dois sabíamos que tudo aquilo estava somente para começar. Beijei-o por um bom tempo. Depois, ah, depois, perdi o resto do meu fôlego com os seus abraços.

Ai, eu tinha por mim, que como eu tinha sorte. Pode abrir os olhos Deus, e veja! Veja, como ele era, como ele podia ser amoroso, como podia me dizer aquelas coisas. Conheci naquela madrugada o amor mais puro, daquele tipo que eu nunca tinha visto, lido, sentido, vivenciado. Mas vi, na face de Adam, senti nos seus abraços de carinho e rudeza, desfiz-me com o seu encanto.

Como podia ser tão lindo?

Veja, Deus! E não nos castigue, mas nos sustente, quando a tempestade vir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

As ferias estão chegando... Aí é só felicidades. Vamos aguardar as cenas dos próximo capítulos, tanta coisa pra desenrolar! Vou responder os comentários o mais rápido possível. Agradeço à todas vocês! ♥♥