Amor De Irmãos escrita por Minori Rose


Capítulo 11
Nunca te deixei


Notas iniciais do capítulo

Escrevi esse capitulo enquanto eu sentia orgulho desse estado maravilhoso (nadahavercomoassunto)
mas enfim, espero que apreciem o capitulo de hoje, boa leitura.



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Você tem o tipo de amor que eu quero, me deixe pegar isso

E amor, uma vez que pegar, sou sua sem devolução

Amarei você para toda vida, não sairei do seu lado

Mesmo que você negue, não há como parar


Adam não apareceu no dia seguinte ao “acidente”. Nem no próximo, nem no outro. Se não fosse uma ajudinha do destino, iriam demorar a se ver. Ele se sentia envergonhado para ligar, ela orgulhosa. Foi em um dia ensolarado de sábado. Adam dormia, enquanto Violetta andava pelas redondezas. Ela comprou uns docinhos, ao passo que uma mulher a encarava o tempo todo.

Ela quase caiu para trás, quase, ao ver a semelhança entre ela e a mulher; o mesmo tom de cabelo, a mesma cor dos olhos. Chegou a pensar que poderiam ser parentes. Violetta sempre gostou de andar sozinha para espairecer um pouco, mas isso é terrível quando a alguém te seguindo. Andou para a livraria em passos lentos, com fone de ouvido em altura moderada. Entrou no seu lugar preferido e foi para a seção de Literatura Estrangeira. Começou a procurar Lolita sem a ajuda de um vendedor; da ultima vez que havia pedido uma vendedora a olhou com olhos perversos, antes de dizer não ter a obra a dispor.

A todo lugar que ela ia, a mulher a seguia. Começava a suar frio, aquilo era estranho e os olhos da estranha pareciam penetrar em sua alma. O único departamento que não havia ido era a cafeteria andou até lá afim de que a mulher parece de segui-la. “Deve ser coisa da minha cabeça” pensou. Assim que entrou, viu alguém conhecido sentado ao lado da grande vidraça. Era Fernando, tomando café e lendo algum livro de fotografia – ele é fotografo –.

Violetta pensou que se falasse com ele, talvez então a estranha fosse embora.

– Tio Fê!

– Vi! Você por aqui...

–Meu lugarzinho preferido... Tem alguém aqui? – ela perguntou mencionando-se a cadeira vaga.

– Não. Fique a vontade.

A Mulher agora estara a pedir alguma coisa no balcão.

– O que você tem? Parece nervosa. – ele disse antes de tomar mais um pouco de café.

– Hmm... Aquela mulher esta me seguindo... – Ele a olhou com um ponto de interrogação no rosto. – Ela esta atrás de mim desde que sai do condomínio.

– Ah. Se quiser te levo para casa, mas ela não parece ser ruim.

– Não está ocupado?

– Não tem problema. Depois daqui eu iria passar em casa... – Alguns minutos depois a mulher saiu divisória a fora, lançando um olhar carinhoso a Violetta. – Ta vendo?! Isso que dá ser bonita.

Violetta riu. Já Fernando pensava na “coisa toda” que Adam havia contado-lhe em um momento de embriagação. Ele sabia de tudo. Da briga, do medo de Adam de falar com a irmã e o seu problema incestor. Mas de qualquer forma, queria muito ajudar o seu melhor amigo, mesmo que se precisasse de um empurrãozinho dele.

– O que acha de dar uma passadinha lá em casa?

– Não. Eu não posso.

– Eu sei de tudo. Eu conheço Adam há muito tempo, sério, não ache que por que ele não te procurou que não tenha pensado em você o tempo todo.

Ela absorveu as palavras dele com carinho, ou pelo menos da melhor maneira que pode, perguntando a si mesma se deveria dar mais uma chance a Adam, indo até o AP.

– Aquele cara é um problema. Sabia que ele encheu a cara ontem e sobrou pra mim?

– Pensei que ele tinha parado com isso.

– Você que pensa...

Fernando recolheu seus livros e insistiu para comprar um para Violetta. – O retrato de Dorian Gray – No final das contas ele realmente a levou para o apartamento, deixando-a lá esperando por Adam, sozinha. Depois de ler mais de 15 paginas seguida, começou a entediasse. Deu uma voltinha na sala olhando os livros de Fernando, e fintando uma mochila em cima do sofá. Só podia ser de Adam.

Sabia que não deveria mexer, mas sua travessura fez com que suas mãos agissem com rapidez, abrindo-a. Tinha algumas roupas, livros entediantes, e uma agenda. Uma agenda preta. O que chamou atenção? O nome dela escrito ao canto. Os olhos da menina brilhavam; suas mãos tremiam de excitação; o que teria ali escrito? Abriu a fivela. Na primeira pagina o subtítulo deAgenda obscura ressaltava em caneta estereográfica azul. A empolgação era tanta que mal pode ouvi os passos de Adam que descia a escada com toda a cautela do mundo.

Ficou feliz em vê-la, até que viu também a agenda, “aquela coisa do demônio”. Violetta iniciava o primeiro parágrafo; aquilo era to empolgante! Finalmente poderia ver o que se passava na cabeça do irmão. Ele? Morria. Quase não pode se mover. Perguntou-se uma duas vezes se deveria deixá-la ler... Assim poderia acabar com tudo aquilo; mudando para pior, não tinha duvida. Arrancou o caderno das mãos dela, fazendo com que todos os desenhos e fotos se espalhassem pelo chão.

Que susto Violetta levara! Tão grande que de fato colocou a mão no coração, ao mesmo tempo em que prendia a respiração.

– A-Adam...

– Mas o que diabos você esta fazendo? Ta louca?! – Ele gritou, tentando se convencer a todo custo que ela não havia lido as merdas que ele escrevera.

– E-eu não li – ela disse gaguejando pela segunda vez. – Desculpe... – Concluiu abaixando-se para recolher os papeis dando uma olhadinha.

Adam ficou vermelho. Santo Deus! Ela não poderia ter lido, não poderia estar de quatro em sua frente, não poderia mexer com ele daquele modo.

– Não faça mais isso. – falou envergonhado agachando para ajudar.

Violetta tentava lembrar quando foi a ultima vez que viu Adam sem jeito, corado ou envergonhado; ela só sabia que deveria surrupiar aquela agenda, e devorá-la até a ultima palavra, até o ultimo desenho. Conseguiu ler somente duas frases e nelas seu nome se repetia varias vezes, terminado em “calor de minha vida”. Nunca havia se sentido tão especial; ler a Agenda obscura passou a ser objetivo de vida.

– Você leu?

– Não deu tempo, calma. O que tem de tão absurdo nisso?

Todas, todas as palavras ali escritas falavam de como Adam desejava afoitamente a irmã; seus movimentos, suas palavras, até os suspiros dela o faziam tremer. Isso era o motivo de obscuridade e absurdos. Talvez algum dia ela descobrisse. Mas somente quando ele não tivesse nada mais a perder. Até mesmo a própria.

– Não te interessa.

– Claro que interessa. Meu nome está escrito ai.

– Essa merda não deve ser lida. Nunca! Eu só escrevi seu nome ali por que era pra ser uma agenda.

– E agora é o que?

– Besteiras. Nada que uma criança como você precise ler.

Violetta apertou as duas mãos contra a boca, tapando o riso. Ele riu também, de vergonha. Por uns minutos eles esqueceram que tinham coisas tensas para discutir.

– A gente tem muito a conversar Adam Barizon. E não pense que vai escapar dessa vez.

Ele apertava a agenda com a mão esquerda, com a direta passou a mão nos cabelos para trás pela terceira vez, em sinal de nervosismo exagerado. Ele não se reconhecia aquele não era o Adam de suas semanas atrás.

I know, I know. Mas não aqui.

– Aonde então?

– Sábado Violetta. Vamos andar um pouco. Escolha o lugar.

– Ibirapuera.

– Passeio pra lembrar os velhos tempos?



Passeio para lembrar os velhos tempos... Seria ótimo, se o lugar de beleza esplendida não batesse de frente com o assunto de natureza densa. Final de semana. Lugar movimentado. Caminharam até uma arvore enorme; sentaram-se debaixo dela. Algodão doce na mão. Palavras na cabeça.

– Em primeiro lugar, eu declaro aberto o dia das explicações e esclarecimentos. – Ele disse enquanto ela enfiava algodão doce na boca, lambendo os dedos ao final do processo.

Que criancinha mais sedutora.

– Claro, aberto. Você começa, mas antes de tudo, saiba que eu só aceitei vir para não ter culpa no cartório. Ainda estou brava monsieur... Bravissima! – ela disse em ar francês, fazendo-o rir e muito.

– Certamente mademoiselle. Bem... Eu sei que fui estúpido. Um idiota irracional, e peço desculpas pela briga. Foi algo desnecessário. Eu poderia bater nele na esquina, não na escola...

– Que cômico Adam. E por mim tanto faz, você deve se desculpar com o Thomas primeiro.

Adam fez careta de nojo. Violetta riu. Droga! Esta tentando soar brava, bravissima!

– Por que fez aquilo?

– Eu precisei. Só não sei explicar ao certo o por que. Minha raiva acabou saindo do meu controle.

– Isso não faz sentido Adam...

– E não é pra fazer meeeesmo. – ele disse tentando fugir do assunto de que ele possivelmente era um louco ciumento – Sessão briga imbecil encerrada. Declaro aberta a sessão, por que você mentiu pra mim.

– Mentir? Quem mentiu?

– Cara, você devia ser atriz. Eu já sei de tudo. Parou de usar a bombinha, hmm?

– Ah droga! Quem te contou? – Adam deu de ombros – Foi a Rosangela né? Ai que coisa... – Dizia dando soquinhos na própria perna. – Olha eu não menti... Só omiti.

– Omitiu a verdade? Isso é mentir, gracinha.

Violetta colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha.

– Você não precisava saber disso. Foi só três vezes.

– No mês. É claro que eu precisava acima de tudo eu queria saber o que acontece contigo! – Exclamou, atraindo olhares e relevando uma postura mais séria.

– Não grite! Isso tudo é culpa sua!

– Minha?! E quem esteve mentindo?

Violetta pareceu hesitar, mas acabou falando o que queria dizer a meses, anos.

– Você! Você mentiu quando disse que sempre estaria aqui comigo, me apoiando e me protegendo. Mas não esteve. Você foi embora pra viver essa sua vidinha de canalha! E quer saber... Eu não preciso dessa merda de asma, muito menos de você e da sua ajuda.

Nessa altura ela já tinha se levantado. Ele se sentia destronado. Conseguiu pedir desculpas, mas isso não era o suficiente. Ela só disse verdades, e de certa forma não teria nem como rebater. Ele se levantou meio sem saber o que fazer; Violetta já estava com aquela cara de chorona, fazendo seu coração desmanchar. Adam respirou fundo antes de abraçá-la – da forma que ela queria – inalando aquele cheiro doce que emanava do por corpo da menina.

– Você não sabe por que eu fui embora. Não despeje essas palavras de desprezo em cima de mim... Eu... Não posso viver sem você.

O coração de Violetta pulou ao ouvir aquela voz harmoniosa se desmanchando em arrependimento. Céus! Como ela o amava. Não conseguia de forma nenhuma ignorá-lo ou rejeitá-lo. Desejava a todo custo saber o que ele pensava, e como havia mudado tanto.

– Então me diga. Me diz por você foi embora.

Adam precisou olhá-la nos olhos pra continuar falando. Mas era complicado, ela parecia lê-lo.

– Nunca! Eu nunca te deixei. Pensei em você o tempo todo... Eu só precisei de um tempo para ver o que se passava comigo...

– Descobriu?

– Sim. Mas infelizmente é uma “doença” sem cura.

– Você não vai me contar né? O verdadeiro motivo, o que tinha escrito naquela agenda. Você é tão confuso...

– Eu sei... – ele disse dando um daqueles sorrisos tristes; tocando delicadamente o rosto dela.

Adam não tinha certeza, porém pensou ver as pupilas de Violetta se dilatarem. Por que ela tinha que ser tão bonita? Por que ele se sentia tão vivo quando a tocava, e que só estando perto dela ele finalmente poderia ser feliz? Ela estara com a boca entreaberta, fazendo com que ele parasse de fintar os olhos e descesse um pouco. Não conseguia parar de desejá-la por dentro. “Como pode ser tão repulsivo? Isso é repugnante!” Ele tentava dizer a si mesmo... Mas isso não mudara o que sentia.

Ah, mas se o que nos infligíssemos se tornasse verdade. Sendo assim ele não desejaria a irmã como mulher, não teria abaixado a cabeça sutilmente, antes de encostar os seus lábios nos dela. Não, não teria. Se o que nos infligíssemos virasse realmente lei, ela teria o empurrado invés de prendê-lo em seus braços delgados. E aquela fração de segundos, foi sem duvida, os segundos mais amáveis que alguém pudera ter. Foram até aquele momento os segundos mais felizes de suas vidas.


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Notas finais do capítulo

Elogios, criticas, opiniões, comentários?
Beijo gracinhas KKKKK :3